cuellar – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Recado do Al-Hilal ao Flamengo vai além do sinal de Gomis para Jorge Jesus http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/12/14/recado-do-al-hilal-ao-flamengo-vai-alem-do-sinal-de-gomis-para-jorge-jesus/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/12/14/recado-do-al-hilal-ao-flamengo-vai-alem-do-sinal-de-gomis-para-jorge-jesus/#respond Sat, 14 Dec 2019 15:58:10 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7722 Foi difícil entender, a princípio, a opção do treinador Razvan Lucescu por deixar Giovinco, Gomis e Otayf no banco, sem contar o desfalque de Al-Faraj, cortado do Mundial por lesão, para a estreia do Al-Hilal no Mundial de Clubes contra o Esperánce em Doha.

Mas apesar das muitas alterações, o campeão asiático se impôs tecnicamente, com o protagonismo do peruano Carillo, a mobilidade do brasileiro Carlos Eduardo dando opção no meio e aparecendo na frente e a qualidade de Hyunsoo Jang na zaga liderando a saída de bola, além de empurrar os laterais  Alburayk e Alshahrani para o campo de ataque.

O Esperánce respondia com um 4-1-4-1 muito organizado, com Bonsu, o ganês que é o volante que joga de área a área, se aproximando de Badri, o meia aberto pela direita, para compensar o posicionamento mais conservador do lateral Derbali. Do lado oposto, Elhouni combinava mais por dentro com Benguit e deixava o corredor para o apoio mais frequente de Cheti. Isso quando conseguia trabalhar a bola e não se limitava apenas a tentar as ligações diretas para Ouatarri, o centroavante de referência.

Duas propostas bem definidas, com o time árabe trabalhando mais a bola e desperdiçando na primeira etapa ótima oportunidade com Carlos Eduardo errando ao tocar por cima do goleiro Ben Cherifia. E o campeão africano tentando aproveitar o erro do adversário. Quase conseguiu em uma lambança do goleiro Almuaiouf com os pés que Badri chutou para fora e depois em um recuo errado de Alshahrani que o arqueiro apareceu para salvar.

Os primeiros 45 minutos, apesar da superioridade do time em campo, deixavam claro que Lucescu precisaria recorrer aos titulares no banco para desequilibrar o confronto. Ainda esperou mais vinte minutos para colocar Gomis no lugar de Cuéllar. Kanno ficou mais fixo à frente da defesa, Carlos Eduardo recuou, Kharbin passou a circular mais e o centroavante francês, melhor jogador da última Champions asiática, foi jogar na referência.

Na primeira bola que recebeu em condições, oito minutos depois de entrar, Gomis recebeu de Carillo, “chapelou” Yakoubi com categoria e bateu no canto direito. Golaço! Na comemoração, um sinal para Jorge Jesus, presente no Estádio Jassim Bin Hamad com a delegação do Flamengo. Não se sabe se uma homenagem ou provocação, ou ambas.

Mas o recado do Al-Hilan ao campeão brasileiro e sul-americano foi claro: completo e mais concentrado pode dar muito trabalho na semifinal. Mesmo sem Kanno, expulso. Tendência é Lucescu escalar Cuéllar e Otayf, que entrou na segunda etapa. Nenhuma perda significativa, o desfalque de Al-Faraj é bem mais sério.

Ainda assim, o time é forte. Teve 56% de posse e finalizou 12 vezes contra sete – três a um ano alvo. Mas precisou de seu artilheiro para seguir no Mundial.

(Estatísticas: FIFA)

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Willian Arão, Reinier e o progresso com Jesus no Flamengo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/10/08/willian-arao-reinier-e-o-progresso-com-jesus-no-flamengo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/10/08/willian-arao-reinier-e-o-progresso-com-jesus-no-flamengo/#respond Tue, 08 Oct 2019 10:06:57 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7397

Imagem: Reprodução / Premiere

 

– Tá mal, Arão!

Os gritos de Jorge Jesus no jogo-treino contra o Madureira corrigindo o posicionamento de Willian Arão no período de preparação do Flamengo na pausa para a Copa América ganharam destaque no noticiário. Os otimistas viam na bronca pública uma espécie de quebra de paradigma no trato com um elenco tantas vezes acusado de mimado, avesso às críticas e chegado a um paternalismo. Já os mais céticos temiam uma fritura rápida no vestiário do técnico português por expor os jogadores.

