bayerndemunique – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Caminho do PSG na Champions será bem mais complicado do que parece http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/07/10/caminho-do-psg-na-champions-sera-bem-mais-complicado-do-que-parece/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/07/10/caminho-do-psg-na-champions-sera-bem-mais-complicado-do-que-parece/#respond Fri, 10 Jul 2020 13:18:37 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8750

Foto: Harold Cunningham / UEFA / AFP

Tão logo saiu os cruzamentos no sorteio das quartas de final da Champions, ainda que faltando três dos oito classificados, a primeira impressão foi de que o Paris Saint-Germain seria o grande “vitorioso”.

Afinal, o time de Neymar saiu da reta das grandes camisas e dos campeões dos últimos anos – excetuando o atual, Liverpool. Sem Real Madrid, Barcelona e Bayern de Munique no caminho até a grande final. “Fugindo” também  do Manchester City de Guardiola e da Juventus de Cristiano Ronaldo, que ainda enfrenta o Lyon pelas oitavas.

Primeiro a Atalanta. Se passar, o vencedor de Leipzig e Atlético de Madrid. Sem dúvida, se olharmos a história do torneio continental, é uma trilha teoricamente menos pesada. E desse enrosco pode sair um finalista inédito – só o Atlético já esteve em uma final.

Só que não estamos dentro de uma normalidade. Longe disso. E são justamente essas mudanças no cenário que tornam o caminho do PSG bem mais complicado do que parece.

Acima de tudo pela inatividade do time francês, que é sem precedentes em uma fase tão avançada da competição. Entre março e agosto, a previsão de apenas duas partidas oficiais: as decisão das copas nacionais – Saint-Etienne na Copa da França no dia 24 e Lyon na Copa da Liga Francesa no dia 31. Mais quatro amistosos contra adversários bem abaixo do nível de enfrentamento que espera o time de Paris.

Com a Ligue 1 encerrada, a equipe de Thomas Tuchel terá o benefício do menor risco de lesões e desgaste, mas o enorme déficit em um aspecto fundamental no futebol atual: intensidade. Por mais que os treinos hoje reproduzam o ritmo e a velocidade na tomada de decisão do jogo, a falta do nível alto de competição pode prejudicar bastante. Principalmente pela disparidade de forças na França que já prejudicou o PSG no sonho de ganhar a Champions em outras temporadas.

E a Atalanta de Gian Piero Gasperini não é um time qualquer. Longe disso. Mostra personalidade, com volume de jogo sufocante e capaz também de surpreender jogando em rápidas transições ofensivas. Atropelou o Valencia nas oitavas e vem de onze vitórias consecutivas. É o melhor entretenimento do futebol atual.

É preciso pesar que essa disputa da Champions acontecerá em um ambiente mais “puro”, sem a “contaminação” da atmosfera. Campo neutro, em Lisboa, e sem torcida. Nem a vantagem do conhecimento e da vivência no próprio estádio será possível. Fatores que costumam estabelecer essa coisa metafísica e difícil de descrever que é a “camisa pesada”.

Todo esse contexto definindo a vida em 90, 120 minutos ou nos pênaltis. Para ficar ainda mais imprevisível. E o PSG ainda carregará a tensão do favoritismo, já que para o time de Bergamo a simples presença nas quartas já é histórica e digna de celebração na cidade, se houvesse a possibilidade de aglomeração de pessoas.

Se conseguir chegar às semifinais, as dificuldades serão praticamente as mesmas. Só um pouco mais nivelado na intensidade pelo jogo forte das quartas. Caso o adversário seja o Leipzig, a missão será encarar um “novato” ainda mais motivado a fazer história e que também joga em ritmo fortíssimo. Ainda assim, talvez seja melhor para Neymar e companhia, já que o time alemão também sofrerá um pouco agora com a falta de jogos oficiais por conta do fim da Bundesliga 2019/20.

Encarando o Atlético de Madrid, o estilo do time de Simeone pode expor as fragilidades defensivas que o PSG costuma apresentar em jogos grandes. E mesmo sem a força do mando, a “casca” construída pelo clube espanhol nos últimos anos em fases avançadas da competição pode fazer diferença.

Não será tão simples ou menos complicado. E o projeto PSG nunca mostrou consistência para se impor em qualquer cenário na Europa. O desafio continua enorme, mesmo sem gigantes pelo caminho.

[Sobre o outro lado do chaveamento:

Juventus tende a se aproveitar da inatividade do Lyon e tirar a desvantagem em Turim. O Manchester City deve confirmar contra o Real Madrid, embora sem torcida o mando tenha perdido força. Se passar, a equipe de Guardiola é ligeiramente favorita contra o time de Cristiano Ronaldo para seguir em busca do título inédito.

Barcelona já deve ter problemas contra o Napoli. Jogo contra o time de Genaro Gattuso não será tranquilo, mesmo no Camp Nou. Se passar, a menos que o Bayern de Munique tenha uma queda brusca por conta da inatividade, o risco de ser surrado pelo octampeão alemão como em 2013 é considerável. Só o “fator Messi” pode mudar o destino do time catalão.]

 

 

 

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Volta do futebol na Europa escancara drama do PSG e de Neymar na Champions http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/15/volta-do-futebol-na-europa-escancara-drama-do-psg-e-de-neymar-na-champions/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/15/volta-do-futebol-na-europa-escancara-drama-do-psg-e-de-neymar-na-champions/#respond Mon, 15 Jun 2020 13:50:22 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8652

Foto: Reuters

O Manchester City entra em campo na quarta, dia 17, para enfrentar o Arsenal em jogo adiado da 28ª rodada da Premier League. Exatos 99 dias depois da última partida antes da pandemia: derrota para o rival United por 2 a 0 no dia 8 de março. Serão nove rodadas que devem confirmar o título do Liverpool, mais a Copa da Inglaterra que retorna nas quartas-de-final e tem a decisão marcada para 1º de agosto. O time de Guardiola já faturou a Copa da Liga Inglesa.

A Juventus voltou na sexta-feira empatando sem gols com o Milan e se classificando para a decisão da Copa da Itália contra o Napoli. Final na quarta, em Roma, e retomada da liga no dia 22, para mais 12 rodadas até o início de agosto. O time de Cristiano Ronaldo, para variar, lidera o campeonato, mas apenas um ponto à frente da Lazio.

Times com realidades opostas. O City praticamente cumpre tabela na liga e vai se dedicar à copa nacional até a volta da Champions, definindo a vaga nas quartas contra o Real Madrid depois de vencer na ida por 2 a 1. A Juventus define logo o mata-mata e depois parte para um guerra buscando manter a hegemonia no país. Ambas competindo forte até agosto, ou bem próximo disso.

O Paris Saint-Germain disputou a última partida no dia 11 de março, quando eliminou o Borussia Dortmund e conseguiu ultrapassar a barreira das oitavas da Liga dos Campeões na “Era Neymar/Mbappé”. Foi declarado campeão francês quando as autoridades francesas proibiram atividades esportivas até setembro.

Com o retorno das principais ligas, o PSG – e também o Lyon, o outro francês que disputa o torneio continental e venceu a Juventus na ida por 1 a 0 – se depara com o maior obstáculo, no momento, para o sonho de disputar com chances reais o maior título de clubes do planeta: a inatividade.

