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André Rocha

Bruno Henrique muda time e clássico com tudo que vinha faltando ao Flamengo

André Rocha

26/01/2019 19h07

O Flamengo do primeiro tempo foi o mesmo das últimas temporadas na maioria dos clássicos e jogos grandes: posse de bola inócua, poucos deslocamentos e agressividade, muitos cruzamentos a esmo, dependência da bola parada e baixa contundência na frente.

O Botafogo repetiu a estratégia dos times de Zé Ricardo desde que o treinador deixou a Gávea: linhas compactas, intensidade na marcação, muita atenção nas jogadas aéreas e rapidez nas transições ofensivas. Luiz Fernando e Erik voltavam para fechar espaços na execução do 4-1-4-1, mas eram as válvulas de escape nos contragolpes.

Mas o gol único do primeiro tempo saiu no chute de longe de Jean que João Paulo desviou de calcanhar e tirou do alcance de Diego Alves. O meia acabou deixando o campo sentindo a coxa no primeiro tempo e deu lugar a Alan Santos. Zé Ricardo perdeu também o lateral Jonathan por lesão e só fez uma mudança tática: Rodrigo Pimpão na vaga de Jean. Por necessidade.

Porque viu o maior rival transformar o clássico no Engenhão com uma simples substituição: Bruno Henrique na vaga de Vitinho, lento e errando a conclusão na melhor oportunidade. O mérito de Abel Braga foi não esperar os 15 minutos protocolares na volta do intervalo para mexer.

O ponteiro contratado ao Santos entregou tudo que vinha faltando à equipe: atitude, confiança para arriscar e buscar o drible, velocidade para atacar os espaços e poder de fogo no ataque. Primeiro na jogada aérea antecipando à marcação para empatar, depois aproveitar a disputa de Everton Ribeiro com a defesa adversária em lance confuso para chutar forte e definir a virada.

Faltou ao Botafogo confiança e força física para reagir. O Flamengo mudou a postura e teve fibra para administrar o resultado, com Gabriel na vaga de Uribe e isolado na saída para os contra-ataques. Ainda precisa de mais entrosamento e o ritmo de competição que virá com os jogos. Mas já ficou claro que as contratações serão fundamentais para mudar o patamar do time rubro-negro. Bruno Henrique deu a primeira resposta positiva. O nome do jogo.

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.