Peru manda Uruguai para casa e vira a "zebra". Nada é definitivo no futebol
O jogo na Fonte Nova foi de baixíssimo nível técnico. Muitos erros de passe, condicionados também pelos eficientes sistemas defensivos e outro gramado ruim. Faltou novamente ao Uruguai a criatividade, por dentro e pelos flancos. A ausência de Laxalt pela esquerda pesou muito na equipe de Óscar Tabárez.
Ainda assim, Suárez, Cavani e Godín tiveram chances cristalinas, sem contar os gols anulados da dupla de ataque e de Arrascaeta. Camisa dez que era a chama criativa, mas vivendo de espasmos, uma constante na carreira do meia do Flamengo. Acende e apaga. Serve um passe para finalização, mas depois some da partida. Baixíssima intensidade, pouca mobilidade. A julgar pelo que Jorge Jesus quer neste início de trabalho no time rubro-negro, a adaptação não será simples.
Já Trauco voltará ao Rio de Janeiro mais tarde e por cima. Se não for negociado antes, claro. Bom desempenho no torneio, inclusive no trabalho defensivo que costuma ser o ponto fraco. Dentro do 4-1-4-1 que tirou velocidade da transição ofensiva com Guerrero isolado e, eventualmente, Cueva se aproximando. Mas compactando setores e guardando a meta de Gallese com muita entrega e concentração máxima. Trocando muitos passes no campo de defesa, o que garantiu a superioridade mínima na posse: 51%;
Foram nove finalizações uruguaias, três no alvo. Três peruanas, nenhuma na direção da meta de Muslera. Mas a eficiência da seleção comandada por Ricardo Gareca foi máxima na decisão por pênaltis. Sobrou para Suárez, na primeira cobrança da série, o papel de vilão. Logo o maior artilheiro da história da Celeste. Defesa de Gallese, fim do sonho, volta para casa.
Aos que detonaram o Peru depois dos 5 a 0 impostos pelo Brasil, este blog reforça: gol no início hoje muda tudo. Condiciona o jogo, abre espaços, abala o ânimo de quem sofre. A falha de Gallese no gol de Firmino pavimentou o caminho para a goleada.
Julgamentos definitivos no futebol já são perigosos, com o nivelamento de hoje então…E o Chile, depois do vexame nas eliminatórias e o vacilo de poupar titulares contra o próprio Uruguai na fase de grupos, vira favorito à vaga na sua terceira final sul-americana consecutiva. Mas nem tanto. Convém respeitar a "zebra" entre os semifinalistas.
(Estatísticas: Footstats)
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