gabrieljesus – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Luizão foi um bom camisa nove, mas errou feio ao falar sobre centroavantes http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/04/06/luizao-foi-um-bom-camisa-nove-mas-errou-feio-ao-falar-sobre-centroavantes/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/04/06/luizao-foi-um-bom-camisa-nove-mas-errou-feio-ao-falar-sobre-centroavantes/#respond Mon, 06 Apr 2020 11:35:35 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8257

Foto: Pedro Ivo Almeida / UOL

“O Brasil não tem centroavante hoje. Não temos e sentimos muita falta disso. O Brasil foi pentacampeão mundial sempre com um 9, uma referência. […] Gabriel Jesus e Firmino não começaram a carreira como centroavantes. Eles são adaptados ali”.

Palavras do ex-jogador Luizão no programa “Última Palavra” no canal Fox Sports. Campeão mundial em 2002 e um bom centroavante, artilheiro e vencedor por Palmeiras, Vasco, Corinthians, São Paulo e Flamengo.

Mas errou feio ao falar sobre a sua posição. Em relação ao passado e aos tempos atuais. E não venham com o velho, surrado e furado papo de “ele jogou, você nunca chutou uma bola e não pode criticar”. Posso, sim. Primeiro pela liberdade de expressão, segundo porque ele já parou de jogar e está ali analisando o cenário futebolístico. E precisa ter conhecimento para não dizer bobagem.

E ele disse. “O Brasil foi pentacampeão mundial sempre com um 9, uma referência”. Quem era a referência em 1970, justamente a seleção considerada a melhor não só brasileira, mas de todas as Copas?

A resposta: ninguém. Tostão era um meia-atacante, um “ponta-de-lança”. Na equipe montada por Zagallo tinha a função de se movimentar, abrir espaços. Procurar o lado esquerdo, ajudando Rivellino, já que o lateral Everaldo praticamente não atacava. Deixava o corredor central para Pelé e as infiltrações em diagonal de Jairzinho.

Fez apenas dois gols no Mundial, na vitória por 4 a 2 sobre o Peru nas quartas de final da Copa no México. Foi muito mais importante, porém, facilitando o trabalho dos companheiros. Muito longe de ser o tal “homem-gol”.

A rigor, o único centroavante típico campeão mundial pelo Brasil foi Vavá, em 1958 e 1962. E mesmo ele também se movimentava. Com Zagallo mais recuado, ele dava dois passos para o lado esquerdo para que o jovem Pelé entrasse para concluir. Quatro anos depois, também ajudou com mobilidade para que Garrincha brilhasse.

Ronaldo e Romário foram craques geniais, atacantes completos – ou quase, já que o Fenômeno, por conta de um trauma por bolada, passou a ter medo de cabecear. Não atuavam exatamente na referência. Em 1994 o ataque era uma dupla, com Bebeto. Ambos criavam e finalizavam. No último título mundial brasileiro, o 3-4-3 da primeira fase precisou ser desmontado e Rivaldo ganhou mais liberdade para sair da esquerda e também formar uma dupla com Ronaldo.

Em algumas Copas, ter uma referência mais atrapalhou que colaborou. No Mundial de 1982, na Espanha, o grande time de Telê Santana contava com Serginho Chulapa. Artilheiro do Brasileiro daquele ano pelo São Paulo ao lado de Zico, mas com menos jogos. Um típico homem-gol, jogador do último toque para as redes. Alto, forte, sempre rondando a área adversária.

E perdeu gols de forma constrangedora. O mais grave justamente na derrota para a Itália, no primeiro tempo, tomando à frente de Zico. Livre, na cara do goleiro Zoff. Fora as muitas chances desperdiçadas nos demais jogos, especialmente na estreia contra a União Soviética. Apenas dois gols, contra a semiamadora Nova Zelândia e diante da Argentina, completando com total liberdade um cruzamento perfeito de Falcão.

