atleticodemadrid – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Caminho do PSG na Champions será bem mais complicado do que parece http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/07/10/caminho-do-psg-na-champions-sera-bem-mais-complicado-do-que-parece/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/07/10/caminho-do-psg-na-champions-sera-bem-mais-complicado-do-que-parece/#respond Fri, 10 Jul 2020 13:18:37 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8750

Foto: Harold Cunningham / UEFA / AFP

Tão logo saiu os cruzamentos no sorteio das quartas de final da Champions, ainda que faltando três dos oito classificados, a primeira impressão foi de que o Paris Saint-Germain seria o grande “vitorioso”.

Afinal, o time de Neymar saiu da reta das grandes camisas e dos campeões dos últimos anos – excetuando o atual, Liverpool. Sem Real Madrid, Barcelona e Bayern de Munique no caminho até a grande final. “Fugindo” também  do Manchester City de Guardiola e da Juventus de Cristiano Ronaldo, que ainda enfrenta o Lyon pelas oitavas.

Primeiro a Atalanta. Se passar, o vencedor de Leipzig e Atlético de Madrid. Sem dúvida, se olharmos a história do torneio continental, é uma trilha teoricamente menos pesada. E desse enrosco pode sair um finalista inédito – só o Atlético já esteve em uma final.

Só que não estamos dentro de uma normalidade. Longe disso. E são justamente essas mudanças no cenário que tornam o caminho do PSG bem mais complicado do que parece.

Acima de tudo pela inatividade do time francês, que é sem precedentes em uma fase tão avançada da competição. Entre março e agosto, a previsão de apenas duas partidas oficiais: as decisão das copas nacionais – Saint-Etienne na Copa da França no dia 24 e Lyon na Copa da Liga Francesa no dia 31. Mais quatro amistosos contra adversários bem abaixo do nível de enfrentamento que espera o time de Paris.

Com a Ligue 1 encerrada, a equipe de Thomas Tuchel terá o benefício do menor risco de lesões e desgaste, mas o enorme déficit em um aspecto fundamental no futebol atual: intensidade. Por mais que os treinos hoje reproduzam o ritmo e a velocidade na tomada de decisão do jogo, a falta do nível alto de competição pode prejudicar bastante. Principalmente pela disparidade de forças na França que já prejudicou o PSG no sonho de ganhar a Champions em outras temporadas.

E a Atalanta de Gian Piero Gasperini não é um time qualquer. Longe disso. Mostra personalidade, com volume de jogo sufocante e capaz também de surpreender jogando em rápidas transições ofensivas. Atropelou o Valencia nas oitavas e vem de onze vitórias consecutivas. É o melhor entretenimento do futebol atual.

É preciso pesar que essa disputa da Champions acontecerá em um ambiente mais “puro”, sem a “contaminação” da atmosfera. Campo neutro, em Lisboa, e sem torcida. Nem a vantagem do conhecimento e da vivência no próprio estádio será possível. Fatores que costumam estabelecer essa coisa metafísica e difícil de descrever que é a “camisa pesada”.

Todo esse contexto definindo a vida em 90, 120 minutos ou nos pênaltis. Para ficar ainda mais imprevisível. E o PSG ainda carregará a tensão do favoritismo, já que para o time de Bergamo a simples presença nas quartas já é histórica e digna de celebração na cidade, se houvesse a possibilidade de aglomeração de pessoas.

Se conseguir chegar às semifinais, as dificuldades serão praticamente as mesmas. Só um pouco mais nivelado na intensidade pelo jogo forte das quartas. Caso o adversário seja o Leipzig, a missão será encarar um “novato” ainda mais motivado a fazer história e que também joga em ritmo fortíssimo. Ainda assim, talvez seja melhor para Neymar e companhia, já que o time alemão também sofrerá um pouco agora com a falta de jogos oficiais por conta do fim da Bundesliga 2019/20.

Encarando o Atlético de Madrid, o estilo do time de Simeone pode expor as fragilidades defensivas que o PSG costuma apresentar em jogos grandes. E mesmo sem a força do mando, a “casca” construída pelo clube espanhol nos últimos anos em fases avançadas da competição pode fazer diferença.

Não será tão simples ou menos complicado. E o projeto PSG nunca mostrou consistência para se impor em qualquer cenário na Europa. O desafio continua enorme, mesmo sem gigantes pelo caminho.

[Sobre o outro lado do chaveamento:

Juventus tende a se aproveitar da inatividade do Lyon e tirar a desvantagem em Turim. O Manchester City deve confirmar contra o Real Madrid, embora sem torcida o mando tenha perdido força. Se passar, a equipe de Guardiola é ligeiramente favorita contra o time de Cristiano Ronaldo para seguir em busca do título inédito.

Barcelona já deve ter problemas contra o Napoli. Jogo contra o time de Genaro Gattuso não será tranquilo, mesmo no Camp Nou. Se passar, a menos que o Bayern de Munique tenha uma queda brusca por conta da inatividade, o risco de ser surrado pelo octampeão alemão como em 2013 é considerável. Só o “fator Messi” pode mudar o destino do time catalão.]

