Chapecoense – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Reinier lembra Raúl e parece mais pronto para Europa que Vinicius e Paquetá http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/07/reinier-lembra-raul-e-parece-mais-pronto-para-europa-que-vinicius-e-paqueta/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/07/reinier-lembra-raul-e-parece-mais-pronto-para-europa-que-vinicius-e-paqueta/#respond Tue, 07 Jan 2020 05:13:52 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7803

Foto: Reprodução / Instagram

A venda de Reinier para o Real Madrid por cerca de 35 milhões de euros depende apenas de acertos finais e do anúncio oficial. Como o jogador faz 18 anos no dia 19, já pode seguir para a Espanha caso seja a decisão do contratante.

Camisa dez e capitão na seleção sub-17, ficou de fora do Mundial da categoria, mas a serviço do Flamengo nos profissionais fez seis gols e serviu duas assistências em 14 jogos. O que faltava para o gigante espanhol sacramentar o que já vinha se ensaiando há pelo menos três anos.

Uma rápida evolução no time principal que gerou uma precoce convocação para a seleção sub-23 que vai disputar o Pré-Olímpico. Beneficiado, logicamente, pelo ótimo momento do campeão brasileiro e da Libertadores e aproveitando as orientações de Jorge Jesus para se adaptar à uma intensidade de jogo parecida com a que vai encontrar na Europa.

Com direito à bronca do português por “notas artísticas”, ou excesso de preciosismo, logo depois do apito final na vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoense na Arena Condá. Encarada com naturalidade e oportunidade de aprendizado. Maturidade que rendeu elogios de Jesus e, mais recentemente, até uma crítica do técnico ao clube brasileiro por cobrar aquém da capacidade do jogador.

Reinier é um típico meia-atacante que joga atrás do centroavante. Mais como dupla na frente do que na meia pelo centro em um 4-2-3-1, por exemplo. Objetivo, inteligente, com boa leitura de espaços e capacidade de definir a jogada com poucos toques. Boa técnica no acabamento das jogadas – finalização e assistência – e intensidade para participar da pressão no ataque logo após a perda da bola. Também aproveita o 1,85 m no jogo aéreo – a destacar o gol de cabeça contra o Bahia no Maracanã, o que iniciou a virada por 3 a 1, concluindo como centroavante o cruzamento de Gabriel Barbosa pela direita.

No estilo e nas características lembra, sem comparar e guardando as devidas proporções, o ídolo do Real Madrid Raúl González. O maior jogador já revelado no clube merengue e justamente o treinador que aguarda Reinier no Real Castilla. Movimentação parecida na aproximação com o centroavante e a personalidade e precisão para decidir.

Por ser mais letal parece mais pronto que Vinícius Júnior. Na objetividade e senso coletivo dá a impressão de estar acima de Lucas Paquetá. Apesar das funções diferentes em relação às duas joias que encheram os cofres rubro-negros recentemente.

Ainda muito a evoluir para um jovem e, óbvio, nada garante o sucesso. Até porque não depende apenas do potencial, o extra-campo conta muito. Mas o Real Madrid, na luta constante com o Barcelona pelos grandes talentos do planeta e escaldado pela perda de Neymar no início da década, parece ter feito um ótimo negócio.

Porque Reinier não é do tipo que vai aprender tudo na Europa. O “estágio” no Flamengo já ensinou algumas coisas que serão muito úteis em Madrid, inclusive levantar taças.

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A gangorra de Palmeiras e São Paulo na sequência maluca de jogos http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/03/a-gangorra-de-palmeiras-e-sao-paulo-na-sequencia-maluca-de-jogos/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/03/a-gangorra-de-palmeiras-e-sao-paulo-na-sequencia-maluca-de-jogos/#respond Sun, 03 Nov 2019 11:51:44 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7516

Foto: Gazeta Esportiva

É quase um consenso entre treinadores, médicos e fisiologistas que o cenário de sonhos no futebol profissional em alto nível seria de um jogo por semana. Para combinar descanso, recuperação e treinamentos. Dentro da realidade em praticamente todo o mundo de jogos de liga e copas nacional e internacional, o melhor quadro é de uma semana “cheia” e outra com dois jogos.

Necessário ressaltar que o desgaste do jogador é preciso ser medido dentro de uma disputa em alto nível e em comparação com o adversário. Ou seja, o cansaço que é imposto pela intensidade do oponente. Não dá para comparar com o peladeiro que brinca todo dia. O atleta profissional aguenta jogar de domingo a domingo e muitas vezes faz isso nas férias, mas não com as exigências de uma competição.

