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André Rocha

Botafogo "à brasileira" vence Fluminense, mas sem abrir mão de jogar

André Rocha

11/05/2019 18h14

Sem Aírton e Bruno Silva, Fernando Diniz apostou em uma formação apostando na técnica: Allan, Daniel e Ganso no meio-campo, Pedro de novo entre os titulares na frente e Yony González fazendo a função de Everaldo, bem aberto pela esquerda. Do lado oposto, Gilberto atacando na ponta e Luciano trabalhando mais por dentro.

Com posse e pressão pós-perda, o Fluminense empurrou o Botafogo de Eduardo Barroca para o campo de defesa. O time alvinegro tentava compactar os setores na execução do 4-1-4-1, sofria em alguns momentos pela baixa intensidade do trio Gustavo-Cícero-Alex Santana por dentro e por recuar demais os ponteiros Erik e Rodrigo Pimpão acompanhando os laterais tricolores, o que fazia a equipe perder velocidade na transição ofensiva.

Mas nunca abrindo mão de tentar jogar. Saída com bola no chão muitas vezes, mesmo abafado. Louvável, principalmente pelo menor tempo de trabalho com Barroca em relação ao rival. Não por acaso, no Brasileiro só fica atrás do Flu em posse e acerto de passes.

Por isso a vitória "à brasileira", a terceira seguida na competição. Se adaptando ao contexto, como Barroca pretende e vem reforçando nas entrevistas. Com 40% de posse e trocando apenas 258 passes contra 470. O Botafogo finalizou só nove vezes, três no alvo. Mas foi certeiro na descida do bom e jovem lateral Jonathan pela esquerda. Centro preciso na cabeça de Alex Santana, o substituto do lesionado João Paulo, que pisou na área para decidir o bom clássico no Maracanã que merecia um publico maior que os 24.600 presentes.

O camisa dez alvinegro, na sequência, ainda perderia livre à frente do goleiro Rodolfo e Diego Souza isolou de canhota dentro da área. Duas chances cristalinas desperdiçadas que costumam cobrar caro em jogos parelhos. O Flu até conseguiu ir às redes com Matheus Ferraz, mas o árbitro de vídeo foi preciso ao assinalar impedimento de Pedro e colaborar com a confusa arbitragem de Marcelo Aparecido de Souza.

Não foi uma grande atuação, principalmente porque o time foi obrigado pelo oponente a sair da proposta de jogo que vem sendo desenvolvida pelo novo treinador. Mas o primeiro triunfo em clássico no ano faz subir na tabela e transfere ainda mais confiança para consolidar ideias. Tudo que Barroca e o Botafogo precisam.

(Estatísticas: Footstats)

 

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.