 

 

 

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“Molezinha” na Inglaterra pode atrapalhar o Liverpool na Champions? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/19/molezinha-na-inglaterra-pode-atrapalhar-o-liverpool-na-champions/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/19/molezinha-na-inglaterra-pode-atrapalhar-o-liverpool-na-champions/#respond Wed, 19 Feb 2020 09:47:59 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8007

Foto: Susana Vera / Reuters

Nos últimos anos, o argumento mais utilizado para justificar fracassos de Juventus, Bayern de Munique e Paris Saint-Germain na Liga dos Campeões foi a falta de desafios dos times, soberanos em suas ligas nacionais.

As equipes sobravam diante da concorrência e quando enfrentavam times de campeonatos mais competitivos sentiam o peso e acabavam sucumbindo.

Então, por coerência, não dá para dizer o mesmo do Liverpool em relação à Premier League?

Na temporada passada, apenas a derrota para o Manchester City que custou o titulo. Agora, as surreais 25 vitórias em 26 rodadas. 97,4% de aproveitamento. Com um desequilíbrio muito maior em relação a Bundesliga e Série A italiana nesta temporada.

É claro que o Inglês não deixou de ser competitivo, mas a equipe de Jurgen Klopp, por méritos próprios, parece ter encontrado uma espécie de fórmula, que adicionada à cultura de vitória faz o time se impor mesmo quando não apresenta bom desempenho. E os adversários vão jogando a toalha, até Pep Guardiola no bicampeão Manchester City.

Diego Simeone se recusa, especialmente em mágicas noites de Champions em Madrid. Antes no Calderón, agora Wanda Metropolitano. Mesmo na quarta colocação no Espanhol, dois pontos atrás do surpreendente Getafe e a 13 do líder Real Madrid.

É claro que o gol de Saúl Ñíguez logo aos quatro minutos condicionou o jogo e deixou o cenário à feição da concentração defensiva e do clima Davi x Golias que o treinador argentino adora criar. Compactou setores e contou com atuações gigantescas dos brasileiros Felipe e Renan Lodi para não permitir uma finalização do atual campeão europeu na direção da meta de Oblak.

E poderia ter machucado ainda mais os visitantes se Morata não perdesse duas boas chances, uma delas em furada grosseira dentro da área adversária. O Liverpool teve 67% de posse, 83% na efetividade nos passes e até alguns momentos de volume de jogo. Com a costumeira pressão pós-perda que fez o time da casa acertar apenas 67% dos passes.

Faltou, porém, a habitual contundência na frente. A ponto de Klopp, insatisfeito, mexer justamente no ataque: trocar Mané e Salah por Origi e Oxlade-Chamberlain. Sem sucesso, até porque o problema não era exatamente de qualidade individual, mas de incômodo nítido com o que o jogo impôs.

É claro que uma virada em Anfield é mais que possível, até provável. Só que os Reds terão que resgatar uma fúria que não vem sendo necessária pela “molezinha” na Inglaterra. Mas contra o Atlético de Simeone será obrigatória.

(Estatísticas: UEFA.com)

 

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Champions volta com CR7 voando e ameaça norueguesa ao brilho de Neymar http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/18/champions-volta-com-cr7-voando-e-ameaca-norueguesa-ao-brilho-de-neymar/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/18/champions-volta-com-cr7-voando-e-ameaca-norueguesa-ao-brilho-de-neymar/#respond Tue, 18 Feb 2020 11:46:04 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7998

Foto: Marco Bertorello / AFP

A Liga dos Campeões volta para o mata-mata com um favorito óbvio: o Liverpool avassalador na Inglaterra e que, com 25 pontos de vantagem sobre o Manchester City (um jogo a mais), pode administrar os pontos corridos e dividir atenções com a busca do bicampeonato europeu. Já a partir do duelo contra o hesitante Atlético de Madrid, de Diego Simeone.

Difícil vislumbrar neste momento um concorrente ao título no jogo coletivo, mas individualmente há talentos que podem desequilibrar.

Neste momento um deles se destaca: Cristiano Ronaldo. O “Mr. Champions”, maior artilheiro da história do torneio e cinco vezes campeão. Na oscilante Juventus de Maurizio Sarri. Líder da Série A italiana, como de costume nos últimos anos, mas desta vez com forte concorrência de Lazio e Internazionale.

Talvez pela necessidade, o português voa como há tempos não se via. Aos 35 anos recém completados. Não só pelos 20 gols no mesmo número de jogos pela liga, mas por conta da movimentação que muitas vezes lembra mais o atacante dinâmico, habilidoso e criativo dos tempos de Manchester United do que o finalizador implacável que fez história no Real Madrid.