Dentro deste contexto é possível notar a loucura que estamos vivendo neste returno de Brasileiro. Mais insano ainda é o calendário do Flamengo, que nas duas semanas livres em outubro decidiu a vida na Libertadores. O Grêmio, adversário na semifinal, também, mas poupando titulares nos dois jogos pelos pontos corridos que antecederam as partidas de mata-mata no torneio continental.

Jorge Jesus acabou fazendo uma espécie de “rodízio natural”, por conta de lesões, suspensões e convocações. Mas, mesmo assim, os titulares começam a dar claros sinais de cansaço e o treinador português já começa a mudar a prática: contra o Goiás, Rafinha e Gerson iniciaram no banco de reservas. E mesmo com o empate por 2 a 2 com o Goiás a sequência de bons resultados com desempenho satisfatório na maioria das partidas é surpreendente.

Porque todos sentem dificuldade. Não só pelo excesso de jogos, mas principalmente por conta da falta de treinamentos para corrigir erros e testar novas soluções. O aspecto mental, com exigência de concentração máxima, vai exaurindo também os atletas.

Por isso São Paulo e Palmeiras viveram uma espécie de gangorra na semana que passou. O atual campeão brasileiro e vice-líder desta edição não foi bem na vitória fora de casa sobre o Avaí por 2 a 1 no domingo passado, atropelou o São Paulo por 3 a 0 em sua casa e, de novo no Allianz Parque, sofreu para vencer um Ceará repleto de reservas por 1 a 0. Com Weverton pegando pênalti e salvando o time com outras duas defesas espetaculares. Sem contar o polêmico gol anulado do time visitante pelo VAR por impedimento bastante duvidoso de Bergson.

A obrigação de vencer para tirar uma diferença que agora é de cinco pontos, mas com um jogo a mais em relação ao líder Flamengo, já seria desgastante. A falta de tempo para treinar e se concentrar no desempenho da execução do modelo de jogo só pode aumentar a oscilação. É claro que o nível dos adversários e o contexto de cada partida ajudam também a criar a instabilidade, mas o caso do Palmeiras foi curioso porque a partida mais tranquila foi teoricamente a mais difícil.

O São Paulo esteve irreconhecível no clássico do meio de semana, depois de boa atuação nos 2 a 0 sobre o Atlético Mineiro no Morumbi. O pior dos times de Fernando Diniz apareceu no estádio do rival: posse de bola inócua e fragilidade defensiva. Para voltar a encaixar um bom jogo no fim de semana, com os 3 a 0 sobre a Chapecoense na Arena Condá. Destaque para a redenção de Antony com um golaço. No caso tricolor, o nível dos adversários pesou um pouco, ainda que a Chape viesse de uma grande vitória como visitante sobre o Galo. Ou seja, todos estão mesmo nessa gangorra.

Porque a exigência de compactação de setores, atenção no gesto técnico quando pressionado e outras demandas do futebol atual pedem o melhor dos atletas. E como trabalhar coletivamente sem exercitar com tempo para correção?

Para muitos é “mi-mi-mi”. Para quem trabalha, porém, é o mínimo para atender as cobranças por resultado e desempenho. Na impossibilidade de responder bem nos dois níveis, os três pontos são a prioridade. O Palmeiras não foi bem em duas partidas, mas somou nove pontos e melhorou o aproveitamento que era de 66% – na média, dois pontos a cada três disputados. Eis a única boa notícia.

Para o São Paulo, a recuperação rápida que mantém a caça ao Santos pela terceira colocação e a vantagem sobre Grêmio, Internacional e Corinthians na disputa pela quarta vaga direta na fase de grupos da Libertadores do ano que vem. Em rodada de Gre-Nal e do grande rival, em crise, indo ao Rio de Janeiro enfrentar o Flamengo.  Quem vai oscilar? Ou todos vão?

O campeonato pode ganhar em emoção, mas perde em qualidade. E ainda vem por aí a última data FIFA, desta vez desfalcando os times apenas dos estrangeiros convocados. Tudo por conta de um calendário inchado pelos estaduais e que agora deveria entregar o filé, mas só resta o bagaço de profissionais esgotados por uma sequência maluca de jogos.

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Willian Arão, Reinier e o progresso com Jesus no Flamengo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/10/08/willian-arao-reinier-e-o-progresso-com-jesus-no-flamengo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/10/08/willian-arao-reinier-e-o-progresso-com-jesus-no-flamengo/#respond Tue, 08 Oct 2019 10:06:57 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7397

Imagem: Reprodução / Premiere

 

– Tá mal, Arão!

Os gritos de Jorge Jesus no jogo-treino contra o Madureira corrigindo o posicionamento de Willian Arão no período de preparação do Flamengo na pausa para a Copa América ganharam destaque no noticiário. Os otimistas viam na bronca pública uma espécie de quebra de paradigma no trato com um elenco tantas vezes acusado de mimado, avesso às críticas e chegado a um paternalismo. Já os mais céticos temiam uma fritura rápida no vestiário do técnico português por expor os jogadores.

