Por que possível volta de Neymar ao Barcelona não é garantia de sucesso
A informação é do jornal "Mundo Deportivo": Neymar recusou "luvas" de 100 milhões de euros para renovar o contrato com o Paris Saint-Germain para além do atual, que termina em junho de 2022. Mantendo os 50 milhões de euros por ano em salários.
Segundo a publicação, a negativa tem como pano de fundo o interesse do craque brasileiro em voltar a Barcelona. Estaria disposto, inclusive, a reduzir o salário pela metade para realizar o sonho de retornar ao clube catalão.
Desejo legítimo, que faz parte do negócio e do esporte. Mas a possível transferência, ainda mais complicada em tempos de crise pela pandemia, não é garantia de sucesso para o brasileiro, nem para o time de Lionel Messi comandado hoje por Quique Setién.
Primeiro porque os quase seis de distância em relação à temporada perfeita de Neymar no Barça, a 2014/15, no futebol atual é uma eternidade. O jogo evoluiu, os protagonistas envelheceram. O trio MSN, incluindo Luís Suárez, não seria mais uma novidade e a proposta de jogo de Luis Enrique não é mais a que vigora em Barcelona.
Na última temporada, 2016/17, a coisa já não fluía tão bem, com Neymar insatisfeito por se sacrificar para a equipe aberto na ponta e com maiores atribuições defensivas. Significava evolução com jogador, mas a sensação de ser cada vez mais coadjuvante pesava contra.
O próprio Neymar mudou. Muito mais meia articulador que atacante, buscando menos a linha de fundo ou a infiltração em diagonal para finalizar. No PSG, Neymar é o "Messi" de Mbappé. Difícil voltar a ser a "flecha" com mais cinco anos e também um histórico de lesões pesando nas pernas. Sem contar a antipatia de boa parte da torcida e má vontade da imprensa catalã que não existia em 2015.
E ainda a obrigação de colocar intensidade atacando, defendendo e pressionando após a perda para compensar a letargia cada vez mais acentuada do camisa dez e estrela máxima assim que a equipe entra em transição defensiva.
Não é tarefa simples. No campo, pode ser tão complexa quanto a operação financeira e convencer o PSG a abrir mão de uma das estrelas do projeto ambicioso do clube. Por ora segue como especulação, mas cabe a reflexão sobre o "pensamento" mágico que muitas vezes se impõe no futebol. Que desconsidera contexto e acha que o que deu certo em uma época será sempre bem sucedido.
A história mostra que não é assim, mas há quem nunca aprenda. Às vezes o "déjà-vu" fica só na vontade.
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