Alternando a parceria no ataque com Dybala e Higuain, outras vezes formando um trio com os argentinos. Sempre procurando os flancos para infiltrar em diagonal e chutar – é quem mais finaliza no campeonato nacional – ou buscar o fundo para servir um companheiro.

É o trunfo da “Vecchia Signora”, favorita destacada no confronto com o Lyon pelas oitavas do torneio continental. O sorteio foi generoso e, com a estrela máxima em ótima forma, é possível sonhar alto.

Como o PSG de Neymar e Mbappe almeja o fim do “tabu” das oitavas desde que o projeto do clube deu um salto nos investimentos, buscando protagonismo na maior competição de clubes do planeta.

Agora com o craque brasileiro disponível, sem as lesões que o tiraram de combate em outros momentos. Como meia pela esquerda na espécie de 4-2-2-2 armado por Thomas Tuchel. A dúvida é se o desenho tático escolhido para abrigar as estrelas será mantido. Porque há uma séria ameaça já neste primeiro duelo contra o Borussia em Dortmund: Erling Haaland.

O norueguês de 19 anos é vice-artilheiro da Champions pelos oito gols que marcou na fase de grupos pelo Red Bull Salzburg em seis partidas, duas saindo do banco de reservas.

Contratado pelo Dortmund na janela de inverno, Haaland pode disputar a Champions por conta da flexibilização do regulamento que permite a inscrição para o mata-mata de três novos jogadores, sem restrições.

Na Bundesliga mantém os números impressionantes já neste início. Nenhum problema de adaptação ao novo clube e oito gols em cinco jogos, dois também saindo do banco. O centroavante tem 1,94 m e 87 kg, mas não é lento. Faz o pivô usando o corpo, mas também sabe jogar em rápidas transições ofensivas. Impressiona pelo posicionamento na área e eficiência nas conclusões.

É o grande trunfo do time alemão para tentar fazer jogos “malucos” com a equipe francesa. Ambos frágeis defensivamente. Intensidade máxima, “trocação” de golpes e muitos gols.

Entretenimento puro para matar a saudade e divertir os fãs da Champions. Enfim a bola volta a rolar!

(Estatisticas: Whoscored.com)

 

 

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Casemiro e Vinícius Júnior são as boas notícias do dérbi de Madri http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/01/casemiro-e-vinicius-junior-sao-as-boas-noticias-do-derbi-de-madri/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/01/casemiro-e-vinicius-junior-sao-as-boas-noticias-do-derbi-de-madri/#respond Sat, 01 Feb 2020 17:31:46 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7891 O craque do jogo para La Liga foi Federico Valverde. Justo, por mais uma grande atuação do meio-campista uruguaio. Incansável pela direita, de área a área.

Mas há mais boas noticias na vitória do Real sobre o Atlético no dérbi de Madri. Além do fim de um jejum de seis anos sem triunfos sobre o rival no Santiago Bernabeu, da ampliação da invencibilidade na temporada para 21 jogos e da liderança na liga.

Boa nova especialmente para quem admira o futebol brasileiro. Pela evolução de dois jogadores: um jovem, outro mais experiente.

Vinicius Júnior entrou na volta do intervalo, junto com Lucas Vazquez, mas vagas de Toni Kroos e Isco. Trocando um 4-2-3-1 com meio congestionado por um 4-3-3 mais agressivo e dando amplitude e profundidade aos ataques do time da casa.

A participação do jovem atacante pela esquerda foi mais efetiva. Com a “ambição” pedida por Zinedine Zidane. O grande momento, porém, foi na participação consciente no trabalho coletivo.

Passe decisivo para o lateral Mendy ultrapassar e servir Benzema, o artilheiro do Real na liga com 13 gols. Visão de jogo, tomada de decisão correta e precisão no gesto técnico. Justamente o que vem faltando para Vinicius se firmar na Europa.

Problema que Casemiro não tem. Multicampeão pelo Real Madrid, já é ídolo da torcida. Considerado o jogador que mudou a equipe de Zidane para buscar o tricampeonato europeu.

Mas que precisava evoluir, especialmente na saida de bola. Antes participava pouco, sofria quando pressionado e sobrecarregava  Modric e Kroos, obrigados a recuar para auxiliar Varane e Sergio Ramos.

Agora recua como um volante moderno, acerta passes e decisões. Com liderança e confiança reduziu bastante a margem de erro e ajuda na construção. Ainda aparece na frente para finalizar.

O Atletico de Diego Simeone foi competitivo novamente ao compactar duas linhas de quatro e usar as transições ofensivas com velocidade acionando Correa, Vitolo e Morata.

Mas o que parecia promissor com Renan Lodi e João Félix ganhou ares de estagnação e desgaste por Simeone não conseguir tornar o time mais versátil, sabendo jogar também com posse de bola e criando espaços. Por isso vai despencando na tabela.

Perdeu no detalhe, mas não pode dizer que foi injusto. Porque o Real novamente se impôs. Com Valverde individualmente acima de todos, mas Casemiro e Vinícius Junior como protagonistas.

