Os muitos acertos do Internacional no retorno de Rafael Sóbis
Cultura de vitória. Um valor intangível, difícil de mensurar. Normalmente algo que é, sim, guiado pelo resultado e que não é propriedade eterna de um clube. O Real Madrid, gigante mundial, recordista absoluto de títulos e atual tricampeão da Liga dos Campeões ficou de 2005 a 2010 sem conseguir ultrapassar as oitavas de final do torneio.
O Internacional tenta resgatar o espírito de um período de glórias com o retorno de Rafael Sóbis. Pode parecer simples superstição, como um "amuleto" que esteve presente nas conquistas da Libertadores em 2006 e 2010 com direito a gols nas finais contra São Paulo e Chivas, justamente no ano da volta do clube ao torneio continental. Mas vai muito além disso.
O Colorado precisa de um símbolo que transfira à equipe atual uma aura vencedora, não a que viu o rival Grêmio empilhar títulos nos últimos dois anos e ainda desceu ao inferno da Série B. No último Brasileiro claramente faltou personalidade, "punch" para duelar com o Palmeiras pelo título, mesmo com uma tabela teoricamente mais favorável, com muitos jogos em casa.
No confronto direto, era nítido o desconforto mental da equipe de Odair Hellmann diante dos reservas de Luiz Felipe Scolari. O empate sem gols no Beira-Rio mostrou que o time paulista podia sonhar alto, mesmo com os titulares focados nos torneios de mata-mata. Restou ao Inter a vaga direta na Libertadores, importante numa volta à Série A.
Mesmo sem a titularidade absoluta no Cruzeiro, Sóbis esteve presente no bicampeonato da Copa do Brasil. Ou seja, a cultura da vitória não está apenas no passado do jogador. E reforça a imagem de atleta que agrega, não cria problemas com a reserva.
Um perfil importante, já que o novo atacante provavelmente não será titular absoluto. Com 33 anos, obviamente não conta mais com a rapidez e a intensidade da década passada, nem é o típico centroavante goleador. Neílton, Pottker e Nico López levam vantagem na disputa das vagas pelos flancos e, no centro do ataque, Jonatan Álvez sai na frente na briga pela vaga de Damião que provavelmente será de Paolo Guerrero quando terminar a punição por doping.
Mas ainda pode entregar desempenho nas duas funções, dependendo do contexto, ou até como um segundo atacante, atrás do centroavante, dentro de uma proposta mais ofensiva. A confiança pela volta para casa deve ajudar no encaixe das suas características na equipe e a experiência vai contribuir nos momentos de dificuldade. Com quatro anos a menos que D'Alessandro, tem mais lenha para queimar a favor do time.
O tempo de contrato também é um acerto: apenas 12 meses. Se corresponder a renovação se faz praticamente automática. Em caso de insucesso, o desligamento acontece sem maiores traumas e problemas legais. Melhor para os dois lados.
Manutenção do trabalho aparando arestas, cobrindo carências e agora trazendo um ídolo para retomar algo que se perdeu no caminho. O Internacional tem tudo para dar liga em 2019.
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