estudiantes – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 De Ronaldo a Adriano, 2009 foi o ano “The Last Dance” no futebol brasileiro http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/05/de-ronaldo-a-adriano-2009-foi-o-ano-the-last-dance-no-futebol-brasileiro/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/05/de-ronaldo-a-adriano-2009-foi-o-ano-the-last-dance-no-futebol-brasileiro/#respond Fri, 05 Jun 2020 13:38:04 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8601

Foto: Folha Imagem

“The Last Dance” (“Arremesso Final” no Brasil) é a série da Netflix que apresenta com incríveis registros de bastidores a trajetória do Chicago Bulls de Michael Jordan  na conquista de seis títulos da NBA em oito anos. A “última dança” é a temporada 1997/98, definida em lendária cesta de Jordan contra o Utah Jazz. O brilho final de um mito dos esportes em todos os tempos.

Difícil encontrar história semelhante no esporte nacional, até por nuances como a pausa de Jordan para jogar beisebol em 1994, depois da morte do pai, e o anúncio do manager Jerry Krause, antes da última temporada começar, de que o treinador Phil Jacskon não seguiria na franquia. Sem contar a aposentadoria da estrela maior até a aventura no Washington Wizard de 2001 a 2003.

Mas o futebol brasileiro teve um ano especial que consagrou em seus campos pela última vez grandes estrelas do esporte. Cada um dentro de sua escala de grandeza.

2009 começou com Ronaldo Fenômeno voltando ao Brasil para liderar o Corinthians na sua volta à Série A e marcando um processo de reconstrução que levaria o time mais popular de São Paulo às maiores conquistas de sua história.

Mesmo com problemas físicos por conta das sérias lesões nos joelhos e a dificuldade de manter o peso ideal, Ronaldo foi protagonista nas conquistas do Paulista, este de forma invicta, e Copa do Brasil. Os últimos títulos da carreira de um dos maiores atacantes da história do futebol mundial. Com direito a gol antológico encobrindo Fabio Costa contra o Santos na Vila Belmiro pela decisão estadual.

Se o primeiro semestre foi do Corinthians do Fenômeno, o segundo reservou uma grande surpresa: o Flamengo campeão brasileiro depois de 17 anos, comandado por Adriano Imperador, que deixou a Internazionale para jogar pelo time de coração. Bem assessorado por Petkovic, de volta ao clube aos 36 anos para receber uma dívida ainda da primeira passagem, entre 2000 e 2002.

Apesar da gestão caótica, com direito à efetivação do interino Andrade depois da demissão de Cuca, o time conseguiu uma impressionante arrancada no returno que aproveitou as oscilações de São Paulo e Internacional para alcançar o título. O derradeiro protagonismo da dupla improvável e também o único do ídolo que virou treinador.

O ano do futebol no Brasil ainda teve o Mineirão como palco da última conquista de Libertadores do tetracampeão Estudiantes de La Plata. Vencendo o Cruzeiro por 2 a 1 depois de um empate sem gols na Argentina.

Liderado por Juan Sebastián Verón. Ou “La Brujita”, por ser filho de “La Bruja”, o também ídolo Juan Ramón Verón, tricampeão continental de 1968 a 1970. Aos 34 anos comandou o meio-campo na virada histórica com gol de Mauro Boselli. A última grande conquista de uma carreira com indas e vindas, assim como a de Jordan – sem comparações, é claro.

2009 foi o ano “The Last Dance” no futebol brasileiro.  Se não efetivamente da despedida dos campos de Ronaldo, Adriano, Petkovic ou Verón, marcaram os últimos momentos memoráveis de suas carreiras. De contribuições decisivas em conquistas relevantes. Para cada um, a “última dança” inesquecível.

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Não precisava ser tão sofrido, mas é assim que o Grêmio ama na Libertadores http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/08/29/nao-precisava-ser-tao-sofrido-mas-e-assim-que-o-gremio-ama-na-libertadores/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/08/29/nao-precisava-ser-tao-sofrido-mas-e-assim-que-o-gremio-ama-na-libertadores/#respond Wed, 29 Aug 2018 04:32:18 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5130 Os primeiros minutos em Quilmes dos 180 disputados entre Grêmio e Estudiantes pelas oitavas de final sinalizavam uma classificação tranquila do atual campeão da Libertadores. Posse de bola, personalidade e proposta ofensiva. Chance clara desperdiçada por André. Mas golaço de Apaloaza na sequência.

