atleticonacional – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Mesmo sem Flórida Cup, rascunho do Corinthians pode dar em bela arte final http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/18/mesmo-sem-florida-cup-rascunho-do-corinthians-pode-dar-em-bela-arte-final/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/18/mesmo-sem-florida-cup-rascunho-do-corinthians-pode-dar-em-bela-arte-final/#respond Sun, 19 Jan 2020 02:00:36 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7842

Foto: Gledston Tavares / Framephoto / Estadão Conteúdo

O resultado tinha uma relativa importância pelo contexto da rivalidade com o Palmeiras. Qualquer taça em disputa vale. Por isso o Corinthians sentiu no apito final a derrota de virada por 2 a 1 para o Atlético Nacional que deu a Flórida Cup para o Palmeiras, que vencera, também de virada pelo mesmo placar, o New York City.

Mas o saldo dos primeiros testes, um tanto precoces, pode ser considerado positivo. Tiago Nunes rascunhou a equipe em um 4-2-3-1 que resgatou boa ideia do Grêmio campeão da Libertadores em 2017: Ramiro como “ponta-volante” partindo da direita para dentro trabalhando com Luan, criando superioridade numérica no meio e abrindo o corredor para o lateral – Fagner, no caso.

Além disso, valeram os momentos de intensidade, de rapidez no perde-pressiona e dos passes verticais de Camacho e Victor Cantillo, destaque com dinâmica no trabalho entre as intermediárias, visão de jogo e perigo nos chutes de média/longa distância.

As chances desperdiçadas, porém, custaram, de certa forma, o título do torneio em Orlando. No primeiro tempo, Boselli perdeu pênalti sofrido por Fagner, infiltrando justamente no corredor. Vagner Love entrou na segunda etapa e desperdiçou contragolpe iniciado pela bola recuperada no campo de ataque, passe de Ramiro e o camisa nove errando duas vezes à frente do goleiro Cuadrado.

Luan foi melhor na estreia, não só pelos dois gols. Mas novamente se movimentou bem, buscando espaços às costas dos meio-campistas do time colombiano, que mostrou evolução em relação à partida contra o Palmeiras, foi superior na segunda etapa e mereceu a virada com gols de Gustavo Torres e Sebastián Gómez.

As muitas substituições sempre descaracterizam a análise da capacidade competitiva. Mas os 90 minutos com titulares nas duas partidas mostraram que há esperanças. Já para o confronto pela segunda fase da Libertadores contra San José ou Guarani que começa em 5 de fevereiro.

Com a volta de Pedrinho da seleção pré-olímpica e a definição na lateral-esquerda entre Lucas Piton e um Sidcley ainda longe da melhor condição física, fica faltando um bom nome para ocupar a ponta pela esquerda.  Tiago Nunes precisa de um jogador com maior capacidade de desequilibrar: com dribles e/ou velocidade para acelerar contragolpes e infiltrações em diagonal. Não parece ser Janderson.

De qualquer forma, o futuro é promissor em caso de evolução sólida. O rascunho pode dar em bela arte final.

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Liberdade total para Dudu é a primeira novidade no Palmeiras de Luxemburgo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/16/liberdade-total-para-dudu-e-primeira-novidade-no-palmeiras-de-luxemburgo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/16/liberdade-total-para-dudu-e-primeira-novidade-no-palmeiras-de-luxemburgo/#respond Thu, 16 Jan 2020 04:01:21 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7833 Entrar em campo com uma semana de pré-temporada, ainda mais em um torneio internacional, é sempre um risco. Ao mesmo tempo, significa a total falta de parâmetros para análise. Na prática, um treino com camisa oficial.

Por isso é injusto e prematuro fazer qualquer avaliação do desempenho dos titulares do Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo em 45 minutos contra o Atlético Nacional de Medellín pela Florida Cup.

O que se pode afirmar é o óbvio, no futebol e na vida: mudar nunca é fácil. E o time alviverde desenvolveu uma cultura de jogo nos últimos anos – de Marcelo Oliveira a Mano Menezes, com hiatos nas curtas passagens de Eduardo Baptista e Roger Machado – que foi possível notar “ecos”, mesmo com a proposta de transformação com a chegada de Luxemburgo.