Este que escreve, para variar, fazia parte do grupo mais desconfiado – leia AQUI uma análise na véspera da estreia de Jesus. Errou! A turma do copo meio cheio desta vez acertou na mosca. Porque Arão é o símbolo da evolução do Flamengo depois da troca no comando técnico.

Quem diria no início de julho que o outrora contestado meio-campista se adaptaria tão bem à função de proteger a defesa fazendo o então ídolo Cuéllar hoje só deixar saudades em boa parte da torcida como uma opção para fortalecer o elenco? As estatísticas são reveladoras: Willian Arão tem 92% de aproveitamento nos passes e média de 2,3 desarmes por jogo, ficando entre os dez primeiros no Brasileiro. Sem contar as cinco assistências para gols e 22 para finalizações.

Mas o que chama atenção mesmo é a mudança radical no comportamento em campo. Concentração total e reação imediata assim que o time perde a bola para pressionar o adversário. Muito longe do atleta pouco intenso e disperso de outros tempos. Nem mesmo quando avança o posicionamento com Piris da Motta em campo o rendimento cai. É outro jogador!

Por isso é difícil condenar ou fazer ressalvas à contundência do técnico com o jovem Reinier ainda no gramado da Arena Condá depois da vitória sobre a Chapecoense por 1 a 0. O meia de 17 anos, joia da base, convocado para o Mundial Sub-17 e titular por conta das ausências de Gabriel Barbosa e De Arrascaeta, arriscou alguns toques de calcanhar e outros gestos técnicos mais refinados e pouco objetivos que irritaram Jorge Jesus. As “notas artísticas”, nas palavras do português.

Talvez Jesus tenha se precipitado ao trocá-lo por Berrío aos 13 minutos do segundo tempo. A produção do time caiu, também pelo desgaste por conta dos jogos seguidos só alterando a formação titular por necessidade e pela intensidade da equipe rubro-negra no primeiro tempo em Chapecó. As características e os movimentos de Reinier estavam casando bem com os de Everton Ribeiro e Bruno Henrique na dinâmica ofensiva. O “esporro” também poderia ter sido guardado para um momento mais reservado no vestiário, longe das câmeras.

Mas se até o pai do atleta, o ex-jogador de futsal Mauro Brasília, achou natural e parte do aprendizado, como contestar o treinador que lançou Reinier entre os profissionais? É impossível negar que os bons resultados do líder do Brasileiro e semifinalista da Libertadores tiram o peso do ocorrido e afastam qualquer possibilidade de crise. Mas o exemplo de Arão é pedagógico para mostrar que sabendo ouvir com humildade um profissional experiente, as chances de evoluir são enormes.

É o progresso com Jesus no Flamengo.

(Estatísticas: Footstats)

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O que mudou no meio-campo do Flamengo com Willian Arão na vaga de Diego http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/10/30/o-que-mudou-no-meio-campo-do-flamengo-com-willian-arao-na-vaga-de-diego/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/10/30/o-que-mudou-no-meio-campo-do-flamengo-com-willian-arao-na-vaga-de-diego/#respond Tue, 30 Oct 2018 04:26:18 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5418

Foto: André Durão/Globoesporte.com

O Flamengo não conseguiu a vitória que contava para encostar de vez no Palmeiras e brigar pelo título brasileiro. Mas o Maracanã viu o time comandado por Dorival Júnior mais organizado, concentrado e intenso. Não se abateu com o gol de Dudu e podia ter virado na bola que Lucas Paquetá mandou na lua.

O crescimento passa inegavelmente pelo “fato novo”da mudança do comando, o olhar de alguém de fora que efetuou algumas correções na dinâmica de jogo – ainda que os rubro-negros tenham novamente exagerado nos cruzamentos e sofrido para ir às redes, mesmo finalizando muito, em um jogo grande. O desgaste também vem sendo menor com a dedicação exclusiva à principal competição nacional.

Mas um detalhe tático também ajuda a explicar a evolução coletiva. Dorival desfez o 4-1-4-1 com a ausência de Diego por lesão nas primeiras partidas e voltou ao 4-2-3-1 com a entrada de Willian Arão e o avanço de Paquetá, mais próximo de Uribe, centroavante que ganhou a vaga no ataque com o novo treinador.