Para muitos analistas, se a seleção tivesse um típico ponta pela direita em alto nível, o ataque e o time ficariam mais equilibrados com Sócrates e Zico se alternando como “falso nove”. Ou jogando com um atacante mais móvel, como Careca ou Nunes, que se deslocasse para a direita, no espaço deixado pelo “quadrado mágico” no meio. A referência não colaborou em nada.

O mesmo em 2014. Fred chegou ao Mundial longe do bom momento de 2012, quando foi campeão e artilheiro do Brasileiro com o Fluminense, e 2013, também vencedor e goleador da Copa das Confederações pela seleção. Na Copa, apenas um gol, nos 4 a 1 sobre Camarões. E uma falta de mobilidade que facilitou a marcação, sobrecarregou Neymar e desequilibrou a equipe de Felipão até a tragédia dos 7 a 1.

A crítica a Gabriel Jesus na última Copa do Mundo é válida. De fato, terminar o Mundial sem gols não é para se orgulhar. Os citados acima, em má fase ou não jogando como centroavante, ao menos foram às redes. A juventude do atacante de 21 anos atenua, mas não justifica a falta de contundência.

Mas fazer gols não era a única função de Jesus. Assim como Tostão em 1970, sem comparações, a tarefa era facilitar com mobilidade o trabalho de Neymar e Philippe Coutinho, as duas grandes estrelas. Algo muito comum no futebol mundial, como Suárez trabalhando para Messi no Barcelona e Benzema para Cristiano Ronaldo no Real Madrid tri da Liga dos Campeões.

E Giroud na França campeã mundial. O camisa nove alto e forte não marcou gols no torneio disputado na Rússia, assim como Gabriel Jesus. No entanto, o posicionamento no centro do ataque empurrou as defesas adversárias para trás e criou os espaços que Mbappé, Griezmann e Pogba precisavam para desequilibrar.

Roberto Firmino, também criticado por Luizão, é o nove do Liverpool, atual campeão da Champions e virtual da Premier League, se houver um final para esta edição do Inglês. Faz gols, mas a função principal é recuar, articular e deixar brechas para as infiltrações em diagonal de Salah e Mané.

Jogar exclusivamente para um goleador no centro do ataque é coisa do passado. As equipes hoje são muito mais móveis e dinâmicas, até pela falta de espaços. O ideal é tirar a referência justamente para dificultar a retaguarda do oponente. Lewandowski, Cavani, Diego Costa, Icardi, Aguero…Todos marcam gols, mas também se mexem bastante.

Assim como Luizão, que nos anos 1990 já procurava os flancos e deixava Rivaldo, Muller e Djalminha brilharem no lendário Palmeiras de 1996. O mesmo no Vasco campeão da Libertadores de 1998 com Donizete e Ramon ou Pedrinho e no Corinthians campeão brasileiro e mundial em 1999/2000 com Marcelinho Carioca, Edilson e Ricardinho. E aparecendo na área para ser decisivo e colocar o Brasil no Mundial de Japão/Coreia do Sul com dois gols sobre a Venezuela na última rodada das eliminatórias, em 2001.

Jogava bem, mas mandou mal na análise sobre a sua posição. Mais uma prova de que jogar e comentar são tarefas distintas. Uma não é, nem pode ser, consequência natural da outra. Só o feeling não basta, é preciso saber.

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Enfim, City e Jesus se agigantam em jogo grande da Liga dos Campeões http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/26/enfim-city-e-jesus-se-agigantam-em-jogo-grande-da-liga-dos-campeoes/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/26/enfim-city-e-jesus-se-agigantam-em-jogo-grande-da-liga-dos-campeoes/#respond Wed, 26 Feb 2020 22:29:53 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8031 Que virada no Bernabéu! Histórica!

Foi preciso jogar a toalha na liga nacional tão valorizada por Pep Guardiola para o Manchester City entrar com a faca nos dentes na Liga dos Campeões.

É possível discutir se houve falta ou não na disputa entre Gabriel Jesus e Sergio Ramos no gol de empate do Manchester City marcado pelo brasileiro. Este que escreve interpretou como disputa normal de espaço.