No final do primeiro tempo, Kannemann diminuiu para 2 a 1  – Campi havia ampliado no melhor momento da equipe argentina na partida e no confronto. Segundo tempo de pressão gremista, ainda maior depois da expulsão de Zuqui. Não veio o empate, mas trouxe esperança para a volta em Porto Alegre.

Fé que virou certeza com o golaço de Everton aos seis minutos completando bela assistência de Jael. De novo um ótimo início do time de Renato Gaúcho, envolvendo e criando espaços entre os setores do 5-3-2 montado por Leandro Benítez. Mas dois minutos depois Jailson errou, o sempre seguro Geromel falhou no “pé de ferro” e Lucas Rodriguez avançou para tocar na saída de Marcelo Grohe.

Um time sem experiência e confiança de títulos teria desmanchado mentalmente com um anticlimax tão pesado. Parecia que era noite para tudo dar errado. Uma impressão crescente de que a ventura estava ao lado dos argentinos.

Não para o Grêmio. Time, Renato e torcida. Mesmo com tensão, o Grêmio seguiu atacando. Com Alisson na vaga de Ramiro, que talvez tenha cumprido sua pior atuação com a camisa tricolor. Depois André e Pepê substituindo Leo Moura e Jailson. Empilhou atacantes no 3-1-4-2 com Cortez como terceiro zagueiro e dois centroavantes enfiados. Kannemann correndo, gritando e lutando por todos. O melhor em campo.

O time da casa manteve a média de 70% de posse de bola e teve boas oportunidades no universo de 23 finalizações, oito no alvo. Mas exagerou nos cruzamentos: 45 no total, 27 na segunda etapa. Diante de um adversário exausto e inexperiente, não era para sofrer tanto e só conseguir o gol nos acréscimos para levar para a decisão por pênaltis. Na bola parada com Luan colocando na cabeça de Alisson. Uma falta boba de Facundo Sánchez.

Mas quem se importou na Arena? A explosão e a atmosfera perfeita para ser 100% na disputa. Depois de apenas o acerto de Cícero contra o Atlético Paranaense no sábado nas últimas cinco cobranças. Campi isolou, nem foi necessária a intervenção de Grohe. Cinco a três.

Já era sofrido o suficiente. O Grêmio é favorito contra o Atlético Tucumán nas quartas, também pelo jogo de volta em casa. Talvez a trajetória seja menos tensa. Se acontecer, time e torcida certamente guardarão na memória a noite da adrenalina e da apoteose que alimentou o mito do “Imortal Tricolor” nas oitavas. Porque os erros e acertos construíram o cenário tão amado pelo campeão da América.

(Estatísticas: Footstats)

 

 

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Grêmio sofre com “Everton-dependência”, mas segue vivo na Libertadores http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/08/08/gremio-sofre-com-everton-dependencia-mas-segue-vivo-na-libertadores/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/08/08/gremio-sofre-com-everton-dependencia-mas-segue-vivo-na-libertadores/#respond Wed, 08 Aug 2018 10:02:44 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5041

O gol de Kannemann aos 43 minutos do primeiro tempo trouxe o Grêmio de volta a um jogo que parecia não tão complicado assim, mesmo no Centenário de Quilmes. Mas André perdeu gol feito e, na sequência, o jovem Juan Apaloaza acertou o efeito em um chute espetacular. Na bola parada, os 2 a 0 com o zagueiro Gaston Campi.

O Grêmio teve chances para empatar, com André e o seu substituto, Jael – escolha questionável de Renato Gaúcho, já que o centroavante que começou no banco foi muito bem contra o Flamengo e parecia com as características ideais para o contexto da partida. Com a expulsão do meio-campista Fernando Zuqui aos 31 minutos do segundo tempo, o tricolor gaúcho parecia muito perto do empate, mas não conseguiu transformar a pressão no gol que evitaria o revés.

Porque faltou Everton. Artilheiro do time na temporada com 11 gols, melhor relação finalização/gol do elenco, líder de dribles certos no Brasileiro. Partindo da esquerda é o homem da vitória pessoal, da infiltração em diagonal, do escape nos contragolpes. Com os adversários mais atentos e permitindo menos espaços entre meio-campo e defesa para Luan é o camisa 11 o jogador capaz de quebrar as linhas de marcação do oponente e transformar a posse de bola gremista em contundência na frente. Fundamental!