Arão é um volante de chegada à frente. Um tanto disperso na marcação, com deficiências no jogo aéreo ofensivo e defensivo e que oscila muito na parte mental. Mas oferece ao time um passe mais vertical e, principalmente, sua capacidade de infiltração. Tanto por dentro quanto pela direita. Quando o canhoto Everton Ribeiro corta da direita para dentro, muitas vezes é Arão quem ataca o espaço às costas do lateral do oponente e chega ao fundo. Até porque Pará não tem a mesma velocidade e vigor que Rodinei nas ultrapassagens, embora defenda melhor.

Flagrante de Willian Arão recebendo de Everton Ribeiro e infiltrando às costas do lateral adversário. Pará dá o apoio por dentro. (Reprodução Premier)

Com isso as funções ficam mais definidas no meio-campo e mantém Paquetá avançado, sem correr pelo campo todo como nos tempos em que dividia a articulação com Diego. Fica mais focado, menos “peladeiro”. Defensivamente, Arão vem cobrindo os momentos em que Cuéllar sai à caça na intermediária do adversário. Antes se o colombiano não conseguisse o desarme ou cometesse a falha a última linha de defesa ficava totalmente exposta.

A principal mudança, porém, foi na circulação de bola ficou mais rápida, já que Arão sabe jogar tocando de primeira, enquanto Diego normalmente precisa dominar, girar, dar mais um toque e só então soltar a bola, o que atrasa muitos ataques.

Contra o Palmeiras, o time empatou com Diego na vaga de Arão. Até por necessidade. Mas a diferença foi Marlos Moreno, veloz e objetivo na vaga do lesionado Vitinho. A tendência é Dorival manter a estrutura inicial para a sequência da competição, começando pelo duelo contra o São Paulo no Morumbi.

Willian Arão não é craque, nem solução para um time que briga por grandes conquistas. Mas dentro de um elenco caro, porém desequilibrado, vai dando encaixe na maneira de jogar com Dorival Júnior. O tão sonhado título para encerrar a Era Bandeira de Mello ficou bem mais longe, mas é possível sonhar com o milagre nas últimas sete rodadas. Ou ao menos a vaga direta na fase de grupos da Libertadores 2019.

No 4-2-3-1 armado por Dorival Júnior, Willian Arão é o volante que infiltra se juntando ao quarteto ofensivo, mas também volta para colaborar com Cuéllar (Tactical Pad).

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Colômbia paga por erros, mas não tira méritos do Japão da posse de bola http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/19/colombia-paga-por-erros-mas-nao-tira-meritos-do-japao-da-posse-de-bola/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/19/colombia-paga-por-erros-mas-nao-tira-meritos-do-japao-da-posse-de-bola/#respond Tue, 19 Jun 2018 14:45:12 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4736 Escalar Carlos Sanchez, volante essencialmente marcador, violento e um tanto atabalhoado é ir contra as tendências do futebol atual. Ainda mais com Barrios no banco. E Cuéllar no Brasil…Pelas características é difícil entender a opção de José Pekerman no meio-campo colombiano. Independentemente de qualquer questão extra-campo ou de liderança.

O Japão tinha Hasebe e o ótimo Shibasaki ditando o ritmo entre as intermediárias com passes curtos e longos, se apresentando sempre como opção para fluir as ações ofensivas da equipe de Akira Nishino. Baseada em posse de bola, só acelerando os ataques mais próximo da área adversária.

Com inteligência para mudar a dinâmica. Inicialmente com Sakai mais fixo pela direita e Nagatomo saindo para o jogo do lado oposto. Depois invertendo a lógica, até pela movimentação de Haraguchi, ponteiro pela direita no 4-2-3-1 dos asiáticos, saindo do flanco para dentro e abrindo o corredor para Sakai. Pela esquerda, Inui era mais incisivo, infiltrando em diagonal buscando as finalizações. Também se aproximando para tabelas com Kagawa e Osako, o centroavante que deixou no banco a estrela Okazaki do Leicester City, ainda se recuperando de fadiga muscular.

O jogo na Arena Mordovia foi condicionado pelo pênalti com expulsão de Carlos Sanchez logo aos cinco minutos de jogo. O primeiro erro grave da Colômbia em sua estreia. Kagawa cobrou no centro do gol e o Japão, mesmo com a vantagem no placar, continuou executando seu modelo de jogo. Rodando a bola com paciência tentando cansar o adversário.

