As boas possibilidades da dupla Luan-Tardelli no Grêmio
A entrada criminosa e tresloucada do zagueiro Genílson em Pepê que deixou o Juventude com um homem a menos aos 19 minutos de jogo no Alfredo Jaconi facilitou a goleada do Grêmio. Mesmo com Renato Gaúcho sofrendo para armar a equipe pelos desfalques dos lesionados Geromel e Marinho e de Kannemann e Everton, a serviço de Argentina e Brasil nas datas-FIFA.
O time sobrou com muita posse de bola, intensa movimentação e Thaciano voando pela direita. Abriu o placar com a finalização um tanto desajeitada de Marcelo Oliveira e passeou construindo os 6 a 0 na segunda etapa com naturalidade, encaminhando a vaga na semifinal do Gaúcho contra São José ou São Luiz.
O estadual sempre tem o seu valor nos locais com apenas dois grandes e enorme rivalidade. Mas o Grêmio tem um problema sério a resolver na Libertadores: apenas um ponto em duas rodadas do Grupo H, com direito a derrota em Porto Alegre para o Libertad. Precisa de recuperação com urgência e o próximo jogo é fora de casa, contra a Universidad Católica no dia quatro de abril.
Por isso Renato já prepara a entrada na equipe desde o início dos jogos da principal contratação da temporada: Diego Tardelli, 33 anos e bicampeão sul-americano – em 2005 pelo São Paulo e com o Atlético-MG em 2013. Para adicionar ainda mais experiência e mentalidade vencedora ao último clube brasileiro a vencer a Libertadores.
O treinador gremista elogiava a versatilidade de Tardelli mesmo antes da contratação: "Ele pode jogar em duas ou três posições do ataque". De fato, em um 4-2-3-1 pode atuar em todas as funções do quarteto ofensivo. Mas com todos disponíveis a possibilidade maior é no centro do ataque ou pela direita.
Já havia atuado por pouco mais de 70 minutos, contra São José, Internacional e Libertad. Em Caxias do Sul substituiu Pepê aos dez do segundo tempo e ficou mais à esquerda. Infiltrando em diagonal recebeu belo passe de Luan e encobriu o goleiro Marcelo Carré no último gol, já em ritmo de treino. Mas foi o primeiro do camisa nove no novo clube. É exatamente na parceria com Luan que reside a maior possibilidade de sucesso da versão 2019 da equipe tricolor.
Tardelli e Luan podem alternar como "falso nove" e meia central, deixando o lado direito para a força de Marinho ou a velocidade de Alisson e as infiltrações em diagonal de Everton a partir da esquerda. Mobilidade, tabelas rápidas e envolventes. Futebol bonito e eficiente como quer o treinador e ídolo.
Reeditando, de certa forma, a ideia do primeiro Grêmio de Renato, campeão da Copa do Brasil de 2016: Luan e Douglas alternando por dentro e Pedro Rocha acelerando pela esquerda e entrando no "facão" para finalizar. Só Ramiro é que saiu e não deixou substituto na mesma função de "ponta-volante". O time vai se ajustando a um extremo pela direita mais agressivo.
Se uma formação ainda mais ofensiva for necessária, Tardelli pode entrar pela direita, como jogava no Atlético de Cuca em 2013 e prefere atuar. Filipe Vizeu ou André ficariam na referência do ataque – Jael partiu para o FC Tokyo, no Japão. Ganha força e presença física na frente, mas perde mobilidade.
Para o nível do futebol jogado no Brasil e na América do Sul, o encaixe da nova peça ao lado da estrela do time pode criar muitos problemas para as defesas adversárias. Mesmo com a inconstância do mais jovem e a reta final de carreira do veterano. Porque tem características complementares, embora pareçam semelhantes.
Boas chances de dar certo já a curto prazo. O gol em Caxias do Sul foi um belo ensaio. Os primeiros passos para desequilibrar no país e no continente.
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