cuca – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Com Sampaoli, Atlético pode ter o melhor “Galo Doido” http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/03/com-sampaoli-atletico-pode-ter-o-melhor-galo-doido/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/03/com-sampaoli-atletico-pode-ter-o-melhor-galo-doido/#respond Tue, 03 Mar 2020 12:26:23 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8083

Foto: Agência Estado

Jorge Sampaoli não aguentou muito tempo longe do futebol. É mesmo difícil ficar sem trabalhar com o que se gosta. Mas não foi só a paixão pelo ofício que levou o treinador argentino ao Atlético.

Depois de inviabilizar convites do próprio time mineiro e do Palmeiras com contrapropostas muito acima e rechaçar outras sondagens, agora o projeto em Belo Horizonte ficou mais interessante para ele. Paradoxalmente quando virou um problema para o clube.

Com eliminações na Sul-Americana e na Copa do Brasil, as possibilidades de receita diminuíram. Mas o que restou pode terminar com saldo positivo: o Campeonato Mineiro com boa possibilidade de título diante da profunda crise do rival Cruzeiro e, a grande prioridade, o Brasileiro. Com elenco reforçado, exigência do novo técnico, e tempo para treinar.

Sampaoli é discípulo de Marcelo Bielsa. Assim como Cuca, o pai do “Galo Doido” campeão sul-americano e que depois foi mantido pelo não menos “louco” Levir Culpi.  Todos defendendo um futebol em intensidade máxima com entrega absoluta. Mas o modelo de jogo do argentino é um pouco mais sofisticado.

Há encaixe e perseguições na transição defensiva, até para aumentar a intensidade na pressão sobre o adversário com a bola, mas sem desorganizar tanto o time. Os setores são mais guardados, com mais trocas na mesma zona do campo para não espalhar os jogadores em função da movimentação do rival.

A transição ofensiva e a construção desde a defesa não apelam tanto para as ligações diretas, como nos tempos de Cuca e Jô na referência do ataque. O alvo normalmente são os ponteiros, em inversões ou passes longos dos defensores. O meio-campo, porém, participa mais do jogo, não só vivendo da segunda bola (rebote) para organizar as ações de ataque.

O time de Cuca definia as jogadas mais rapidamente. Sampaoli aprecia a posse e uma maior elaboração. Mas os ritmos são parecidos. E no Independência o sufoco para os oponentes voltará a ser grande.

Sampaoli pode potencializar jogadores como Guga, Guilherme Arana, Jair, Allan e Hyoran. E dar mais uma sobrevida ao inesgotável Ricardo Oliveira, velho sonho de consumo no centro do ataque. Se houver encaixe com as contratações solicitadas pode dar em time competitivo.

Ser campeão brasileiro hoje não é uma meta palpável. Há elencos de nível superior. Mas a ambição do treinador de duelar com o Flamengo, hoje dominante, é saudável. Até porque o sarrafo do futebol nacional subiu também por causa de Sampaoli.

Em 2013, Cuca se impôs na Libertadores em um cenário menos complexo. O Fluminense, campeão brasileiro do ano anterior, não manteve o nível de atuações e caiu nas quartas. Já o Corinthians viveu a ressaca dos títulos de 2012 e ainda foi prejudicado pela arbitragem desastrosa de Carlos Amarilla contra o Boca Juniors nas oitavas de final. O Galo ainda contou com Victor iluminado nos pênaltis.

Mas o torneio continental por enquanto é projeto para Sampaoli. A meta para 2020 é formar um time forte. O Atlético, com problemas financeiros, garante a “liquidez” para bancar reforços e a cara comissão técnica com patrocinadores e contando com boas premiações. A ambição é válida, mas é preciso ter responsabilidade. Até porque o pior exemplo recente mora do lado azul da cidade.

“Loucura” só no campo. E o intrépido Sampaoli tem tudo para entregar de novo no Brasil um time elétrico e divertido. Um “Galo Doido” repaginado e ainda melhor.

 

 

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Golaço de Dudu no empate frustrante é para o palmeirense refletir http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/10/07/golaco-de-dudu-no-empate-frustrante-e-para-o-palmeirense-refletir/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/10/07/golaco-de-dudu-no-empate-frustrante-e-para-o-palmeirense-refletir/#respond Mon, 07 Oct 2019 09:22:53 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7388

Foto: Bruno Ulivieri / AGIF

Mano Menezes não é um defensor convicto do jogo mais físico, direto e pragmático como Luiz Felipe Scolari. Nem da intensidade máxima de Cuca. Na essência, apesar da origem na escola gaúcha, prefere um jogo com mais pausas e organização. Em 2011, ainda comandando a seleção brasileira, elegeu em entrevista a Mauro Beting para o livro “1981”, em coautoria com este blogueiro, o Flamengo de Zico nos anos 1980 como a melhor equipe que viu jogar. A grande referência de seus tempos de apenas fã de futebol.

