Flamengo campeão no "jogo da memória", com virtudes bem conhecidas
O Flamengo não jogou bem no Mané Garrincha, considerando o alto padrão de 2019. Nem era esperado, já que era apenas o quarto jogo dos titulares na temporada e o time de Jorge Jesus nem teve pré-temporada com treinamentos. Com oito dias já estava no Maracanã enfrentando o Resende.
Para complicar, a partida iniciada às 11h da manhã, o que sempre compromete muito a intensidade. Ainda mais de uma equipe que adianta as linhas, pressiona com todos os jogadores sem bola e se movimenta demais quando ataca.
A grande vantagem nos 3 a 0 sobre o Athletico que rendeu o título da Supercopa do Brasil foi o entrosamento. O entendimento do modelo de jogo. A confiança pelas conquistas do ano passado. E a concentração para não perdoar erros do adversário.
O time paranaense, agora comandado por Dorival Júnior, tentou jogar o tempo todo. Também avançando a marcação em vários momentos, apostando igualmente em mobilidade de um ataque sem referência, com Nikão, Marquinhos Gabriel e Rony. Mas da equipe campeã da Copa do Brasil saíram peças importantes como Léo Pereira, Renan Lodi, Bruno Guimarães, Marcelo Cirino e Marco Ruben. Não por acaso, a direção do clube promete três contratações para Dorival.
Difícil contra um time superior e que joga "de memória". Expressão popularizada por Tite, mas que na prática facilita tudo. Os movimentos coletivos são sincronizados, cada um sabe o espaço a ocupar. E atacar, como Bruno Henrique se projetando no tempo certo para não entrar impedido para receber a assistência de Gabriel Barbosa e abrir o placar.
Assim como a atenção para não perdoar erros do adversário. Márcio Azevedo falhou no recuo para Santos que Gabriel se antecipou para marcar seu quarto gol no mesmo número de partidas na temporada. E aproveitar os espaços deixados pela defesa avançada do oponente para Bruno Henrique acelerar e só parar em Santos, mas De Arrascaeta aproveitando o rebote. De novo o trio artilheiro rubro-negro.
Mas boa parte do jogo foi de controle, administração. Com erros técnicos ainda incomuns e cedendo oportunidades cristalinas ao adversário valoroso – era a estreia de Rodrigo Caio no ano e Gustavo Henrique ainda vai se adaptando à mecânica da última linha defensiva.
Porém com uma boa notícia: o nítido crescimento de Filipe Luís. Com férias depois de emendar Copa América e volta ao Brasil no ano passado, parece mais inteiro para mostrar a habitual inteligência na leitura de jogo e dos espaços para apoiar. Aguentou bem 87 minutos e saiu para a entrada de Renê.
Jorge Jesus ainda trocou Arrascaeta e Everton Ribeiro por Michael e Diego. Nos minutos finais, o time se repaginou no 4-2-3-1. Mais uma das muitas variações táticas. No primeiro tempo, a equipe chegou a atuar numa espécie de 4-3-3 com Gabriel e Bruno Henrique abertos e Arrascaeta como "falso nove". Testes necessários para não deixar o time "manjado".
Mas a vitória foi construída com virtudes bem conhecidas. Do time que se conhece e mantém a fome por mais taças na temporada.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.