O recuo de Felipe Melo para a zaga e de Bruno Henrique para a função de volante mais fixo não ajudou na saída de bola com mais elaboração nos passes. Porque o hábito, a “memória” é de uma saída mais direta, com lançamentos. Mano tentou mudar e houve oscilações. No primeiro esboço de 2020, natural encontrar dificuldades.

Também a maior produção ofensiva nas transições rápidas. O ataque que precisa de espaços para acelerar teve uma mudança nítida. A primeira novidade do Alviverde: Dudu joga com liberdade total. Algo também ensaiado por Mano, mas não tão nítido. Sem a bola, o 4-2-3-1 se transformava em um 4-4-2 “torto”, com o camisa sete mais adiantado pela direita, alinhado a Luiz Adriano e o jovem volante Patrick de Paula dava suporte a Marcos Rocha no flanco e Lucas Lima recuava para preencher o meio-campo, deixando Raphael Veiga mais à esquerda.

Dudu, para variar, foi o ponto de desequilíbrio. O mais criativo. A dependência permanece e é natural. Mas a liberdade criou um efeito colateral, bem aproveitado em alguns momentos pelo time colombiano: a inversão rápida de bola para Vladimir Hernández, ex-Santos, no mano contra Marcos Rocha. A pressão na saída de bola também dificultou bastante a equipe brasileira.

Tudo muito compreensível, natural. Até porque Luxemburgo perdeu Matheus Fernandes, vendido ao Barcelona, e Gustavo Scarpa, em negociação com o Almería. Valeu a observação no segundo tempo dos reservas, especialmente Gabriel Menino, Wesley e da joia Gabriel Veron no ataque. Na mudança de rota que terá um maior aproveitamento dos jogadores revelados nas divisões de base.

Ah, sim! O resultado. Empate sem gols e vitória nos pênaltis por 10 a 9. Mas é o menos importante, neste caso. Valeu pelas observações, ainda que o Palmeiras, a rigor, tenha mostrado mais do mesmo. Tudo dentro do esperado, apesar das enormes expectativas.

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João Pedro, mais um menino a brincar tão rápido no nosso playground http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/24/joao-pedro-mais-um-menino-a-brincar-tao-rapido-no-nosso-playground/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/24/joao-pedro-mais-um-menino-a-brincar-tao-rapido-no-nosso-playground/#respond Fri, 24 May 2019 10:19:49 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6585

Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

João Pedro tem 17 anos, é da base de Xerém e já está vendido pelo Fluminense, afundado em dívidas e crise política. O Watford pagou cerca de 45 milhões de reais.

Uma bagatela a julgar pelo que o menino fez até agora. Sete gols em dez jogos no profissional. Mais que Ronaldo Fenômeno e Neymar. Nove finalizações, todas certas, em 216 minutos em campo. Mais duas assistências. Salvou o time na Copa do Brasil contra o Cruzeiro que sofreu no Brasileiro com dois gols do atacante rápido, inteligente e de incrível destreza nas finalizações.

O Atlético Nacional de Barcos e comandado por Paulo Autuori penou ainda mais. Na estreia como titular, João Pedro teve 11 minutos de Romário: dois gols, um de cabeça aproveitando os 1,86 m de quem esticou rápido e outro tocando por cima do goleiro, mais o cruzamento preciso da esquerda para Luciano testar para as redes. Eficiência máxima. Um primeiro tempo fenomenal com mais uma bola na rede, fechando os 4 a 1 no Maracanã. Na segunda etapa ainda teve mais uma chance em jogada individual. Cinco finalizações, três gols. Espetáculo que deixa o Flu mais próximo das oitavas da Copa Sul-Americana.

Playground do menino que brinca, dança e se diverte. Mas já vai embora. Em 2020, com 18 anos, já estará na Premier League. Como Gabriel Jesus pelo Manchester City e Richarlison no Everton. Ou Vinícius Júnior em “La Liga” com a camisa do Real Madrid. E tantos outros que já foram ou ainda vão. Nossa dura sina é curti-los tão pouco por aqui e depois só na TV. Ou raramente em um estádio brasileiro com a camisa verde e amarela.

Faz parte do jogo. Do direito de trabalhar onde quiser, de garantir a família e a si mesmo em carreira tão curta e incerta. De fazer o time que o revelou ganhar mais 10% de uma venda futura com valor bem acima do pago pelo clube inglês, que terminou esta edição do campeonato nacional em 11º lugar. Nem precisa ser gigante para tomar o doce da nossa boca.