Pekerman reorganizou seu time em um 4-4-1 básico, mas precisou trocar Cuadrado por Barrios para não perder o meio-campo de vez. Quintero, meia do River Plate, foi ocupar o lado direito da segunda linha de quatro. Mais organizada, a seleção sul-americana teve chance com Falcao García e empatou na cobrança de falta à la Ronaldinho Gaúcho, por baixo da barreira, de Quintero.

Jogo equilibrado até que no segundo tempo Pekerman tirou Quintero e colocou James Rodríguez. Craque do país, artilheiro do último Mundial, mas que ainda não está 100% fisicamente. Substituição até óbvia, mas que na prática desestruturou a Colômbia taticamente.

Porque James, que até já cumpriu função pelo lado na própria seleção e também no Bayern de Munique, passou a jogar centralizado, deixando o lateral Arias solitário no trabalho defensivo pela direita. Os japoneses fizeram a leitura correta e passaram a atacar mais pela esquerda. Por este lado saiu o escanteio que encontrou a cabeça de Osako. 2 a 1.

Sim, a Colômbia sofreu um gol de cabeça na bola parada dos japoneses. E James Rodríguez perdeu a chance de empate em ótima chance dentro da área. Equívocos cruciais: escalação inicial, alteração tática, erros técnicos. Em uma Copa do Mundo não se pode vacilar tanto.

O Japão aproveitou e fez história, em sua primeira vitória em Mundiais sobre sul-americanos. Não sem méritos. 59% de posse de bola, 86% de efetividade nos passes, 14 finalizações – seis na direção da meta de Ospina. No ritmo de seus bons meio-campistas.

O Grupo H que já parecia o mais equilibrado da Copa agora fica ainda mais imprevisível. E interessante.

(Estatísticas: FIFA)

 

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Flamengo comprova sua força, Palmeiras segue na “montanha russa” de emoções http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/13/flamengo-comprova-sua-forca-palmeiras-segue-na-montanha-russa-de-emocoes/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/13/flamengo-comprova-sua-forca-palmeiras-segue-na-montanha-russa-de-emocoes/#respond Thu, 14 Jun 2018 02:40:35 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4705 O Flamengo sem seus três zagueiros experientes e também o lesionado Diego claramente sentiu a pressão do ambiente nos primeiros minutos no Allianz Parque. O treinador Mauricio Barbieri também sacou Henrique Dourado para aproveitar Filipe Vizeu o máximo de minutos antes da partida para a Udinese. O resultado foi um time bastante jovem, com seis oriundos das divisões de base. Por isso, assustado nos primeiros vinte minutos.

Mas quem errou foi Rodinei, que tinha várias opões para cortar um cruzamento da direita e tomou a pior decisão: um golpe de cabeça fraco, no pé de Dudu. Longe do adversário, deu espaços para o cruzamento que encontrou Bruno Henrique e deste para Willian ir às redes aos seis minutos.

Um time confiante e seguro teria amassado o líder do campeonato até os 15 minutos. O Palmeiras, também com desfalques importantes, até tentou, pressionando muito Lucas Paquetá, que novamente prendeu demais a bola, e atacando com volume, fazendo Diego Alves trabalhar muito. Mas quando a equipe de Roger Machado é obrigada a diminuir a pressão o time controla mal o jogo. Murcha. E a torcida, que também não confia muito, deixa a arena morna.

Foi o suficiente para que o organizado time de Barbieri, novamente no 4-1-4-1, encontrasse no lado direito com Rodinei e a aproximação de Jean Lucas a válvula de escape, enquanto Everton Ribeiro passou a aproveitar os espaços às costas de Felipe Melo e Bruno Henrique, os volantes do 4-2-3-1 alviverde, que estavam muito concentrados em não dar brechas a Paquetá.

O primeiro tempo terminou com 53% de posse do Fla e seis finalizações, quatro na direção da meta de Jailson. Destaque para o Palmeiras nos 12 desarmes certos, o dobro do adversário. Foi o que sustentou a vantagem.

De novo a intensidade e a torcida quente no início do segundo tempo. Mas foi esfriando, esfriando…E o Flamengo tomou conta. Empatou no gol do jovem zagueiro Matheus Thuler subindo mais que Thiago Martins pregado no chão e completando escanteio de Rodinei. Podia ter virado não fosse o individualismo de Paquetá e um chute fraco sem goleiro de Vinícius Júnior, novamente disperso e reclamando muito da arbitragem. Ainda uma finalização perigosa de Everton Ribeiro.

