Flamengo vira no talento à prova de "zebra" e está na final do Mundial
O primeiro tempo em Doha mostrou que o menosprezo de muitos ao Al-Hilal por conta do jogo do time misto no sábado contra o Esperánce era por pura arrogância e também desconhecimento. Não bastaram as quatro eliminações dos sul-americanos nas últimas dez semifinais do Mundial de Clubes para aprenderem a respeitar mais o futebol jogado em um mundo cada vez mais conectado, com informações circulando e conceitos atuais disponíveis para quem quiser aprender.
A equipe árabe de Razvan Lucescu, armada no 4-2-3-1, tentou emular a estratégia do River Plate contra o Flamengo na final da Libertadores: pressão no homem da bola liderada por Cuéllar, velocidade nas transições ofensivas e força pela direita com Carillo e o lateral Al-Burayk passando no corredor contra Filipe Luís, nem sempre auxiliado sem bola por De Arrascaeta.
Do lado oposto, força também com Al-Shahrani apoiando bem aberto e Al-Dawsari circulando por dentro e procurando Giovinco e Gomis nas costas de Willian Arão e Gerson. Muita intensidade e presença ofensiva.
E o gol muito semelhante ao marcado pelo River em Lima: chegada ao fundo pela direita, passe para trás e finalização no espaço entre defesa e meio. De Al-Dawsari, que havia desperdiçado chance à frente de Diego Alves e Gomis perdendo gol feito no rebote.
Para aumentar a tensão que sempre afeta os sul-americanos, pelo contexto da competição: uma estreia, contra o adversário leve por já ter jogado e tranquilo pela condição de "zebra". Componente emocional que pesou até o final do primeiro tempo.
No entanto, assim como o River, o Al-Hilal não aproveitou o período de domínio e controle para definir a partida. O Flamengo voltou vivo do intervalo e foi crescendo. Bruno Henrique saiu da esquerda, invertendo com Arrascaeta no 4-1-3-2 habitual e foi jogar com Gabriel Barbosa na frente. Marcação adiantada, concentração e circulação de bola mais rápida, principalmente depois da entrada de Diego Ribas na vaga de Gerson, novamente abaixo do rendimento normal e sentindo a marcação de Carlos Eduardo.
E a descoberta do lado direito como o principal escape para chegar à área mais rapidamente. Bola que passou por Rafinha, chegou a Gabriel, que girou e atraiu a atenção da defesa que deixou espaços às costas para Bruno Henrique infiltrar e servir Arrascaeta livre. Enfim o talento floresceu e tudo funciona melhor no time rubro-negro quando esses três se aproximam.
O empate castigou mentalmente o time árabe que já vinha sentindo o desgaste do esforço nos primeiros 45 minutos. E tome bola no Rafinha! O inesgotável lateral de 34 anos disparou para colocar na cabeça de Bruno Henrique, o artilheiro dos jogos grandes. O destaque do futebol brasileiro em 2019 ainda encontrou espaço pela esquerda para receber de Diego e cruzar para Al-Bulayhi marcar contra. O craque do jogo.
Carillo perdeu a cabeça em falta sobre Arrascaeta e foi expulso. A exceção em um time que tentou jogar durante os 90 minutos. Com 43% de posse, finalizou 11 vezes contra nove – cinco a três no alvo. E pressionou no final, mesmo jogando com inferioridade numérica. Para cair de pé e reforçar a nossa necessidade de olhar para outros centros futebolísticos com mais respeito.
Jorge Jesus sabia da força do adversário e não faltou seriedade. Mas sobrou, além do condicionamento físico, a qualidade do campeão brasileiro e da Libertadores para despachar a chance de uma surpresa desagradável e, agora sim, poder pensar na final do Mundial. Amanhã o roteiro esperado depende do Liverpool contra o Monterrey.
(Estatísticas: Footstats)
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