Que o Flu e sua torcida usufruam do jovem que tornou mais contundente o ataque do time de Fernando Diniz que antes ficava com a bola e sofria para traduzir o domínio no placar. Que todos aproveitem para olhar bem de perto um talento tipicamente nosso. Cada vez mais cedo tipo exportação.

Nas Laranjeiras, forma com Marcos Paulo, outro jovem talento, uma dupla tratada como “Casal 20”. Lembrando Washington e Assis, protagonistas no tricampeonato carioca de 1983 a 1985 e no título brasileiro de 1984. Atacantes que não foram formados no clube, mas atuaram com a camisa tricolor por anos – Assis de 1983 a 1987 e Washington, que chegou junto com o parceiro do Atlético Paranaense e ficou até 1989.

Marcos Paulo e João Pedro não devem durar duas temporadas no profissional do Flu. Vão brincar em áreas de lazer mais sofisticadas. Para o mundo aplaudir. Sinal dos tempos.

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Pachuca na semifinal! Mas o grande adversário do Grêmio segue o mesmo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/12/09/pachuca-na-semifinal-mas-o-grande-adversario-do-gremio-segue-o-mesmo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/12/09/pachuca-na-semifinal-mas-o-grande-adversario-do-gremio-segue-o-mesmo/#respond Sat, 09 Dec 2017 16:54:24 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=3836 Sem meias palavras: foram 120 minutos duros de assistir. No primeiro tempo de Pachuca x Wydad Casablanca em Abu Dhabi, a FIFA teve que inventar uma finalização que, a rigor, foi um cruzamento na direção do gol. O time mexicano não conseguia criar espaços, apesar de propor o jogo. O time ainda sente muita falta do jovem meia Hirving Lozano, negociado com o PSV Eindhoven. O marroquino, campeão africano, tinha espaços, mas não conseguia concatenar contragolpes, muito menos acionar a estrela Bencharki na frente.

Mesmo com o Wydad contando com apenas dez homens desde os 24 minutos da segunda etapa, após a expulsão do volante Nakach, o gol do Pachuca só saiu aos seis do segundo tempo da prorrogação. Quando, enfim, o uruguaio Urretaviscaya chegou ao fundo pela direita com liberdade para colocar na cabeça de Victor Guzmán.

Subindo por trás de Franco Jara, o centroavante de referência que entrou no segundo tempo na vaga de Ángelo Sagal, o chileno que foi o atacante móvel à frente do japonês Keisuke Honda no 4-2-3-1 montado pelo treinador Diego Alonso na formação inicial.

Nada demais. Mas os times que chegam às semifinais contra os campeões europeu e sul-americano dificilmente impressionam. Só que nos últimos tempos, no caso do confronto com o campeão da Libertadores, isto vem contando a favor.

Porque já passou pela estreia e o que podia restar de tensão vai embora com o confortável status de “zebra”. E se havia alguma obrigação de vencer no primeiro jogo, agora a condição é de franco atirador. Nada a perder.

Ou seja, a responsabilidade estará toda com o Grêmio. Desde a criação do Mundial de Clubes da FIFA, todos os brasileiros encontraram dificuldades na semifinal. Mesmo o Santos nos 3 a 1 sobre o Kashima Reysol em 2011 não atropelou, teve períodos de jogo controlado pelo adversário. Internacional e Atlético Mineiro ficaram pelo caminho em 2010 e 2013. Na última edição, o Atlético Nacional sequer conseguiu se classificar contra o Real Madrid. Atropelamento do Kashima Antlers por 3 a 0.

Para o Grêmio não correr riscos de vexame é importante manter a força mental e encarar como um jogo decisivo, sem assumir mais responsabilidades do que o contexto exige. Entrar com personalidade e foco no jogo. Renato Gaúcho deve exigir de seus comandados que sequer passe pela cabeça a intenção de poupar energias e evitar contusões pensando na grande decisão. É semifinal e deve ser tratada com esse peso, mesmo com todo favoritismo.

O campeão da CONCACAF  entra na rota do tricampeão da América. Mas para seguir no sonho de fazer o planeta azul pela segunda vez, o grande adversário do Grêmio segue o mesmo: os próprios nervos.

Pachuca no 4-2-3-1 com dificuldades para criar espaços, tentando acionar Urretaviscaya para acelerar pela direita. Mesmo com a expulsão no segundo tempo de Nakach, volante do 4-2-3-1 do Wydad Casablanca. Mas contra o Grêmio o time mexicano deve encontrar mais espaços para jogar (Tactical Pad).