Sem ele, mesmo com o esforço do jovem Pepê – corretamente mantido por Renato depois da boa atuação nos 2 a 0 sobre o Flamengo, o Grêmio fica sem seu elemento desequilibrante, o que tenta algo diferente. E vem conseguindo. O time já havia sentido demais sua falta no segundo tempo em que foi empurrado para o próprio campo pelo Fla na Copa do Brasil e ficou sem a velocidade como desafogo até ceder o empate em casa. A falta de profundidade pela esquerda se agrava quando Marcelo Oliveira ocupa a lateral e não Bruno Cortez.

A “Everton-dependência” é mérito do jogador, mas também de Renato, que perdeu Pedro Rocha, destaque na reta final da conquista da Copa do Brasil em 2016, e ajudou a aprimorar o atacante para assumir a titularidade e ser um dos destaques do título continental. Agora o treinador precisa trabalhar Marinho para se adaptar rapidamente ao modelo de jogo da equipe para ser a reposição sem queda de competitividade – ainda que este tenha atuado bem no time reserva e marcado gol sobre o Fla no sábado.

De qualquer forma, a lesão muscular não é grave e Everton deve estar em campo nos jogos de volta das competições em mata-mata, prioridades do clube na temporada. Com seu atacante mais efetivo, o atual campeão da Libertadores fica mais forte para ir ao Maracanã buscar a vaga no torneio nacional e depois receber e pressionar o jovem time do Estudiantes para seguir na sua trajetória vencedora e já histórica.

(Estatísticas: Footstats)

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Pimpão, sacrificado e iluminado no Botafogo 100% no Engenhão http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/03/14/pimpao-sacrificado-e-iluminado-no-botafogo-100-no-engenhao/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/03/14/pimpao-sacrificado-e-iluminado-no-botafogo-100-no-engenhao/#respond Wed, 15 Mar 2017 02:11:33 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2399 Os confrontos eliminatórios para entrar na fase de grupos da Libertadores sacrificou o primeiro turno do Botafogo no Carioca e também queimou etapas de preparação da equipe, que precisava se apresentar competitiva logo no início da temporada.

Por isso também o técnico Jair Ventura não teve tanto tempo para testar, experimentar e ensaiar o encaixe da principal contratação que mexeria na estrutura tática: Montillo entrou centralizado atrás do atacante mais enfiado.

Camilo foi jogado para o lado do campo. Inicialmente mais recuado. Contra o Estudiantes na abertura do Grupo 1, pela direita e mais liberado. Porque o lado forte do time argentino era o direito, com as descidas de Facundo Sánchez apoiando Solari, o meia aberto no 4-4-2 armado por Nelson Vivas.

A dupla na ala, mais o grande destaque do time, o colombiano Otero. Circulando às costas dos volantes Aírton e Bruno Silva e aparecendo também no setor de Victor Luis. Para ajudar o lateral esquerdo, Jair posicionou Rodrigo Pimpão no setor. Com responsabilidade de defender, mas também acelerar, procurar a diagonal, se juntar a Roger.

O Bota controlou a posse com 62%, mas finalizou três vezes, duas no alvo. Um chute de Camilo no final da primeira etapa e o golaço de Roger, completando de voleio outro voleio de Bruno Silva. O Estudiantes concluiu o dobro, três na direção da meta de Gatito Fernandez. Jogo duríssimo.

Porque Montillo não justificou o sacrifício dos colegas para que ele tivesse liberdade. Criou pouco. O time argentino foi se instalando no campo do ataque e, numa falta boba de Marcelo Conceição, zagueiro novamente improvisado na lateral direita que acertou o cruzamento para o primeiro gol, a cobrança perfeita de Otero.

Até Jair perder a paciência com Montillo, que também cansou. Entrou Sassá. Inicialmente com Camilo mantendo o posicionamento aberto, depois centralizado. Com Pimpão voltando ainda mais para realizar o trabalho defensivo.

Mas sem deixar de aparecer na área do oponente, como foi decisivo contra Colo Colo e Olimpia. Foi às redes novamente. O terceiro dele no torneio. Incansável em todo o campo. Sacrificado e iluminado.

Símbolo da entrega e do espírito competitivo de um Botafogo com 100% de aproveitamento no Engenhão e que será duro em qualquer campo, num grupo que já se mostra equilibrado na primeira rodada.

(Estatísticas: Footstats)

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