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André Rocha

River vence superclássico com atuação de campeão e candidato ao bi

André Rocha

01/10/2019 23h36

O Monumental de Nuñez viu mais uma atuação sólida, de manual de time mandante, do River Plate de Marcelo Gallardo. Já uma equipe histórica pelas conquistas recentes, desde a Sul-Americana de 2014. Com um modelo de jogo mais que assimilado, mudando peças e mantendo o desempenho, especialmente em jogo grande.

Intensidade e concentração absurdas no início, mantidas depois de abrir vantagem com o pênalti sofrido e convertido por Borré aos sete minutos. O 4-1-3-2 com qualidade na saída de bola que tem Enzo Pérez, um meia de origem, adaptado como volante e dando suporte a Palacios mais centralizado e De La Cruz e Ignácio Fernández alterando pelos flancos na linha de meias. Na frente, Borré e Matías Suárez jogando no limite da última linha de defesa e prendendo os laterais do adversário.

O Boca Juniors decepcionou na ida do superclássico para o nível tradicional do time xeneize em partidas decisivas de Libertadores e considerando que é o líder do Argentino. Talvez pela tensão de saber que a equipe atual, comandada por Gustavo Alfaro, não tem o nível de trabalho nem a cultura de vitória do grande rival no mata-mata. Tentou se fechar em um 4-1-4-1 que viveu das bolas longas de Mac Allister para Ábila e não definiu na melhor chance, de Capaldo livre pela esquerda e batendo por cima da meta de Armani. O meia pela esquerda ainda seria expulso nos acréscimos, desfalcando a equipe já fragilizada na volta, dia 22 na Bombonera.

Na combinação entre Ignácio e Suárez, o gol do meia que fez os 2 a 0 mais condizentes com o domínio do atual campeão sul-americano. O Boca só buscou o ataque mesmo depois de sofrer o segundo gol, com Tévez, Salvio e Zárate. Sem criar grandes oportunidades e cedendo espaços demais aos contragolpes do River. O melhor com Scocco, que substituiu Borré e perdeu grande oportunidade à frente de Andrada. Poderia ter matado o confronto.

Foram 12 finalizações, oito no alvo. Posse de bola que girou em torno de 60% e terminou em 58%. Acima de tudo, uma autoridade de quem sabe o que faz e vem dominando o continente. Favorito para confirmar a vaga na decisão e o que mais vier pela frente na América do Sul.

(Estatísticas: Footstats)

 

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.