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Reinaldo Rueda e Flamengo: relação que já nasce imediatista http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/08/14/reinaldo-rueda-e-flamengo-relacao-que-ja-nasce-imediatista/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/08/14/reinaldo-rueda-e-flamengo-relacao-que-ja-nasce-imediatista/#respond Mon, 14 Aug 2017 07:00:16 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=3085

Reinaldo Rueda é mais um treinador estrangeiro a desembarcar no Brasil cercado de expectativas. Campeão da Libertadores com o Atlético Nacional, alimenta a esperança do torcedor do Flamengo de colocar na rota do sucesso e das conquistas o elenco milionário construída pela gestão financeira responsável do clube.

Em relação à imprensa será visto com a desconfiança habitual pelos que refutam a presença de comandantes estrangeiros no país. Mas como tem perfil estudioso, porém não é nenhum garoto com seus 60 anos pode agradar aos mais atualizados, mas também à “velha guarda”.

No entanto, a relação entre Rueda e Fla já nasce com urgências. Imediatista. Simbolizada pela chegada ao Rio de Janeiro e a viagem logo em seguida para Belo Horizonte acompanhar a derrota por 2 a 0 para o Atlético Mineiro. Pela necessidade de recuperação no Brasileiro, porque há uma semifinal de Copa do Brasil contra o Botafogo aquecida pela rivalidade regional e também a urgência em conquistar um título internacional e a Sul-Americana aparece como ótima oportunidade.

Talvez a única com o treinador colombiano. Porque no melhor dos cenários o Flamengo será uma mera ponte para o grande sonho de Rueda: voltar a comandar a seleção do seu país, mas desta vez em um ciclo completo de Copa do Mundo. Não como “bombeiro” para buscar o milagre da classificação para o Mundial, como aconteceu, sem sucesso, no ciclo de 2006.

Ele é o favorito  para suceder o argentino José Pekerman depois do Mundial da Rússia. A informação de bastidor é de que há uma cláusula de liberação sem multa no contrato (atualização pós anúncio oficial: não há a cláusula contratual, mas o risco continua o mesmo) . Ou seja, se não demiti-lo antes, o Fla pode ficar sem técnico no segundo semestre do ano que vem. A única competição que poderia comandar do início ao fim seria o estadual.

Diante da falta de opções mais confiáveis é uma aposta válida. Rueda é antenado e bom gestor de grupo. Tem perfil semelhante ao de Tite. Não por acaso foi atrás de Carlo Ancelotti na Alemanha para buscar aprimoramento de suas ideias. É mais administrador de elencos que um gênio criativo. No Atlético Nacional deu sequência a um projeto que passou pelas mãos de Juan Carlos Osorio e conseguiu seis títulos em sete finais disputadas. Sem reveses, já que o que não conquistou, da Copa Sul-Americana, foi cedido em solidariedade à Chapecoense.

Mas não faz milagres. Com o desmanche da equipe de Medellín, sem Berrío, Guerra e Borja que vieram atuar no futebol brasileiro, caiu na fase de grupos da Libertadores. Com duas derrotas para o Botafogo. Manteve a proposta ofensiva e sofreu com o jogo reativo do time de Jair Ventura.

Não quer dizer que será derrotado na quarta-feira. Assim como seus títulos na Colômbia nada garantem agora. É uma nova história. Um idioma a aprender, uma cultura a descobrir. Resultadista e intensa, até cruel nas cobranças.

Rueda pode dar muito certo, mesmo com a péssima primeira impressão que certamente teve no Estádio Independência. Consolidar a recuperação de Berrío, fazer Diego e Everton Ribeiro se entenderem na criação, aproveitar o compatriota Cuéllar de maneira mais efetiva no meio-campo, posicionar melhor o sistema defensivo e dar mais chances aos jovens do elenco – também teve passagem pela seleção sub-20 da Colômbia.

Armar o time no 4-2-3-1 ou no 4-4-2 que utilizou no Nacional ou seguir o exemplo de Tite e implantar o 4-3-3/4-1-4-1 bebendo na fonte de Ancelotti. Construir um modelo de jogo forte e competitivo, potencializando as qualidades individuais através do coletivo.