Mas o domínio do time inglês em boa parte do jogo foi ndiscutível. Com Kevin De Bruyne jogando solto, muitas vezes mais adiantado até que Jesus. Aparecendo mais pela esquerda para desequilibrar. Como na assistência para o camisa nove, que foi titular para se mexer bastante na frente.

Não fosse Courtois, a dupla já teria feito o time de Guardiola ir às redes ainda no primeiro tempo. O goleiro belga foi o grande destaque do Real Madrid, evitando um estrago pior.

Vinicius Júnior também se destacou enquanto esteve em campo. Formando dupla de ataque com Benzema, mas naturalmente buscando o lado esquerdo. Perdendo boa chance em rebote de conclusão de Benzema, na crônica deficiência no acabamento das jogadas.

Mas ganhando de Walker para servir Isco no gol que abriu o placar. O meia espanhol novamente foi a peça “solta” do meio-campo merengue, à frente de Valverde e Modric. Dando suporte aos laterais Carvajal e Mendy que abriam o campo e buscavam o fundo.

Jogo de alto nível técnico e tático que desequilibrou de vez com as substituições. Gareth Bale não entrou bem na vaga de Vinicius. Guardiola, que foi obrigado a trocar o lesionado Laporte por Fernandinho ainda no primeiro tempo, ganhou rapidez e profundidade pela esquerda com Sterling na vaga de Bernardo Silva.

Foi sobre o atacante inglês o pênalti de Carvajal que De Bruyne converteu para se tornar o craque de uma noite memorável. De posse dividida, mas um City mais contundente. Dezesseis finalizações, metade no alvo.

E ainda a vantagem de enfrentar o Real sem o capitão e símbolo Sergio Ramos, expulso por falta em Jesus. De novo o brasileiro, que não foi o destaque técnico, mas finalmente se agigantou em jogo grande no torneio continental.

Assim como os citizens. Jogando a temporada, talvez aquele esforço a mais que faltava quando dividia atenções com a Premier League enfim apareceu.

Será preciso também em Manchester, porque o Real de Zidane nunca pode ser dado como morto na Champions.

(Estatísticas: UEFA)

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Gabriel Jesus é reserva de Aguero e não tem obrigação de ser “Fenômeno” http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/05/gabriel-jesus-e-reserva-de-aguero-e-nao-tem-obrigacao-de-ser-fenomeno/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/05/gabriel-jesus-e-reserva-de-aguero-e-nao-tem-obrigacao-de-ser-fenomeno/#respond Sun, 05 Jan 2020 06:50:55 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7798

Foto: Getty Images

O Brasil é cinco vezes campeão do mundo e, no universo das seleções, teve dois períodos de domínio: o primeiro de 1958 a 1970, com três títulos em quatro Copas e protagonismo de Garrincha e Pelé; o segundo de 1994 a 2007, com mais duas conquistas mundiais e cinco jogadores contemplados com as maiores premiações individuais – Romário em 1994, Ronaldo em 1996, 1997 e 2002, Rivaldo em 1999, Ronaldinho Gaúcho em 2004 e 2005 e Kaká em 2007.

A última fase coincidiu com a perda de relevância das Copas do Mundo. A partir de 2008, com a hegemonia de Messi e Cristiano Ronaldo, a Liga dos Campeões ganhou força e o argentino e o português dominaram mesmo sem um título mundial por suas seleções. O Brasil teve Neymar oscilando, três eliminações em quartas de final e os 7 a 1 no Mineirão em 2014.

Olhando para a história do futebol, um ocaso compreensível. Tirando o “espasmo” em 1982, foi mais ou menos o que o aconteceu entre 1970 e 1994. A arrogância brasileira, porém, cobra um protagonismo ininterrupto, como se o escrete canarinho perdesse sempre para si mesmo e ninguém mais jogasse em alto nível no planeta. Uma percepção que muda pouco no senso comum, mesmo com jogos internacionais sendo transmitidos como nunca por aqui.

