Renato Gaúcho compensa saída de Ramiro com Grêmio forte pelas pontas
Ramiro encaixou no Grêmio de Renato Gaúcho fazendo função semelhante à de Giuliano no time de 2015, comandado por Roger Machado: o "ponta-volante", que trabalha pelo flanco, mas com a função de jogar mais próximo da dupla de meio-campistas na execução do 4-2-3-1.
A movimentação abre espaços para o apoio do lateral no setor – o direito, no caso. Também para o deslocamento do atacante de referência, do meia central ou até do ponteiro do lado oposto. Uma função que normalmente equilibra a equipe e facilita a movimentação dos companheiros. Elano no Brasil de Dunga no ciclo da Copa de 2010 e também no Santos campeão da Libertadores de 2011, além de Matuidi na França campeã mundial no ano passado são exemplos clássicos.
Ramiro foi para o Corinthians e Renato vai repaginando sua equipe no mesmo desenho tático, porém com o encaixe de Marinho. Sem oportunidades consistentes no segundo semestre de 2018 e desgastado com a torcida por um vídeo que viralizou nas redes sociais é o ponta canhoto que corta para dentro e finaliza ou serve os companheiros. No caso finalizando bem mais e marcando seu primeiro gol nos 4 a 0 em casa sobre o São Luiz.
A posse de bola segue norteando o modelo de jogo e Maicon dita o ritmo jogando mais adiantado, protegido por Michel. É um desenho mais "quadrado", menos móvel, porém mais contundente na frente. Jael na referência, Luan por trás, Marinho cortando da direita para dentro buscando o chute e Everton acelerando e infiltrando em diagonal, deixando o corredor para Bruno Cortez.
Filipe Vizeu é opção no comando de ataque, Montoya estreou pela direita substituindo Marinho e compondo mais taticamente, mas também aparecendo para marcar o quarto gol. Jean Pyerre amadurece na articulação e parece pronto para o caso de Luan oscilar no desempenho ao longo da temporada. Julio César vai ganhando confiança para compensar a saída de Marcelo Grohe. A manutenção de um trabalho que deu certo e já está na história do clube facilita os ajustes por necessidade e a adaptação de quem chega.
Não é regra. O rival Internacional, por exemplo, não vem aproveitando o "jogar de memória" por conta da continuidade de Odair Hellmann e a preservação da base do ano passado. O início ruim torna o Grêmio líder da primeira fase com melhor ataque e defesa menos vazada e ainda mais favorito ao bicampeonato gaúcho.
Também um candidato natural e competitivo aos principais títulos em 2019. Trabalhando a bola, mas agora atacando mais pelas pontas. Como Renato Gaúcho nos tempos de jogador. Como pode voltar a levantar taças em 2019.
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