Na reta final, Barbieri preferiu administrar o empate. Trocou Arão por Jean Lucas, depois tirou Vizeu e colocou Marlos Moreno para tentar acelerar os contragolpes e, por fim, Jonas na vaga de Everton Ribeiro. Roger tentou com Lucas Lima, Artur e Papagaio, mas apenas num abafa sem grande criatividade. Time muito tenso com o peso da responsabilidade. Terminou com mais finalizações – 14 a 13, cinco no alvo. Mas a maioria muito deficiente, inclusive de Bruno Henrique livre na entrada da área rubro-negra. Saiu bem longe.

Nos acréscimos, a confusão geral que terminou nas expulsões de Jailson, Dudu e do zagueiro reserva Luan do lado do time mandante e Cuéllar, Jonas e Henrique Dourado, também no banco, pelos visitantes. Desnecessário. Mas o fraquíssimo árbitro Bráulio da Silva Machado não teve peito para dar mais minutos com Moisés na meta alviverde.

O Fla também não reclamou. O empate foi resultado satisfatório, fechando os primeiros 12 jogos com surpreendentes 27 pontos para o contexto do início do Brasileiro. Pelos desfalques, o time demonstrou solidez e consciência. Faltou contundência. Algo a melhorar na volta, sem Vizeu e, provavelmente, Vinicius Júnior.

O Palmeiras segue com oito pontos de distância para o líder. Podia ser pior pelo que aconteceu na partida. A missão de Roger e de todos no clube é aproveitar a pausa pra a Copa do Mundo e tentar estabilizar o time mentalmente e minimizar a “montanha russa” emocional que torna tudo tão incerto e inconstante.

(Estatísticas: Footstats)

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Flamengo 1 x 1 Vasco – Mais um clássico estragado pelo clima de guerra http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/19/flamengo-1-x-1-vasco-mais-um-classico-estragado-pelo-clima-de-guerra/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/19/flamengo-1-x-1-vasco-mais-um-classico-estragado-pelo-clima-de-guerra/#respond Sun, 20 May 2018 00:33:34 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4601 Aconteceu de novo. 40 faltas, muita reclamação desnecessária com arbitragem. Nervos à flor da pele e pouco, muito pouco futebol.

Desta vez foram Flamengo e Vasco os protagonistas deste espetáculo deprimente no Maracanã. Cada vez mais frequente. E certamente depois da partida só vão falar do trabalho da equipe comandada por Ricardo Marques Ribeiro. Ruim ao longo do jogo, desde o impedimento de Diego na origem da jogada que terminou na finalização de Everton Ribeiro e Vinicius Júnior abrindo o placar ao aproveitar falha de Martín Silva, que deu rebote de um chute nem tão forte. Confuso nos critérios para as expulsões de Rhodolfo, Cuéllar, Breno e Riascos na confusão do final do jogo.

Mas os jogadores em nada colaboram. Toda hora alguém pedindo cartão para faltas normais, fazendo escândalo se discordar de uma marcação. Criando um clima de pressão que só prejudica a partida. Futebol é detalhe. O jogador entra em campo com a obrigação de fazer tudo para que o torcedor não o considere apático. Entrada dura, carrinho para a lateral batendo no braço, chutões. Um jogo só sentido, nada pensado.

Uma lástima. O Flamengo até tentou tomar a iniciativa em boa parte do jogo, repetindo a ideia de jogo com mais trocas de passe e bola no chão desde que Mauricio Barbieri assumiu, ainda interinamente. Apesar do início ruim e das quatro finalizações do rival até a sua primeira ir às redes. Mas logo em seguida vacilar na jogada aérea e permitir o empate vascaíno com Wagner. Diferente de outras partidas, desta vez Diego foi bem e Lucas Paquetá mal. No saldo final, 63% de posse e oito finalizações. Apenas três no alvo.

Contra 15 do time de Zé Ricardo, que acertou sete vezes na direção da meta de Diego Alves. Novamente mostrando no clássico a consistência defensiva que não apresenta em outros jogos na temporada. Yago Pikachu travou bom duelo com Rodinei e Breno mostrou novamente que é o zagueiro mais confiável do elenco cruzmaltino. Ou dos que o treinador utiliza, já que o jovem Ricardo Graça segue escanteado.