Este que escreve, para variar, fazia parte do grupo mais desconfiado – leia AQUI uma análise na véspera da estreia de Jesus. Errou! A turma do copo meio cheio desta vez acertou na mosca. Porque Arão é o símbolo da evolução do Flamengo depois da troca no comando técnico.

Quem diria no início de julho que o outrora contestado meio-campista se adaptaria tão bem à função de proteger a defesa fazendo o então ídolo Cuéllar hoje só deixar saudades em boa parte da torcida como uma opção para fortalecer o elenco? As estatísticas são reveladoras: Willian Arão tem 92% de aproveitamento nos passes e média de 2,3 desarmes por jogo, ficando entre os dez primeiros no Brasileiro. Sem contar as cinco assistências para gols e 22 para finalizações.

Mas o que chama atenção mesmo é a mudança radical no comportamento em campo. Concentração total e reação imediata assim que o time perde a bola para pressionar o adversário. Muito longe do atleta pouco intenso e disperso de outros tempos. Nem mesmo quando avança o posicionamento com Piris da Motta em campo o rendimento cai. É outro jogador!

Por isso é difícil condenar ou fazer ressalvas à contundência do técnico com o jovem Reinier ainda no gramado da Arena Condá depois da vitória sobre a Chapecoense por 1 a 0. O meia de 17 anos, joia da base, convocado para o Mundial Sub-17 e titular por conta das ausências de Gabriel Barbosa e De Arrascaeta, arriscou alguns toques de calcanhar e outros gestos técnicos mais refinados e pouco objetivos que irritaram Jorge Jesus. As “notas artísticas”, nas palavras do português.

Talvez Jesus tenha se precipitado ao trocá-lo por Berrío aos 13 minutos do segundo tempo. A produção do time caiu, também pelo desgaste por conta dos jogos seguidos só alterando a formação titular por necessidade e pela intensidade da equipe rubro-negra no primeiro tempo em Chapecó. As características e os movimentos de Reinier estavam casando bem com os de Everton Ribeiro e Bruno Henrique na dinâmica ofensiva. O “esporro” também poderia ter sido guardado para um momento mais reservado no vestiário, longe das câmeras.

Mas se até o pai do atleta, o ex-jogador de futsal Mauro Brasília, achou natural e parte do aprendizado, como contestar o treinador que lançou Reinier entre os profissionais? É impossível negar que os bons resultados do líder do Brasileiro e semifinalista da Libertadores tiram o peso do ocorrido e afastam qualquer possibilidade de crise. Mas o exemplo de Arão é pedagógico para mostrar que sabendo ouvir com humildade um profissional experiente, as chances de evoluir são enormes.

É o progresso com Jesus no Flamengo.

(Estatísticas: Footstats)

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Talles Magno, 17 anos, salva o Vasco e cala a boca de Vanderlei Luxemburgo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/15/talles-magno-17-anos-salva-o-vasco-e-cala-a-boca-de-vanderlei-luxemburgo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/15/talles-magno-17-anos-salva-o-vasco-e-cala-a-boca-de-vanderlei-luxemburgo/#respond Sun, 15 Sep 2019 11:55:40 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7259

Foto: Divulgação/Vasco

Entre a passagem pelo Sport em 2017 e a chegada ao Vasco, Vanderlei Luxemburgo ficou pouco mais de um ano e meio desempregado. Presença constante em programas de TV e rádio, o treinador repetia críticas ao futebol brasileiro, especialmente sobre a falta de renovação, que teria como causa a má formação dos jovens atletas.

“Falta ginga, drible”, “cadê o improviso?”, “a garotada hoje é melindrada, cheia de assessores”, “atacante de cintura dura”, “treinar em campo reduzido é ruim, tira a criatividade” e outras observações que aproveitavam também os maus resultados da seleção nas divisões de base para ganhar coro na mídia.

No Vasco com dificuldades financeiras, mas bom trabalho com os jovens, incluindo a ótima campanha no vice-campeonato da Copa São Paulo deste ano, Luxemburgo foi obrigado a olhar para a base cruzmaltina. E quem diria que ao final do primeiro turno do Brasileiro a sua equipe dependeria fundamentalmente de um garoto de 17 anos.

Talles Magno é atacante técnico, habilidoso, abusado. Com cabelo lembrando o estilo “black power” da época do Vanderlei jogador e semelhanças físicas com Geraldo Cleofas, o “Assoviador” –  meio-campista talentoso do Flamengo, amigo de Luxemburgo, que faleceu em 1976 aos 22 anos. Muita ginga em campo e até na dança de comemoração dos gols.