Mas desde 2015 abraçou uma ideia de jogo mais defensiva e reativa. Talvez para se colocar no Cruzeiro como contraponto ao repaginado Tite com proposta mais criativa e agressiva no Corinthians campeão brasileiro e depois na seleção. Ou apenas por conta do contexto do Cruzeiro, especialmente no mata-mata com os títulos da Copa do Brasil de 2017 e 2018.

Agora no Palmeiras sucedendo Felipão, Mano tenta voltar um pouco às origens, fazendo o atual campeão brasileiro adicionar controle  do jogo pela posse de bola quando necessário e também a marcação por zona, evitando os encaixes e as perseguições mais longas. Um estilo mais impositivo e dominante.

Funcionou relativamente bem em casa contra Fluminense, Cruzeiro e CSA, equipes que lutam para fugir do Z-4. Nem tanto fora contra o Fortaleza, já apelando para as ligações diretas em alguns momentos, sentindo muito a falta de Dudu e vencendo na bola parada com gol de Willian.

Mas bastou enfrentar times mais tradicionais e competitivos como Internacional e Atlético Mineiro para o Palmeiras sofrer e, intuitivamente, retornar aos “vícios” dos últimos anos: em Porto Alegre a proposta mais cautelosa até sofrer o gol de Patrick e no Allianz Parque um estilo muito direto, até apressado. Com cobranças de lateral na área adversária e nada menos que 52 cruzamentos.

Dois empates por 1 a 1 que fazem o Flamengo abrir cinco pontos de vantagem no topo da tabela. Na próxima rodada, pedreira contra o Santos na Vila Belmiro. Uma combinação de derrota no clássico paulista com nova vitória do líder sobre o próprio Galo no Maracanã e as chances do bicampeonato ficam bem mais remotas. Mas o momento de frustração pode servir também para uma boa reflexão.

Partindo do gol de empate contra o Galo, depois de Nathan abrir o placar no primeiro tempo de superioridade do time visitante. Bela tabela pela esquerda entre Dudu e Gustavo Scarpa, que saiu do banco para substituir Borja, e a finalização quase sem ângulo do craque do time. Um lance de arte para furar as linhas compactas do 5-4-1 atleticano. Jogada trabalhada com calma, técnica e criatividade.

Não poderia acontecer mais vezes, inclusive no próprio jogo depois da igualdade no placar? Mas o Palmeiras preferiu o jogo apressado, as bolas levantadas na área. A força do hábito simbolizada na troca de Lucas Lima por Deyverson. Para complicar, sim, a formação com três zagueiros do adversário, mas obviamente também para apelar ao jogo aéreo procurando os dois centroavantes. Durou pouco, logo entrou Scarpa.

Os cruzamentos são um recurso legítimo, até porque o estilo funcionou em duas das últimas três edições do Brasileiro. Mas tem que ser só isso quase sempre, ou quando necessário?

Com Felipão era claro que a prioridade era o mata-mata. Não funcionou em duas edições de Copa do Brasil e Libertadores. Nos pontos corridos deu certo meio ao acaso, com o time cheio de reservas e só assumindo a responsabilidade de decidir o campeonato confirmando a liderança depois das eliminações nas outras competições. Conquista inquestionável, com todos os méritos. Mas soou como uma espécie de prêmio de consolação.

Apesar da defesa do estilo entre torcedores, jogadores e diretoria, o incômodo é nítido. Até porque a escola do Palmeiras não é essa, mas a do futebol mais ofensivo e de toque refinado. Dos tempos da Academia nos anos 1960/70 ou do início da Era Parmalat com Vanderlei Luxemburgo no bicampeonato brasileiro 1993/94 e na máquina de 102 gols no Paulista de 1996.

O time do jogo direto, das bolas paradas – ou escanteios e faltas laterais de Jorginho e Eder procurando a cabeça do zagueiro Vagner Bacharel – sempre esteve mais associado à “década perdida”, a de 1980 sem conquistas. Da derrota para a Internacional de Limeira no Paulista de 1986. O time de Felipão campeão da Copa do Brasil de 1998 e da Libertadores no ano seguinte era vertical, porém talentoso e combinava os cruzamentos de Arce com a arte de Alex.