E toda derrota carrega seu vilão no jeito emocional de analisar o jogo no “país do futebol”. Em 2018, além das quedas de Neymar, a falta de gols de Gabriel Jesus, então com 21 anos, foi o grande alvo dos críticos. De fato, o jovem atacante do Manchester City não teve bom desempenho, embora tenha sido útil taticamente em muitos momentos.

Mas a expectativa criada pelos gols na campanha do ouro olímpico, nas eliminatórias e o da vitória no amistoso contra a Alemanha que foi tratado como jogo oficial e uma “revanche” contra os algozes da Copa no Brasil foi exagerada.

Porque Gabriel Jesus não é um extra-classe. E pode construir uma carreira digna, mesmo sem seguir a linhagem de Ronaldo e Romário que Adriano Imperador ensaiou uma continuidade. Na carreira tem 86 gols e 29 assistências em 209 partidas. No City, 58 bolas nas redes adversárias e 19 passes para gols. É comandado por Pep Guardiola desde que chegou a Manchester.

E é reserva de Kun Aguero. Simplesmente o maior artilheiro da história do clube com 245 gols em 357 jogos. Presente nos quatro títulos da Era Premier League, sendo peça decisiva em todos – especialmente no primeiro, temporada 2011/12, a primeira do argentino no clube, definindo o título com o terceiro gol, já nos acréscimos, sobre o Queens Park Rangers. Aos 31 anos é ídolo inquestionável, um símbolo.

Por isso Pep Guardiola o chamou de “insubstituível” e classificou Gabriel Jesus como “um bom reserva”. O suficiente para ferir o orgulho brasileiro, ainda mais por exaltar um “hermano”. Bobagem, até porque o brasileiro é jovem, tem mostrado evolução e ganha minutos naturalmente nas temporadas. Aguero não dá conta de todos os jogos da temporada, seja por desgaste ou lesões, suspensões… E há tempos esse conceito de titulares e reservas mudou significativamente, com o aumento da intensidade da disputa.

Jesus já marcou oito gols em dezessete aparições na liga, os dois últimos nos 2 a 1 sobre o Everton. Sete vezes saindo do banco de reservas. Na Liga dos Campeões foi às redes quatro vezes, no mesmo número de partidas – uma vez saindo do banco. Aguero tem dez gols na competições por pontos corridos em 15 jogos. Mais dois gols em três partidas pela Champions. Mais um na goleada por 4 a 1 sobre o Port Vale pela Copa da Inglaterra.

Os números podem ser semelhantes na média, mas são atacantes de prateleiras diferentes. Ao menos por enquanto, e no contexto do City. Falta ao brasileiro mais “punch” em jogos grandes, mas vem evoluindo em fundamentos e ficando menos afobado na hora de tomar a decisão perto da meta adversária. Questão de tempo e treino.

Porque ninguém é obrigado a ser “Fenômeno”, ou “gênio da grande área”. Guardiola conhece bem e sabe como utilizá-lo. Na seleção, Tite tenta encaixar o camisa nove com Roberto Firmino, mas não é tão simples sem a rotina de treinamentos. Parte do processo. Ainda assim, foi peça importante na conquista da Copa América no Brasil ano passado.

E a vida segue, como deve ser. Sem histeria ou fatalismo. O atacante brasileiro não pode viver apenas entre a consagração e o fracasso. Ser gênio ou um lixo. Jesus é bom e deve ficar ainda melhor. O tempo precisa ser aliado, não adversário na nossa pressa de definir uma carreira. Menos mal que Guardiola tem paciência e plena noção do que tem nas mãos. Pensando também no futuro.

(Estatísticas: Whoscored.com)

 

 

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Gabriel Jesus chega a 101 gols. Agora falta decidir mais jogos grandes http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/12/11/gabriel-jesus-chega-a-101-gols-agora-falta-decidir-mais-jogos-grandes/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/12/11/gabriel-jesus-chega-a-101-gols-agora-falta-decidir-mais-jogos-grandes/#respond Wed, 11 Dec 2019 21:37:56 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7710 Como quase tudo no Brasil, Gabriel Jesus é alvo de análise extremistas. Com 22 anos, já tem título brasileiro, participação em Copa do Mundo, duas conquistas de Premier League e três temporadas sendo comandado por Pep Guardiola. Nada mal para um início de carreira.