Bom para Zidane. E também para Tite.

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Copa do Brasil é o grande título do Athletico que acerta mais que os outros http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/19/copa-do-brasil-e-o-grande-titulo-do-athletico-que-acerta-mais-que-os-outros/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/19/copa-do-brasil-e-o-grande-titulo-do-athletico-que-acerta-mais-que-os-outros/#respond Thu, 19 Sep 2019 03:24:13 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7282

A semente dos títulos históricos do Athletico desde 2018 foi o Paranaense do ano passado. Campeão utilizando uma equipe sub-23 e poupando os titulares então comandados por Fernando Diniz. Depois entregando à equipe principal o treinador Tiago Nunes e mais Léo Pereira, Bruno Guimarães e Renan Lodi. Este último foi destaque na conquista da Copa Sul-Americana e se tornou a maior venda da história do clube ao se transferir para o Atlético de Madrid por cerca de 20 milhões de euros.

Os outros três foram protagonistas também no inédito título da Copa do Brasil, com duas vitórias sobre o Internacional na decisão. Depois de eliminar Flamengo e Grêmio, os semifinalistas do país na Libertadores. A grande conquista do período para consagrar a fórmula de quem vem acertando mais que os outros.

Dando ao estadual o peso que merece na temporada, não cedendo fácil nas negociações por direitos de transmissão e investindo dentro do orçamento. Permitindo que Paulo André tenha a influência positiva no futebol brasileiro que foi negada ao esvaziarem o Bom Senso F.C. Gestão inteligente e responsável.

Especialmente dentro do campo. Mesmo com a tensão natural em uma decisão dentro do Beira-Rio lotado. O símbolo do nervosismo foi Bruno Guimarães, com atuação bem abaixo e erros que não são naturais em um meio-campista de tanta qualidade. Sobrecarregando Wellington na proteção da defesa e dependendo de Léo Cittadini nas ações ofensivas. Só se acalmou na reta final do jogo, com a entrada de Lucho González.

Os destaques da final foram Robson Bambu, absoluto na zaga contra Paolo Guerrero, e Rony, a referência de velocidade nas transições ofensivas. Iniciando a jogada do primeiro gol que passou por Marco Rúben e encontrou Cittadini, o meia mais adiantado do 4-2-3-1 que tinha Nikão cumprindo papel mais tático, voltando pela direita acompanhando Uendel.

O camisa sete marcaria o gol do título completando o histórico lampejo de Marcelo Cirino, que entrou no lugar de Ruben para tornar os contragolpes mais rápidos. Pela esquerda, o drible humilhante em Edenilson, o símbolo maior das escolhas infelizes de Odair Hellmann. Toda a trajetória da equipe com o camisa oito e Patrick como os pilares da execução do 4-1-4-1 quase imutável e, na decisão, tirou Patrick para a entrada de Rafael Sóbis e improvisou Edenilson na lateral direita por conta do problema físico de Bruno – Nonato entrou no meio.

O Inter teve posse de bola sempre rondando os 60% (terminou em 57%) e finalizou 15 vezes, seis no alvo. Mas faltaram ideias. Um D’Alessandro para diminuir a tensão e variar o ritmo quando necessário. A equipe gaúcha foi só pressa e abafa. O gol de Nico López no bate-rebate que empatou o jogo ainda no primeiro tempo foi emblemático. Foram 49 lançamentos e 33 cruzamentos de um time em pânico com a responsabilidade de virar a página da Série B com um título. Apostou alto demais na força em casa.

Mas a vez era do Athletico, que entra definitivamente no grupo de grandes do futebol brasileiro. Com futebol atual e apagando de vez o asterisco que insistem em colocar ao justificar o sucesso do time paranaense com a grama sintética na Arena da Baixada. Mesmo eliminando o Flamengo no Maracanã. Agora não há mais desculpa.

Fica só o reconhecimento ao trabalho de Tiago Nunes. Preparado no estadual para herdar o comando técnico e fazer história. O maior dos acertos do grande campeão.

(Estatísticas: Footstats)

 

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Tite é um porto seguro demais para Neymar http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/16/tite-e-um-porto-seguro-demais-para-neymar/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/16/tite-e-um-porto-seguro-demais-para-neymar/#respond Fri, 16 Aug 2019 18:02:31 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7051

Foto: Lucas Figueiredo/ CBF

A convocação da seleção brasileira para os amistosos contra  Colômbia e Peru em setembro é a mais tranquila de Tite desde que assumiu o comando técnico. Em 2016 a missão era recolocar na zona de classificação nas eliminatórias, depois garantir vaga na Copa do Mundo na Rússia. No ano seguinte se fazer competitivo contra as principais seleções da Europa e em 2018 a preparação final para o Mundial.

Com a eliminação para a Bélgica era necessário reiniciar o ciclo com bons resultados, mesmo se o desempenho fosse oscilante. A velha aura brasileira do “campeão mundial de amistosos”. Em 2019, a “obrigação” de vencer a Copa América. Com a meta cumprida é possível ousar e experimentar.

