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André Rocha

Melhor jogo do Vasco no ano pode não ser suficiente na Sul-Americana

André Rocha

06/02/2020 00h45

Foi a melhor atuação do Vasco de Abel Braga em 2020. Não que signifique muita coisa em um início de temporada que só não é trágico por conta do crime do calendário que já tem o time eliminado na Taça Guanabara quando deveria estar começando a realizar jogos oficiais após um mês de treinamentos.

Ao menos aconteceu justamente no jogo mais importante, estreia da Copa Sul-Americana. O Oriente Petrolero começou se fechando em 5-3-2, depois passando para um 5-4-1. No entanto, a retranca deixava muitos espaços pelos lados, especialmente o esquerdo, com o ala Mercado fraco no confronto direto e deixando as costas livres. Justamente onde o Vasco era mais forte, pela direita com Yago Pikachu e Talles Magno,que alternava pelos flancos com Marrony.

Na variação de 4-1-4-1/4-2-3-1 que tinha Marcos Júnior com mais liberdade para se juntar ao tridente ofensivo, porém deixando menos espaços entre os setores. Um pouco mais de compactação, a qualidade de Andrey no inicio da construção das jogadas e liberdade pelos flancos foram o suficiente para abrir o placar com Germán Cano. Impedido, completando assistência de Talles. Segundo gol dos titulares do Vasco em 2020, dois do centroavante argentino. A falta de VAR nas etapas preliminares do torneio acabou beneficiando o time da casa.

A torcida que fez um verdadeiro milagre para chegar a São Januário depois de uma tempestade no Rio de Janeiro empurrou e ajudou a equipe de Abel para controlar o jogo na segunda etapa e quase ampliar, não fossem as bolas nas traves de Marcos Júnior e Werley.

Faltou recurso técnico para os times saírem do 1 a 0. O Vasco teve 55% de posse, mas apenas 79% de efetividade nos passes, contra 76% do time boliviano. Foram 16 finalizações dos brasileiros contra 13, mas apenas três do Oriente Petrolero no alvo, só duas dos vascaínos. As cinco chances claras foram do Vasco.

Poderia ter sido melhor, mas pelo contexto do time e do clube, afundado em crise política e financeira cada vez mais grave, a vitória era fundamental. Terminar a partida sem ser vazado também foi um avanço. Mas pode não ser suficiente em Santa Cruz de La Sierra. Mesmo sem sofrimento pela altitude, o cenário deve ser dramático na Bolívia daqui a duas semanas.

(Estatísticas: SofaScore)

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.