Barcelona cirúrgico elimina Real "arame liso", com Vinícius Jr. na gangorra
O Real Madrid tinha um plano muito claro para o clássico no Santiago Bernabéu: aproveitar a "vantagem" do zero a zero, negar espaços a Messi e acelerar pelos flancos, com Lucas Vázquez pela direita e Vinícius Júnior com o suporte de Reguilón do lado oposto.
Executado quase à perfeição no primeiro tempo. Facilitado pelo Barcelona que tinha Sergi Roberto e Dembelé abertos, Suárez enfiado, Busquets e Rakitic muito presos e Messi sobrecarregado, com um espaço enorme entre as intermediárias para conduzir e sem apoio para buscar os espaços às costas de Casemiro.
Bola roubada, velocidade e chances seguidas desperdiçadas pelo time da casa. A mais clara com Benzema livre, à frente de Ter Stegen que salvou com grande intervenção. Mas Vinícius Júnior voltou a cometer erros técnicos básicos no acabamento das jogadas. Mesmo sendo um dos destaques da partida mostrando a habitual personalidade para criar jogadas em sequência pela ponta.
Uma gangorra ao longo do jogo. Tudo certo na construção, afobação na hora de definir em quatro chances. Na melhor oportunidade, não ajeitou o corpo para concluir. Algo para evoluir. Na segunda etapa, mesmas virtudes e erros. Um cruzamento na cabeça de Reguilón para outra grande defesa de Ter Stegen e uma linda jogada individual que Semedo desviou para salvar.
Saiu de campo com 3 a 0 contra. Como? Nas transições ofensivas demolidoras do Barça na segunda etapa. Mesmo sem grande evolução coletiva, mas com espaços de sobra para correr. De Alba para Dembele na esquerda e o passe para trás procurando Suárez. Depois Dembelé disparou pela direita e rolou para o gol contra de Varane evitando outro gol do atacante uruguaio. Com o rival tonto, o pênalti de Casemiro sofrido e convertido por Suárez, com direito a cavadinha. Decisivo, letal.
Mais impressionante pela atuação apenas discreta de Messi, sacrificado pelo jogo associativo insuficiente da equipe. Segue sem marcar gols no Real pela Copa do Rei. Compensado pelo ataque cirúrgico e a incrível cultura de vitória do time catalão dentro da Espanha. Está na sexta final consecutiva do torneio, contra Valencia ou Real Betis, buscando o pentacampeonato consecutivo. Oitava decisão nas últimas dez edições.
Desta vez na conta da própria eficiência, mas também do "arame liso" merengue. Imperdoável em disputa eliminatória de tão alto nível. Apenas o maior clássico do mundo. Fica a lição, para Vinícius e sua equipe.
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