São Paulo está no limbo, em uma zona morta. Será que rebaixamento "salva"?
Sem meias palavras ou eufemismos: não houve futebol no Pacaembu. Foi duro de ver o "Choque-Rei" de times ora tensos, ora desinteressados, apesar da situação difícil do São Paulo na tabela do Paulista. Um "espetáculo" estranho que alternou sono e irritação com tantos erros técnicos.
Venceu o Palmeiras quando colocou a bola no chão e o passe de calcanhar de Dudu terminou no chute forte e, coisa rara, certeiro de Carlos Eduardo. Golaço. Um corpo estranho em jogo tão modorrento.
Mas o que cada vez mais impressiona é como o São Paulo vai definhando como clube de futebol e gradativamente perdendo relevância. Mesmo sendo um gigante do nosso futebol. Dos maiores e mais vencedores.
Apesar dos protestos e xingamentos contra o presidente Leco, as derrotas já são encaradas com uma certa passividade. Ou o fatalismo que costuma marcar alguns botafoguenses aqui no Rio de Janeiro. A impressão constante de que algo vai dar errado. Mas também a esperança de que algum "Sebastião" vai voltar com a salvação.
Sempre olhando para o passado glorioso: Ricardo Rocha, Raí, Lugano, Rogério Ceni, Muricy…O desespero é tão grande que não mais que de repente a solução passa a ser…Alexandre Pato! Enquanto espera por Cuca e Vagner Mancini vai perdendo moral para seguir no clube como coordenador técnico.
Difícil ver uma luz porque não há reação. O São Paulo está num limbo, uma espécie de zona morta. Continua grande, mas acomodado em uma sequência de crises que o coloca numa prateleira abaixo. Temporariamente, mas é difícil saber quando vai voltar ao verdadeiro status.
Um olhar distante recorre a um clichê que nem sempre encaixa no contexto: o tricolor do Morumbi parece que precisa de um rebaixamento no Brasileiro para despertar. Algo que chegou a ser uma ameaça real em 2017 até Hernanes voltar e ajudar Dorival Júnior a evitar o descenso inédito.
Não adiantou muita coisa em termos de gestão para Vasco e Botafogo, por exemplo. Mas é possível pensar nas respostas de Grêmio, Corinthians, Atlético Mineiro e até do Internacional no ano passado. Será que bater no fundo do poço pode "salvar" o clube?
Sim, parece simplista. Exatamente porque o problema parece complexo demais. O São Paulo está parado. Ou em suspenso. Às vezes lembra do próprio tamanho. No clássico não joga, perde e mina as esperanças de quem tenta vislumbrar um futuro diferente. Está difícil achar o que se perdeu no caminho.
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