Grêmio na semifinal é vitória do tempo de trabalho e do talento de Everton
O primeiro tempo no Pacaembu foi de "Todo Mundo em Pânico". Palmeiras e Grêmio pilhados demais com o peso do jogo valendo vaga na semifinal da Libertadores. Não exatamente com violência ou reclamações com a arbitragem, mas muitos erros de tomada de decisão.
Falha de Paulo Victor no gol de Luiz Adriano na sobra da cobrança de escanteio de Dudu pela direita. Talvez ainda sob efeito da catarse por ampliar a vantagem construída em Porto Alegre, o quase sempre sólido sistema defensivo do time de Luiz Felipe Scolari assistiu à bola lançada por Jean Pyerre que encontrou Everton no gol de empate.
Mal deu tempo para o Palmeiras despertar. Everton partiu da meia esquerda para dentro driblando quem aparecia na frente até adiantar, Luan vacilar bisonhamente e, no rebote da saída atabalhoada de Weverton aos pés do Cebolinha, a virada com Alisson.
Nem assim a equipe de Renato Gaúcho se tranquilizou. Porque tinha uma "granada sem pino" em campo: o goleiro Paulo Victor, com falhas inacreditáveis, especialmente na saída da meta. Willian acertou a trave e o time mandante ainda teve duas boas oportunidades em um total de dez finalizações, quatro no alvo.
Domínio palmeirense, mas apressado. Definindo a jogada muito rapidamente e sentindo a ausência de Felipe Melo pela liderança e a qualidade no passe que Thiago Santos não tem. O Grêmio tentava compensar os problemas defensivos, ou de seu goleiro que Geromel e Kannemann minimizavam, com posse de bola e também a catimba que foi uma das armas palmeirenses na ida. Mesmo sem Maicon, lesionado e substituído por Romulo.
Felipão trocou Willian por Deyverson na volta do intervalo. Mantendo o 4-2-3-1, mas com Dudu centralizado, Luiz Adriano pela direita e Gustavo Scarpa à esquerda. Depois Dudu foi para a direita e Luiz Adriano centralizou. E tome bola na área! Foram onze cruzamentos no primeiro tempo e mais 14 na segunda etapa.
Faltou repertório, mesmo contra um Grêmio que recuava as linhas e insistia nas jogadas individuais de Everton para sair do sufoco. Renato trocou André, que desperdiçou um bom contragolpe, por Pepê para acelerar ainda mais as transições ofensivas. Surpreendentemente, Everton recuou para a função de meia e Jean Pyerre ficou mais adiantado para qualificar o passe acionando a velocidade de Alisson e Pepê nas pontas. Depois Alisson sentiu e Diego Tardelli entrou mantendo o posicionamento pela direita.
Felipão mandou a campo Zé Rafael no lugar de Gustavo Scarpa, mantendo o 4-4-2 e a proposta óbvia de "abafa". Até pela falta de repertório, sem evolução com a troca de Bruno Henrique por Raphael Veiga. Para complicar, um Geromel absoluto por baixo e por cima. Pior ainda os muitos erros de Deyverson no trabalho de pivô.
Inexplicavelmente, o Palmeiras não arriscou chutes de fora da área. Sem maiores ameaças, até Paulo Victor se acalmou e o Grêmio controlou com mais serenidade que nos primeiros 45 minutos e teve algumas chances de ampliar. Foram cinco conclusões no segundo tempo e apenas três na etapa em que marcou os gols da classificação.
A única emoção para o Palmeiras no final foi uma possibilidade de pênalti com auxílio do VAR, mas Nestor Pitana acertou ao não marcar o toque de Rômulo. A dura realidade para o clube que investe tanto é que o time de Felipão foi abaixo do medíocre na segunda etapa e inferior nos 180 minutos.
Eficiência do time com mais tempo de trabalho, personalidade e talento, especialmente de Everton Cebolinha. Renovando peças, mas mantendo a proposta de jogo e o poder de decisão. Na terceira semifinal de Libertadores consecutiva. Especialista em mata-mata, perto também da final da Copa do Brasil. Mais uma jornada histórica da equipe de Renato Gaúcho.
(Estatísticas: Footstats)
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