Dois pelo profissional. O primeiro abrindo o placar na vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo em São Januário, o segundo fechando os 2 a 1 sobre a Chapecoense na Arena Condá, logo depois do time sofrer o empate. Duas vitórias fundamentais que fizeram o Vasco subir para 23 pontos. Cinco à frente do Cruzeiro, 16º colocado. Um pouco mais longe da “confusão”  e dentro da meta do clube de se manter na Série A e buscar uma vaga na Sul-Americana.

Talles Magno cala a boca de Luxemburgo da melhor maneira, para ambos. Até porque com Vinicius Júnior, Rodrygo, Antony, Pedrinho e outros mundo afora, definitivamente a falta de drible e ginga não é o problema do futebol brasileiro. O técnico veterano vai descobrindo na prática, com alívio. Porque um menino está salvando a sua pele em São Januário.

 

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Everton e Toró tiram São Paulo do perigoso estado morno no Morumbi http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/22/everton-e-toro-tiram-sao-paulo-do-perigoso-estado-morno-no-morumbi/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/22/everton-e-toro-tiram-sao-paulo-do-perigoso-estado-morno-no-morumbi/#respond Tue, 23 Jul 2019 00:57:48 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6924 O primeiro tempo no Morumbi do jogo que fechou a 11ª rodada do Brasileiro mostrou o São Paulo tomando iniciativa, mas novamente em um estado que é perigoso para qualquer clube grande: de time morno. Mesmo com o inquieto Cuca no comando.

É o preço que o tricolor vem pagando pelos sete anos sem conquistas, com a torcida, entre um protesto e outro, já demonstrando um certo conformismo com o protagonismo recente dos rivais Corinthians e Palmeiras. Apesar do bom público no estádio e um adversário fraco como a Chapecoense, o jogo se arrastou por 45 minutos.

Com Antony tentando algo cortando da direita para dentro, mas Igor Vinícius –  agora titular com a desistência de Hudson para ocupar a lateral direita – aproveitava pouco o corredor. Além disso, Hernanes e Tche Tche erravam muito pelo meio e Alexandre Pato ficou desaparecido durante todo o primeiro tempo, o que prejudicava o volume de jogo.

Também permitia alguns contragolpes do time catarinense, quase sempre desperdiçados por Renato Kayzer pela esquerda. E não deixa de ser chocante ver um time de Série A em 2019 com uma dupla de volantes formada por Amaral e Márcio Araújo. Muita marcação, pouca qualidade na construção. Impressionante também a queda de Ney Franco na carreira de treinador depois do título da Sul-Americana no próprio São Paulo em 2012. Ainda assim houve equilíbrio.

Tudo mudou com as mudanças de Cuca na volta do intervalo: Everton na vaga de Luan, mas abrindo pela esquerda e recuando Tche Tche e Hernanes. E Toró no lugar de Pato se aproximando de Raniel em um 4-4-2 ofensivo e mais agressivo. Resolveu o jogo em dez minutos: Everton pela esquerda serviu Antony no primeiro, Torõ acertou belo chute no segundo e, com a Chape zonza, Raniel tomou a bola de Gum, ganhou de Douglas e tocou na saída de Tiepo.

Mas na prática foi um espasmo que durou pouco. Até Everton quase marcar o quarto gol aos 13. Depois voltou ao estado inicial, desperdiçando a chance de aplicar uma goleada histórica e ganhar moral. Controlou o jogo pela superioridade técnica, mas poderia ter feito mais.

A Chape se lançou naturalmente ao ataque e teve a chance de diminuir com Gum, mas a anulação do gol foi confirmada pelo VAR. Seguindo uma tendência no futebol brasileiro, quem fica mais com a bola finaliza menos: o time catarinense terminou com 53% de posse, mas finalizou apenas seis vezes, contra 19 do São Paulo – oito a dois no alvo.

A última de Vitor Bueno, que entrou na vaga de Raniel e completou passe de Igor Vinicius, que cresceu com o ritmo mais ameno na segunda etapa. Moral também para o treinador, feliz demais nas substituições. Os 4 a 0 foram o placar mais elástico do time na temporada. Quarta vitória, a segunda em seus domínios.

Eficiência que faz o São Paulo cumprir a obrigação em casa e subir para a quinta colocação. Mas precisa de uma “fagulha” mais constante para lutar de fato pelo único título que restou em 2019. Dura missão para Cuca que desta vez teve a intrépida ajuda de Everton e Toró.

