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André Rocha

Enfim, City e Jesus se agigantam em jogo grande da Liga dos Campeões

André Rocha

26/02/2020 19h29

Que virada no Bernabéu! Histórica!

Foi preciso jogar a toalha na liga nacional tão valorizada por Pep Guardiola para o Manchester City entrar com a faca nos dentes na Liga dos Campeões.

É possível discutir se houve falta ou não na disputa entre Gabriel Jesus e Sergio Ramos no gol de empate do Manchester City marcado pelo brasileiro. Este que escreve interpretou como disputa normal de espaço.

Mas o domínio do time inglês em boa parte do jogo foi ndiscutível. Com Kevin De Bruyne jogando solto, muitas vezes mais adiantado até que Jesus. Aparecendo mais pela esquerda para desequilibrar. Como na assistência para o camisa nove, que foi titular para se mexer bastante na frente.

Não fosse Courtois, a dupla já teria feito o time de Guardiola ir às redes ainda no primeiro tempo. O goleiro belga foi o grande destaque do Real Madrid, evitando um estrago pior.

Vinicius Júnior também se destacou enquanto esteve em campo. Formando dupla de ataque com Benzema, mas naturalmente buscando o lado esquerdo. Perdendo boa chance em rebote de conclusão de Benzema, na crônica deficiência no acabamento das jogadas.

Mas ganhando de Walker para servir Isco no gol que abriu o placar. O meia espanhol novamente foi a peça "solta" do meio-campo merengue, à frente de Valverde e Modric. Dando suporte aos laterais Carvajal e Mendy que abriam o campo e buscavam o fundo.

Jogo de alto nível técnico e tático que desequilibrou de vez com as substituições. Gareth Bale não entrou bem na vaga de Vinicius. Guardiola, que foi obrigado a trocar o lesionado Laporte por Fernandinho ainda no primeiro tempo, ganhou rapidez e profundidade pela esquerda com Sterling na vaga de Bernardo Silva.

Foi sobre o atacante inglês o pênalti de Carvajal que De Bruyne converteu para se tornar o craque de uma noite memorável. De posse dividida, mas um City mais contundente. Dezesseis finalizações, metade no alvo.

E ainda a vantagem de enfrentar o Real sem o capitão e símbolo Sergio Ramos, expulso por falta em Jesus. De novo o brasileiro, que não foi o destaque técnico, mas finalmente se agigantou em jogo grande no torneio continental.

Assim como os citizens. Jogando a temporada, talvez aquele esforço a mais que faltava quando dividia atenções com a Premier League enfim apareceu.

Será preciso também em Manchester, porque o Real de Zidane nunca pode ser dado como morto na Champions.

(Estatísticas: UEFA)

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.