Com a possibilidade de disputa das quartas e semifinais em jogos únicos em sede fixa (provavelmente Lisboa), o time francês estaria objetivamente a três partidas da grande obsessão do clube. Mas como ser competitivo com quase seis meses sem jogos oficiais?

O clube busca uma flexibilização, com a possibilidade de realização de amistosos e da decisão da Copa da França, contra o próprio Lyon, no dia primeiro de agosto. Ainda assim, a distância do nível de competição seria gigantesca. Não só em relação aos exemplos citados, de City e Juventus.

O próprio Bayern de Munique, outro grande favorito ao título europeu pelo desempenho mesmo antes da parada, decide a Copa da Alemanha no dia 4 de julho contra o Bayer Leverkusen. Antes disso deve confirmar o octacampeonato da Bundesliga que, com apenas 18 clubes, termina no dia 27. Só uma partida em julho, mas ainda com grande vantagem sobre o PSG.

É claro que, por exemplo, uma lesão grave de um Cristiano Ronaldo ou Lewandowski neste processo pode relativizar e muito a vantagem dos times que estão jogando. Mas o contexto do gigante francês hoje é único. Nenhum time ficou tanto tempo sem jogar oficialmente.

Para piorar, a insatisfação com a direção do futebol, especialmente Leonardo, por conta do anúncio das saídas de Thiago Silva e Cavani. Clima tenso e sem partidas para dividir atenções e tornar as pautas sobre o clube menos negativas.

Como estarão Neymar, Mbappé e companhia quando entrarem em campo para o jogo mais importante da história recente do Paris Saint-Germain? Eis a maior incógnita do futebol desde a Segunda Guerra Mundial. E a resposta ainda vai demorar.

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Principais ligas voltam na Europa, mas quem é capaz de superar o Bayern? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/07/principais-ligas-voltam-na-europa-mas-quem-e-capaz-de-superar-o-bayern/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/07/principais-ligas-voltam-na-europa-mas-quem-e-capaz-de-superar-o-bayern/#respond Sun, 07 Jun 2020 13:02:32 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8613

Foto: Getty Images

A liga espanhola volta na quinta-feira, dia 11. A Premier League no dia 17 e o Italiano no dia 20. Ótima notícia para quem gosta de futebol, obviamente respeitando todos os cuidados dentro de uma pandemia. Com os protocolos utilizados na Bundesliga como modelo para dar o máximo de segurança a atletas, comissões e todos os envolvidos em uma partida de futebol.

Mas o campeonato alemão também tem uma referência em desempenho dentro do campo. O Bayern de Munique, que parou no dia 8 de março já na liderança da competição e virtualmente classificado para as quartas da Liga dos Campeões depois de enfiar 3 a 0 no Chelsea em Londres, retomou as atividades com força total e já emendou cinco vitórias. Somando às quatro antes da parada já são nove seguidas.

Dezessete gols marcados, quatro sofridos. Sete pontos de vantagem sobre o Borussia Dortmund faltando quatro rodadas. O octacampeonato é questão de tempo e matemática. Mas o que salta aos olhos mesmo é o rendimento da equipe comandada por Hans-Dieter Flick.

Um rolo compressor que impressiona pelo volume de jogo. Fruto de um modelo que coordena bem a ocupação do campo de ataque trabalhando a bola e as transições ofensivas demolidoras. Sempre com muitos jogadores chegando à frente e mobilidade para descoordenar a marcação adversária.

Os laterais Pavard e Davies podem atacar por dentro ou por fora – e o lateral direito francês está cada vez melhor nas jogadas aéreas. Os pontas Coman e Gnabry alternam pelos flancos e também procuram o centro, alternando com Thomas Muller, destaque com 20 assistências e recuperando a capacidade de desequilibrar encontrando espaços para facilitar o trabalho coletivo.

No meio-campo, Kimmich e Goretzka jogam de área a área, organizando e também aparecendo para finalizar. Porque os zagueiros Boateng e Alaba também são geradores de jogo, até porque contam com a inteligência na cobertura de Neuer. Na frente, a máquina de gols Lewandowski, com trinta dos noventa marcados pela equipe em 30 rodadas.  44 em 38 partidas na temporada.

Por mais que se relativize a força dos concorrentes na Alemanha e considere a cultura de vitória dos bávaros que esmaga os rivais também mentalmente, o futebol do Bayern tem momentos de espetáculo cada vez mais frequentes. Como o golaço de Goretzka, o segundo nos 4 a 2 sobre o Leverkusen. Ou o de Lewandowski, completando linda combinação de Muller e Kimmich no terceiro dos 5 a 0 sobre o Fortuna Düsseldorf.

Individualidades potencializadas pelo trabalho da equipe de Flick, lembrando em vários momentos o time dominante da tríplice coroa comandado por Jupp Heynckes em 2012/13. É líder em posse de bola (62%), mas também em finalizações por jogo (18), segundo o site Whoscored.com.

Difícil prever o que pode acontecer na volta da Champions em agosto, ainda mais com a possibilidade de termos definição de vaga em jogo único. Mas considerando o crescimento do desempenho na volta é difícil imaginar uma outra equipe alcançando nível tão alto.

Um desafio para as incógnitas Real Madrid e Barcelona e a Juventus, dominante na Itália. Quem sabe Pep Guardiola não idealizou outra revolução durante a parada forçada e seu Manchester City volte surpreendendo?

A única certeza é que hoje o time a ser batido na Europa é o redivivo gigante bávaro. Unindo estética e eficiência, vencendo e encantando.

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Bayern encaminha octa com cultura da vitória que não deixa brechas http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/05/26/bayern-encaminha-octa-com-cultura-da-vitoria-que-nao-deixa-brechas/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/05/26/bayern-encaminha-octa-com-cultura-da-vitoria-que-nao-deixa-brechas/#respond Tue, 26 May 2020 19:22:40 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8550

Foto: Federico Gambarini / Pool / AFP

O aspecto anímico não é o mais importante no futebol, mas pode contar muito em jogos decisivos. No ambiente tenso, mesmo sem torcida, a força mental tende a se impor quando há equilíbrio técnico e tático.

O Bayern de Munique tem elenco superior ao do Borussia Dortmund. Mas taticamente há equilíbrio e o Signal Iduna Park conta a favor do time da casa pelo costume de jogar no estádio, mesmo sem a “Muralha Amarela”. Sem contar a necessidade do resultado para diminuir de quatro para um ponto a vantagem bávara na tabela da Bundesliga.

No entanto, a cultura da vitória pesou no clássico. Algo que é difícil de definir, mas que fica claro em alguns contextos. Como a maioria dos clubes definindo as prioridades na competição praticamente descartando a briga pelo título. Muitos sequer contando a possibilidade de pontuar nos confrontos diretos com o time dominante.

O Dortmund até começou melhor, movimentando o trio Hazard-Haaland-Brandt e os alas Hakimi e Raphael Guerreiro. Atacando por dentro e por fora, mexendo com a marcação do rival. No primeiro minuto, Boateng salvou sobre a linha gol certo de Haaland. Ainda uma oportunidade com Brandt e ataque bem anulado em finalização de Guerreiro nas redes – impedimento de Hazard.

