Grêmio 4x5 Fluminense - Viva a "pelada randômica" em Porto Alegre!
Este blogueiro já torceu muito o nariz para jogos com placares incomuns no futebol brasileiro e no exterior tratados como grandes espetáculos pela quantidade de gols. Porque, a rigor, com exceção de um Santos 4×5 Flamengo de 2011 e outros poucos que de fato foram de ótimo nível, as partidas eram recheadas de erros defensivos, individuais e coletivos. Só por conta do demérito dos times é que se tornavam eletrizantes. Verdadeiras peladas divinizadas pelo "lá e cá", pela imprevisibilidade, pelo placar "randômico".
Mas agora, diante de tantos jogos de nível técnico e tático que beiram a indigência no Brasil, com equipes que se organizam para se defender e se fazem um gol se fecham ou se sofrem levam o jogo todo penando para criar alguma coisa, normalmente recorrendo a cruzamentos e mais cruzamentos em busca do empate salvador, devemos celebrar o diferente. Abrir o sorriso largo quando a partida proporciona alguma diversão e emoção além da nossa régua que dificilmente eleva o nível.
Foi o caso de Grêmio 4×5 Fluminense em Porto Alegre. Times de Renato Gaúcho e Fernando Diniz. Que gostam da bola e do ataque, mas com suas equipes em vários momentos deixando espaços demais entre os setores, expondo os defensores porque os companheiros saíam para fazer a pressão no campo adversário e, quando ultrapassados, demoravam a voltar ou marcavam "com os olhos".
Falhas individuais, como a do goleiro Julio César perdendo a bola para Luciano no segundo gol do Fluminense, o do 3 a 2 para o Grêmio no primeiro tempo. Mas também belas jogadas, com as tabelas de Jean Pyerre com Maicon e André no terceiro do time gaúcho. Deixando claro que os times precisam de muitos ajustes, mas também que devemos desfrutar de Everton Cebolinha, autor do segundo gol, e Pedro, que saiu do banco e anotou o seu de pênalti. Talentos acima da média do futebol jogado no Brasil que, infelizmente, não devem ficar muito tempo por aqui.
Nas redes sociais, um fenômeno também curioso: Fernando Diniz parecia que já estava desempregado quando o Grêmio fez 3 a 0, com direito às piadas de sempre sobre posse de bola, goleiro que joga com os pés, etc. Inclusive de colegas, um tanto ansiosos para decretar o fracasso do treinador e do Fluminense que, se perdesse, ocuparia a lanterna do Brasileiro. Como se o Grêmio de Renato também não gostasse de controlar o jogo com a bola. Foram obrigados a guardar o discurso para uma outra oportunidade.
Este que escreve, por dever de ofício, assistiria ao jogo de qualquer forma. Mas os 90 minutos desta vez não deram a sensação de uma hora e meia de vida perdida como tantas e tantas partidas em campos brasileiros. Melhor assim. Em tempos de crise, vamos celebrar a santa "pelada randômica" na Arena do Grêmio!
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