Pênalti descomplica estreia porque seleção ganhou espaços e confiança
Este que escreve não teria sequer convocado Fernandinho para a Copa América. Muito menos escalado de início na estreia contra a Bolívia no Morumbi. Com Arthur no banco, Allan seria a opção natural do blogueiro.
Mas atribuir as dificuldades brasileiras no primeiro tempo à presença do meio-campista do Manchester City pela escalação de dois volantes contra um adversário frágil na prática não faz muito sentido. A velha confusão entre posição e função. Porque Arthur, o titular, não é um meia com instinto de se juntar a Philippe Coutinho e ao trio de ataque. A rigor, ultrapassa a linha da bola e procura espaços entre a defesa e o meio-campo adversário menos que Fernandinho.
Além da tensão pelo jogo de abertura em um torneio disputado em casa e com obrigação de título ou boa campanha, o que atrapalhou a equipe de Tite foi a execução ruim de uma proposta complexa: laterais Daniel Alves e Filipe Luís atacando mais por dentro, os pontas Richarlison e David Neres abertos, mas atentos aos espaços deixados pela movimentação de Roberto Firmino para as infiltrações em diagonal.
Sem espaços contra uma Bolívia fechada que deixava apenas Marcelo Moreno isolado e perdido entre Marquinhos e Thiago Silva, a seleção pecava por afunilar os ataques e/ou esvaziar a área adversária quando os pontas – destro pela direita e canhoto à esquerda – conseguiam chegar ao fundo.
Só ameaçou em bolas paradas com Marquinhos e Thiago Silva na "blitz" brasileira nos primeiros minutos, aproveitando a forte pressão depois da perda da bola e a torcida ainda quente. Apesar do estádio com pouco mais de 46 mil presentes – decepção em jogo oficial da seleção, mas compreensível pelo preço médio acima de 400 reais.
Depois esfriou e no intervalo vaiou. Na volta nem deu tempo de amornar, porque o pênalti marcado por Nestor Pitana no chute de Richarlison no braço aberto de Jusino, com auxílio do VAR e convertido por Coutinho, descomplicou tudo. Deu espaços e confiança para Firmino aparecer pela direita e colocar na cabeça do mesmo Coutinho, enfim pisando na área no tempo certo, para encaminhar a vitória.
Depois foi controle pela posse, que terminou em 70%, e mais intensidade e oxigênio na frente com Willian, Gabriel Jesus e Everton Cebolinha, que aproveitou a defesa aberta para marcar o terceiro em sua jogada característica: corte para dentro e finalização forte. 3 a 0 com 19 finalizações a quatro, mas só cinco no alvo. Pode melhorar.
Serenidade e alívio no apito final. Agora é buscar soluções para sofrer menos diante de linhas compactas na frente da área adversária. O primeiro tempo preocupou, mas não por causa de Fernandinho.
(Estatísticas: Footstats)
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