 

(Estatísticas: Footstats)

 

 

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Clubes demitem técnicos porque falta convicção, não por força dos estaduais http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/23/clubes-demitem-tecnicos-porque-falta-conviccao-nao-por-forca-dos-estaduais/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/23/clubes-demitem-tecnicos-porque-falta-conviccao-nao-por-forca-dos-estaduais/#respond Tue, 23 Apr 2019 10:36:18 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6356

Foto: Marcelo Theobald/Agência O Globo

Alberto Valentim, Lisca e Mauricio Barbieri. Treinadores demitidos logo após as derrotas de Vasco, Ceará e Goiás, respectivamente, nas finais dos estaduais. Os três clubes se juntam a São Paulo, Atlético Mineiro, Chapecoense, Botafogo e Bahia como os da Série A que mudaram o comando técnico com a temporada chegando ao seu quarto mês.

Relevância dos torneios locais? Nem tanto. Observando caso a caso é possível notar a já habitual falta de convicção na hora de contratar ou manter a comissão técnica para o início do ano.

A começar por Claudinei Oliveira na Chape. “Gratidão” por ter mantido o clube na primeira divisão nacional, mas bastou uma oscilação e a surpreendente eliminação na primeira fase da Sul-Americana para o desconhecido Unión La Calera do Chile para o clube fazer a troca no comando com a chegada de Ney Franco.

O mesmo valeu para Levir Culpi no Atlético, Enderson Moreira no Bahia, Zé Ricardo no Botafogo, Lisca no Ceará e Valentim no Vasco. A direção não se sente segura para mudar de treinador quando é preciso alterar a meta. Então o “bombeiro” de ocasião se transforma em solução para o ano seguinte, muitas vezes sem ter a mesma qualidade para planejar a médio/longo prazo e montar o elenco.

Ainda assim, Levir caiu no Galo mais por conta da goleada sofrida na Libertadores para o Cerro Porteño que deixou o time praticamente sem condições de classificação, Zé Ricardo foi demitido pela eliminação na Copa do Brasil, o mesmo com Enderson na Copa do Nordeste. Já Valentim foi questionado no Vasco não só pelos reveses para o Flamengo, incluindo a final da Taça Rio contra os reservas rubro-negros, mas também por ter sido presa fácil para o Santos no torneio nacional de mata-mata.

Há também as apostas, treinadores escolhidos na base da tentativa e erro, na busca do “moderno”. Como André Jardine no São Paulo e Barbieri no Goiás. Jovens que precisam de respaldo e tempo, mas que entram na roda vida, no “vamos ver se dá certo”. Na maioria das vezes sem avaliar se as características dos atletas encaixam na visão de futebol do novo técnico. Difícil funcionar.

Aos poucos os clubes vão entendendo a necessidade de pensar a temporada e investir em trabalhos a longo prazo. Como os bem sucedidos Mano Menezes no Cruzeiro e Renato Gaúcho no Grêmio. Campeões em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, mas como partes de projetos mais ambiciosos. Não há outro caminho para quem pode investir.

Os estaduais causam demissões de técnicos porque os dirigentes só conseguem enxergar o jogo seguinte, o imediato. O Athletico bicampeão paranaense com a equipe sub-23 deveria ser referência. Poupa esforços para o que é importante e trata a competição menos relevante como um laboratório.

Em 2018 revelou Bruno Guimarães, Léo Pereira e Renan Lodi, além do técnico Tiago Nunes, sucessor do projeto abortado com Fernando Diniz. Campeões da Sul-Americana e agora destaques do time que enfiou 3 a 0 no Boca Juniors pela Libertadores. Pensando a temporada, não os primeiros meses para depois refazer tudo acreditando no tal “fato novo”.

O Brasileirão começa no fim de semana. Com novidades nos clubes que demitiram, mas também treinadores sustentados pela ilusão de um título que vira questão de honra pela rivalidade local, mas que quase ninguém lembra que conquistou em dezembro. Qual será a próxima vítima da máquina de moer do futebol brasileiro?

 

 

 

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O acaso protege de novo e os quatro cariocas estarão na Série A em 2019 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/12/02/o-acaso-protege-de-novo-e-os-quatro-cariocas-estarao-na-serie-a-em-2019/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/12/02/o-acaso-protege-de-novo-e-os-quatro-cariocas-estarao-na-serie-a-em-2019/#respond Sun, 02 Dec 2018 21:00:13 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5609 O Fluminense era cristal rachado a um sopro de se estilhaçar no Maracanã. Frágil técnica e taticamente, em frangalhos no emocional e com Fabio Moreno no comando depois da desesperada demissão de Marcelo Oliveira. Mas Júlio César defendeu pênalti e salvou gol certo de Luan. O mesmo atacante do América que deixou Richard livre na cobrança de escanteio. Depois de mais de 13 horas sem ir às redes, o golpe certeiro de cabeça que mudou o jogo e garantiu o tricolor na Série A.