Pelo menos não houve nada mais grave nas arquibancadas e foi um alento ver a área ocupada pelas duas torcidas juntas em paz. Mas ninguém mereceu sair com os três pontos. Até para não deixar o campo com a crença de que esses artifícios compensam. Não foram só dois pontos perdidos para cada lado, mas a chance desperdiçada de mostrar desempenho. Futebol. No apito final sobra muito pouco, quase nada.

Qual será o próximo clássico no Brasil estragado pelo clima de guerra?

(Estatísticas: Footstats)

 

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Vitória da Chape é mais uma prova do mito do “elenco forte” no Flamengo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/13/vitoria-da-chape-e-mais-uma-prova-do-mito-do-elenco-forte-no-flamengo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/13/vitoria-da-chape-e-mais-uma-prova-do-mito-do-elenco-forte-no-flamengo/#respond Sun, 13 May 2018 21:42:02 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4572 Maurício Barbieri foi corretíssimo ao descansar alguns titulares na Arena Condá pensando na decisão contra o Emelec no Maracanã pela Libertadores. Os sinais de desgaste já tinham ficado claros no empate contra a Ponte Preta que valeu a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil.

Mas poupar significa enfraquecer um Flamengo que novamente deu provas que, na prática, tem o cobertor bem curto na qualidade do elenco. Mesmo com alto investimento em reforços e nas divisões de base.

A começar por Trauco, de volta à lateral esquerda e reforçando suas virtudes e seus defeitos. O peruano que deve estar na Copa do Mundo tem bom passe e acertou duas assistências para os dois gols do Fla. Guerrero, o primeiro na volta da suspensão por doping aproveitando falha grotesca do goleiro Jandrei, e Vinicius Júnior, que saiu do banco para contribuir com seu talento para que uma equipe naturalmente desorganizada pelas mudanças pudesse se impor mais uma vez através de lampejos.

Mas defensivamente é um desastre. Pior ainda sem o devido auxílio na recomposição de Marlos Moreno, outra contratação que até aqui não trouxe respostas em campo. Apodi e Guilherme voaram pelo setor do peruano. Inclusive no lance do único gol do primeiro tempo, de Canteros completando assistência do lateral veloz.

Sem Paquetá e Cuéllar, o meio-campo teve poder de marcação com Jonas e condução de bola com Diego e o jovem Jean Lucas, mas quase nada de circulação de bola através dos passes. Muito menos criatividade. Por isso Trauco acabou aparecendo com dois passes para gols.

Para piorar, o titular Juan acabou falhando também, na saída de bola que terminou no pênalti bastante discutível de Jonas que Guilherme sofreu e converteu em bela cobrança. Pareceu mais disputa por espaço que falta. Mas não dá para colocar a derrota por 3 a 2 na conta do árbitro Leandro Vuaden.

Porque Barbieri resolveu poupar Diego Alves para dar minutos a César, que acabou surpreendido pelo toque de Leandro Pereira, o substituto do suspenso Wellington Paulista, e com o pé colocou para dentro da própria meta nos minutos finais. Outra falha individual para a Chapecoense encerrar com vitória sobre o ainda líder uma sequência de quatro empates na temporada.

Mais uma prova de que a ideia de que o Flamengo tem elenco robusto para dividir esforços ao longo da temporada não passa de um mito. Se fica difícil combinar características e extrair qualidade no jogo coletivo com todos disponíveis, imagine mesclando titulares e reservas.

Sobreviveu na Copa do Brasil, manteve a liderança do Brasileiro pelo saldo superior a Corinthians e Atlético Mineiro e joga a tão desejada classificação para o mata-mata do torneio continental na quarta. Mas com um grupo de jogadores tão desigual e heterogêneo é difícil vislumbrar aonde pode chegar um dos maiores orçamentos do país que não consegue ser consistente na temporada.

Resta à maior torcida do país rezar para “São Paquetá” seguir tirando coelhos da cartola. Sem ele, o Flamengo não passa de um time bem comum.

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A melhor atuação do Flamengo com Rueda, mas Chapecoense não é parâmetro http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/09/20/a-melhor-atuacao-do-flamengo-com-rueda-mas-chapecoense-nao-e-parametro/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/09/20/a-melhor-atuacao-do-flamengo-com-rueda-mas-chapecoense-nao-e-parametro/#respond Thu, 21 Sep 2017 00:11:18 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=3357 Reinaldo Rueda manteve Trauco e Everton Ribeiro fazendo a dupla pela esquerda no 4-2-3-1 habitual do Flamengo, depois da boa atuação na vitória por 2 a 0 sobre o Sport pelo Brasileiro. Também pelas ausências de René e Everton, mais a insegurança de Rodinei no trabalho defensivo pela direita.

