Flamengo vence no talento que sobra, mas Santos deixa boas lições coletivas
Velocidade, dribles e quase um golaço de Bruno Henrique no segundo tempo, jogadas mágicas de Everton Ribeiro que compensaram a pouca inspiração do desgastado De Arrascaeta, os passes sempre objetivos de Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís, a onipresença de Gerson no meio-campo com o auxílio luxuoso de Willian Arão, a grande recuperação do trabalho de Jorge Jesus até aqui.
Acima de tudo, o gol antológico de Gabriel Barbosa encobrindo Everson após belo lançamento de Everton Ribeiro. O Flamengo venceu no Maracanã à base do talento que vem sobrando no Brasileiro. Não que Jorge Jesus não tenha enorme mérito na liderança isolada fechando o primeiro turno do Brasileiro. O trabalho do treinador português é excelente para quase três meses, mas está no começo.
Jorge Sampaoli está no Santos desde o início de 2019 e a equipe paulista mostrou ligeira superioridade na força coletiva ao longo dos 90 minutos. Mesmo exagerando nas faltas no início, principalmente sobre Bruno Henrique, e depois nas reclamações contra a arbitragem, aditivada pelos surtos do técnico argentino à beira do campo.
A escolha do técnico foi pelo 4-3-3 com Luan Peres, a surpresa na escalação, na lateral esquerda. Jorge foi adiantado para o meio-campo, alinhando com Carlos Sánchez à frente de Alison. No ataque, Marinho pela direita com Sasha e Soteldo, o melhor santista dando trabalho para Rafinha e Rodrigo Caio. Organização, intensidade, volume de jogo.
Mantidos durante toda partida, mesmo com as entradas de Felipe Jonatan, Cueva e Uribe. O elenco tem limitações, mas é homogêneo. Fruto de um trabalho mais consolidado. Simbólico que Jorge Jesus tenha esperado 37 minutos do segundo tempo para trocar De Arrascaeta por Berrío e aos 44 tirar Filipe Luís e colocar Renê. Talvez por ainda não confiar plenamente nas opções e temer desorganizar ou criar um elo fraco na equipe que se ajustou rapidamente sem Cuéllar.
A intensidade da disputa com espírito de decisão fizeram as equipes errarem mais que o habitual. Sessenta e um passes errados do Fla, quarenta e sete do Santos, que terminou com mais posse: 52%. Faltou a contundência. Apenas sete finalizações, nenhuma no alvo. Os rubro-negros também não foram muito eficientes: de doze finalizações, só duas na direção da meta de Everson.
O detalhe decidiu: passe errado de Sasha que parou nos pés de Everton Ribeiro e do meia para Gabriel ir às redes pela 16ª vez na competição, trigésima na temporada que já é a melhor da carreira. A comemoração apoteótica foi mais uma prova da simbiose da torcida com o atacante. Também com o time e com o treinador, ovacionado no apito final.
Mas é preciso evoluir como equipe. Em alguns momentos falta fluência na frente. Assim como a saída de bola fica insegura quando bem pressionada e Diego Alves apelou algumas vezes para o chutão, devolvendo a bola para o adversário. Por outro lado, a pressão na frente rendeu alguns bons contragolpes que poderiam ter aumentado a vantagem. Sem contar as variações táticas, com Bruno Henrique começando na ponta, depois passando para o ataque revezando com Gabriel e Everton Ribeiro circulando por todo campo.
A boa notícia para o líder do Brasileiro é que setembro não é mês para o time atingir o auge. Cada partida é um aprendizado e o Santos, disparado o adversário mais competitivo desta sequência de seis vitórias no campeonato por pontos corridos, deixa boas lições coletivas que podem ser muito úteis mais à frente, especialmente na Libertadores.
O jogo foi grande e a resposta do Flamengo, que falhou tantas vezes em situações semelhantes, foi concentração e espírito de final. Sem contar o talento, sempre fundamental.
(Estatísticas: Footstats)
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