Foram dez minutos de domínio, porém sem o gol que daria confiança para quem vem sofrendo reveses consecutivos na Alemanha. Foi o suficiente para a equipe de Hans-Dieter Flick se aprumar, melhorar o aproveitamento nos passes – terminou o primeiro tempo com 87% contra 83% – e, com volume de jogo, até fechar os 45 minutos iniciais com mais posse de bola: 52%.

Teve também a mobilidade como aliada. No 4-2-3-1, alternando os ponteiros Coman e Gnabry com Thomas Muller no suporte a Lewandoswski. Aproveitando os corredores, principalmente o esquerdo com Davies. Piszczek salvou gol de Gnabry.

Mas não houve como evitar a bela finalização de Kimmich. Toque por cobertura que o goleiro Burki poderia ter salvado, mas não tira a plástica do toque do volante, que alternou com Goretzka na proteção da defesa e na organização. Foi a sexta finalização dos visitantes, contra sete do Dortmund. Mas quatro no alvo do líder e apenas duas do time da casa. Eficiência.

O 3-4-2-1 do Dortmund que se impôs no início com mobilidade, mas o Bayern equilibrou também com movimentação na frente e o belo toque por cima de Kimmich fez a diferença (Tactical Pad).

Também personalidade para voltar atacando e complicar o time modificado por Lucien Favre: Emre Can e Sancho nas vagas de Delaney e Brandt. Não surtiu o efeito desejado inicialmente, apesar da oportunidade finalizada por Haaland, que sentiu fisicamente e deu lugar a Reyna, que entrou pela direita. Hazard foi para o centro do ataque e ganhou companhia quando Favre desmontou o 3-4-2-1 com a troca de Piszczek por Mario Gotze. Witzel ainda entraria na vaga de Dahoud.

No 4-2-4, o Borussia partiu para um tudo ou nada, porém desorganizado e sem “punch”. Favre demorou um pouco a mexer na estrutura na equipe, mas, com exceção da superioridade inicial, nunca demonstrou uma real capacidade de furar a meta de Neuer.

Mesmo com uma defesa improvisada, com a entrada do lateral francês Lucas Hernández na vaga de Boateng, invertendo o lado de Alaba, o Bayern sofreu pouco. Só reforçou a marcação nos minutos finais, ao trocar Gnabry por Javi Martínez e se fechar num 4-1-4-1 com Muller pela direita e Perisic, que entrara na vaga de Coman, no lado oposto.

Lewandowski não conseguiu manter a fantástica média de um gol por rodada, acertando a trave esquerda de Burki. Foram 11 finalizações do Bayern, duas a menos que o rival. Cinco para cada lado no alvo. O Dortmund terminou com mais posse (51%), porém sem a força para buscar o empate e ao menos manter a distância para o líder.

Em um 4-2-4 desorganizado e sem contundência, o Dortmund não conseguiu furar o sistema defensivo do Bayern mais sólido no final com as substituições e repaginado em um 4-1-4-1 (Tactical Pad).

Porque o Bayern administra com competência a cultura da vitória que sempre existiu no clube dentro do país e ganhou força desde a temporada 2012/13. Com Heynckes, Guardiola, Ancelotti, Kovac, agora Flick, que alcança a 21ª vitória em 24 partidas. Com mais ou menos brilho, sempre consistente. Não deixa brechas.

Uma força que se impõe até diante da arbitragem, como no pênalti não marcado em conclusão bloqueada por Boateng com o braço no início do primeiro tempo. No mundo todo funciona assim. Na dúvida, quem apita favorece o gigante.

Octacampeonato encaminhado com autoridade. Sete pontos faltando seis rodadas. Nem o “mundo novo” com a pandemia mudou a ordem das coisas na Bundesliga.

(Estatísticas: Whoscored.com)

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Bayern e Dortmund reforçam virtudes e aquecem a “decisão” de terça http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/05/23/bayern-e-dortmund-reforcam-virtudes-e-aquecem-a-decisao-de-terca/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/05/23/bayern-e-dortmund-reforcam-virtudes-e-aquecem-a-decisao-de-terca/#respond Sat, 23 May 2020 18:19:03 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8536 O Bayer Leverkusen do ótimo Kai Havertz emendou a goleada em casa sobre o Werder Bremen por 4 a 1 e supera como visitante o Borussia Mönchengladbach no “confronto direto” pela terceira colocação no triunfo por 3 a 1. Grande “sprint” no retorno da Bundesliga.

Mas a disputa pelo título parece, mais uma vez, limitada a Bayern de Munique e Borussia Dortmund. Duas vitórias para cada lado antes do duelo na terça feira no Signal Iduna Park. Uma “decisão” na competição por pontos corridos.

Em Wolfsburg, a equipe de Lucien Favre não foi tão intensa e fluida quanto no clássico contra o Schalke, nem contou com a inspiração de Haaland na frente, seja como pivô e, principalmente, no ofício de finalizador.

Mas teve a dinâmica ofensiva do 3-4-2-1 que privilegiam o trabalho dos alas. Hakimi e Raphael Guerreiro voam pelos corredores, mas também são capazes de entrar na área simultaneamente para criar ou finalizar. Contam para isso com a movimentação do trio Hazard-Haaland-Brandt e o suporte de zagueiros e meio-campistas para a circulação da bola que entrega volume de jogo.

2 a 0. Gols de Hakimi e Guerreiro. Um em cada tempo. Apesar dos problemas defensivos, principalmente depois da saída de Hummels por lesão. Os problemas físicos são o grande gargalo do Dortmund na luta pelo título. Mas ao menos Favre deve contar de início com Jason Sancho, que novamente entrou na vaga de Brandt e armou o contragolpe do segundo gol, entregando a 17ª assistência no campeonato.

Mesmo número de Thomas Muller, novamente o destaque do líder no triunfo em casa sobre o Eintracht Frakfurt. Desta vez com liberdade de movimentação atrás de Lewandowski no mesmo 4-2-3-1 das últimas partidas. Saindo da direita, que ficou com Coman. Perisic pelo lado oposto, na vaga de Gnabry. Goretzka entrou no lugar de Thiago Alcântara e marcou o primeiro gol. Passe de Muller, que anotou o segundo no primeiro tempo.

A segunda etapa entrou em ritmo de treino com o 27º gol de Lewandowski na Bundesliga logo no primeiro minuto. A senha para o Bayern relaxar e sofrer dois gols em jogadas aéreas de escanteios. Do zagueiro Hinteregger, que já tem oito no campeonato.

Davies,novamente muito presente pelo corredor esquerdo, matou qualquer possibilidade real de reação do Frankfurt e o mesmo Hinteregger se atrapalharia em ataque de Gnabry, que entrou na vaga de Perisic. Gol contra bizarro que levou o jogo de novo para um ritmo mais lento.

O time bávaro apenas administrou os 5 a 2, “vingando” os surpreendentes 5 a 1 do turno. Mantendo a volúpia ofensiva, no ritmo do redivivo Muller.  A grande virada da “Era” Hans-Dieter Flick. Fechando em sete gols marcados e dois sofridos na retomada que manteve os quatro pontos de vantagem no topo da tabela.  Contra seis a favor e nenhum contra para o Dortmund.

