Brasil campeão, mas com sofrimento. São os tempos do equilíbrio
A final no Maracanã foi a última prova de que os 5 a 0 sobre o Peru em Itaquera havia sido uma ilusão. Decisão dura, equilibrada. Com o Peru criando problemas no início adiantando e pressionando a marcação, dificultando a saída de bola brasileira.
A resposta brasileira foi o equilíbrio emocional, apesar da tensão natural de uma final em casa com favoritismo. No primeiro ataque bem engendrado, o drible de Gabriel Jesus em Trauco e passe para gol de Everton. Falhas dos laterais peruanos: Trauco que foi ultrapassado com facilidade e Advincula no posicionamento.
A desvantagem com 15 minutos, porém, não desarticulou os peruanos. Mantiveram a proposta do 4-1-4-1 com Cueva dando opção para Carillo e Flores pelos flancos buscando as tabelas e Guerrero fazendo o trabalho de pivô. O problema era Trauco na última linha de defesa. Sendo driblado por Gabriel Jesus e perdendo pelo alto para Firmino na segunda finalização brasileira, cabeçada por cima.
Disputa parelha até o pênalti cometido por Thiago Silva. Difícil avaliar a infração, já que o critério agora é não ter critério. A arbitragem marca quase aleatoriamente. Desta vez a impressão que ficou é de que as reclamações dos argentinos, especialmente de Messi, pesaram na decisão. Paolo Guerrero bateu bem e Alisson foi buscar a bola em suas redes pela primeira vez na Copa América.
Ir para o intervalo com o empate poderia ter um impacto grande no aspecto mental, mas pouco antes do apito final Firmino efetuou desarme perfeito sobre Yotun e Arthur serviu Gabriel Jesus. Um dos personagens da reta final da competição. Dois gols e duas assistências nas últimas duas partidas. Também a expulsão que complicou tudo na segunda etapa. Outro exagero da arbitragem.
Tite trocou Firmino por Richarlison para acelerar contragolpes. Coutinho foi para o lado direito, mas já estava desgastado para executar a função acompanhando Trauco. Também pelo individualismo do meia ao longo da partida, forçando dribles e finalizações quando o passe era o mais indicado. Militão entrou como lateral-zagueiro pela direita e adiantou Daniel Alves, que segurou bolas importantes na frente com técnica e experiência. O craque da Copa América aos 36 anos, com inteira justiça.
No final, a compensação do fraquíssimo trabalho do chileno Roberto Tobar. Everton arrancou da esquerda para dentro em disputa normal com a defesa adversária. Caiu na área peruana, pênalti marcado e confirmado mesmo depois do auxílio do VAR. Este que escreve nada marcaria. Richarlison tirou de Gallese e foi a senha para o início da festa.
O Brasil de Tite foi líder em posse de bola, passes certos e cruzamentos precisos. Ataque mais positivo com 13 gols, sofreu apenas um. Só uma finalização abaixo da Argentina. Não teve brilho no desempenho geral, mas é inegável que foi a melhor seleção da competição. Como já havia sobrado nas eliminatórias, com jogos de ida e volta que deixam a superioridade mais clara.
Os empates com Venezuela e Paraguai e os jogos duros, com exceção da vitória protocolar sobre a Bolívia na estreia e da goleada "mentirosa" na fase de grupos, são o reflexo dos tempos do equilíbrio no futebol mundial, especialmente no universo das seleções. É se acostumar ou reclamar eternamente. A seleção de Tite comemora a taça e a paz para a sequência do trabalho.
(Estatísticas: Footstats)
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