O estilo atual merece ser respeitado e dá resultado quando bem executado. No caso deste Palmeiras, porém, com a enorme capacidade de investimento, sempre parece contraproducente. Subaproveita a capacidade do elenco, que não é fantástica, mas pode entregar muito mais. Talvez com tempo para Mano trabalhar esse “fundamentalismo” e acrescentar novos elementos.

Para que a obra-prima de Dudu e Scarpa não seja a exceção, ou apenas uma breve amostragem do que esse time pode fazer e não realiza por opção. Um tremendo desperdício.

(Estatísticas: Footstats)

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São Paulo pode repetir com Diniz o erro que cometeu com Jardine http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/27/sao-paulo-pode-repetir-com-diniz-o-erro-que-cometeu-com-jardine/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/27/sao-paulo-pode-repetir-com-diniz-o-erro-que-cometeu-com-jardine/#respond Fri, 27 Sep 2019 17:18:27 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7342

Cuca pediu demissão depois da derrota para o Goiás por 1 a o no Morumbi e o São Paulo não pensou muito: contratou Fernando Diniz. Traz o estilo personalíssimo, diametralmente diferente do antecessor, que precisa de paciência, mas pensando em resultados imediatos. E sem tempo para treinamentos.

Uma decisão um tanto insana, mas que pode dar certo. Porque futebol é um “click”, a história do esporte mostra as combinações perfeitas mais improváveis. Quem sabe não chegou a hora de ser competitivo de fato entre os grandes?

Há qualidade no elenco para fazer as ideias do novo treinador acontecerem. Saída com bola no chão, valorização da posse, pressão pós-perda, jogo entrelinhas…Vejamos como Daniel Alves será aproveitado, se no meio-campo ou na lateral.

O problema é o tempo, sempre ele. E o tricolor paulista pode repetir com Diniz o erro que cometeu com Andre Jardine. O jovem treinador foi efetivado para os cinco últimos jogos do Brasileiro no ano passado. Ganhou a oportunidade pelo conteúdo, mas sem chance de trabalhar os conceitos. Apenas uma semana “cheia” na reta final do campeonato.

Conseguiu colocar o time na pré-Libertadores, mas já com Florida Cup logo depois das férias e confrontos eliminatórios pelo torneio continental em seguida. Recebendo atletas e colocando para jogar. Não podia dar certo.

Cuca teve a pausa para a Copa América e mais duas semanas, por conta do adiamento do jogo contra o Athletico, que foi disputar torneio no Japão. Não aproveitou e o time estagnou. O período que Diniz precisava para trabalhar e não terá. Vai necessitar mesmo é contar com a felicidade que não teve até aqui na Série A do Brasileiro, com Athletico e Fluminense. A começar pela pedreira de encarar o líder Flamengo, amanhã no Maracanã.

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Mano retoma “desfile técnico” no Palmeiras. Maratona de jogos pode ajudar http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/23/mano-retoma-desfile-tecnico-no-palmeiras-maratona-de-jogos-pode-ajudar/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/23/mano-retoma-desfile-tecnico-no-palmeiras-maratona-de-jogos-pode-ajudar/#respond Mon, 23 Sep 2019 09:31:29 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7312

Imagem: Reprodução / Palmeiras

Com a profissionalização definitiva do Carnaval carioca nos anos 1990/2000, tanto na produção dos desfiles quanto no trabalho dos jurados, muitas escolas de samba passaram a se preocupar mais com a capacidade competitiva na apuração, se concentrando muito nos detalhes técnico que poderiam tirar pontos, do que na capacidade de emocionar.

Era o “desfile técnico” que premiou a Imperatriz Leopoldinense da carnavalesca Rosa Magalhães, campeã cinco vezes (1994, 1995, 1999, 2000 e 2001). Grande referência deste estilo pragmático por não empolgar muito, quase nunca ser apontada como favorita, mas ao receber notas dez de cada jurado que não encontrava problemas nos quesitos avaliados, acabava vencendo. Mesmo sem marcar história, a não ser pelas conquistas.

O Palmeiras foi campeão brasileiro em 2016 com Cuca, vice em 2017, novamente vencedor no ano passado com Luiz Felipe Scolari e agora, depois da queda brusca que acabou provocando a queda de Felipão, se reposiciona novamente como candidato ao título ao abrir cinco pontos de vantagem sobre o Santos, terceiro colocado, e manter os três pontos de distância do líder Flamengo.

O futebol não é de marcar época, mas pontua mais que a maioria dos concorrentes. Não só pela capacidade de investimento na formação de um elenco forte e homogêneo, mas por uma cultura construída na disputa por pontos corridos. Aditivada por um clima que nunca é desfavorável perante os rivais. Como não é tão elogiado pelo futebol praticado, também não desperta uma vontade extra dos adversários para superá-lo. Fica tudo meio morno.

