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André Rocha

A bela noite do Flamengo de Juan que encerrou a invencibilidade do Cruzeiro

André Rocha

27/04/2019 23h21

Abel Braga confirmou os titulares na estreia do Flamengo no Brasileiro. O desafio no Maracanã contra o Cruzeiro, um dos favoritos ao título em potencial, justificava a seriedade. Até porque o confronto decisivo com o Peñarol pela Libertadores só acontecerá no dia 8 de maio.

E o Maracanã viu um time intenso e ligado em campo. Nem apatia, nem pilha errada. Ainda com os problemas coletivos para trabalhar com bola no chão na maior parte do tempo com Gabriel Barbosa pela direita e Bruno Henrique no centro de ataque que abre espaço para De Arrascaeta à esquerda. Mas ganhando força nas jogadas aéreas e presença de área.

Como no gol de empate, com Bruno Henrique completando cruzamento de Everton Ribeiro pela esquerda. Tocando de cabeça e depois conferindo quase sobre a linha. Típico de centroavante. Na virada, sim, uma bela combinação com parede de Gabriel, passagem de Arão e o passe para trás achando Bruno Henrique. Quase um triplete em contragolpe iniciado pelo camisa nove pela direita, chute do artilheiro da noite e gol de Gabriel no rebote. De novo as individualidades resolvendo.

Foi a senha para Abel Braga colocar Juan em campo com tranquilidade para se despedir do futebol. Muita emoção no estádio, apesar do acidente com Rodrigo Caio no último lance que assustou todo mundo, mas não parece ter consequências graves. Melhor assim.

Pior para o Cruzeiro, que novamente respeitou demais o adversário. Se defendeu em duas linhas de quatro compactas, mas abdicou do jogo em vários momentos se limitando ao trabalho sem bola. Faltava rapidez de Rodriguinho e Fred, os mais adiantados no 4-2-3-1 de Mano Menezes, para acionar os ponteiros Marquinhos Gabriel e Pedro Rocha.

Na primeira que passou por Fred e chegou a Pedro Rocha infiltrando em diagonal saiu o primeiro gol do jogo. Não abateu o Fla porque o empate veio rápido. E o time mineiro voltou a recuar, só atacando depois de levar a virada. Muito pouco para um trabalho longevo e elenco talentoso e homogêneo. Algo para repensar se quiser ser forte também nos pontos corridos. É preciso buscar protagonismo também como visitante.

Perdeu a invencibilidade de 22 partidas e foi mero coadjuvante em uma bela noite rubro-negra que precisa se repetir mais vezes. No Brasileiro e, principalmente, na Libertadores. O time deve isso ao seu torcedor.

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.