Os gigantes alemães aquecem turbinas e reforçam virtudes. Promessa de jogaço na terça.

 

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Bayern cumpre obrigação na volta e Lewandowski segue fazendo história http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/05/17/bayern-cumpre-obrigacao-na-volta-e-lewandowski-segue-fazendo-historia/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/05/17/bayern-cumpre-obrigacao-na-volta-e-lewandowski-segue-fazendo-historia/#respond Sun, 17 May 2020 18:09:10 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8502 Não foi uma grande atuação do heptacampeão e líder Bayern de Munique. Não acompanhou a intensidade do Borussia Dortmund no sábado, até por jogar fora de casa, sempre complicado mesmo sem torcida no estádio.

Também pela maior atenção do Union Berlin na fase defensiva. No 3-4-2-1 com o sérvio Subotic, ex-Borussia Dortmund, no lado esquerdo da zaga. Linha de defesa que muitas vezes se organizou com cinco homens ao recuar os alas Trimmel e Lenz. No meio-campo, Promel protegia a retaguarda com bom posicionamento e, no ataque, o nigeriano Ujah lutava sozinho contra Boateng e Alaba.

No banco, o artilheiro Andersson, com 11 gols, e Gentner, titular no meio-campo. Talvez pensando no clássico da capital contra o Hertha. Parte de uma cultura recente da maioria dos times alemães de não contar com a possibilidade de pontuar contra os bávaros na projeção da campanha na liga. Para complicar ainda mais para o Union, o treinador Urs Fischer não estava à beira do campo, liberado para o enterro do sogro, que faleceu por Covid-19.

O Bayern é que não se ajudou muito no primeiro tempo. Armado num 4-2-3-1 por Hansi Flick, subaproveitava Thomas Muller aberto pela direita. O setor perdeu amplitude e profundidade porque Pavard apoiava pouco e o camisa 25 perdia liberdade para circular às costas dos volantes adversários. Só apareceu no gol bem anulado pela arbitragem, com auxílio do VAR, na primeira etapa.

Coman iniciou no banco e Goretzka começou no meio-campo. O meia rendeu pouco, mas sofreu o pênalti de Subotic que Lewandowski converteu. O 26º do artilheiro da competição, no mesmo número de rodadas. Apenas um jogador alcançou tal feito: ninguém menos que a lenda Gerd Muller. Em três edições do Campeonato Alemão.

Atacante histórico do Bayern que marcou 40 gols em 1970/71. Um recorde que o camisa nove polonês pode alcançar nas próximas rodadas se aumentar a média de um por jogo. É claro, se o futebol profissional continuar na Alemanha.

Na segunda etapa, mais produção pela direita do Bayern, aproximando o nível ao do lado oposto, com o jovem Davies novamente voando para se juntar a Gnabry. Muller passou a se mexer mais e encontrar companhia. De Lewandowski, Goretzka, Kimmich e também Pavard, que passou a atacar com mais frequência. Não só aproveitando o corredor, mas também aparecendo nas bolas paradas.

Perdeu um gol feito no início do segundo tempo e marcou de cabeça para fechar os 2 a 0. Já com Coman no lugar de Goretzka ajustando de vez o lado direito. Confirmando o domínio dos visitantes com 69% de posse, 12 finalizações contra oito – três a um no alvo – e 83% de efetividade nos passes.

Com o triunfo, o líder mantém os quatro pontos de vantagem sobre o Dortmund.  O suficiente depois de mais de dois meses de inatividade. Mas Lewandowski, mesmo sem brilhar, segue com eficiência impressionante. Agora são 40 gols em 34 partidas na temporada. Para seguir fazendo história na Alemanha e na Europa.

(Estatísticas: Whoscored.com)

 

 

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Dez livros sobre futebol para ler ou reler http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/04/02/dez-livros-sobre-futebol-para-ler-ou-reler/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/04/02/dez-livros-sobre-futebol-para-ler-ou-reler/#respond Thu, 02 Apr 2020 12:52:18 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8243  

Imagem: Editora Grande Área

“A Pirâmide Invertida” (2008) – Jonathan Wilson 

Simplesmente a “Bíblia” da evolução tática do futebol. O incansável jornalista mergulha em uma pesquisa sem precedentes na história do esporte, desde o caos total na origem da formação dos times até a inversão do desenho tático, com apenas um atacante e mais jogadores protegendo a própria meta – o que não produziu, necessariamente, um jogo pior. Leitura obrigatória.

“A Bola Não Entra Por Acaso” (2009) – Ferran Soriano

O ex-presidente do Barcelona e atual CEO do Manchester City merece ser lido quando os temas são gestão de futebol e desenvolvimento de uma marca global. Mesmo com o Barça hoje não vivendo momento tão iluminado e o City punido pela UEFA por burlar o fairplay financeiro. Interessante para entender um pouco das estratégias fora do campo de clubes com estruturas gigantescas.

“Febre de Bola” (1992) – Nick Hornby

Não é um livro sobre o Arsenal, como a capa dá a entender. Mas sobre como o futebol pode ser o guia da vida de muita gente e um clube a grande válvula de escape para as nossas derrotas e os empates de todo dia. Quem nunca associou uma data importante a um jogo do seu time de coração? A originalidade da escrita de Hornby para a época torna o livro ainda mais especial.

“Guardiola Confidencial” (2014) / “A Evolução” (2017) – Martí Perarnau

Perarnau simplesmente teve acesso quase irrestrito ao cotidiano de trabalho do maior treinador deste século e um personagem intrigante. Com conhecimento sobre futebol para observar e fazer as perguntas certas e as anotações relevantes sobre a trajetória de Pep Guardiola no Bayern de Munique e no Manchester City. Mesmo com alguns exageros no “culto” ao personagem, são duas obras “gêmeas” e espetaculares.

“Como o Futebol Explica o Mundo” (2004) – Franklin Foer

A melhor pesquisa até hoje realizada para explicar como o futebol se tornou o esporte mais popular do planeta, ganhando uma dimensão maior do que se poderia imaginar para algo que é um jogo, na essência. Jornalismo em estado de arte, talvez o melhor livro-reportagem sobre o futebol, com relatos que apenas comprovam a sua inserção no contexto sócio-político do planeta.

“O Barça” (2012) – Sandro Modeo

Em meio a tantos livros para descrever o maior time do século 21, o de Modeo é o mais completo em relação à base de ideias e ideais que construíram a “identidade Barça”. A filosofia de Johan Cruyff atualizada e combinada com outras influências por Pep Guardiola, mas passando por figuras menos conhecidas, como Laureano Ruiz e Vic Buckinham.

“Os 55 maiores jogos das Copas do Mundo” (2010) – Paulo Vinícius Coelho

O maior mérito da pesquisa do PVC foi fugir da tentação brasileira de fechar no próprio umbigo as narrativas sobre os jogos das Copas do Mundo. Nas quais o Brasil ou venceu, ou foi o “campeão moral”, ou “perdeu para si mesmo”.  As entrevistas com jornalistas de Itália, Argentina, França e Holanda lançam um olhar diferente sobre partidas históricas. Brilhante pesquisa.

