A terra arrasada que espera por Vanderlei Luxemburgo no Vasco da Gama
Vanderlei Luxemburgo foi anunciado como o novo treinador do Vasco da Gama depois de 557 dias sem trabalhar. Na apresentação em São Januário, muita empolgação e a promessa de recuperação da equipe na temporada.
No entanto, por conta de compromissos particulares, inclusive o lançamento de sua marca de cachaça, adiou a estreia para o jogo contra o Avaí em São Januário no próximo domingo, dia 19. Mas esteve presente em um camarote do Pacaembu para observar o time. Difícil compreender…
Intencionalmente ou não, livrou-se de um duelo complicado, contra o Santos de Jorge Sampaoli. Com Marcos Valadares ainda interino no comando, os cruzmaltinos levaram um passeio. Os 3 a 0 saíram bem baratos. Foram 23 finalizações, 11 no alvo, e 58% de posse de bola dos santistas.
Muitas chances desperdiçadas além dos gols de Diego Pituca, Rodrygo e Soteldo. Criadas pelo time paulista ou proporcionadas por atuações constrangedoras da equipe carioca, inclusive do goleiro Sidão – o que não justifica, obviamente, a falta de empatia na entrega de um prêmio ao goleiro de "craque do jogo" que já virou piada pelo voto debochado de internautas.
Mesmo com linha de cinco na retaguarda, o Vasco cedeu espaços demais e foi lento nas transições defensiva e ofensiva. Ainda isolou Maxi López à frente da linha de quatro no meio formada por Rossi, Raul, Lucas Mineiro e Marrony.
Não melhorou muito desfazendo o 5-4-1 com as entradas de Andrey, Valdívia e Bruno César nas vagas de Luiz Gustavo, Rossi e Raul. Ainda teve Danilo Barcelos expulso no final, depois de sofrer demais durante toda a partida contra Rodrygo, Sánchez, Victor Ferraz, Jean Mota e quem mais apareceu no setor esquerdo da frágil defesa vascaína.
Não há qualidade, nem confiança. Apesar da ótima campanha com vice-campeonato na Copa de São Paulo, os meninos vindos da base não parecem prontos para assumir tamanha responsabilidade e os mais veteranos não conseguem liderar uma virada. A lanterna do campeonato somando apenas um ponto, mesmo com apenas quatro rodadas, já é preocupante para um clube de tantas glórias, mas que desceu três vezes ao inferno da Série B nos últimos dez anos.
Porque além de todos os problemas táticos e técnicos – heranças do trabalho sem legado de Alberto Valentim e nenhuma evolução com Valadares, com a exceção da vitória sobre o Santos por 2 a 1 que não impediu a eliminação na Copa do Brasil -, a baixa autoestima de um elenco contestado é evidente. Sem contar as dificuldades financeiras para manter a folha de pagamento em dia e as turbulências políticas no clube.
É terra arrasada o que espera por Luxemburgo. Um cenário que vai precisar do melhor trabalho do treinador veterano em muitos anos. Superior ao no Grêmio em 2012, com a terceira colocação no Brasileiro. Será que ele ainda é capaz?
(Estatísticas: Footstats)
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