Maxi López salvando o Vasco diz muito sobre o Brasileirão
No gol de Pikachu, o movimento deixando a bola passar que desmontou a zaga dos reservas do Cruzeiro. Depois uma ação típica de centroavante, girando e batendo com efeito. Maxi López foi o grande destaque individual dos 2 a 0 em São Januário que fazem o Vasco respirar na fuga do Z-4.
O centroavante fez cinco gols em doze jogos. Mais quatro assistências e dez passes para finalizações. Precisa em média de seis conclusões para ir às redes. Não são números espetaculares, de um fenômeno. Para a realidade cruzmaltina, porém, vem sendo a diferença. Ou a salvação.
Porque a equipe de Alberto Valentim depende fundamentalmente do trabalho do centroavante. Antes pesadão, agora mais em forma e com ritmo de competição. Mas naturalmente menos ágil com seus 34 anos e 1.85m. Ainda assim, faz o trabalho do típico pivô e incomoda os zagueiros. Recebe bolas longas ou passes curtos, retém, espera seus companheiros e serve ou gira para finalizar. Sem o argentino o time trava.
Impressionante para quem nas últimas temporadas do futebol italiano atuando por Torino e Udinese havia marcado apenas quatro gols em 44 partidas. Teve alguns bons momentos na equipe de Turim, mas desempenho em alto nível mesmo só no Catania em 2010 e… no Grêmio em 2009. Sua outra passagem pelo futebol brasileiro.
É surreal que em 2018 Maxi López ainda consiga em poucos jogos entregar tanto na Série A. No início estava nitidamente acima do peso. E já fez diferença… Méritos dele, bom para o Vasco, mas também diz muito sobre o Brasileirão. Um retrato nu e cru do baixo nível técnico e de intensidade. Em uma liga mais veloz e competitiva, Máxi teve e teria mais dificuldades para impor seu jogo físico e de boa técnica, mas já em rotação mais baixa.
Há muitos anos a principal competição nacional vive de jovens talentosos surgindo e de experientes sem mercado nos grandes centros. Mas não deixa de assustar a maneira com que "La Barbie" se impôs por aqui. Sinal dos tempos.
(Estatísticas: Footstats)
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