O Vasco também penou. Parecia seguro depois dos 2 a 0 sobre o São Paulo, mas somou apenas um ponto nas duas últimas rodadas e se safou por um fio, sofrendo nos minutos finais do empate sem gols contra o Ceará no Castelão depois dos gols de Chapecoense e Sport. Na queda física de Maxi López e de desempenho de Yago Pikachu, restou pouco além de fibra à equipe comandada por Alberto Valentim. Décimo sexto colocado, um ponto na frente do Sport, que se juntou a América, Vitória e Paraná.

O Botafogo se livrou de qualquer risco algumas rodadas antes, mas também flertou com o Z-4 ao longo do campeonato. Cresceu quando Zé Ricardo ganhou semanas livres para trabalhar depois da eliminação na Copa Sul-Americana e definiu uma base titular. Com gols de Erik e o bom futebol do lateral direito Marcinho. Quitar os salários atrasados ajudou muito na recuperação, mas não apenas.

Em comum, a penúria financeira em contraste com a solidez do Flamengo, que vem falhando apenas na direção do futebol. No caso de Vasco e Botafogo, ao menos conseguiram pontos diante do rival carioca mais poderoso no Brasileiro. De “plus” para o alvinegro, o título estadual e as arrecadações com eventos no Estádio Nílton Santos. Com a vaga na Sul-Americana pode tratar a temporada 2018 como positiva.

Mas o cenário em um Rio de Janeiro falido, Estado e município, não deixa de ser desesperador para os três que ainda pagam por gestões incompetentes e irresponsáveis. Com a nova fórmula de distribuição dos direitos de TV, quem já recebeu adiantamentos de 2019 vai se complicar demais no início do ano para honrar compromissos.

A tendência é termos novamente um Carioca desinteressante, até porque é improvável que surja uma força emergente do interior nesta crise. Nas demais competições, difícil vislumbrar protagonismo além do Flamengo, isto se a nova direção seguir com a responsabilidade na gestão rubro-negra.

A única boa notícia é que o acaso protegeu e o Rio de Janeiro terá novamente os seus quatro representantes tradicionais na Série A no ano que vem. Pela sétima vez nos últimos dez anos. Mas quase sempre com sofrimento.

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Corinthians pode ter seis decisões em nove jogos para se manter na Série A http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/10/19/corinthians-pode-ter-seis-decisoes-em-nove-jogos-para-se-manter-na-serie-a/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/10/19/corinthians-pode-ter-seis-decisoes-em-nove-jogos-para-se-manter-na-serie-a/#respond Fri, 19 Oct 2018 04:29:51 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5386

Foto: Rodrigo Gazzanel (Agência Corinthians)

O Corinthians não terá direito a “ressaca” ou “luto” pela perda da Copa do Brasil para o Cruzeiro. No domingo já enfrenta o Vitória no Barradão. Com 35 pontos em 29 partidas, está três à frente do adversário e quatro de distância do Ceará, 17º colocado, mas ainda com um jogo a cumprir contra o já saciado Cruzeiro no Mineirão.

Cenário preocupante, principalmente porque o time não consegue evoluir no desempenho com Jair Ventura. As semanas livres para treinar sem o mata-mata para priorizar podem ajudar o treinador a encontrar uma formação que entregue mais soluções em campo.

O atual campeão brasileiro vai precisar, porque ainda terá pela frente mais seis duelos com equipes que orbitam pela metade de baixo da tabela e podem ser decisivos para se manter na Série A sem sustos: Bahia, Vasco e Chapecoense em casa e Botafogo, além do Vitória, fora. O Cruzeiro ocupa a décima colocação com 37 pontos e tem um jogo a menos, mas dependendo de como vai se comportar até o fim do campeonato, com o relaxamento natural pelo objetivo alcançado, pode se complicar e tornar dramático o confronto pela 34ª rodada, no Mineirão.

O Corinthians ainda terá o clássico com o São Paulo em Itaquera, o Atlético Paranaense que ainda nutre uma esperança de chegar ao G-6 ou G-7 fora de casa e fecha o campeonato em Porto Alegre contra o Grêmio que pode novamente estar com a cabeça no Mundial Interclubes. Ou lutando por vaga direta na fase de grupos da Libertadores 2019.

Tudo muito incerto e perigoso pelo que o time de Jair Ventura não vem fazendo em campo. É preciso resgatar a organização defensiva sem necessidade de se entrincheirar guardando a própria área e ganhar fluência ofensiva. Reunir Pedrinho, Jadson e Mateus Vital, os mais talentosos do quarteto ofensivo, com Romero, o melhor finalizador, mais próximo da meta adversária como um centroavante móvel, pode ser um bom início.

É urgente aumentar o número de finalizações – média de dez por jogo, só superior à do América. Bizarro para a equipe que é a segunda que mais acerta passes, atrás apenas do Grêmio, e está em sexto na posse de bola. Ou seja, é um time “arame liso”: cerca, mas não fura as defesas adversárias. Apenas 28 gols marcados, 27 sofridos. Irregularidade condizente com as mudanças de treinador e as dificuldades financeiras do clube.