Sempre haverá questionamentos. Deste que escreve, por exemplo, a ausência de Renan Lodi na lateral esquerda. Mas é compreensível e até saudável que ele siga se adaptando ao futebol espanhol e à equipe de Diego Simeone. Melhor ser testado primeiro na seleção olímpica comandada por André Jardine.

A oportunidade dada a Jorge, do Santos, é válida e o reconhecimento ao bom trabalho no líder do Brasileiro. A grande questão de convocar jogadores atuando no país é que o calendário inchado da CBF não tem pausas nas datas FIFA e acaba prejudicando os clubes. Como sempre haverá reclamações, mesmo deixando de fora jogadores envolvidos nas semifinais da Copa do Brasil.

A grande incógnita continua sendo Neymar. Mesmo sem jogar pelo PSG e com destino indefinido em mais um capitulo de sua carreira mal conduzida, se pensarmos no potencial de extra-classe, top 3 do futebol mundial.

Tite disse que ele está feliz. E, de fato, parece. Difícil compreender o que passa pela cabeça do jogador. Treina em separado no clube em que não quer mais atuar, mas está sempre sorrindo e brincando com companheiros, especialmente Mbappé. Ainda tentou sair na foto da conquista da Supercopa da França, mesmo sem jogar, e foi empurrado para longe pela joia da seleção campeã do mundo.  Zero preocupação com o futuro. Nenhum constrangimento por estar muito perto da terceira troca de clube turbulenta na carreira. Parece alienação.

E ainda assim convocado para a seleção brasileira. Aconteça o que acontecer, pelo visto. O máximo que aconteceu foi perder a faixa de capitão que nunca demonstrou fazer muita questão. Pode agredir torcedor, desprezar o clube que pagou uma fortuna na maior transação da história do esporte e aparecer mais como celebridade do que pelos feitos em campo que seu status é intocável. “Não vou prescindir nunca de um atleta como ele”, diz o técnico a serviço da CBF.

Difícil prever a resposta de Neymar a tamanha lealdade do treinador. Fidelidade e “dar a vida por ele”, como já disse em uma entrevista ou a acomodação da certeza da impunidade? Tite perdeu uma boa oportunidade de suscitar uma reflexão mais que necessária sobre o que o atacante talentoso quer da vida. Preferiu ser o porto seguro mais uma vez. Só que às vezes segurança demais atrapalha.

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A inacreditável crise de pré-temporada no Real Madrid http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/13/a-inacreditavel-crise-de-pre-temporada-no-real-madrid/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/13/a-inacreditavel-crise-de-pre-temporada-no-real-madrid/#respond Tue, 13 Aug 2019 12:45:44 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7036

Foto: EPA

A celebração pelo tricampeonato da Liga dos Campeões depois da vitória por 3 a 1 sobre o Liverpool em Kiev era um misto de alegria pela certeza do feito inédito e histórico do Real Madrid na Era Champions e também uma certa nostalgia pela impressão de fim de ciclo que virou certeza com o anúncio das saídas de Zinedine Zidane e Cristiano Ronaldo.

Imaginava-se que Florentino Pérez, depois de três temporadas sem grandes investimentos a pedido de Zidane, que apostava em manutenção da base vencedora e pinçar jovens revelados pelo clube, sacudiria o mercado com uma pesada reformulação. Chegava o momento de construir outro time merengue repleto de estrelas depois do movimento iniciado em 2009, com as contratações de Cristiano Ronaldo, Benzema e Kaká.

Mas o dirigente cometeu um erro muito comum em clubes vencedores que acreditam ter encontrado uma fórmula para conquistas: a crença no “piloto automático”. Basta manter a estrutura que a coisa caminha naturalmente. Até porque não seria fácil simplesmente descartar símbolos como Sergio Ramos e Marcelo, ou jogadores consagrados que não vão deixar o maior time do planeta por qualquer motivo – casos de Varane, Modric, Kroos e Gareth Bale.

Chegou Julen Lopetegui, um equívoco desde a negociação e o anúncio precoce com o treinador da seleção espanhola envolvido com a preparação para a Copa do Mundo na Rússia. Nenhuma grande novidade no mercado além de Courtois para a meta e Odrioloza como opção para a lateral direita, sem contar a chegada de Vinícius Júnior, que só ganhou oportunidades mais sólidas depois da saída do técnico já no final de outubro, após a goleada do Barcelona por 5 a 1, e a efetivação de Santiago Solari.

Durante toda temporada 2018/19, uma sensação de estagnação. Conquista única e protocolar do Mundial de Clubes e, no momento que parecia o mais promissor, depois de vencer o Ajax fora de casa por 2 a 1 na ida das oitavas da Champions, os humilhantes 4 a 1 no Santiago Bernabéu impostos pela equipe holandesa foram o duro choque de realidade. O ano que deveria funcionar como transição foi perdido.

