Tottenham x Liverpool: descanso para abastecer a "loucura" na grande final
O Barcelona de Pep Guardiola foi o melhor time que este que escreve viu em ação nas quase quatro décadas acompanhando futebol. Com a versão mais próxima da perfeição na temporada 2010/11, mesmo sem a tríplice coroa. Perdeu a Copa do Rei em abril para o Real Madrid, confirmou o título espanhol na penúltima rodada em 15 de maio de 2011 e decidiu a Liga dos Campeões no dia 28.
Treze dias com todos os jogadores disponíveis e a mente limpa para se preparar ajudaram muito a viabilizar a grande atuação de toda "Era Guardiola" nos 3 a 1 sobre o Manchester United em Wembley. Descansado, focado e no auge, o time de Messi, Xavi e Iniesta era mesmo imbatível.
Agora o calendário aponta 19 dias de descanso para Tottenham e Liverpool entre a rodada derradeira da Premier League e a final da edição 2018/19 no Wanda Metropolitano, em Madrid. Depois de uma sequência maluca de jogos decisivos, principalmente para os Reds que lutaram ponto a ponto pelo título nacional com o bicampeão Manchester City.
Tempo para recuperar lesionados, como Roberto Firmino no Liverpool e Harry Kane, lutando contra o tempo para ao menos ficar no banco no grande jogo da história do Tottenham após uma lesão nos ligamentos do tornozelo esquerdo. Também para Jurgen Klopp e Mauricio Pochettino estudarem ainda mais o oponente depois dos duelos pela liga, ambos vencidos por 2 a 1 pelos Reds. Treinadores com fome em busca do primeiro título em seus clubes.
Mas a pausa longa para os padrões do apertado calendário na Inglaterra aumenta mesmo é a expectativa por uma decisão de ritmo ainda mais alucinante, com intensidade máxima e ímpeto ofensivo das equipes. Ainda que a tensão natural em uma disputa com tanto em jogo tire um pouco da naturalidade, é difícil imaginar os times tão cuidadosos a ponto de negar os próprios instintos.
Coragem que construiu as duas grandes viradas das semifinais mandando Barcelona e Ajax para casa. Ampliando a lista de grandes remontadas desta edição do torneio continental. Consagrando herois improváveis como Origi, Wijnaldum e Lucas Moura. Emocionando ainda mais quem ama este esporte inigualável na imprevisibilidade.
Que Liverpool e Tottenham aproveitem cada minuto para abastecer a "loucura" típica da Premier League e protagonizar uma final histórica da Champions. Muito provavelmente sem o primor estético do Barça de Pep, mas com a fúria dos que buscam um grande título depois de anos sem conquistas. O primeiro dia de junho promete demais!
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