Com o meia mais criativo pela esquerda e Berrío do lado oposto o quarteto ofensivo deu liga porque a movimentação do camisa sete para dentro procurando Diego na articulação abre espaço para o apoio do lateral e o deslocamento de Guerrero por ali, buscando a diagonal ou permitindo infiltrações de Diego, Willian Arão ou mesmo Cuéllar pelo centro.

Os volantes marcaram os dois primeiros gols no triunfo por 4 a 0 que valeu a classificação para as quartas-de-final da Copa Sul-Americana. Porque a Chapecoense era compacta no 4-1-4-1,  mas os meio-campistas não pressionavam os adversários e a última linha defensiva ficava exposta e, pior, mal posicionada, permitindo as infiltrações em diagonal.

Ofensivamente só incomodava com o equatoriano Penilla, inicialmente pela esquerda e depois procurando o lado direito. Aproximar Arthur Caike de Wellington Paulista não funcionou e deixou ainda mais espaços entre as intermediárias.

Por isso o Fla sobrou na Arena da Ilha na melhor atuação coletiva sob o comando de Rueda. Mesmo com Diego atrasando alguns contragolpes e Berrío se equivocando nas tomadas de decisão. Problemas compensados por belas atuações dos volantes e a perfeição de Juan na defesa e na frente, completando os 3 a 0 no rebote de cabeçada de Guerrero, outro destaque, mesmo não indo às redes. Lucas Paquetá entrou e completou a goleada, completando bela assistência de Everton Ribeiro.

Foram 57% de posse de bola e 14 finalizações do Fla – oito no alvo, bem diferente do “arame liso” de outros jogos. O dobro da Chape. Uma medida da distância entre as equipes no campo.

Um desempenho animador se o Fla pensar na sequência de Brasileiro e Sul-Americana, porque para a final da Copa do Brasil contra o Cruzeiro o time não terá Everton Ribeiro. Mas vale uma ressalva: a Chapecoense não tem sido um bom parâmetro para avaliar a evolução da equipe.

No Brasileiro, os 5 a 1 no mesmo estádio parecia um marco de recuperação do time comandado por Zé Ricardo, mas seguiu oscilando até a crise que culminou com a mudança no comando técnico. De qualquer forma, fica a impressão de que a combinação de características dos jogadores encontrou um melhor encaixe. Vale observar a sequência de jogos.

(Estatísticas: Footstats)

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Flamengo com Rueda: sem “mágica”, só o impacto da mudança. Por enquanto http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/08/28/flamengo-com-rueda-sem-magica-so-o-impacto-da-mudanca-por-enquanto/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/08/28/flamengo-com-rueda-sem-magica-so-o-impacto-da-mudanca-por-enquanto/#respond Mon, 28 Aug 2017 10:35:16 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=3230

Três vitórias, um empate. Nenhum gol sofrido. Classificação para a final da Copa do Brasil. Não há como negar que o saldo do início do trabalho de Reinaldo Rueda no Flamengo é bem positivo.

Só que a análise tendo como base apenas resultados e números frios carregam algumas convicções um tanto distorcidas. A maior delas de que houve uma transformação “mágica” no modelo de jogo em duas semanas, sem tempo para treinamentos, com duas partidas a cada sete dias, sendo uma com time praticamente reserva. Apenas no papo e no carisma.

É preciso primeiro analisar o contexto. A saída de Zé Ricardo marcou o fim de um período de desgaste absurdo, com o treinador sendo questionado em praticamente todas as suas decisões, jogadores perseguidos e problemas claros, evidentes, porém não corrigidos.

Tudo isso com um clássico estadual valendo vaga na decisão de um grande torneio nacional. Reinaldo Rueda chegou com aval de boa parte da torcida, que inclusive fez campanha para a sua contratação nas redes sociais. Ou seja, a mobilização estava construída.

Efeito imediato: atletas que não vinham ganhando oportunidades renovaram o ânimo, titulares absolutos temendo perder espaço voltaram a se concentrar. Todos atentos, com um objetivo a curtíssimo prazo e sem terra arrasada, já que o trabalho de Zé Ricardo, se analisado no todo, deixou ao menos uma ideia de como aproveitar melhor as peças do elenco.