A questão é o tempo. O encaixe precisa ser rápido, a margem para testes e experiências é mínima. E há uma massa de torcedores ansiosa, querendo tudo para ontem. Rueda sabe, ou deveria saber, que os mesmos que clamaram nas redes sociais para que ele viesse e fizeram festa no aeroporto podem pedir sua saída na primeira sequência ruim.

Que não seja mais um triturado por nossa máquina de moer que já vitimou ou desgastou Gareca, Osorio, Bauza, Aguirre, Fossati, entre outros estrangeiros. Paciência é artigo raro por aqui, ainda mais com quem não fala nossa língua. Boa sorte a Rueda! Ele vai precisar…

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Pimpão é o símbolo do Botafogo no limite, mas classificado http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/05/19/pimpao-e-o-simbolo-do-botafogo-no-limite-mas-classificado/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/05/19/pimpao-e-o-simbolo-do-botafogo-no-limite-mas-classificado/#respond Fri, 19 May 2017 03:17:35 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2704

Botafogo novamente no 4-3-1-2 variando para as duas linhas de quatro que sacrifica Pimpão pela esquerda, mas é forte nos contragolpes exatamente com a referência de velocidade. Faltou contundência ao Atlético Nacional que rondou a área adversária e forçou pelos flancos com Quiñonez e Ibargüen (Tactical Pad).

A pré-temporada apressada e intensa para quem precisa passar pelas fases iniciais da Libertadores sempre cobra o preço em algum momento do ano. Precisa ser competitivo muito rapidamente e tem jogos duríssimos no momento em que o ideal é ganhar força gradativamente.

O Botafogo foi de entrega total diante de Colo Colo e Olimpia. Depois um grupo duro, com o atual campeão Atlético Nacional, mais Estudiantes e Barcelona de Guayaquil. Sem respiro.

Natural oscilar em desempenho. Quando tentou propor jogo se complicou no Engenhão contra o Barcelona. Era preciso vencer para não ter que pontuar na rodada final contra os argentinos. O desafio era encarar o time colombiano em recuperação, de bela atuação na volta da decisão da Recopa Sul-Americana atropelando a Chapecoense.

Era preciso sacrifício. E jogar no limite é com Rodrigo Pimpão. No 4-3-1-2 armado por Jair Ventura, é o atacante de velocidade com piques seguidos. Só que também precisa voltar pela esquerda para compor a segunda linha do 4-4-2 que é a variação tática para bloquear os flancos.

Primeiro tempo sofrido. Gol perdido por Roger em contragolpe puxado por Pimpão logo no início. Atlético Nacional no habitual 4-2-3-1 que dá liberdade a Macnelly Torres na articulação e força pelos flancos, desta vez com Quiñonez e Ibargüen.

60% de posse, sete finalizações a cinco de quem precisava dos três pontos para sobreviver. O Botafogo tentava controlar o jogo sem a bola para acelerar a transição ofensiva. Mas pecava nos passes. Muitas bolas longas e inversões. Ficou menos com a bola e errou mais: 23 a 20.

Quando trabalhou no chão com passe mais curto que permitiu descer em bloco, Lindoso encontrou Pimpão em seu primeiro deslocamento saindo do lado esquerdo. Arranque e finalização precisa. O quarto no torneio continental.

O gol no início da segunda etapa para afirmar a maneira de jogar e minar as forças dos colombianos, que seguiram insistindo pelos lados, mas sem contundência. Até pela atuação impecável do jovem zagueiro Igor Rabello. Reinaldo Rueda arriscou um 4-4-2 com o atacante Luis Carlos Ruiz na vaga do volante Aldo. Jair respondeu com velocidade: Guilherme no lugar de Roger.

Mas sem poupar as energias de Pimpão, que seguia indo e voltando pela esquerda. Até sair exausto para entrar Gilson. Guilherme perdeu a chance de ampliar, assim como Carli desviando cobrança de escanteio. Foram 12 finalizações, uma a menos que os visitantes. Nada menos que 23 desarmes certos contra dez. Seguiu errando mais passes, porém compensou com fibra e a eficiência na conclusão.

O símbolo de todas as virtudes é Pimpão. Deixando 100% no campo. O prêmio veio em forma de vaga nas oitavas-de-final na Libertadores. A competição mais importante que foi priorizada. Desde o início, com todos os sacrifícios. Um exemplo.

