O time que se recusa a perder
Os seis titulares escalados de início davam a dimensão da seriedade com que Jorge Jesus tratava o jogo contra o Ceará no Maracanã. Com o time campeão brasileiro depois de um fim de semana mágico e histórico.
Um típico jogo em que a piada seria: "quem passar no teste do bafômetro entra em campo". Uma dispersão, até maior que a demonstrada contra o CSA, quatro dias depois dos 5 a 0 sobre o Grêmio, seria mais que compreensível.
Não para Jorge Jesus, que trocou Reinier – de novo o substituto de Gabriel Barbosa, suspenso – ainda no primeiro tempo. Já com o Ceará vencendo por 1 a 0, gol de Thiago Galhardo, em mais uma falha defensiva de Rodinei. O recado do treinador português era claro: quem não estivesse em condições ou disposto a entregar 100% de esforço estaria fora.
Porque com Jesus não tem refresco. No segundo tempo ainda tiraria Diego, voltando a prender muito a bola em algumas jogadas, para colocar Lincoln na área adversária.
Saindo da referência, Bruno Henrique apareceu como artilheiro. Indo às redes três vezes, chegando a 21 gols e igualando a marca de Zico que Gabriel superou contra o Grêmio, chegando a 22. A disputa pela artilharia do Brasileiro surpreendentemente esquentou.
Vitinho, em ação individual, fechou os 4 a 1. Mas o destaque, além de Bruno Henrique, foi Everton Ribeiro. Impressionante como sempre está em campo, mesmo com um problema no pé que gerou uma tendinite por pisar "torto".
Inesgotável, como esse Flamengo que se recusa a perder. Chegando a 27 jogos de invencibilidade na temporada, 22 na competição nacional. Alcançando os 84 pontos, recorde no campeonato com 20 clubes por pontos corridos.
No final, a comemoração com a taça, medalhas e a torcida em êxtase. Nos últimos anos, o torcedor sofreu tantas vezes com um time que baixava a guarda, se entregava diante da menor dificuldade. "Pecho frio", como dizem os argentinos. "Modo banana", como acabou virando chacota. Derrotas eram encaradas com incrível naturalidade: "perder é normal". O clube devia à torcida algo diferente.
Está pago com juros e correções. Mesmo de ressaca e sem precisar dos pontos, esse Flamengo já lendário é obcecado por vitórias. Não dá trégua, assim como Jorge Jesus. Para ele vale tudo, sempre.
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