A volta de Zidane parecia uma retomada do caminho, com o francês planejando a reformulação já no final da temporada para ir ao mercado atrás dos alvos certos. Também sinalizar para Bale, com quem sempre teve um relacionamento complicado, que enfim chegava a hora de deixar o clube.

O investimento foi pesado: nada menos que R$ 1,6 bilhão em Eden Hazard, Luka Jovic, Éder Militão, Ferland Mendy e Rodrygo. O belga para herdar o posto de estrela midiática vago depois da saída de Cristiano Ronaldo e novidades na defesa e no ataque.

Só que a base continua a mesma. Envelhecida, um tanto acomodada depois de alcançar o auge. O que ainda é capaz de motivar Varane, Sergio Ramos, Marcelo, Modric e Kroos? Benzema é o único que segue com fome, mas seu papel é de coadjuvante, não de liderança em um processo.

Para complicar, Hazard chegou bem acima do peso. Mesmo respeitando a liberdade nas férias é difícil aceitar que a maior contratação da história do clube – 140 milhões de euros – e um símbolo da transformação de um clube gigante se apresente tão fora de forma. Mais um fato que só reforça a imagem de que o Real Madrid, por si só, é o topo do futebol mundial e, para muitos, os desafios acabam no momento em que se veste a camisa branca do time merengue.

O resultado disso tudo é uma pré-temporada catastrófica. Mesmo relativizando resultados no período em que a equipe entra em campo com pouquíssimos dias de preparação para cumprir compromissos comerciais, não dá para aceitar passivamente levar sete gols do rival Atlético de Madrid. Sete que poderiam ter virado dez, tal a letargia em campo e o problema crônico na transição defensiva.

Mais derrotas para Bayern de Munique (3 a 1) , Tottenham (1 a 0) e Roma – 5 a 4 nos pênaltis depois de 2 a 2 no tempo normal.  Vitórias sobre Fenerbahçe por 5 a 3 e Red Bull Salzburg por 1 a 0, única partida sem sofrer gols. Com Zidane experimentando o sistema com três zagueiros:  Varane, Ramos e Militão dando liberdade aos alas Carvajal e Marcelo e aproximando Hazard de Benzema no ataque. Pode ser uma solução interessante, mas seria necessário buscar mais um zagueiro no mercado, já que além dos três só há Nacho Fernández como opção.

A estreia no campeonato espanhol contra o Celta de Vigo no sábado, dia 17, que deveria estar cercada de expectativas positivas, se transforma em grande ponto de interrogação e também um tormento: o Real Madrid chega ao primeiro jogo oficial de 2019/20 enfiado em uma crise inacreditável. Com Asensio, Brahim Díaz e Mendy lesionados, Bale e James Rodríguez numa espécie de “limbo” e os rumores de Neymar e Pogba no final da janela para tentar transformar a turbulência em esperança. E desviar o foco das notícias que já surgem sobre insatisfação e novos conflitos entre Florentino e o treinador.

Consequências da dimensão exagerada quando o assunto é o time mais vencedor do planeta, mas também de erros seguidos de planejamento e execução em um fim de ciclo que não chegou e agora fica difícil recomeçar com tantas lacunas e assuntos pendentes. Um desafio enorme para Zidane e também para a instituição. É hora da reciclagem à forceps.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Filipe Luís é ótima contratação, mas não o lateral que o Flamengo precisa http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/23/filipe-luis-e-otima-contratacao-mas-nao-o-lateral-que-o-flamengo-precisa/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/23/filipe-luis-e-otima-contratacao-mas-nao-o-lateral-que-o-flamengo-precisa/#respond Tue, 23 Jul 2019 14:04:51 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6926

Foto: Heino Kalis/Reuters

Depois de um longo processo conduzido por Filipe Luís com coerência na abordagem do mercado e lealdade ao Atlético de Madrid, o lateral esquerdo se acertou com o Flamengo. O clube brasileiro o seduziu aos poucos e, principalmente, ofereceu o desejado contrato de dois anos, até o fim de 2021.

O anúncio oficial saiu nesta manhã e o jogador já é esperado para iniciar os treinamentos. Assim como Pablo Marí e Gerson, além do centroavante solicitado pelo treinador Jorge Jesus, Filipe Luís é mais um jogador que o Flamengo traz no segundo semestre, sem participar da intertemporada na pausa para a Copa América e que entra meio à forceps no time para ganhar entrosamento durante a disputa de jogos importantes.

Jesus foi eliminado da Copa do Brasil em sua terceira partida oficial. Rafinha errou no bote sobre Rony no gol do empate do Athletico que levou a disputa pelas quartas do mata-mata nacional em seu segundo jogo. Gerson estreou domingo, contra o Corinthians. A rigor, Filipe Luís pode nem atuar pela Libertadores, caso os rubro-negros não passem pelo Emelec. Planejamento bastante questionável, mas o possível na busca de jogadores atuando na Europa.