(Estatísticas: Footstats)

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Vitória histórica para afirmar o Botafogo como um time pronto e maduro http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/04/14/vitoria-historica-para-afirmar-o-botafogo-como-um-time-pronto-e-maduro/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/04/14/vitoria-historica-para-afirmar-o-botafogo-como-um-time-pronto-e-maduro/#respond Fri, 14 Apr 2017 03:04:29 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2550 Eram 44 anos sem uma vitória fora de casa na Libertadores. Era o quarto adversário tradicional nesta edição, depois de Colo Colo, Olimpia e Estudiantes. O Atlético Nacional, atual campeão, no Atanasio Girardot.

Sem o bom zagueiro Marcelo, sem Aírton e Montillo. A ausência do argentino, ao menos, fez o Botafogo de Jair Ventura voltar ao 4-3-1-2 que varia para o 4-4-2 sem a bola do Brasileiro, dando liberdade a Camilo.

Linhas compactas para negar espaços e controlar o jogo sem a bola. A trinca de volantes formada por Lindoso, Bruno Silva e João Paulo marcando por zona e tirando espaços de Macnelly Torres, o meia criativo do 4-3-3 armado por Reinaldo Rueda.

A chave novamente era Pimpão, que voltava pela esquerda na segunda linha de quatro e ainda era a referência de velocidade para os contragolpes. Depois de um impedimento inexistente, o atacante acelerou a transição ofensiva, mas soube aguardar a chegada dos companheiros para atacar em bloco e João Paulo, pela direita, colocar na cabeça de Camilo.

Uma das três finalizações alvinegras, duas no alvo. Contra os 62% de posse e as cinco finalizações do time da casa. Pouco, mais pelo mérito alvinegro na organização ofensiva que só tinha dificuldades contra os dribles do ponteiro Ibargüen pela esquerda.

Segundo tempo com Rueda trocando Bernal por Aldo Ramírez para melhorar a produção do meio-campo. Jair Ventura perdeu Pimpão que, sacrificado com função tão exaustiva, estourou o músculo. Entrou Guilherme.

Jovem atacante enviado para o lado direito e Camilo recuou à esquerda num 4-1-4-1 com Lindoso mais plantado entre a defesa e o meio. O time sentiu a falta de seu atacante mais incisivo e recuou. Rueda fez a leitura e abriu Cristian Dájome como ala pela direita e mandou Daryo Moreno para o centro do ataque. O zagueiro Nájera saiu e o lateral Bocanegra ficou um pouco mais fixo.

A pressão aumentou, o time colombiano rondou mais a área e finalizou nove vezes em 45 minutos. Mas sem a chance cristalina. Jair reoxigenou o time com juventude: Fernandes e Sassá nas vagas de Camilo e Roger. Era se defender e esperar a chance do contra-ataque letal.

Plano executado com perfeição. Nos acréscimos, a arrancada de Guilherme e a finalização precisa no canto esquerdo de Armani. O Atlético estava invicto em casa em 2017 e não perdia para equipes estrangeiras há dois anos em seu estádio.

Mas o Botafogo foi maduro, ganhou casca com o poder de superação desde o ano passado. De candidato ao rebaixamento no Brasileiro a classificado para as fases eliminatórias. Depois só pedreiras e vagas conquistadas no limite. Agora um grupo duríssimo.

Até aqui, nada foi um obstáculo capaz de conter o Botafogo que parece pronto para tudo nesta Libertadores. Depois da vitória histórica, o próximo desafio é o Barcelona. Não o espanhol, mas o colíder do grupo com a mesma campanha em todos os critérios. Em Guayaquil. Quem pode duvidar do time de Jair Ventura?

(Estatísticas: Footstats)

 

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Uma vitória que simboliza a reconstrução com dignidade da Chapecoense http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/04/04/uma-vitoria-que-simboliza-a-reconstrucao-com-dignidade-da-chapecoense/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/04/04/uma-vitoria-que-simboliza-a-reconstrucao-com-dignidade-da-chapecoense/#respond Wed, 05 Apr 2017 00:47:05 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2497

Mais que todas as homenagens, lágrimas, palavras de esperança e gestos de solidariedade e gratidão antes, durante e depois da bola rolar, o que fica de lição deste Chapecoense x Atlético Nacional é a vaia da torcida para o desentendimento entre Macnelly Torres e Moisés no segundo tempo. Algo que normalmente é exaltado nos campos brasileiros como “futebol de verdade”. Que sirva de exemplo.

