Ao forçar saída do PSG, Neymar segue firme no "suicídio" de reputação
É comum ouvir ou ler por aí o termo "assassinato de reputação". Fenômeno muito presente nas redes (anti) sociais e prática corriqueira também em disputas políticas ou comerciais. Ao invés de se debater argumentos e pontos de vista, o interlocutor é desumanizado e atacado violentamente em seu caráter para desqualificar qualquer narrativa que parta dele.
Mas há também o "suicídio" de reputação. Quando alguém parece fazer tudo errado na gestão da própria imagem para atrair críticas e virar a opinião pública contra si. No meio do futebol nenhum personagem parece mais "craque" em se queimar do que Neymar.
Ao não comparecer à reapresentação do elenco do Paris Saint-Germain e anunciar que não deseja permanecer para a temporada 2019/20, o brasileiro dá início a novo processo litigioso e desgastante de mudança de clube. Foi assim do Santos para o Barcelona por conta da "complexidade" da negociação, depois do clube catalão para o PSG saindo pela porta dos fundos e com o rótulo de traidor e egoísta por desejar atuar em outro clube e disputar com Messi as principais premiações individuais.
Agora quer deixar Paris e levar staff, pai e "parças" para outro canto da Europa. Talvez um retorno a Barcelona. Leonardo, o novo diretor de futebol do clube francês, fala em "negócio positivo para todas as partes". Por enquanto, o jogador vai sendo descontado por suas faltas em multa por desobediência ao código de ética do clube. E parece claro que a maior contratação da história não sairá sem uma robusta contrapartida financeira.
Neymar dá a impressão de nutrir uma convicção de que, por ser um talento raro em campo e uma imagem que continua vendendo qualquer produto no planeta, sua reputação ficará intocada. Mesmo provocando colegas de profissão com dribles humilhantes e improdutivos, exagerando nas faltas recebidas, discutindo com companheiros e árbitros, polemizando na imprensa por conta de qualquer crítica e, principalmente, se negando a cumprir contratos e acordos. Sem contar as questões particulares que também alimentam o ciclo.
Potencializando uma antipatia mundial, mesmo ainda com bom trânsito entre outras estrelas dos esportes e gestos de generosidade, calculados ou não, com torcedores, especialmente as crianças. O imbróglio com o PSG é mais um capítulo de uma carreira controversa e que até aqui não entregou o que prometia em desempenho. Muito por claramente ser mal assessorado e orientado. Maculando a imagem em um "suicídio" de credibilidade. Como se fosse o seu pior inimigo.
Um dia a conta chega. Ou já chegou e estamos testemunhando o declínio do grande craque brasileiro nesta década. Uma lástima.
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