Volta de Rafinha alivia Flamengo. Berrío de lateral é gambiarra na Ferrari
Rafinha volta à lateral direita do Flamengo para o jogo contra o Barcelona do Equador no Maracanã, pela segunda rodada do Grupo A da Libertadores. Por conta de uma lesão no músculo posterior da coxa esquerda diante do Independiente del Valle pela Recopa Sul-Americana, ficou de fora das partidas contra Cabofriense, Junior de Barranquilla e Botafogo.
Um alívio para Jorge Jesus, já que o reserva, João Lucas, sofreu lesão semelhante na partida contra o Botafogo. Entrou Orlando Berrío, improvisado, como já havia acontecido contra a Cabofriense. O ponteiro que está no clube desde 2017 e fora liberado para procurar outro time, já que com Michael e Pedro Rocha se juntando a Everton Ribeiro, Gabriel Barbosa, Bruno Henrique e De Arrascaeta, as chances de jogar seriam mínimas.
Berrío chegou ao Flamengo com a pompa e a moral da conquista da Libertadores pelo Atlético Nacional, mas sem as características solicitados pelo então treinador Zé Ricardo, que pediu um ponta driblador e com boa finalização. O colombiano é um velocista, que precisa de espaço para acelerar e não marca muitos gols. Nem tem uma boa leitura de jogo.
É evidente que haveria dificuldades de adaptação à nova função, formando a última linha de defesa de Jorge Jesus, que joga adiantada e seguindo princípios de bola coberta/descoberta. Se Gustavo Henrique e Léo Pereira, que são zagueiros de ofício, estão sentindo dificuldades para assimilar, imagine um atacante sem tanto entendimento da posição e dos movimentos.
Em jogos do Carioca contra adversários bem mais fracos, o time se safou. Mas se fosse preciso utilizar Berrío na lateral em uma partida de Libertadores, o lado direito viraria o "mapa da mina" para o oponente. Rafinha retorna, mas o clube precisa agir no mercado em busca de uma reposição ao titular veterano e que, por conta da intensidade de jogo cobrada por Jorge Jesus, não tem como estar sempre em campo. E João Lucas não é um reserva confiável, capaz de apresentar um nível de desempenho próximo do titular.
Depois de manter dez dos onze titulares e ainda fazer seis contratações, encorpando um elenco que hoje é o melhor do país e da América da Sul, improvisar Berrío na lateral seria como fazer gambiarra em uma Ferrari. Um risco desnecessário.
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