Em campo, a sexta vitória consecutiva na temporada da equipe montada do zero sob o comando de Vagner Mancini significa bem mais que a vantagem do empate na partida de volta pela Recopa Sul-Americana.

Simboliza uma reconstrução com a dignidade que virou marca do clube catarinense. Planejamento dentro da realidade, sem projetos megalomaníacos. Sabendo exatamente onde pode pisar. Também sem exigir caridade.

Sim, é preciso olhar pelas famílias dos que se foram na tragédia do ano passado, mas o tamanho da perda e a necessidade de reagir rápido para estar minimamente pronto em 2017 justificam o estabelecimento de prioridades. Não há parâmetros para medir a dor e o desatino.

Em campo, a  nova Chape parte de uma proposta pragmática para ser competitiva de forma mais rápida. Nos jogos grandes se baseia em concentração defensiva, velocidade nos contragolpes e muito foco nas jogadas aéreas com bola parada.

No 4-1-4-1 com Andrei Girotto atento à cobertura de Apodi, mesmo com este trabalhando mais como lateral e não como o ala de outros tempos. João Pedro, ex-Palmeiras, virou meia com Luiz Antonio no centro e Rossi e Arthur Caike nas pontas, deixando Tulio de Melo à frente.

A Chape deixava os zagueiros do Atlético Nacional saírem jogando e começava o bloqueio a partir de zagueiros e laterais para ter superioridade numérica onde estava a bola quando o adversário entrasse no seu campo. Mesmo assim teve dificuldades.

Porque o campeão da Libertadores, apesar das muitas mudanças na base vencedora de Reinaldo Rueda, continua muito forte. Trabalha a bola, tem mobilidade e variação tática – do 4-2-3-1 para o 4-4-2 quando o atacante Dayro Moreno se junta ao centroavante Luis Carlos Ruiz e Bernal ocupava o lado direito no meio.

Jogo igual, definido na bola parada pelo time menos ajustado. Pênalti bem cobrado por Reinaldo e o golpe de cabeça de Luiz Otávio, substituto do lesionado Douglas Grolli. O empate do Atlético na jogada trabalhada finalizada por Macnelly Torres.

Ao contrário do que diz o clássico de Jackson do Pandeiro, este jogo bem que podia terminar 1 a 1. Com todos vencedores, o que não deixou de acontecer na alma de cada um. Mas se no jogo da gratidão o Atlético não entregou o resultado como fez com a Copa Sul-Americana, a Chapecoense precisava mais do triunfo.

Para consolidar um novo tempo. De entrega de todos que fazem um novo time para o clube emergente. De vontade de seguir vencendo independentemente da compaixão inevitável quando os olhos miram a Arena Condá.

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O mundo cão volta a latir alto para a Chapecoense http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2016/12/16/o-mundo-cao-volta-a-latir-alto-para-a-chapecoense/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2016/12/16/o-mundo-cao-volta-a-latir-alto-para-a-chapecoense/#respond Fri, 16 Dec 2016 03:48:07 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2050 Wagner Mancini Chape

Primeiro foram as declarações lamentáveis de Marco Polo Del Nero, Fernando Carvalho e Vitório Piffero ainda na dor recente da tragédia. Depois algumas homenagens prometidas que não aconteceram por detalhes tão pequenos diante da enorme perda, em contraste com toda a generosidade do Atlético Nacional , dos colombianos, do Barcelona e de outros cantos do planeta.

Agora, com a Chapecoense definindo diretoria e comissão técnica, as declarações do novo técnico Wagner Mancini lamentando a postura de times da Série A que inicialmente se colocaram à disposição para colaborar na reconstrução do elenco e agora disponibilizam apenas as peças descartáveis de sua folha salarial.

Como quem no final do ano revira o guarda-roupa e os armários para doar  sapatos velhos e camisetas furadas, como se o necessitado fosse uma lixeira do que não se quer mais. Tudo para passar o Natal com a “consciência tranquila”.

Na prática, os clubes querem empurrar os próprios problemas para quem está precisando de ajuda. Não seria nada complicado se os “coirmãos” se reunissem e cada um disponibilizasse um reserva com potencial ou um jovem promissor. Com o devido cuidado para equilibrar o elenco por faixa etária e posição.