Em banho maria vai vencendo. Com Mano Menezes e a natural mudança anímica que costuma acontecer na troca de comando técnico, o Palmeiras já emenda quatro vitórias. Só sofrendo um gol do Goiás. Sem ser vazado contra Fluminense, Cruzeiro e Fortaleza. Na capital cearense, o triunfo com um gol meio sem querer de Willian Bigode. Garantido pela solidez defensiva, alguns chutões de Felipe Melo e paciência para administrar o jogo.

Sim, é diferente do estilo Felipão. Fica mais com a bola, a saída da defesa tem mais passes trocados e o time não se retrai tanto quando abre vantagem. A marcação é por zona, com linhas mais posicionadas e menos encaixe e perseguições nos setores. Como previsto, a ideia é a mesma e só muda o método. Pragmatismo e objetividade jogo a jogo. Solidez, concentração, persistência na espera do erro do oponente e precisão para aproveitar as oportunidades. Com bola parada ou rolando.

Receita que pode dar muito certo a partir de agora, com jogos quarta e domingo. Sem tempo para treinar, simplificar processos é mais seguro. Reagir desgasta menos física e mentalmente. Tentar propor o jogo, ter a bola, se instalar no campo de ataque e criar espaços é bem mais desafiador. Também impõe riscos, ainda maiores quando a rotina de viagens e partidas tira a capacidade de exercitar e fazer ajustes nos treinamentos. O nível de excelência cai naturalmente.

Eis a chance do atual campeão tentar ultrapassar o Flamengo que nas sete vitórias consecutivas só teve duas semanas com partidas no meio, contra o Internacional pela Libertadores. Será que resiste à maratona de jogos dentro da proposta de Jorge Jesus que exige intensidade máxima e muita força mental?

O Palmeiras de Mano ainda precisa de um teste contra equipe na primeira página da tabela. Virá no domingo, contra o Internacional no Beira-Rio. Antes, recebe no Pacaembu o CSA resgatado por Argel Fucks a ponto de sair do Z-4. Favoritismo natural, mas no turno o time alagoano foi o primeiro a tirar pontos do alviverde e mostrar que a estratégia de usar time reserva nos pontos corridos não seria tão bem sucedida quanto em 2018.

Mas o que importa é seguir pontuando e acossando o líder em uma corrida mais de resistência do que técnica. Minimizando erros, mesmo que os acertos não encantem as retinas. Depois da tempestade das eliminações no mata-mata e de despencar do topo da tabela no Brasileiro, o Palmeiras retoma o espírito do “desfile técnico” para buscar mais uma taça. Recurso legítimo, com méritos inegáveis. Afinal, o objetivo final é vencer.

Ainda que faça história e fique na memória apenas do torcedor do clube. Sem legado além do resultado final. Foi assim com Cuca e Felipão. Será com Mano Menezes?

 

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Entrevista de Dani Alves revela muito sobre o São Paulo e futebol no Brasil http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/16/entrevista-de-dani-alves-revela-muito-sobre-o-sao-paulo-e-futebol-no-brasil/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/16/entrevista-de-dani-alves-revela-muito-sobre-o-sao-paulo-e-futebol-no-brasil/#respond Mon, 16 Sep 2019 09:52:13 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7265

Imagem: Reprodução/Globoesporte.com

O empate por 1 a 1 foi mais um resultado desastroso para o São Paulo no Morumbi pelo Brasileiro. Não fosse a falha do goleiro Jordi no gol de Reinaldo e o CSA que se recupera sob o comando de Argel Fucks, com o gol de Bustamante, poderia ter saído com mais dois pontos que deixariam a equipe com os mesmos 18 do Fluminense, hoje o 16º colocado e primeiro fora do Z-4.

Na entrevista pós-jogo, realizada na zona mista, Daniel Alves estava visivelmente irritado. E jogador aborrecido costuma abrir a “torneira da verdade”. Mesmo para um multicampeão com moral para falar o que pensa há sempre um certo verniz nas declarações. Uma polidez. Mas não desta vez. E o que falou revela muito sobre o São Paulo e também o futebol no Brasil.

O camisa dez são-paulino tinha até razões para estar incomodado. Atuando pela primeira vez na lateral direita no Brasileiro, participou bem menos dos ataques e viu Hernanes centralizar demais o jogo. Evolução coletiva zero. Daniel Alves disse que a imprensa não era capaz de entender suas dificuldades em campo porque os jornalistas nunca jogaram.

Curiosamente, este blog registrou logo no anúncio da contratação que era um desperdício não aproveitá-lo no meio-campo. Como um “oito” ajudando na articulação, não um meia centralizado e avançado jogando de costas para a marcação. É contraproducente e não precisa ser um gênio ou ter entrado em campo para perceber.

