Afinal, o que o São Paulo quer da vida?
O São Paulo contratou Diego Aguirre, que fazia o time funcionar melhor nos momentos em que os jogos seguidos inviabilizam os treinamentos durante a semana. Quando teve tempo a equipe estagnou ou até regrediu no desempenho. O uruguaio precisava dos desafios seguidos para manter o grupo mobilizado e inflamado.
Depois efetivou André Jardine, jovem treinador que precisava de tempo para trabalhar, já que o que tinha para oferecer eram conceitos e ideias. Cinco jogos no Brasileiro (quatro em duas semanas), depois férias. Reapresentação, Flórida Cup, início do Paulista sem muita margem para experiências, primeira fase da Libertadores. Restava a gestão de grupo, o que significava na prática ser refém dos medalhões. Não podia mesmo dar certo.
O tricolor do Morumbi, gigante multicampeão, precisa decidir o que quer para a sua vida antes de qualquer passo depois da eliminação para o Talleres no maior fiasco continental do clube.
Vai na onda do torcedor histérico que quer um título para ontem depois de seis anos sem levantar taças e aposta em um treinador medalhão, boleiro e que simplifique processos para formar rapidamente um time competitivo e vencer o Paulista? Mesmo que signifique um trabalho capenga mais à frente no Brasileiro e nenhum legado para o sucessor?
Ou é melhor usar o ano com menos competições para enfim construir e depois afirmar uma maneira de jogar, como o Grêmio fez a partir de 2013, mesmo vivendo um incômodo jejum de conquistas? Como o próprio São Paulo esperou por Telê Santana na virada dos anos 1990. Ou ainda quando priorizou a conclusão das obras do Morumbi e ficou de 1957 a 1970 sem títulos oficiais. Vale a paciência para pavimentar um caminho seguro?
O que não pode é dar a impressão de seguir à deriva, ao sabor dos ventos. Ou do saudosismo, com a torcida clamando por Muricy Ramalho, depois de acreditar cegamente em Raí, Ricardo Rocha, Lugano…Sem renovação nos quadros políticos, acreditando em antigas fórmulas de sucesso. De quando Corinthians e Palmeiras enriqueciam os cofres são-paulinos alugando o estádio para grandes jogos. Passado, não volta mais. Como uma foto amarelada na parede, um armário cheirando a mofo.
É preciso escolher a direção e iniciar a viagem. Porque os rivais estão saindo do raio de visão. Ou é o São Paulo que fica cada vez menor no retrovisor?
Quem pode responder? Não é Jardine, isolado e emparedado pelos jornalistas em busca de explicações. Onde está o presidente Leco? A falta de comando é que torna o futuro tão duvidoso. Difícil achar a luz quando ninguém percebe a escuridão. Triste cenário de quem já foi modelo de gestão e hoje não sabe responder a pergunta mais básica: afinal, o que você quer da vida?
O São Paulo tem que se entender para começar a agir. Ou reagir. Porque já perdeu tempo demais.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.