A Chapecoense não perdeu “apenas” 19 jogadores. Boa parte do planejamento também se foi com os dirigentes que estavam no avião da Lamia, sem contar a comissão técnica. Então até mesmo uma certa hesitação neste início na avaliação das possíveis contratações é mais que compreensível.

A maior tragédia da história dos esportes deixa um trauma ainda difícil de dimensionar. A falta de confiança nos pares também prejudica na hora de analisar as ofertas. Está claro que a missão não é, nem será fácil.

Não é tratar como “coitadinho”, mas entender o impacto do ocorrido na vida de uma instituição ainda jovem, sem o lastro de outras e ganhando visibilidade maior agora por algo que ninguém gostaria que tivesse acontecido.

Por isto o blog insiste com a ideia de imunizar a Chapecoense de rebaixamento ao menos no ano que vem. No Brasileiro e também no estadual, pois está claro que o início da reformulação terá uma enorme complexidade. É hora de mostrar as duas grandes virtudes que levaram o clube ao seu auge: humildade sem complexo de inferioridade e noção de suas possibilidades.

Triste ver que depois dos corpos enterrados o mundo cão volta a latir alto e forte para quem ainda necessita tanto de um abraço. Sincero e solidário. A Chape vai precisar de toda força do mundo inteiro para se reerguer.

 

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O Atlético Nacional não merecia! Time, torcida, povo… http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2016/12/14/o-atletico-nacional-nao-merecia-time-torcida-povo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2016/12/14/o-atletico-nacional-nao-merecia-time-torcida-povo/#respond Wed, 14 Dec 2016 12:53:34 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2039 A semifinal do novo formato do Mundial Interclubes costuma ser cruel para o campeão da Libertadores, pela tensão de uma estreia com tamanho favoritismo. Mesmo para o Corinthians, último sul-americano que conquistou o planeta em 2012.

Mas foi duro ver o Atlético Nacional sofrer a maior derrota de um campeão do nosso continente. Justo o clube colombiano que emocionou o Brasil e o mundo com tanta solidariedade na tragédia da Chapecoense.

Em campo é possível lamentar muita coisa, principalmente o bom primeiro tempo com 60% de posse, 16 finalizações e duas bolas na trave. Muito volume de jogo com o volante Uribe se juntando a Macnelly Torres e aparecendo na área adversária e finalizar, os ponteiros Berrio e Mosquera buscando as diagonais e o pivô de Borja, deixando as jogadas de fundo para os laterais Bocanegra e Díaz.

Mas tanta volúpia ofensiva cobrava um preço: apenas os zagueiros Aguilar e Henríquez, este muito lento e estabanado, e o volante Arias ficavam atrás para conter os contragolpes do Kashima Antlers. Há tempos o futebol japonês não se resume à correria. Inclusive em tempos recentes a seleção e alguns clubes pecaram por caminharam direção contrária: ficaram previsíveis e lentos pelo excesso na troca de passes.

O campeão japonês comandado por Ishi Masatada parece combinar melhor a qualidade no passe e a rapidez nas transições ofensivas. Sem contar a disciplina e a concentração já conhecidas para a execução do esquema com as linhas de quatro bem próximas e sabendo adiantar a marcação. Ainda assim, cedeu espaços e poderia ter saído atrás no placar.

Mas foi às redes no pênalti polêmico, com o uso do recurso eletrônico. Depois da jogada finalizada. Falta clara de Berrio em Nishi, mas com o zagueiro japonês impedido. Que não participou do lance porque foi derrubado. Se chegasse na bola, o ataque seria anulado. Prova de que o uso do vídeo é mais que válido, mas não vai resolver tudo.

A cobrança precisa de Shoma Doi é que começou a definir a semifinal. Porque o Atlético sentiu o golpe, voltou do intervalo mais desorganizado e menos fluente na frente. Piorou com a entrada de Guerra no lugar de Arias que recuou Uribe. Ainda assim, o empate só não veio porque Cristian Dájome perdeu à frente do goleiro Sogahata.

Com linhas adiantadas e no desespero, o Atlético deixou espaços generosos para os contragolpes que terminaram no gol de calcanhar de Endo e o golpe final de Suzuki. 3 a 0 ficou pesado demais para quem teve 61% de posse e 24 conclusões contra apenas dez dos japoneses.

O Atlético não merecia…time, torcida e povo que foram puro coração com os brasileiros. Mas no Japão o emocional também atrapalhou. Uma pena.

 

 

 

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