Brasil nas semifinais confirma virtudes e defeitos. Sem o gol cedo complica
A pressão inicial na Arena do Grêmio não terminou em gol brasileiro. Duas finalizações de Roberto Firmino em quatro minutos pareciam um bom presságio, mas o Paraguai de Eduardo Berizzo se assentou no jogo. Compactando duas linhas de quatro e bloqueando as laterais, com Iván Piris e Hernán Pérez pela direita e Alonso e Arzamendia à esquerda.
Na frente, Almirón com liberdade e Derlis González improvisado no centro do ataque para tentar acelerar e explorar os espaços às costas da defesa brasileira. Mas também arriscando pressão no campo de ataque para tornar desconfortável a construção das jogadas brasileiras desde os zagueiros.
A proposta ofensiva brasileira tinha Everton bem aberto pela esquerda, Gabriel Jesus buscando as diagonais partindo da direita, Coutinho tentando encontrar espaços às costas do meio-campo adversário. Arthur e Allan, a novidade como substituto do suspenso Casemiro com a lesão de Fernandinho, alternando no apoio e na proteção da defesa. De positivo, a concentração na transição defensiva, dificultando os contragolpes do oponente.
Daniel Alves começou muito bem como lateral construtor, mas foi empilhando jogadas erradas. O capitão, mais experiente. Paradoxalmente o primeiro a começar a sentir o peso do tempo passando e da solidez defensiva dos paraguaios que dificultava a já complicada criação de espaços com a circulação da bola. Foram apenas quatro finalizações no primeiro tempo. A mais perigosa, porém, foi paraguaia: de Derlis completando cruzamento da esquerda que Alisson salvou.
A segunda etapa foi uma montanha-russa de emoções. Com Alex Sandro no lugar de Filipe Luís, o setor esquerdo ganhou intensidade. Tite colocou Willian na vaga de Allan e a seleção passou a chegar ao fundo pela direita. A falta de Balbuena em Firmino, depois de boa jogada de Jesus, que estava mal no jogo, não terminou no pênalti marcado inicialmente e anulado com o auxílio do VAR, condicionou o jogo com a expulsão do zagueiro paraguaio.
Só que também gerou uma pane mental, muito comum entre os brasileiros na adversidade. O 4-4-1 guardando a meta de Gatito Fernández foi aumentando a ansiedade a cada minuto. De novo confundindo velocidade com pressa. Muitos erros de passes, mesmo com 70% de posse. Mas ao mesmo tempo, com o cansaço do oponente pelo homem a menos, as chances começaram a ser criadas em profusão.
Abafa no final com Lucas Paquetá no lugar de Daniel Alves. Bola na trave com Willian, defesas de Gatito e nada menos que 17 finalizações em 45 minutos. Seis no alvo. Não foi o suficiente para evitar a decisão por pênaltis. Traumática pelas eliminações em 2011 e 2015. Mas Gatito, famoso pegador no Botafogo, não defendeu nenhum. Firmino bateu para fora.
Assim como Derlis González. Alisson fez a diferença no início da disputa, pegando a cobrança de Gustavo Gómez. Caiu nos pés de Gabriel Jesus o pênalti decisivo. Depois de perder contra o Peru. Foi na contramão, errando quando a pressão era nenhuma com 5 a 0 no placar e foi gelado e preciso na hora de decidir.
Semifinal contra Venezuela ou Argentina no Mineirão. Por incrível que pareça, o contexto indica que, em tese, é melhor enfrentar Messi e seus companheiros do que encarar outra retranca. Porque o Brasil confirmou virtudes e defeitos e continua dependendo de um gol no início para descomplicar a vida e evitar o pânico na Copa América em casa.
(Estatísticas: Footstats)
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