Felipão e a autoblindagem sem um pingo de coerência
Sempre que o pragmatismo das equipes que comanda é questionado, Luiz Felipe Scolari argumenta que é a sua maneira de trabalhar e que a responsabilidade dele é fazer o time alcançar resultados e conquistas.
Ou seja, assume para si a tarefa de entregar algo sobre o qual não se tem controle: o placar final das partidas. Logo, nada mais natural que a crítica negativa seja mais direcionada ao treinador veterano quando sua equipe é a derrotada. Mesmo na disputa por pênaltis.
De novo no mata-mata, prioridade no ano passado e cujo fracasso ficou encoberto pelo título brasileiro conquistado sem tanta responsabilidade por um time cheio de reservas na maioria das partidas. Agora um novo insucesso em casa, diante de um São Paulo em reconstrução e estreando Cuca no comando técnico.
Mais uma vez a equipe alviverde pecou pela falta de criatividade, por trabalhar pouco pelos flancos e apelar para ligações diretas e cruzamentos buscando Deyverson e Ricardo Goulart. Dois blocos de cinco homens com Bruno Henrique tentando ser a "ponte" entre eles, em meio às ligações diretas e rebatidas. Algumas combinações de Gustavo Scarpa e Mayke pela direita, bola no Dudu para se virar na individualidade no lado oposto.
Muito pouco. E menos ainda explicações na coletiva depois da eliminação em casa com Goulart e Zé Rafael desperdiçando suas cobranças. O elogio discreto à atuação para proteger os atletas e o habitual desvio de foco para a arbitragem.
Só que em tempos de VAR e com o acerto no lance mais polêmico – gol anulado de Deyverson por impedimento – as reclamações soam até ridículas. Pior ainda a revelação de que pensou em tirar o time de campo. Sem contar o resgate de questões que nada tinham a ver com o jogo, como o julgamento de Moisés, suspenso por quatro partidas.
Nenhuma surpresa para quem até hoje não assume nenhum equívoco na maior derrota da carreira. Sim, os 7 a 1 que hoje são relativizados e tratados como um acidente. Mesmo com Scolari recebendo as informações dos observadores Roque Júnior e Alexandre Gallo sobre a força do meio-campo alemão e a sugestão de congestionar o setor, ainda mais com o peso das ausências de Thiago Silva e Neymar.
Felipão não admite o erro em 2014 de abrir a seleção com Bernard, assim como não reconhece que o Palmeiras hoje poderia e deveria entregar muito mais desempenho. É a autoblindagem sem um pingo de coerência que conta com a cumplicidade do silêncio de muita gente, inclusive jornalistas.
O fato é que quando as equipes de Scolari não conseguem o resultado positivo o que fica é quase nada. Pior para o elenco mais qualificado e subaproveitado do país.
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