O atleta veterano também deixou claro que os protagonistas do futebol não gostam muito do contraditório: “A imprensa sempre está para gerar um certo desconforto e debates. Não podemos gerar debates”, criticou. Bem, se as quatro vitórias e seis empates em casa, enfrentando reservas do Flamengo e Grêmio, não podem provocar uma discussão séria e responsável sobre o desempenho são-paulino que não se reflete nos resultados é porque a noção de liberdade de expressão do jogador é um tanto enviesada. Ou elogia ou fica em silêncio porque “nunca chutou uma bola”? Democrático, não?

De positivo, a postura de líder ao não jogar a toalha e afirmar que o título não é do Flamengo – conclusão óbvia com um turno ainda em disputa, mas necessária pelos dez pontos de distância na tabela. Também uma observação importante sobre padrão de jogo: “Às vezes as pessoas acham que um padrão de jogo é feito em treinamento. Padrão de jogo é feito mais em formação teórica do que tática”, explicou Daniel.

Perfeito. Ainda mais no país em que se acreditava, e muitos ainda acreditam, que padrão se alcança repetindo o time em treinos e jogos. É bem mais que isso, com definição de princípios de jogo que vão ajudar na construção do modelo. Primeiro a forte base teórica, depois a prática. Daniel aprendeu com Guardiola, Thomas Tuchel, Massimiliano Allegri e outros treinadores. Cuca acredita em construção intuitiva, jogo a jogo em função do adversário. Fica mais complicado.

O lateral da seleção brasileira já percebeu que a missão de resgatar a autoestima e o espírito vencedor do São Paulo será mais complicada do que ele imaginava. O clube parece estacionado em uma espécie de “zona morta”. Sem um fundo do poço para se reconstruir do zero, nem o “turning point” para virar tudo do avesso e mudar a história na década que entra na reta final apenas com o título da Sul-Americana de 2012. É muito pouco para um gigante do futebol brasileiro.

Se nada mudar, Daniel Alves ainda sairá incomodado muitas vezes do Morumbi.

 

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São Paulo sofre com Dani Alves sacrificado no meio-campo. Dilema para Cuca http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/31/sao-paulo-sofre-com-dani-alves-sacrificado-no-meio-campo-dilema-para-cuca/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/31/sao-paulo-sofre-com-dani-alves-sacrificado-no-meio-campo-dilema-para-cuca/#respond Sat, 31 Aug 2019 17:03:40 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7146 O empate sem gols no Morumbi cheio, quente e tenso pela queda de um torcedor das arquibancadas com os reservas do Grêmio reforçados por Everton são dois pontos perdidos para o São Paulo. Irrecuperáveis pelo contexto.

A equipe de Cuca teve mais posse que o time de Renato Gaúcho (52% x 48%) e finalizou 17 vezes, dez a mais que o adversário. Mas só quatro no alvo. A chance cristalina caiu nos pés de Vitor Bueno, improvisado no centro do ataque pelas ausências de Raniel, Pablo, Alexandre Pato e Toró. Um domínio errado e a oportunidade clara se foi.

Desempenho coletivo muito oscilante e dependente das ações individuais de Antony, que acabou expulso. Chegou a correr alguns riscos de sair derrotado pelos gaúchos que tinham qualidade na frente com Diego Tardelli e Luan, além do Cebolinha.

Novamente o problema no meio-campo. Desde o Palmeiras campeão brasileiro em 2016, Cuca procura escalar os jogadores mais dotados tecnicamente no setor. No São Paulo é clara a preferência por Tchê Tchê, Liziero e Daniel Alves. Justo, mas o posicionamento é bem discutível.

No 4-2-3-1, Daniel Alves joga como um autêntico camisa dez. Com liberdade atrás do centroavante, mas muitas vezes recebendo a bola de costas e participando apenas da última etapa de construção, onde a marcação é mais dura e os espaços ficam mais raros. Tudo para não perder a participação do trio na articulação. Tchê Tchê e Liziero revezam no apoio. Em tese uma solução que torna a criação menos previsível.

Mas sacrifica Dani Alves, que em tese seria muito mais participativo como meia pela direita num 4-1-4-1. Um “oito”, como atuou muito bem no PSG em várias partidas. Mas teria que sacrificar um dos outros dois como um volante mais fixo à frente da defesa. Escolha complicada. Um dilema mesmo. Ainda que a lógica sugira sempre o melhor para o mais decisivo – o camisa dez, no caso.

