A virada improvável do River Plate em um jogo aleatório que puniu o Grêmio
Partida decisiva, tensa, com muito em jogo é cada vez mais decidido com força mental e individualidades. Mas a improvável e histórica virada do River Plate sobre o Grêmio não seguiu exatamente este roteiro.
O time do suspenso Marcelo Gallardo, comandado à beira do campo por Matias Biscay, dominou inteiramente o primeiro tempo. Com os laterais Montiel e Casco adiantados e arrastando Ramiro e Alisson, o que deixava o Grêmio sem desafogo no contragolpe com Jael na frente e Cícero próximo como o meia mais adiantado do 4-2-3-1. Dois jogadores mais lentos. A ausência de Luan pesou.
Já os argentinos ocupavam o campo de ataque, com Pratto circulando às costas de Maicon e Michel e Borré mais adiantado buscando as jogadas em profundidade. Alimentados por Palacios, Quintero e Fernández. 62% de posse e 12 finalizações, mas apenas uma na direção da meta de Grohe. O time gaúcho também só acertou o alvo uma vez. Com Léo Gomes no rebote de um escanteio cobrado por Alisson. Com dois desvios para sair do alcance de Armani.
Tudo parecia conspirar novamente a favor da equipe de Renato Gaúcho. Inclusive uma substituição de Gallardo que piorou o desempenho coletivo do River. Não a de Ponzio por Enzo Pérez ainda no primeiro tempo, mas a saída de Fernández para a entrada de Gonzalo Martínez na volta do intervalo. Mudança que alterou o comportamento dos laterais, que ficaram mais contidos.
Já Renato ganhou o escape para explorar os espaços às costas da defesa avançada do adversário. Mas Everton Cebolinha, que entrou na vaga de Maicon, perdeu à frente de Armani. Era a bola do jogo e da vaga. Mas nada fazia crer que uma remontada seria possível.
Porque o River perdeu ainda mais organização com Scocco no lugar de Quintero e partiu para o desespero. Na bola parada, gol de Borré – legal, já que a bola bate na cabeça do atacante e depois toca acidentalmente no seu braço, mas sem um desvio que interferisse diretamente. A disputa ficou mais tensa, a torcida gremista apoiou e o time parecia mais confiante e seguro.
Mas veio o lance só notado pelo VAR. É claro o toque no braço de Bressan – substituto de Paulo Miranda, um dos melhores em campo. O problema é a interpretação que ficou nebulosa com as novas orientações da FIFA. O movimento foi natural? O zagueiro brasileiro não estava próximo do chute de Scocco, a ponto de não ter como tirar o braço?
O árbitro Andrés Cunha preferiu marcar pênalti, convertido por Martínez. Será questionado pelos derrotados, até pela baixa credibilidade da Conmebol. Duro golpe para o atual campeão sul-americano em uma disputa equilibrada nos 180 minutos da semifinal. Em Porto Alegre, a aleatoriedade que torna o futebol ainda mais apaixonante puniu o Grêmio.
(Estatísticas: Footstats)
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