Empate em Quito é o mundo real que queriam esconder do Flamengo
A noite do Flamengo no Estádio Atahualpa em Quito não foi das mais felizes.
Começando pelo impacto físico e anímico da altitude de 2.850 metros, passando pela escolha infeliz de Jorge Jesus para substituir o suspenso Gabriel Barbosa: Diego Ribas jogou como meia central no 4-2-3-1, atrás de um Bruno Henrique empurrado para a referência no ataque. Sacrificou os dois e tirou velocidade na transição ofensiva.
Para complicar ainda mais, a qualidade do Independiente Dei Valle, campeão da Copa Sul-Americana. Do jovem e ótimo treinador espanhol Miguel Angel Ramirez. Armado em um 4-3-3/4-1-4-1 que encontrava espaços às costas de Willian Arão e Gerson com Franco e Faravelli e, principalmente, no setor de Filipe Luís com a dupla Jhon Sánchez e Guerrero. Principalmente pela baixa intensidade do Flamengo na pressão no campo de ataque.
Assim a equipe mandante terminou com 53% de posse de bola e 16 finalizações – quatro no alvo. Um time organizado, que dominou boa parte do jogo e nunca esmoreceu.
Bem diferente do mundo de faz de conta que se criou para o Flamengo nos últimos dias. Adversários entregues, superioridade incontestável e tudo dando certo o tempo todo em campo. "Outro patamar" full time, em qualquer contexto.
Mas na prática a teoria é outra. Inclusive por conta da típica arbitragem "caseira" da América do Sul. Do uruguaio Leodan González Cabrera ao VAR bastante inconclusivo em um impedimento de Bruno Henrique no primeiro tempo. O camisa 27 pareceu partir do próprio campo até driblar o goleiro Pinos e ir às redes.
Pior ainda na marcação absurda do pênalti de Rafinha sobre Murillo – autor do primeiro gol em cobrança de falta que Diego Alves deixou passar no primeiro tempo. A cobrança precisa de Pellerano decretou os 2 a 2.
Sem contar uma certa permissividade com as entradas mais duras do time equatoriano. Inclusive do próprio Pinos sobre Bruno Henrique no primeiro gol rubro-negro que tirou o atacante do jogo e o colocou numa ambulância. Nem cartão amarelo levou.
O banco de reservas salvou Jorge Jesus. Primeiro com Vitinho no lugar de Diego, que sempre perde desempenho quando joga mais adiantado por prender demais a bola. Arrascaeta centralizou e Filipe Luís ganhou um apoio pela esquerda na segunda etapa.
Depois Pedro, que deveria ter sido o substituto natural de Gabriel, até porque foi contratado para isso. Mas o treinador português insiste em dar mais oportunidades neste início a quem já faz parte do trabalho desde o ano passado.
O centroavante, porém, mais uma vez correspondeu. Sem a explosão de Bruno Henrique, mas dando sequência às jogadas, pressionando a última linha do Del Valle e com presença de área para completar linda jogada de Everton Ribeiro pela direita no segundo gol do campeão brasileiro e da Libertadores.
Favorito também à conquista da Recopa Sul-Americana na volta, no Maracanã. Sem fratura constatada em exames, Bruno Henrique provavelmente estará em campo junto com Gabriel no ataque. Outra dúvida é Rodrigo Caio, que sentiu a coxa e saiu para a entrada de Thuler.
Com qualquer escalação, não deve ser um jogo fácil. Vale taça continental. Difícil entender esse cenário ideal que pintaram para o Flamengo. No esporte mais imprevisível, em um continente tão complicado e instável para se construir hegemonia. O mundo que tentaram esconder dos rubro-negros. Por ingenuidade ou a má intenção de colocar em um pedestal esperando desabar para transformar a queda em vexame.
O jogo real é bem mais duro.
(Estatisticas: SofaScore)
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