Reinier lembra Raúl e parece mais pronto para Europa que Vinicius e Paquetá
A venda de Reinier para o Real Madrid por cerca de 35 milhões de euros depende apenas de acertos finais e do anúncio oficial. Como o jogador faz 18 anos no dia 19, já pode seguir para a Espanha caso seja a decisão do contratante.
Camisa dez e capitão na seleção sub-17, ficou de fora do Mundial da categoria, mas a serviço do Flamengo nos profissionais fez seis gols e serviu duas assistências em 14 jogos. O que faltava para o gigante espanhol sacramentar o que já vinha se ensaiando há pelo menos três anos.
Uma rápida evolução no time principal que gerou uma precoce convocação para a seleção sub-23 que vai disputar o Pré-Olímpico. Beneficiado, logicamente, pelo ótimo momento do campeão brasileiro e da Libertadores e aproveitando as orientações de Jorge Jesus para se adaptar à uma intensidade de jogo parecida com a que vai encontrar na Europa.
Com direito à bronca do português por "notas artísticas", ou excesso de preciosismo, logo depois do apito final na vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoense na Arena Condá. Encarada com naturalidade e oportunidade de aprendizado. Maturidade que rendeu elogios de Jesus e, mais recentemente, até uma crítica do técnico ao clube brasileiro por cobrar aquém da capacidade do jogador.
Reinier é um típico meia-atacante que joga atrás do centroavante. Mais como dupla na frente do que na meia pelo centro em um 4-2-3-1, por exemplo. Objetivo, inteligente, com boa leitura de espaços e capacidade de definir a jogada com poucos toques. Boa técnica no acabamento das jogadas – finalização e assistência – e intensidade para participar da pressão no ataque logo após a perda da bola. Também aproveita o 1,85 m no jogo aéreo – a destacar o gol de cabeça contra o Bahia no Maracanã, o que iniciou a virada por 3 a 1, concluindo como centroavante o cruzamento de Gabriel Barbosa pela direita.
No estilo e nas características lembra, sem comparar e guardando as devidas proporções, o ídolo do Real Madrid Raúl González. O maior jogador já revelado no clube merengue e justamente o treinador que aguarda Reinier no Real Castilla. Movimentação parecida na aproximação com o centroavante e a personalidade e precisão para decidir.
Por ser mais letal parece mais pronto que Vinícius Júnior. Na objetividade e senso coletivo dá a impressão de estar acima de Lucas Paquetá. Apesar das funções diferentes em relação às duas joias que encheram os cofres rubro-negros recentemente.
Ainda muito a evoluir para um jovem e, óbvio, nada garante o sucesso. Até porque não depende apenas do potencial, o extra-campo conta muito. Mas o Real Madrid, na luta constante com o Barcelona pelos grandes talentos do planeta e escaldado pela perda de Neymar no início da década, parece ter feito um ótimo negócio.
Porque Reinier não é do tipo que vai aprender tudo na Europa. O "estágio" no Flamengo já ensinou algumas coisas que serão muito úteis em Madrid, inclusive levantar taças.
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