“11 Cidades” (2017) – Axel Torres

“Para cada viagem, um só destino: o futebol”. Este é o mote do jornalista espanhol para descrever sua paixão pelo esporte e por viagens. Seguindo um roteiro um tanto improvável atrás de personagens díspares, o autor é mais um a mostrar com genialidade o futebol como fenômeno cultural e paixão coletiva. De Londres a Assunção, no Paraguai. Sem fronteiras.

“O Negro no Futebol Brasileiro” (1947) – Mário Filho

O maior clássico da literatura brasileira sobre futebol pela pena do homem que dá nome ao Maracanã não poderia ficar de fora. Apesar do natural, para a época, foco no futebol carioca e da necessidade de contextualização histórica. O relato da entrada do negro em um esporte criado pelos brancos e a forte identidade do país cinco vezes campeão mundial por conta disso, apesar do nosso racismo estrutural.

“Mourinho: Porquê Tantas Vitórias?” (2006) – Nuno Amieiro e vários

Hoje o título pode soar um tanto anacrônico, mas na época do lançamento virou o livro de cabeceira de muitos treinadores e analistas para entender a metodologia e as ideias do então melhor treinador do planeta. Para isso, Nuno e os outros três autores acompanharam Mourinho por uma temporada inteira no Chelsea. Ainda vale muito a leitura, até para entender o que acontece hoje com o português.

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Os dez maiores treinadores do século 21 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/30/os-dez-maiores-treinadores-do-seculo-21/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/30/os-dez-maiores-treinadores-do-seculo-21/#respond Mon, 30 Mar 2020 11:45:52 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8231

Foto: Darren Staples / Reuters

1º – Pep Guardiola 

O que melhor combinou conquistas, desempenho das equipes e influência no jogo. Suas ideias e transformações ao longo do tempo puxaram fila entre os treinadores e fez o esporte evoluir trinta anos em dez. O melhor time do século, o Barcelona de 2010/11, carrega sua forte assinatura. O mais vencedor em ligas por pontos corridos, quando o melhor trabalho quase sempre se impõe. São sete em nove disputadas. Dominante na Espanha, Alemanha e Inglaterra.

Influenciado por Rinus Michels, Johan Cruyff, Juan Manuel Lillo, Marcelo Bielsa, Arrigo Sacchi e também assimilando conceitos de seus contemporâneos, Guardiola se reinventa o tempo todo, adicionando intensidade e se adaptando ao ritmo da Premier League. Só não negocia a posse de bola, a pressão pós-perda para recuperá-la o mais rápido possível e a volúpia ofensiva de suas equipes. Um gênio.

2º – José Mourinho

O melhor do mundo indiscutível de 2003 a 2008. Contra Guardiola teve que se provar e protagonizou os grandes duelos dos últimos dez anos, vencendo com a Internazionale a Liga dos Campeões 2009/10 e La Liga em 2011/12 com campanhas históricas. Mas caindo com o Real Madrid na sequência de superclássicos de 2010/11, superado nas ligas nacional e continental, só vencendo a Copa do Rei.

Nem o ocaso recente diminui os grandes feitos e também a contribuição para o futebol. Sim, a sua “retranca inteligente” também ajudou a fazer o jogo evoluir. Uma pena ter assumido de forma exagerada o personagem “Darth Vader da bola”, se esforçando tanto para ser o anti-Guardiola que seus trabalhos estagnaram no exagero defensivo, no “park the bus”, e também na tensão exagerada da gestão do vestiário.

3º – Carlo Ancelotti

A liderança tranquila. Um gestor de talentos por excelência. Identifica os líderes, técnicos e anímicos, de um elenco e agrega ao trabalho, criando um clima amistoso, mesmo na imensa pressão do futebol em alto nível. Amado por figuras díspares, como Kaká, Ibrahimovic e Cristiano Ronaldo.

Mas também deu sua contribuição tática, com a “Árvore de Natal”, o 4-3-2-1 do Milan campeão europeu e mundial em 2006/07 que tinha Pirlo como “regista” e Kaká mais solto para rasgar as defesas adversárias com força e velocidade. Também o Real Madrid de “La Decima”, dando a melhor resposta ao estilo de Pep Guardiola ao massacrar o Bayern de Munique com 5 a 0 no agregado e um futebol de compactação defensiva e contragolpes demolidores.

4º – Alex Ferguson

O homem que fez o Manchester United tomar do Liverpool o posto de maior vencedor na Inglaterra, com 20 títulos. O Rei da Premier League, com 13 conquistas. Sete neste século. Cinquenta títulos na carreira. E os Red Devils tentam até hoje reencontrar um caminho de volta às glórias.

Ferguson não era nenhum gênio tático, mas tinha a capacidade de desenvolver seus jogadores, como fez com Cristiano Ronaldo, Wayne Rooney, David Beckham, Ryan Giggs e tantos outros. Influenciado pelos treinadores estrangeiros que chegaram a Inglaterra, soube criar variações e apostar na versatilidade dos atletas. Apostava também na força mental, especialmente no final dos jogos, que criou o mito do “Fergie Time”, arrancando vitórias improváveis que construíram uma carreira mais que vencedora.

5º – Jurgen Klopp

O melhor treinador da atualidade. O grande algoz de Guardiola, criando problemas para o catalão desde os duelos do Bayern contra o Borussia Dortmund que comandou e construiu uma hegemonia no início desta década na Alemanha com seu futebol “rock’n’roll”.

Estilo personalíssimo, de intensidade máxima e rapidez nas transições, mas que aprendeu a trabalhar a bola para acrescentar pausas e não exaurir sua equipe. Assim deu o salto competitivo que fez o Liverpool duas vezes finalista da Champions, último campeão e agora com o tão sonhado título de Premier League dos Reds encaminhado e barrado apenas pelo Covid-19. Além de ótimo profissional, um cara boa gente. Carismático, adorado por seus jogadores e respeitado pelos adversários.

6º – Arsène Wenger

Não se prenda à imagem final do francês no Arsenal decadente. Wenger revolucionou não só o clube, mas também o futebol inglês. Sepultou o “kick and rush” e adicionou leveza e valorização da técnica. Com erros e acertos, também marcou seu trabalho pela descoberta e desenvolvimento de jovens talentos. Assim ajudou o clube a se estruturar financeiramente e construir o Emirates Stadium.

O grande momento, indiscutivelmente, foi o título invicto da Premier League em 2003/04. Os “Invincibles” das rápidas transições ofensivas e do fulgor da dupla Dennis Bergkamp e Thierry Henry no ataque, bem assessorados por Ljungberg, Pires, Vieira e Ashley Cole. Faltou o título europeu, que parou no Barcelona de Ronaldinho em 2005/06, mas a trajetória é marcante na história.

7º -Jupp Heynckes

O “pai” do futebol mais inteligente da atualidade, com times versáteis, capazes de mudar de estratégia nas partidas sem alterar a escalação. Em 2012/13, o Bayern de Munique da tríplice coroa foi o segundo time com mais posse na Europa, mas atropelou o Barcelona, líder no controle da bola, na semifinal da Champions com 7 a 0 no agregado e 40% de posse na média das duas partidas.

