De Gea, Pogba, 6ª vitória. United de Solksjaer faz história "à brasileira"
O Brasil faz parte da história de Ole Gunnar Solksjaer como jogador. Duas vitórias sobre a seleção brasileira, a segunda na Copa do Mundo de 1998 por 2 a 1. Em 2006, voltou a vestir a camisa de seu país em novo confronto com o Brasil. Empate por 1 a 1 e manutenção da invencibilidade contra o futebol cinco vezes campeão do mundo em quatro confrontos na história.
Agora é treinador do Manchester United, sucedendo José Mourinho. Assumiu sem nenhum alarde, pompa ou circunstância. Mas ao seu jeito vai construindo um ótimo início de trabalho. Histórico, com 100% de aproveitamento nos seis primeiros jogos – cinco vitórias pela Premier League, outra na Copa da Inglaterra. Nem as lendas Alex Ferguson e Matt Busby conseguiram tal feito.
O triunfo em Wembley sobre o Tottenham é o maior e mais emblemático até aqui. Pelo jogaço, por ser o primeiro contra um grande e também pela afirmação de um estilo de comando que, pela urgência e considerando o contexto, acabou apresentando características de treinadores brasileiros.
A começar pela gestão de elenco. Mesmo com a ressalva de que qualquer coisa seria melhor que a terra arrasada de Mourinho, saindo de um clima insuportável pra algo mais leve. Partindo do resgate de Paul Pogba, maior contratação da história do clube e o grande talento do elenco, que vivia às turras com o treinador português e assistiu a algumas derrotas do banco de reservas.
O resultado: em seis partidas, são quatro gols e cinco assistências do meio-campista francês. A última em um lançamento primoroso para Rashford infiltrar em diagonal pela direita e bater cruzado para marcar o gol único da partida. Em um típico contragolpe dos Red Devils nos tempos de Mourinho, dentro de um primeiro tempo de apenas 40% de posse e cinco finalizações contra sete dos Spurs, mas acertando a direção da meta de Lloris por cinco vezes. Eficiência.
Também aproveitando a saída de Sissoko, lesionado ainda na primeira etapa. Lamela entrou e Mauricio Pochettino só conseguiu acertar o posicionamento do meio-campo na volta do intervalo, saindo do 4-3-1-2 para o 4-2-3-1 com o recuo de Eriksen e o meia argentino se juntando a Son e Dele Alli atrás de Harry Kane. E Solksjaer respondeu como um treinador brasileiro, reorganizando sua equipe em função do adversário.
De início saindo do 4-2-3-1 das últimas partidas e armando um 4-3-3 com Lingard centralizado e ajudando no combate a Winks, volante que inicia a construção das jogadas do Tottenham. Tudo para dar liberdade a Pogba, que mesmo com espírito renovado continua pouco intenso sem a bola. Também explorando com Rashford e Martial as costas dos ofensivos laterais Trippier e Davies.
Na segunda etapa, a equipe retornou ao sistema original, voltando a posicionar Rashford na frente, soltar Pogba, que quase ampliou em jogada pessoal e Lingard e Martial voltando pelos flancos formando com Matic e Herrera a segunda linha de quatro. De novo uma estratégia "à brasileira": encaixar a marcação, definir duelos individuais e fazer perseguições longas, porém com muita entrega e concentração.
Mas com falhas e também méritos do Tottenham, que trabalhava a bola, invertia da esquerda para Trippier e chegava à área do United com muita gente. Rondou a área e finalizou muito! Foram 16 no segundo tempo, onze no alvo. Todas defendidas por De Gea. Outra atuação individual espetacular. Disparado o melhor em campo para garantir o resultado que faz o maior campeão inglês voltar a sonhar com a quarta vaga na Liga dos Campeões.
É bem provável que Solksjaer não conheça os métodos brasileiros de comando técnico no futebol, mas vai se estabelecendo como "fato novo" – olha o Brasil de novo! Mobiliza o grupo, tira o melhor de seus talentos, arma o time em função de suas individualidades e usa os resultados para ganhar moral. Competência ou sorte? O tempo vai mostrar, especialmente quando chegar fevereiro e o duelo com o PSG pela Liga dos Campeões.
(Estatísticas: BBC)
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