Liverpool perde sequência histórica, mas comprova força contra United
Não foi só a ausência de Salah, poupado por problemas físicos. Apesar dos 100% de aproveitamento em oito rodadas da liga e 17 vitórias seguidas contando as nove da temporada passada, o Liverpool não vem jogando bem dentro do próprio padrão de excelência.
Acontece com grandes equipes: a confiança na "receita" de sucesso acaba estagnando a evolução de desempenho. O time de Jurgen Klopp acostumou-se a atacar os adversários apostando na bola roubada no campo adversário, em rápidas inversões de bola para os cruzamentos dos laterais Alexander-Arnold e Robertson ou nas combinações do seu trio de ataque. Origi entrou na vaga de Salah, mas desta vez participou pouco e sobrecarregou Firmino e Mané.
Só apareceu no Old Trafford ao sofrer falta clara de Lindelof e, no contragolpe, passe de McTominay para Daniel James pela direita servir Rashford para vencer Alisson, que retornou à equipe. O VAR observou, mas o árbitro Martin Atkinson preferiu manter a decisão interpretativa do campo confirmando o gol do Manchester United. Um erro "à moda antiga", digamos. Mas a observação objetiva do toque na mão de Mané anulou corretamente o gol dos Reds no final do primeiro tempo.
A vantagem era tudo que queriam os Red Devils para administrar a vantagem dentro da proposta reativa de Solksjaer na execução do 5-3-2 que não teve Paul Pogba no meio-campo, nem Tuanzebe, vetado no aquecimento, como zagueiro pela esquerda. Apesar da necessidade de vitória por conta da fraca campanha: duas vitórias, três empates e três derrotas antes da nona rodada. O técnico-ídolo norueguês estava na corda bamba e apostou tudo na consistência defensiva.
Os alas Wan-Bissaka e Ashley Young esperavam Robertson e Arnold, os três zagueiros – Lindelof, Maguire e Rojo – vigiavam Firmino e as diagonais dos ponteiros. McTominay, Fred e Andreas Pereira cuidavam de Fabinho, Henderson e Wijnaldum. A missão era negar os espaços para que o Liverpool não criasse volume nem acelerasse as transições ofensivas.
Bem sucedida até Klopp começar a trabalhar usando o banco de reservas. Primeiro trocando Origi por Oxlade-Chamberlain, repaginando a equipe num 4-2-3-1. Depois Lallana entrou na vaga de Henderson para jogar pela direita e completar uma inversão bem feita para a assistência de Robertson. Com Keita no lugar de Wijnaldum, o líder absoluto da Premier League dominou e poderia até ter construído no final a virada que seria histórica, igualando o recorde de 18 triunfos consecutivos do Manchester City.
Faltou mais qualidade. Assim como Solksjaer não teve muitas opções para mudar o jogo e só trocou nos minutos finais, tirando Rashford e Pereira e colocando Martial e Williams. O Liverpool pode lamentar o erro de arbitragem que mudou o curso da partida, o United perdeu a chance de tirar a invencibilidade do grande rival histórico. O resultado, porém, não foi ruim para ninguém.
Porque os Reds comprovam sua força. Mesmo sem brilho consegue ser muito competitivo. Foram 68% de posse e dez finalizações contra sete, quatro a dois no alvo. Em um palco tradicionalmente hostil, mas forçando o maior vencedor do Campeonato Inglês a se entrincheirar e reconhecer a inferioridade – refletido nos 15 pontos e nas doze posições de distância na tabela.
Não é pouco. A melhor notícia é que o Liverpool pode e deve melhorar.
(Estatísticas: BBC)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.