O que fazer? A melhor resposta só pode vir da soma de treinamentos e jogos. Com possibilidades também de retornar Dani para a lateral direita – um desperdício na realidade do futebol brasileiro – ou posicioná-lo aberto na linha de meias num 4-4-2, como jogou na Juventus. A única certeza é que novamente não funcionou como poderia e o São Paulo deixou pontos pelo caminho.

(Estatísticas: Footstats)

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Jogo reativo e erro com VAR. Vasco 2×0 São Paulo é retrato do nosso futebol http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/25/jogo-reativo-e-erro-com-var-vasco-2x0-sao-paulo-e-retrato-do-nosso-futebol/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/25/jogo-reativo-e-erro-com-var-vasco-2x0-sao-paulo-e-retrato-do-nosso-futebol/#respond Sun, 25 Aug 2019 20:59:55 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7106 O Vasco se impôs no primeiro tempo em sua casa com novos refletores e lotado, mesmo depois de um goleada sofrida para o maior rival. Reagindo à posse de bola do São Paulo. Um 4-1-4-1 com Raul como uma espécie de “ponta-volante” pela direita abrindo o corredor para Yago Pikachu apoiar e também fechar o lado esquerdo do adversário que teve Léo na vaga do suspenso Reinaldo.

Marcação encaixada sobre o 4-2-3-1 armado por Cuca que novamente deu liberdade a Daniel Alves à frente de Tche Tche e Liziero. Muita pressão no adversário com a bola e transições rápidas buscando Marrony novamente adaptado ao centro do ataque e Talles Magno pela esquerda.

Até a mais que questionável expulsão de Raniel. Imprudente, sim, na disputa com o volante Richard. Mas claramente visando a bola. Lance para amarelo, no máximo. Anderson Daronco, que nem puniu inicialmente com cartão, foi nitidamente convencido por Jean Pierre, o árbitro de vídeo, a apresentar o vermelho. Mais um típico mau uso do VAR no futebol brasileiro.

Outro fenômeno em “terras brasilis”: o time reativo se atrapalhar com a responsabilidade de atacar por jogar com um homem a mais. Adiantou as linhas de forma desorganizada e quase sofreu com Everton em contragolpe bem coordenado por Antony e Daniel Alves.

Mesma toada no início do segundo tempo. Cuca adiantou Daniel Alves como “falso nove” num 4-4-1 e se empolgou com a descoordenação da equipe cruzmaltina, já com Rossi na vaga de Andrey e trazendo Raul de volta ao centro do meio-campo. Os visitantes voltaram a avançar e controlar a posse, sonhando com a sexta vitória consecutiva no Brasileiro. Com isso cederam espaços para o oponente acelerar. Na velocidade, a jogada de Marrony para Talles e o cruzamento que Rossi completou para fora.

O Vasco acordou e abriu o placar. Na bola parada. Quase sempre a solução para quem sofre na articulação das jogadas. Escanteio, desvio de Castán e gol de Talles, primeiro no profissional do garoto de 17 anos que estava há pouco na base e agora duela com Juanfran em um clássico nacional. A senha para o São Paulo atacar e o Vasco retomar o domínio da partida com a mesma estratégia do início da partida.

Mas agora com um adversário abalado, desgastado e sem Antony, que saiu lesionado. O Vasco cresceu ainda mais com Fellipe Bastos na vaga de Marcos Júnior e Danilo Barcelos no lugar de Henrique. Passe do lateral, gol do meio-campista. Ambos saindo do banco.

Parte do triunfo de Luxemburgo sobre Cuca. De 14 finalizações contra apenas três do time que teve mais posse de bola, mesmo com um homem a menos (51%). Um fiel retrato do futebol brasileiro em São Januário.

(Estatísticas: Footstats)

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A mudança de Cuca no triunfo gigante do São Paulo que (quase) ninguém viu http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/22/a-mudanca-de-cuca-no-triunfo-gigante-do-sao-paulo-que-quase-ninguem-viu/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/22/a-mudanca-de-cuca-no-triunfo-gigante-do-sao-paulo-que-quase-ninguem-viu/#respond Thu, 22 Aug 2019 10:56:59 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7097 É absurdo que em 2019 tenhamos que acompanhar um jogo do Brasileiro apenas por rádio e internet sem streaming. Por mais que se entenda e até estimule resistências como a do Athletico na negociação com a Rede Globo, os clubes deveriam ter autonomia e encontrar um canal comum para atender ao público que não tinha como ir ao estádio e foi obrigado – alguns por dever de ofício, como eu – a acompanhar uma transmissão amadora.