Nem que seja por seus erros. O experiente Rueda já tinha a solução para a grande discordância do torcedor com o comandante anterior: Márcio Araújo. O colombiano conhecia bem Cuéllar, havia indicado o compatriota ao Atlético Nacional e a mudança foi natural.

Rafael Vaz foi aproveitado apenas na lateral-esquerda contra o Atlético-GO. Outro elo fraco no banco. Alex Muralha, que iniciou a primeira partida da semifinal da Copa do Brasil acabou expulso e deixou a vaga para Thiago. No Brasileiro, Diego Alves é absoluto. Mais um problema resolvido.

Para corrigir as deficiências no trabalho defensivo, soluções simples: acabou com a saída de bola “lavolpiana”, com zagueiros abrindo, volante recuando e laterais se projetando e se expondo demais no caso de perder a bola. Agora a equipe sai com jogadores mais próximos, de forma cuidadosa. Willian Arão recua com Cuéllar para dar opção.

Os laterais apoiam alternadamente. Com a lesão de Renê e a falta de confiança em Trauco depois da atuação catastrófica na derrota para o Atlético Mineiro que Rueda assistiu no estádio em Belo Horizonte, a efetivação de Pará foi o símbolo dessa busca por mais segurança.

Rodinei também adota posicionamento mais conservador pela direita. Mas as dificuldades ainda estão lá, como olhar a bola e esquecer o atacante na disputa com Guilherme no início da segunda semifinal no Maracanã. Um gol do Botafogo podia ter mudado a história do confronto.

Ofensivamente, a estrutura da equipe titular, até pela impossibilidade de escalar Everton Ribeiro e Geuvânio na Copa do Brasil, se manteve como nos tempos de Zé Ricardo: quarteto ofensivo do 4-2-3-1 com Diego centralizado atrás de Guerrero e dois ponteiros. Um Berrío confiante com a chegada do treinador com quem ganhou tudo no Atlético Nacional e Everton do lado oposto.

Outra mudança básica atendendo a pedidos, ou porque saltava aos olhos mesmo: reduzir o número de cruzamentos. A equipe rubro-negra retomou a ideia de trabalhar mais as jogadas com triangulações pelos flancos. Rodinei, Berrío e Arão pela direita; Pará, Everton e Diego à esquerda. De mais de quarenta caiu para 25 na média.

Se ganhou as infiltrações do redivivo Arão e não depende mais tanto do pivô de Guerrero, Diego continua com dificuldades para fazer o jogo fluir mais rápido. Apesar dos gols contra Botafogo e Atlético-PR, o meia segue atrasando boa parte das ações ofensivas ao dominar, girar, dar mais um toque e só então soltar a bola. Quando não é desarmado pela marcação pressionada do adversário. Mesmo respeitando as características do jogador é algo a ser minimizado, ao menos.

Ou seja, não há mágica. Elenco motivado, torcida apoiando, um grande treinador dando seus toques e efetuando correções para erros grosseiros. Como um segundo olhar na revisão de um texto ou a opinião de alguém de fora de um problema. Sem transformações, porém. Por enquanto.

Para usar o exemplo mais impressionante dos últimos doze meses, Tite conseguiu vitórias fundamentais no início do trabalho na seleção brasileira, mas o salto de desempenho veio na sequência, depois de um período maior de observação e análise e mais sessões de treinamentos.

Sem a intenção de comparar currículos e contextos, cabe lembrar as cinco vitórias seguidas do Flamengo sob o comando de Vanderlei Luxemburgo em 2014 e as seis de Oswaldo de Oliveira no ano seguinte para ilustrar e reforçar a ideia de que o impacto de uma mudança no comando técnico pode ser algo efêmero, circunstancial. Movido mais pela motivação e que pode ser diluído se o trabalho não for consistente.

A mobilização continua com a primeira final da Copa do Brasil contra o Cruzeiro no dia sete de setembro, os confrontos com a Chapecoense na Sul-Americana e até mesmo o pequeno sopro de esperança no Brasileiro com as derrotas do líder Corinthians.

Cabe a Rueda seguir trabalhando para adicionar conteúdo, afinar a sintonia com os comandados e, enfim, estabelecer sua filosofia de jogo. Consolidar uma evolução. O início já se mostra promissor. Mas é só um começo, sem magia ou milagre.

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