Virtudes de Ricardo Goulart reforçam o "modo Felipão" no Palmeiras
As fragilidades individuais e coletivas do Melgar, principalmente no sistema defensivo em jogadas aéreas, facilitaram a vitória por 3 a 0 do Palmeiras no Allianz Parque pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores.
Mas a atuação consistente do campeão brasileiro reforça a impressão de que a chegada de Ricardo Goulart dá ênfase ainda maior ao "modo Felipão" no Palmeiras. Uma proposta de jogo direto, definindo rapidamente as jogadas.
Mesmo com volume de jogo e 51% de posse de bola, o time da casa acertou apenas 294 passes, menos que os 307 do time peruano. De novo abusou dos lançamentos: 42, mas 26 corretos. Ainda 30 cruzamentos e 24 rebatidas.
Com a formação que Luiz Felipe Scolari mandou a campo e parece que vai se afirmando como a titular, especialmente o quarteto ofensivo, a proposta fica bem nítida. O canhoto Gustavo Scarpa pela direita e o destro Dudu à esquerda recebem a bola não tão abertos para permitir os cruzamentos com o pés "invertidos" – foram 11 de Dudu e dez de Scarpa. Ou, menos frequente, os passes para as ultrapassagens dos laterais Marcos Rocha e Victor Luís.
Na área, Deyverson, de volta ao time na vaga do contestado Borja, como uma referência mais móvel e Ricardo Goulart chegando por trás. Impressiona o timing nas jogadas aéreas, com bola parada ou rolando, do novo meia central do 4-2-3-1 palmeirense.
Na prática um 4-4-2 com a liberdade que a principal contratação para a temporada ganha para estar sempre perto da meta adversária, mesmo que isto signifique em muitos momentos um meio-campo menos preenchido. Marcou o segundo completando assistência de Scarpa e serviu Felipe Melo e Deyverson. Já são três gols e três assistências.
Com as características de meia de Scarpa, muitas vezes o espaço deixado pela direita é atacado pelo centroavante e Goulart infiltra por dentro. Ou vice-versa. Uma arma bem utilizada por Marcelo Oliveira, com Everton Ribeiro e Marcelo Moreno combinando com o meia-atacante, no Cruzeiro bicampeão brasileiro em 2013/14 que Felipão aproveita. Mas à sua maneira. O como fazia com o camisa onze no Guangzhou Evergrande.
Este deve ser o Palmeiras de 2019, especialmente nos jogos em casa. Com mais qualidade na execução, mas dentro do mesmo plano do treinador veterano e pragmático. Até porque não dá para esperar nada diferente mesmo.
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