De qualquer forma, a contratação é ótima, mesmo aos 33 anos. Jogador inteligente, articulado, com vivência de 14 temporadas no Velho Continente, seis e meia sob o comando de Simeone no Atlético. Acrescenta prestígio por ser titular da seleção brasileira, impõe respeito aos adversários e é um “upgrade” em relação a Renê, laterais com características muito semelhantes, especialmente na responsabilidade defensiva.

Mas aí está o paradoxo: o Flamengo precisava qualificar o setor esquerdo depois da chegada de Rafinha para resolver o problema pela direita e Filipe Luís era o melhor nome disponível e viável no mercado. Só que não é exatamente o jogador que a equipe precisa.

O Fla é time de posse de bola, que busca o protagonismo nos jogos. Se instala no campo de ataque e trabalha para criar espaços e furar as linhas defensivas dos adversários. Filipe Luís tem força no apoio, por dentro ou abrindo o campo, mas não é o lateral que ataca espaço e chega rápido ao fundo, surpreendendo a marcação. É mais um que progride tocando.

Vale lembrar o segundo gol sobre o Goiás, que pavimentou o caminho para os 6 a 1 no Maracanã: De Arrascaeta achou um belo passe entre as pernas do defensor para Trauco, em um raro momento de intensidade e rapidez chegando ao fundo. Assistência do lateral e gol de Bruno Henrique em lance confuso. O toque genial do uruguaio clareou tudo, mas sem o peruano se projetando talvez a jogada não se concretizasse.

O ideal seria que o lateral da profundidade atuasse pela direita, aproveitando o corredor deixado por Everton Ribeiro, o ponta articulador canhoto que corta para dentro e procura os espaços às costas dos volantes do oponente. Foi o que os treinadores anteriores tentaram com Rodinei, mas o que sobra em força e velocidade falta em leitura de jogo e posicionamento defensivo.

Mas à esquerda seria possível adequar um lateral mais intenso à movimentação de Arrascaeta na mesma dinâmica: um procura o centro do campo e outro faz a ultrapassagem rápida. Com Filipe Luís é possível criar boas combinações pela qualidade técnica, mas sem a chegada forte para servir os companheiros na área. Ou o drible que descoordena a marcação.

Segundo o site Whoscored.com, Filipe entregou duas assistências para gol em 27 partidas na última liga espanhola, três saindo do banco de reservas. Tem média inferior a um drible certo e um “key pass” – passe decisivo que cria a chance de gol e viabiliza a finalização- por jogo. Não é acaso que o clube espanhol tenha ido atrás de Renan Lodi.

Fica a dúvida também quanto à resistência do atleta veterano ao contexto brasileiro: temperatura que aumenta a partir de setembro, desgaste pelas viagens longas em país continental, um jogo de mais bate-volta. Cenário ainda mais complexo no ano que vem, incluindo os jogos do estadual.

O Flamengo investe alto em 2019 e torna o elenco mais equilibrado, mas ainda dá a impressão de que contrata olhando mais a “grife” que as necessidades do time, combinando características. Cabe a Jorge Jesus encontrar a maneira de dar o “click” e encaixar as peças na formação de uma equipe forte e, o mais importante, vencedora.

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Coutinho ainda tem vaga no Barça ou a camisa sete logo será de Griezmann? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/16/coutinho-ainda-tem-vaga-no-barca-ou-a-camisa-sete-logo-sera-de-griezmann/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/16/coutinho-ainda-tem-vaga-no-barca-ou-a-camisa-sete-logo-sera-de-griezmann/#respond Tue, 16 Jul 2019 11:16:20 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6876

Foto: Getty Images

Antoine Griezmann enfim foi anunciado oficialmente pelo Barcelona. Operação demorada, intrincada e polêmica, com o Atlético de Madrid protestando contra o valor pago pela multa e ameaçando recorrer à FIFA por seus direitos. A negociação deve virar novela, mas é difícil imaginar um desfecho diferente da mudança do craque francês da capital espanhola para a Catalunha.

No anúncio, a imagem da camisa 17 que será destinada à mais recente contratação. A sete, que acompanha Griezmann na seleção e era dele no Atlético, ainda pertence a Philippe Coutinho. Mas por quanto tempo?

Difícil vislumbrar um quarteto ofensivo com Messi e Suárez. Até podemos pensar em Griezmann pela direita, Messi por dentro em função parecida com a que exerceu na seleção argentina na reta final da Copa América e Coutinho à esquerda formando um trio atrás do centroavante uruguaio em um 4-2-3-1.

A questão é que parece consenso entre o treinador Ernesto Valverde e direção do Barça que o meio-campo precisa de um trio que entregue organização e também proteção à defesa. Com Busquets, Rakitic, Arthur, Vidal e agora Frenkie De Jong, contratado ao Ajax. Pensando na baixa intensidade sem bola do provável trio de ataque com a entrada de Griezmann, o meio dá a impressão de que ainda precisa de um jogador de área a área com mais força e velocidade.