Até pela relevância da partida adiada por conta do compromisso do time paranaense no Japão. E o triunfo gigante do São Paulo que chega a cinco vitórias seguidas e 30 pontos, encostando em Flamengo e Palmeiras e ficando a apenas a dois pontos do líder Santos. Cenário inimaginável antes da pausa para a Copa América.

Com Daniel Alves em campo, mas não Juanfran, que começou no banco. Igor Vinicius entrou na lateral direita e iniciou a jogada do gol único da partida. Pouco depois de uma mudança de posicionamento orientada por Cuca: no 4-1-4-1, Liziero foi para o lado esquerdo da linha de meias e Vitor Bueno entrou por dentro. Na inversão rápida de bola, passe do volante mais aberto e gol do meia.

Mais que justo, é necessário dar os créditos ao treinador que vai arrumando a equipe do Morumbi e ganha com os reforços a mentalidade vencedora que vinha faltando no vestiário. Capaz de fazer um jogo igual e impor a primeira derrota da equipe de Tiago Nunes na Arena da Baixada utilizando os titulares.

Duelando por posse de bola (52% para o time mandante), finalizando sete vezes contra oito – três para cada lado no alvo. Sem o sufoco que a grande maioria sofre em Curitiba.

Pena que (quase) ninguém viu.

(Estatísticas: SofaScore)

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Virada do São Paulo na persistência de uma ideia. Alerta para o Santos http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/10/virada-do-sao-paulo-na-persistencia-de-uma-ideia-alerta-para-o-santos/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/10/virada-do-sao-paulo-na-persistencia-de-uma-ideia-alerta-para-o-santos/#respond Sat, 10 Aug 2019 22:11:32 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7018 A ideia de Cuca para o “San-São” no Morumbi ficou clara desde o primeiro minuto: intensidade, pressão na marcação adiantada e transição ofensiva rápida para deixar o Santos desconfortável na saída de bola. Também a força na bola parada, que já poderia ter dado certo no primeiro tempo em cabeçada perigosa de Raniel.

Como sempre, os encaixes do treinador para negar espaços, especialmente no meio-campo: Everton apertando Diego Pituca, Tche Tche contra Felipe Jonathan, Luan sobre Sánchez. Mais Toró pela direita voltando com Jorge e Pato ficando com Lucas Veríssimo, zagueiro atuando como lateral em uma linha de quatro a partir da leitura de que o tricolor não enfiaria uma dupla de atacantes.

O mérito da equipe de Jorge Sampaoli no primeiro tempo foi não perder a calma e ir se aprumando no jogo. Deixando Derlis González, Eduardo Sasha e Soteldo na frente prontos para os contragolpes e aos poucos desmontando os encaixes de Cuca. Especialmente de Jonathan às costas de Tche Tche em duas finalizações.

Até Pituca ganhar confiança para se adiantar, descolar da perseguição de Everton e chutar com categoria na trave. No rebote, o gol de Sasha no final do primeiro tempo. O sétimo do artilheiro santista no Brasileiro. A terceira finalização no alvo das sete em 45 minutos. O São Paulo acertou apenas uma na direção de Everson em nove.

Na volta do intervalo, a mesma proposta tricolor, mas com Hernanes na vaga de Luan. Até porque foram duas semanas de trabalho pensando apenas no confronto com o líder. Faltava a precisão na finalização. Até a bola parada funcionar. Primeiro com Pato empatando ao completar desvio em cobrança de escanteio. Depois no pênalti com Aguilar desviando a bola com o braço, também no tiro de canto. Reinaldo converteu e o São Paulo virava em 11 minutos.

O Santos murchou. Deu a impressão de voltar desconcentrado para a segunda etapa e pagou caro com a eficiência do oponente. Em mais um vacilo de Aguilar, o terceiro gol em contragolpe para consagrar Pato. Personagem do clássico, não por uma grande atuação, mas pela entrega acima da média do atacante. A fibra era parte importante do plano de jogo para trazer a torcida junto. O “abafa” obrigou o Santos a apelar 29 vezes para os lançamentos e 37 para rebatidas.

Ainda assim, com Marinho, Jean Mota e Evandro nas vagas de Derlis, Felipe Jonathan e Sánchez, o Santos seguiu atacando e diminuiu com um inusitado gol contra de Raniel. Com Hudson na vaga de Hernanes, que se lesionou depois de apenas 15 minutos em campo, e depois Vitor Bueno no lugar de Pato, ovacionado pela torcida, o São Paulo segurou o resultado com firmeza de propósito.

A persistência foi a grande virtude do time que parou o líder, que estava invicto há oito jogos. Encerrando jejum de vitórias em clássicos que já durava um ano. Terceira vitória consecutiva na competição. Difícil fazer qualquer associação a uma mudança de clima pelas contratações de Daniel Alves e Juanfran. Mas a força mental em jogo tão importante é animadora.