O time de Robben e Ribéry que podia encurralar o adversário em seu campo ou atrair e atropelar com transições ofensivas avassaladoras. Superando a doída derrota nos pênaltis para o Chelsea na final europeia em Munique e fazendo da temporada de despedida do treinador veterano uma aventura épica que deixou marcas tão profundas que fez Heynckes retornar da aposentadoria em 2018 para reerguer o clube e levá-lo a novo título da Bundesliga, aos 73 anos.

8º – Zinedine Zidane

Um gênio dos campos que fez história em sua primeira experiência como treinador em um grande time. Tricampeão da Champions, um feito que, mesmo com oscilações no desempenho e beneficiado por algumas arbitragens bastante questionáveis, é difícil de mensurar sem o devido distanciamento histórico.

Herdeiro da liderança tranquila de Ancelotti, de quem foi auxiliar no próprio time merengue, o francês ajustou um timaço que sabia trabalhar no campo de ataque, mas também nos contragolpes. A temporada 2016/17 foi perfeita, não só pelo título espanhol, mas pela armação do 4-3-1-2 móvel que tinha Isco ora se juntando a Casemiro, Modric e Kroos no meio-campo, ora formando um trio no ataque com Cristiano Ronaldo e Benzema. Atuação magnífica nos 4 a 1 sobre a Juventus na final da Champions.

9º – Vicente Del Bosque

Dois grandes feitos no século: o único treinador que conseguiu fazer o time galáctico do Real Madrid, com todas as estrelas – Roberto Carlos, Figo, Zidane, Raúl e Ronaldo – faturar um título: a liga espanhola 2002/03. Apenas sem o Fenômeno ganhou a Champions da temporada anterior, com o gol antológico de Zidane na final contra o Bayer Leverkusen.

Ainda o primeiro título mundial da Espanha em 2010. Combinando com sabedoria o legado de Aragonés no título da Eurocopa 2008 com a influência de Pep Guardiola no Barcelona que era a base da seleção. Sabendo que não contava com o gênio Messi, apostou em uma posse obsessiva e defensiva, que trabalhava a bola no ritmo de Xavi e Iniesta para ser menos incomodado pelos adversários. Del Bosque também era um sábio gestor de vestiário que criava um clima sereno para as estrelas brilharem.

10º – Diego Simeone

O argentino não poderia deixar de figurar nesta lista apenas por ter conquistado uma liga espanhola superando o Barcelona de Messi e o Real Madrid de Cristiano Ronaldo – simplesmente dois dos maiores times da história de clubes gigantes. Na temporada 2013/14 que ainda teve final da Champions que escapou nos últimos segundos.

Mas Simeone fez muito mais. Podemos dividir a história do Atlético de Madri antes e depois do treinador. Não só pelos dois títulos de Liga Europa e uma Copa do Rei, além da liga espanhola já citada, mas pelo resgate da autoestima e do orgulho do clube. Capaz de feitos como o mais recente, eliminando o campeão Liverpool da Liga dos Campeões. Você pode não apreciar o estilo, mas tem que respeitar o que conseguiu sem os mesmos recursos dos gigantes espanhois.

 

 

 

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Futebol em Quarentena – Seis partidas que mudaram a história do jogo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/19/futebol-em-quarentena-seis-partidas-que-mudaram-a-historia-do-jogo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/19/futebol-em-quarentena-seis-partidas-que-mudaram-a-historia-do-jogo/#respond Thu, 19 Mar 2020 14:36:55 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8183

Foto: Filippo Monteforte / Getty Images

Dando continuidade à série “Futebol em Quarentena” no blog, uma reflexão olhando para trás enquanto a bola não volta a rolar, seguem os seis jogos que mudaram a história do jogo.

Ou os que marcaram alterações táticas mais significativas dentro de um esporte que felizmente se transforma constantemente, mesmo que muitas vezes só percebamos depois, com o tão necessário distanciamento histórico.

Vamos a eles!

Inglaterra 3×6 Hungria – Amistoso, 1953

A alcunha de “Jogo do Século” hoje soa um exagero até absurdo. Mas foi o grande primeiro impacto no futebol a imposição dos húngaros campeões olímpicos em 1952, nos Jogos de Helsinke.

A Inglaterra no WM e vivendo das ações individuais, especialmente de Stanley Matthews, foi engolida pela gênese do 4-2-4, com Hidegkuti com a camisa nove recuando para articular, abrindo espaços para os goleadores Kocsis e Puskas e desmontando a marcação individual do “English Team”, invicto em seus domínios contra seleções não britânicas.

O legado foi o de transformações que iam do aquecimento antes da partida, do uso de chuteiras mais leves e simples até a utilização de quatro defensores na última linha que o Brasil aproveitaria em 1958 com Vicente Feola, auxiliar do húngaro Béla Guttmann no São Paulo.

Brasil 1×0 Inglaterra – Copa do Mundo, 1970

Não era confronto eliminatório, mas o duelo no Estádio Jalisco, no México, carregava o simbolismo de colocar frente a frente os vencedores das últimas três Copas do Mundo.

Os “inventores” do futebol e então campeões, representando o chamado “futebol-força” – embora houvesse muita técnica nos Bobbies (Moore e Charlton) – e os precursores do 4-4-2 que viraria padrão no futebol britânico contra os brasileiros trazendo um jogo mais artístico, porém sustentados pelo planejamento tático mais cuidadoso de Zagallo, se defendendo num 4-5-1, e uma preparação física de vanguarda para a época.

A jogada fantástica de Tostão pela esquerda que passou por Pelé e chegou a Jairzinho no gol da vitória e a defesa portentosa de Gordon Banks em cabeçada de Pelé ficaram para a história, mas naquela partida a melhor seleção de todos os tempos consolidou sua maneira de jogar em uma espécie de “batismo de fogo” e ganhou confiança para buscar o tri.

Itália 3×2 Brasil – Copa do Mundo, 1982

Talvez a partida mais representativo de todas. O jogo que marcou gerações e, de certa forma, pauta o futebol brasileiro até hoje. Criando a falsa dicotomia “ganhar feio ou perder bonito”.

O confronto entre a seleção de Telê Santana que sonhava combinar a dinâmica do “Carrossel Holandês” de 1974 com o improviso canarinho e a Azzurra de Enzo Bearzot, que ainda acreditava no “gioco all’italiana”: Scirea como líbero, marcação individual no craque adversário (Gentile x Zico) e os demais por encaixe, Conti como “ala tornante” (ponta que volta), Cabrini o “terzino fluidificante” (lateral que apoia) e Antognioni sendo uma mistura de “regista” (maestro) e “trequartista” (ponta-de-lança).

Assim superaram o Brasil encantador de Leandro, Júnior, Sócrates, Zico, Falcão e Éder, porém irregular e com sérios problemas defensivos – em especial, as muitas falhas de Junior no posicionamento como lateral que resultaram em dois dos três gols de Paolo Rossi. Para muitos, a vitória italiana resultou no futebol mais defensivo que viveu seu ápice (ou anticlímax) na Copa do Mundo de 1990.

Barcelona 1×0 Internazionale – Liga dos Campeões 2009/10

Aqui um enorme salto no tempo, de quase três décadas, e a mudança de protagonismo do futebol de seleções para o de clubes. E da Copa do Mundo para a Liga dos Campeões.