E Coutinho? A temporada no Barcelona e a Copa América pela seleção deixam claro que está cada vez mais difícil encontrar um lugar para o meia atacante. No 4-2-3-1 tem dificuldades para jogar como meia central, de costas para a marcação pressionada. Na função de meia por dentro um 4-1-4-1/4-3-3 o problema é a capacidade de colaborar sem bola quando o time recua as linhas. Baixa concentração e muitos espaços às costas que, na seleção, acabam sempre bem cobertos por Casemiro.

O melhor cenário seria executando a função de ponta articulador partindo da esquerda para tabelar, inverter o jogo para um ponteiro mais infiltrador do lado oposto ou finalizando com o pé direito em sua jogada característica. Se o Chelsea de Frank Lampard não estivesse punido pela FIFA nesta janela por acordos com menores de idade – o clube teve o recurso negado e apelou ao TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), mas não deve ser julgado até o fechamento da janela de verão europeu – o brasileiro seria a reposição ideal à saída de Eden Hazard para o Real Madrid.

A ida para o PSG viabilizando a volta de Neymar ao Barcelona ainda está no horizonte e também seria interessante, sucedendo o craque brasileiro na mesma função e se juntando a Mbappé e Cavani no ataque. Mas o clube francês joga duro para permitir a saída da maior contratação da história do esporte e a negociação não será tão simples. O Manchester United seria outra possibilidade, mas não parece empolgar muito o jogador e seu agente Kia Joorabchian.

A luz parece vir de Liverpool. Para reviver o “quarteto fantástico” com Mané, Salah e Firmino que vinha encantando a Europa até Coutinho forçar a barra para realizar o sonho de jogar no Barça em janeiro de 2018. O problema é que a saída gerou desgaste com a torcida e a equipe se equilibrou no 4-3-3 com um meio-campo mais forte e intenso na conquista da Liga dos Campeões e na campanha histórica na Premier League. Mas Jurgen Klopp sempre se referiu ao brasileiro com carinho e admiração.

O fato é que o Barcelona precisa definir logo o que fazer com a contratação mais cara de sua história. A relação com a torcida é tensa, o meia foi considerado um dos “vilões” da eliminação na semifinal da Champions para o Liverpool e o resgate da imagem sem espaço entre os titulares fica mais difícil.

O futuro é duvidoso e a camisa sete do time catalão parece mesmo mais próxima de Griezmann, mesmo com toda diplomacia do clube e do craque que chega para ajudar o Barça a reconquistar a Champions. Coutinho falhou em sua única tentativa e deve pagar com a saída pela porta dos fundos.

 

 

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Renan Lodi nas mãos de Simeone pode ser a evolução do estilo de Marcelo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/08/renan-lodi-nas-maos-de-simeone-pode-ser-a-evolucao-do-estilo-de-marcelo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/08/renan-lodi-nas-maos-de-simeone-pode-ser-a-evolucao-do-estilo-de-marcelo/#respond Mon, 08 Jul 2019 18:21:58 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6830

Imagem: Divulgação/Atletico de Madrid

Renan Lodi foi anunciado oficialmente pelo Atlético de Madrid. Já se apresenta ao novo clube para um contrato de seis anos e será desfalque importante para Tiago Nunes na sequência da temporada do Athletico. Com 21 anos é mais um que deixa o futebol brasileiro bem cedo.

Mas o futuro é promissor já pensando em seleção. Lodi é um daqueles típicos laterais com pé canhoto de meia que a nossa base revela com alguma frequência. Desde Felipe, ex-Vasco, a Marcelo, em fase final da carreira no Real Madrid. Técnica, habilidade, visão de jogo, vocação ofensiva.

Nas mãos de Diego Simeone é possível vislumbrar uma sensível melhora no trabalho defensivo, problema comum na formação de jogadores da posição no país. Compondo a última linha com posicionamento correto e concentração máxima sem a bola. Tanto no confronto direto com o atacante quanto nas diagonais de cobertura dentro de uma marcação por zona. Sem contar os movimentos coletivos de pressão no campo de ataque. Na frente, mais intensidade e objetividade pelo flanco esquerdo.

Filipe Luís fez sua história no time colchonero evoluindo defensivamente sem perder a consistência no ataque, mesmo com características diferentes das de Lodi. Aliás, a chegada do jovem lateral como sucessor do atual titular da seleção brasileira é parte do processo de contar com melhores soluções de ataque que o treinador argentino pretende implementar em sua equipe.

Se evoluir e amadurecer como se espera, Lodi é lateral para, no mínimo, dois ciclos de Copa do Mundo com a camisa verde e amarela. Por enquanto é apenas um projeto dentro da imprevisibilidade do esporte e da vida. Mas já vale um olhar de Tite pensando em 2022. Pode ser a evolução natural do estilo de Marcelo no futebol brasileiro.

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