O revés deve servir de alerta para o Santos. Com a liderança, o foco e a resistência dos adversários serão maiores. A margem de erro precisa ser menor e a concentração alta, até pela dedicação total ao Brasileiro. Onze minutos de desatenção nas bolas paradas foram fatais.

(Estatísticas: Footstats)

 

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Com Juanfran no São Paulo, Cuca pode resgatar figura do “lateral-zagueiro” http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/06/com-juanfran-no-sao-paulo-cuca-pode-resgatar-figura-do-lateral-zagueiro/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/06/com-juanfran-no-sao-paulo-cuca-pode-resgatar-figura-do-lateral-zagueiro/#respond Tue, 06 Aug 2019 10:30:17 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7003

Imagem: Divulgação/São Paulo FC

Aos 34 anos, Juanfran é mais um veterano a deixar o futebol europeu e vir para o Brasil. Vai jogar no São Paulo com Daniel Alves e pode acrescentar mentalidade forte, concentração defensiva e ótimo posicionamento na última linha pela direita na equipe comandada por Cuca. Contrato até o fim de 2020.

Com o defensor espanhol, o treinador pode pensar em resgatar uma figura muito presente em seus times: a do “lateral-zagueiro”. Ou lateral-base. Aquele que guarda mais o seu setor junto com os zagueiros liberando o lado oposto para o apoio.

A função não é nova. A seleção do tricampeonato em 1970 tinha Everaldo contido pela esquerda para Carlos Alberto Torres descer à direita. No Real Madrid “galáctico” da virada do século, Michel Salgado ficava mais preso à retaguarda e Roberto Carlos ganhava mais liberdade. Compensação natural do futebol.

Cuca, porém, seguia uma lógica “bielsista”. A mesma de Jorge Sampaoli, também discípulo de Marcelo Bielsa, no Santos para variar linha de três ou quatro na defesa. Por exemplo, no Botafogo de 2007 era Luciano Almeida quem fazia a lateral quando o adversário atuava com um ou três atacantes e ficava mais fixo como terceiro zagueiro ao enfrentar uma dupla de ataque para garantir a sobra na defesa.

Era o 3-4-3 do “carrossel” alvinegro, com Joilson como ala pela direita fazendo dupla com Zé Roberto na ponta, Túlio e Leandro Guerreiro como os volantes, Lúcio Flávio na articulação, Dodô no centro do ataque e Jorge Henrique fazendo o corredor esquerdo completo. O time que disputou o título carioca com o Flamengo e a liderança do Brasileiro no primeiro turno com o São Paulo de Muricy Ramalho.

O 3-4-3 de Cuca em 2007: Luciano Almeida como lateral-zagueiro dando liberdade a Joilson do lado oposto e Jorge Henrique fazendo todo corredor pela esquerda (Tactical Pad).

Ideia semelhante foi implementada no Atlético Mineiro campeão da Libertadores em 2013: Marcos Rocha mais liberado pela direita, Richarlison descendo menos e fazendo companhia a Leonardo Silva e Réver. Pierre e Leandro Donizete na proteção, Ronaldinho articulando para Tardelli pela direita e Jô como centroavante. Bernard fazia a função mais sacrificante, indo e voltando pela esquerda.

No São Paulo, Cuca pode fazer o mesmo, porém mudando o eixo defensivo. O lateral-zagueiro seria Juanfran pela direita, dando mais liberdade a Reinaldo do lado oposto. Caberia a Antony fazer o corredor do lateral mais fixo. Na ponta esquerda, Alexandre Pato ou Everton e Raniel ou Pablo no centro do ataque.

A diferença principal em relação a Botafogo e Atlético seria nas características dos volantes. Agora Cuca prefere jogadores que marquem, mas também joguem. Um trio com Tche Tche, Liziero e Daniel Alves poderia entregar uma dinâmica bem interessante ao meio-campo, inclusive com trocas de funções ao longo dos jogos. E Dani Alves e Tche Tche dando suporte a Antony no ataque pela direita.

Uma das formações possíveis do São Paulo de Cuca, com Juanfran contido pela direita, Antony fazendo o lado direito com apoio de Daniel Alves ou Tche Tche e Reinaldo com liberdade para atacar como ala pela esquerda (Tactical Pad).

Uma entre as muitas possibilidades que o inquieto e criativo Cuca deve testar em treinos e jogos. A boa notícia para o técnico é que ganha mais uma opção com personalidade e experiência internacional para tornar o São Paulo mais competitivo no Brasileiro.

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