Agora é contar com a paciência e o apoio da torcida em casa e um time mais consistente como visitante. Se não for possível na técnica e na tática, o Corinthians terá que ser coração puro para sobreviver a um 2018 que começou bem, mas foi desmoronando até sobrar a missão mais básica. Típico da montanha russa que é o futebol brasileiro.

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Péssimos no returno, Vasco e Botafogo voltam a flertar com o perigo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/09/10/pessimos-no-returno-vasco-e-botafogo-voltam-a-flertar-com-o-perigo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/09/10/pessimos-no-returno-vasco-e-botafogo-voltam-a-flertar-com-o-perigo/#respond Mon, 10 Sep 2018 09:05:52 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5191

Foto: André Durão/Globoesporte.com

Parece um passado distante, mas o Vasco disputou a Libertadores em 2018. Eliminado em um grupo complicado com Cruzeiro e Racing, mas conseguindo passar pelas fases preliminares. O Botafogo marcou presença no ano passado, também começando a trajetória no início do ano, e foi mais longe. Talvez o adversário mais complicado do campeão Grêmio, caindo nas quartas de final.

Era possível vislumbrar um período com alguma estabilidade depois da sequência de rebaixamentos de 2013 a 2015. As oscilações, porém, voltaram com força e os times cariocas flertam de novo com o perigo.

No returno, o Vasco soma quatro pontos em cinco partidas, mais a derrota por 1 a 0 para o Atlético-PR em jogo adiado. Estreia de Alberto Valentim, que foi campeão estadual pelo Botafogo vencendo o Vasco de Zé Ricardo e voltou de uma breve experiência no Pyramidis do Egito. Ainda tem uma partida a cumprir para chegar aos 24 jogos, fora de casa contra o Santos de Cuca e Gabigol. São quatro reveses consecutivos. Nenhum ponto com o novo treinador.

Já o Botafogo de Zé Ricardo, que comandou o time cruzmaltino no torneio continental, tem o mesmo desempenho: quatro pontos em cinco jogos. Aproveitamento de 27%. Ambos se igualam a Sport e Corinthians e só superam Paraná (dois pontos em cinco jogos) e Chapecoense (um ponto em quatro partidas), equipes que parecem fadadas ao rebaixamento, embora a recuperação ainda seja perfeitamente possível na matemática para ambas.

Clubes com problemas financeiros no primeiro ano dos mandatos dos presidentes Alexandre Campello e Nelson Mufarrej e quatro mudanças no comando técnico em nove meses de temporada. O Vasco teve Zé Ricardo, Jorginho, um breve hiato com o interino Valdir Bigode e agora Valentim. O Botafogo começou o ano com Felipe Conceição, depois Alberto Valentim saiu por proposta irrecusável – a única mudança sem a iniciativa do clube – para a chegada de Marcos Paquetá, que durou cinco jogos, e agora Zé Ricardo. Elencos também muito mexidos. Baixa qualidade e pouco entrosamento, sem um modelo de jogo assimilado. Uma fórmula que não costuma terminar bem.

Para complicar, Rodrigo Lindoso perdeu o pênalti do empate no clássico contra o Fluminense – uma bela defesa do goleiro tricolor Rodolfo – e Yago Pikachu foi expulso no Barradão na derrota para o Vitória e está suspenso para o clássico contra o Flamengo. Agora sob o comando de Paulo César Carpegiani, o time baiano subiu para a 12ª colocação, com dez pontos em 15 possíveis no returno. Com Tiago Nunes, o Atlético-PR também se afastou da “confusão” com bom futebol. Tem 27 pontos no 14º lugar e ainda dois jogos a cumprir.

Ceará também reage: são oito em seis partidas. Com os mesmos 24 pontos de Sport e Vasco, este o primeiro fora do G-4. Dois pontos abaixo do Bota, o 15º na tabela. Todos com aproveitamento total abaixo dos 40%. O Vasco já sofreu 35 gols. Só não levou mais que Vitória (40) e Sport (36).  O Botafogo sofreu 33, mas só marcou 21. Quinto ataque menos efetivo. Quarto pior saldo de gols.

A má notícia é o viés de queda em contraste com o Ceará de Lisca pontuando com mais frequência. É claro que nesta zona da tabela as variações são naturais e devem seguir até o final. Mas Vasco e Botafogo vivem situações preocupantes. A tensão de torcidas traumatizadas com descidas ao inferno da Série B torna tudo ainda mais explosivo.