O Barcelona venceu, mas não levou a vaga para a decisão contra o Bayern de Munique. A Internazionale de José Mourinho havia superado o time de Pep Guardiola, que assombrara o mundo vencendo a tríplice coroa em sua primeira temporada num time de primeira divisão combinando elementos das escolas holandesa, espanhola e argentina, por 3 a 1 em Milão.

Aos 28 minutos no Camp Nou, Thiago Motta foi expulso e Mourinho apelou para uma linha “de handebol” que chegou a aglutinar oito jogadores guardando a meta de Julio César. A “retranca inteligente”, negando os espaços mais perigosos ao oponente, passou a ser utilizada em larga escala depois disso, com os quatro defensores ficando mais próximos e centralizados e os dois pontas voltando como laterais. Tudo para evitar as infiltrações. Xeque-mate do português sobre o catalão.

Barcelona 5×0 Real Madrid – La Liga, 2010/11

A resposta de Guardiola no ano seguinte. Aproveitando a arrogância de Mourinho, que acreditou que com Cristiano Ronaldo e o elenco milionário do Real Madrid poderia encarar um Barcelona ainda melhor coletivamente no Camp Nou.

Levou um “rondo” de 90 minutos, com Messi deitando e rolando entre a defesa e o meio-campo do rival e servindo seus companheiros. Pedro, Xavi, Villa duas vezes e o jovem Jeffren para fechar a “maneta” e esfregar na cara dos merengues o sucesso de sua cantera. O estado de arte do jogo posicional com posse, pressão pós-perda e a ocupação perfeita dos espaços sem deixar o adversário respirar.

O maior espetáculo de melhor time que vi em ação. E saiu barato para o Madrid. Mourinho tentou resgatar a retranca da Inter nos confrontos seguintes, mas só foi bem sucedido na final da Copa do Rei. No duelo mais importante, pela semifinal da Champions, Messi desequilibrou com dois gols no Santiago Bernabéu. Os 5 a 0, porém, foram mais emblemáticos.

Bayern de Munique 0x4 Real Madrid – Liga dos Campeões 2013/14

A resposta mais completa e avassaladora a Guardiola não foi de Mourinho, nem de Klopp – o treinador que mais venceu o catalão, porém em jogos quase sempre muito duros, parelhos.

Carlo Ancelotti conseguiu com o Real Madrid que venceria “La Decima” fechar espaços à frente da própria área como a Inter de 2010. Com duas linhas de quatro muito próximas e Gareth Bale se desdobrando fechando espaços pela direita, mas se juntando a Benzema e Cristiano Ronaldo em um tridente ofensivo que atropelou o Bayern num 4-2-4 e com posse de bola inócua.

Contragolpes demolidores, com passes rápidos e objetivos para fugir da pressão pós-perda do time alemão. E eficiência na bola parada procurando o implacável Sergio Ramos. Guardiola até hoje admite ser sua pior derrota pelos erros que cometeu. Mas a estratégia de Ancelotti, mais versátil e completa, serviu como mais uma transformação no futebol que graças a esses treinadores evoluiu 30 anos na última década.

 

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Futebol em Quarentena – Os dez melhores times que vi em quatro décadas http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/17/futebol-em-quarentena-os-dez-melhores-times-que-vi-em-quatro-decadas/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/17/futebol-em-quarentena-os-dez-melhores-times-que-vi-em-quatro-decadas/#respond Tue, 17 Mar 2020 19:31:32 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8174

Foto: Javier Soriano / AFP

O futebol parou nos principais centros, inclusive no Brasil. Felizmente, a sensatez prevaleceu e quem puder ficar em casa para não arriscar um colapso nos atendimentos hospitalares por conta da pandemia do coronavirus, melhor para todos.

Mas o blog não pára e aproveita para olhar para trás e abrir espaços para postagens que em tempos velozes, de imediatismo e exigência do “quente”, do “gancho”, não costumam ter muito espaço.

Por isso a série “Futebol em Quarentena” trará rankings, análises de times históricos, jogos lendários, confrontos “dos sonhos” entre grandes equipes de épocas diferentes e o que mais pintar até a bola voltar a rolar no mundo – em breve, esperamos todos.

Para começar, a vontade da maioria do público que votou na enquete no Twitter:

Imagem: Reprodução / Twitter

Então seguem os melhores times (clubes) que vi em quase 40 anos acompanhando apaixonadamente o futebol. Com as devidas particularidades, incluindo memória afetiva. Lista é pessoal, sempre. E daqui a um ano pode mudar também… Vamos lá!

1º – Barcelona de Guardiola – 2010/11

Não foi a equipe mais vencedora comandada por Pep Guardiola na Catalunha, já que na primeira temporada do treinador novato (2008/09) veio a tríplice coroa. Mas mesmo perdendo a Copa do Rei para o Real Madrid de José Mourinho e Cristiano Ronaldo, o Barcelona da temporada 2010/11 foi um primor coletivo que iluminou ainda mais o talento de Xavi, Iniesta, Messi e Daniel Alves.

O gênio argentino, definitivamente como “falso nove”, destruiu as defesas adversárias e foi o elemento de desequilíbrio em um modelo de jogo que tangenciou a perfeição. Pressão pós-perda, posse de bola, construção do jogo desde o goleiro e criação de superioridade numérica no setor da bola, sempre buscando o homem livre. Cansava e atordoava os adversários e conseguia impor a maneira de jogar, mesmo nas raras derrotas. Combinação quase perfeita do melhor das escolas espanhola, holandesa e argentina.

2º – Milan de Arrigo Sacchi – 1988/1989

Os 5 a 0 sobre o Real Madrid pela semifinal da Liga dos Campeões no Giuseppe Meazza representam o melhor do fantástico time dos holandeses Frank Rijkaard, Ruud Gullit e Marco Van Basten. Comandados por Sacchi, que revolucionou o futebol italiano atualizando ideias de Rinus Michels.

Defesa em linha, comandada por Franco Baresi, marcando por zona, adiantando e aproximando setores, muitas vezes jogando em trinta metros e trabalhando a bola voltado para o ataque. Combinando a cultural solidez defensiva do “Calcio” com um estímulo ao talento que só rivalizava com a genialidade de Maradona no Napoli. Em 1990, faturou o bicampeonato europeu, último a conseguir o feito antes do Real Madrid de Zinedine Zidane. Um alento e um deleite em tempos de futebol defensivo, simbolizado pela Copa do Mundo disputada na própria Itália.

3º – São Paulo de Telê Santana – 1992/1993

Ganhar duas vezes seguidas a Libertadores é raro. Numa época ainda de muita violência no futebol sul-americano, além das já habituais arbitragens “polêmicas” e pouco controle de doping era ainda mais complicado. E priorizando o futebol bem jogado, mais raro ainda.

O que não era difícil era rivalizar com os gigantes europeus num período anterior à Lei Bosman, que transformou os grandes clubes do Velho Continente em verdadeiras seleções transnacionais. O São Paulo de Telê Santana conseguiu ser competitivo e ter momentos de futebol arte. O melhor exemplo na final do Mundial de 1992, contra o Barcelona. Com Cafu e Muller abertos, Rai e Palhinha por dentro e o suporte de Toninho Cerezo. Tocando, girando, envolvendo e virando para cima do “Dream Team” de Johan Cruyff. Um tempo de supremacia tricolor no planeta.