O Botafogo tem uma competição em paralelo: disputa as oitavas de final da Copa Sul-Americana contra o Bahia. Uma possibilidade a mais de arrecadação e de vitórias para reagir animicamente no Brasileiro, mas também semanas “cheias” a menos que os concorrentes para recuperar e treinar.

É claro que o torcedor otimista pode ver esperança na classificação “achatada”: são seis pontos de distância do Vasco em relação ao décimo colocado, o Corinthians. Uma sequência de vitórias e a primeira página da tabela vira uma realidade.

Se tudo der errado e as campanhas forem novamente de rebaixado, a esperança da dupla carioca é que, ainda assim, quatro clubes caiam por eles. Já pareceu mais possível.  Os times se enfrentam dia 6 de outubro, pela 28ª rodada.

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São Paulo é “campeão” do turno porque lidera estatísticas mais importantes http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/08/20/sao-paulo-e-campeao-do-turno-porque-lidera-estatisticas-mais-importantes/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/08/20/sao-paulo-e-campeao-do-turno-porque-lidera-estatisticas-mais-importantes/#respond Mon, 20 Aug 2018 09:54:59 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5094

Foto: Luciano Belford/AGIF

Ser líder em passes certos e posse de bola é importante e o Grêmio pode celebrar o feito em 19 rodadas do Brasileiro, até porque não utilizou os titulares em todas as 19 rodadas. Sinal de que o modelo de jogo da equipe de Renato Gaúcho está mais que assimilado.

Ostentar o ataque mais positivo e finalizar mais que os concorrentes também são boas notícias, como no Atlético Mineiro. Comprova em números que a proposta ofensiva do jovem treinador Thiago Larghi consegue ser efetiva, como nos 3 a 0 sobre o Botafogo no Estádio Nílton Santos. Só precisa equilibrar melhor a relação com o número de gols sofridos (36 a 26).

Por isso o São Paulo é o líder do campeonato e termina como “campeão” do turno. Não marcou mais gols, nem foi a defesa menos vazada, que continua sendo a do Grêmio com oito gols. Mas com 32 marcados e 16 sofridos é o time mais equilibrado. O tricolor gaúcho anotou apenas 23. O vice-líder Internacional, não por acaso, é o segundo neste balanço: 27 a favor, 12 contra. O outrora líder Flamengo perdeu terreno com os 3 a 0 sofridos em Curitiba para o Atlético Paranaense. Agora tem 15 gols sofridos e 29 marcados.

Tão fundamental quanto é outra estatística que o time do Morumbi também lidera: o número de finalizações necessárias para fazer um gol. Quanto menor, melhor. A equipe de Diego Aguirre precisa de apenas seis – o número exato na média é 6.2. O Atlético Mineiro está mais perto de sete (6.9), Internacional de nove (8,6) e Grêmio das dez (9,9).

Em uma disputa tão equilibrada, não desperdiçar tantas chances faz diferença. Principalmente se for a primeira, como na vitória são-paulina por 2 a 0 sobre a Chapecoense no Morumbi. Passe de Edimar, gol de Shaylon. Dois reservas, mas com a eficiência dos titulares. Descomplicaram o jogo transferindo confiança e baqueando o oponente. Quando perde a oportunidade o efeito é inverso.

Pode parecer simplismo, mas quando as equipes no pelotão de frente são parecidas taticamente e niveladas na técnica, a precisão é elemento fundamental. O São Paulo não tem o artilheiro da competição – Pedro, do Fluminense, com dez gols. Mas tem Diego Souza e Nenê com sete e é o único time que conta com dois jogadores entre os cinco primeiros nas assistências: Everton com seis e Joao Rojas com quatro. Retrato da eficiência do quarteto ofensivo do 4-2-3-1 de Aguirre, cada um em sua função.

O melhor para o são-paulino é que é possível vislumbrar uma evolução com apenas o Brasileiro para se dedicar. Aguirre rodou o elenco e resposta foi boa. Mesmo sem o desgaste de competições paralelas é bom ganhar opções para entrar no time e manter o desempenho.

O returno é uma incógnita com o Palmeiras de Felipão conseguindo ser competitivo mesmo utilizando time reserva, Grêmio e, muito provavelmente, o Flamengo se dedicando apenas a um campeonato em paralelo, o Galo consolidando uma reconstrução depois de muitas mudanças no elenco. Principalmente, o Internacional com a tabela indicando todos os duelos com os principais concorrentes no Beira-Rio e também totalmente focado na principal competição nacional.

Seja como for, o São Paulo segue um roteiro vencedor. As estatísticas apenas ilustram a superioridade em 19 jogos, especialmente os sete depois da Copa do Mundo. Os 18 pontos em 21 possíveis mudaram o eixo do campeonato. Méritos de quem encontrou primeiro o equilíbrio.

(Estatísticas: Footstats)

 

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