4º – Arsenal “Invincibles” – 2003/04

Campeão invicto da Premier League, já muito competitiva à época. O que o Liverpool de Klopp e o Manchester City de Guardiola sonharam, mas não conseguiram, os Gunners de Arsene Wenger fizeram história. Não é um título de Champions, mas não deixa de ser um feito extraordinário.

Méritos do time de contra-ataques de almanaque, mas que nunca abdicava de atacar. Uma equipe completa e que vivia um momento coletivo extraordinário, que potencializava as individualidades de Patrick Vieira, Thierry Henry e Dennis Bergkamp. Com auxílio luxuoso de Robert Pirés, Gilberto Silva, Ashley Cole e Fredrik Ljungberg. Transpiração e inspiração para primeiro garantir a taça, depois a trajetória imaculada e histórica. Que dificilmente será repetida.

5º – Bayern de Munique de Jupp Heynckes – 2012/13

Um rolo compressor improvável, depois do revés nos pênaltis em casa para o Chelsea na final europeia em Munique e de perder a hegemonia na própria Alemanha para o Borussia Dortmund de Jurgen Klopp. Na temporada que Jupp Heynckes anunciou que se despediria dos gramados e o gigante bávaro foi atrás de Guardiola em seu “ano sabático”.

Parecia fim de festa. Mas com Robben e Ribéry desequilibrando pelas pontas, o Bayern atropelou o Barcelona com 7 a 0 no agregado e média de 40% de posse de bola. Mesmo sendo o segundo melhor no quesito na Europa, atrás justamente do time blaugrana. Provando ser uma equipe “camaleã”, que se adaptava às demandas das partidas, algo que seria tendência nos anos seguintes. Faturou a tríplice coroa, sendo o último título de outro clube que não Barcelona e Real Madrid na década até o Liverpool quebrar a sequência na temporada passada. Timaço!

6º – Flamengo de Zico – 1981/1982

O time que “unificou” os títulos depois do Santos de Pelé nos anos 1960. Em maio de 1982, era o último campeão da cidade (Taça Guanabara), estado (Rio de Janeiro), país (Brasil), continente e mundo. Com inovações táticas que virariam tendências.

Congestionando o meio-campo com um volante (Andrade) e quatro meias (Tita, Adílio, Zico e Lico), mais Nunes, o centroavante que caía pelas pontas abrindo espaços para os mais talentosos – incluindo os laterais Leandro e Júnior. Mas um camisa nove que aparecia para decidir as partidas mais importantes. Tocando, girando as peças e colocando os adversários na roda. Faltou um período maior de hegemonia no continente, mas o legado da maneira de jogar é imenso, influenciando a inesquecível seleção brasileira da Copa da Espanha.

7º – Liverpool de Jurgen Klopp – 2019/20

Uma construção paciente, qualificando o elenco, tornando a maneira de jogar mais versátil, adicionando pausas no estilo “rock’n’roll” do treinador alemão. Sofrendo com goleiros e zagueiros fracos inicialmente, para depois ir ao mercado e contratar Alisson e Virgil Van Dijk.

Para dar segurança a um ataque avassalador. Com Mohamed Salah, Roberto Firmino e Sadio Mané próximos uns dos outros e da meta adversária e os laterais Alexander-Arnold e Robertson abrindo o campo e sendo os principais municiadores de um time como volume de jogo sufocante e força mental para sair de várias situações difíceis. Venceu a Champions em 2019 e alcançou a melhor campanha do clube na história da Premier League, mas sem faturar o sonhado título nacional que deve vir agora, se a temporada na Inglaterra não for cancelada.

8º – Real Madrid de Zinedine Zidane – 2016/2017

Por motivo de: TRICAMPEÃO da Champions. Não é todo dia que acontece, mesmo descontando algumas atuações pouco inspiradas, pitadas de sorte e arbitragens polêmicas. Chama ainda mais atenção a manutenção da base nas três conquistas e o fato de ser a estreia de Zinedine Zidane no comando técnico de uma equipe de primeira divisão.

O auge na temporada 2016/17, com a conquista também do título espanhol. E o encaixe de Isco, armando um 4-3-1-2 muito móvel e mutante. E essencialmente técnico, com Carvajal e Marcelo abrindo o campo, Cristiano Ronaldo se juntando a Benzema na frente e muito controle no meio-campo, sustentado por Toni Kroos e Luka Modric. Todos suportados por Casemiro na proteção a Varane e Sergio Ramos. Se tudo desse errado, lá estava Keylor Navas para garantir. A camisa entortou varal algumas vezes, mas era um time com muito poder de decisão.

9º – Boca Juniors de Carlos Bianchi – 2000/2003

Um time “embaçado” para enfrentar, especialmente em mata-mata. Mas também capaz de ganhar o Apertura invicto, no início desta caminhada em 1998. Equipe que sabia amassar os adversários na Bombonera e cinicamente cozinhá-los como visitante. E, se tudo desse errado, ainda havia o “rei dos pênaltis” Oscar Córdoba na meta.

No ritmo de Juan Roman Riquelme. Craque um tanto tímido, de hábitos estranhos. Mas um “enganche” de enorme talento e leitura de jogo, inclusive da temperatura. O típico dez que dita o ritmo, acelerando ou escondendo a bola. Faturando a Libertadores em 2000, 2001 e 2003, superando o milionário Palmeiras e o Santos de Diego e Robinho. No último sem Riquelme e Palermo, mas com o jovem Carlos Tévez e Guillermo Schelotto. Uma máquina de faturar taças comandada por Bianchi, um estrategista copeiro que estava na hora certa e no clube certo para fazer história.

10º – Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo – 1996

Sim, o time alviverde mais vencedor comandado por Luxemburgo foi o de 1993/94. Este foi um “meteoro” que não durou seis meses. Mas, ora bolas! Futebol também é lúdico, capaz de fazer sonhar e encantar. E este que escreve chegou a faltar aulas e deixar de ver o time de coração para acompanhar esse futebol encantador.

Foram 102 gols e 13 goleadas de um time fulminante. Cafu e Júnior voando nas laterais, Djalminha e Rivaldo entregando talento no meio, Muller fazendo o pivô e Luizão perdendo e também fazendo muitos gols, tamanha era a superioridade coletiva e individual. Que encaixou no primeiro treinamento, segundo relato do próprio Djalminha a este que escreve em um “Bola da Vez” na ESPN Brasil em 2014. Só um título paulista, um revés doído para o Cruzeiro na final da Copa do Brasil, mas e daí? Nunca será esquecido e está na lista porque sim!

É isso!

Certamente muitos flamenguistas que acham que o futebol começou em 2019 vão cobrar: “Ain, e o time atual do Jorge Jesus?” Calma! Vamos esperar construir a história da equipe, ainda que ganhar Brasileiro com recorde nos pontos corridos e Libertadores no mesmo ano seja um feito espetacular. Mas vamos aguardar!

Para os mais inconformados, fica a promessa de uma análise mais detalhada do atual campeão nacional e continental em breve.

 

 

 

 

 

 

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