Com os três gols marcados sobre o Dinamo Zagreb no encerramento da fase de grupos da Liga dos Campeões, o atacante brasileiro chegou a 101 na carreira. Em 204 partidas, mais 27 assistências. Bons números para quem nunca foi titular absoluto no time inglês, até pela concorrência com o ídolo e artilheiro Kun Aguero. E foi o segundo “hat-trick” no torneio continental, já que também havia marcado três gols sobre o Shakhtar Donetsk nos 6 a 0 em 2018.

Não é gênio, o novo Ronaldo…nem “lixo”. Um bom atacante, com oscilações naturais dentro de um processo de evolução e amadurecimento. Na ausência de craques que rivalizem no topo com Messi e Cristiano Ronaldo, feito que seria complicado até para os grandes brasileiros da história do esporte, a exigência sobre qualquer talento emergente no país é imensa. Sem gols na Copa disputada na Rússia, o mundo caiu também sobre os ombros de Jesus. Mais um exagero no nosso apocalipse diário.

Cabe, porém, uma crítica ao Gabriel. Ou uma observação pensando na projeção de carreira: está na hora de ir às redes também em jogos verdadeiramente decisivos do Manchester City. Ate porque já deu boas respostas no Palmeiras e na seleção brasileira em partidas decisivos. Mesmo entrando durante os jogos. Excetuando as copas nacionais, o desempenho cai em grandes duelos por Premier League e mata-mata de Champions.

O grande momento até aqui foi na semifinal da Copa do Liga Inglesa, marcando quatro no Burton Albion. Em partidas com maior responsabilidade dá a impressão de que a ansiedade que se transforma em afobação faz errar mais que o habitual. Natural, compreensível. Mas algo a melhorar, até porque Aguero não será eterno nos citizens.

Por ora, vale a vitória para compensar a queda brusca na liga nacional, ficando a 14 pontos do líder Liverpool. Nesse cenário, os gols de Gabriel Jesus são um alento e também esperança. Quem sabe as coisas mudam até fevereiro e, enfim, a Champions vira prioridade para Guardiola e o lado azul de Manchester vai atrás do título tão sonhado para mudar de patamar na Europa?

Se Jesus for, enfim, protagonista, certamente a visão sobre ele no Brasil será diferente. Não sem os exageros habituais. Porque é assim que funciona por aqui.

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Chegou a hora do Palmeiras quebrar paradigmas voltando às origens http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/12/03/chegou-a-hora-do-palmeiras-quebrar-paradigmas-voltando-as-origens/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/12/03/chegou-a-hora-do-palmeiras-quebrar-paradigmas-voltando-as-origens/#respond Tue, 03 Dec 2019 10:06:49 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7673

Imagem: Reprodução / TV Globo

O último momento em que o Palmeiras conseguiu unir futebol empolgante e resultados foi o turno do Brasileiro de 2016. Era o time intenso e envolvente de Cuca com Roger Guedes e Gabriel Jesus voando.

Depois que a disputa pelo título polarizou com o Flamengo e virou questão de honra por conta do “fator cheirinho”, e Gabriel Jesus ficou mais ausente por causa das convocações para a seleção, a equipe virou do avesso. Pragmática, concentrada defensivamente, forte na bola parada e dependente dos lampejos de Dudu, confirmou a conquista nacional depois de 22 anos.

Eduardo Baptista e Roger Machado foram tentativas de mudar o estilo, com mais posse e uma proposta de jogo condizente com o protagonismo natural de um time montado com altos investimentos. Sem sucesso, assim como o retorno de Cuca em 2017. Ao recorrer à volta de Luiz Felipe Scolari no ano seguinte e vencer o Brasileiro, ainda que a prioridade fosse o mata-mata, o Alviverde reafirmou uma cultura de jogo.

Mantida por Mano Menezes, ainda que os métodos fossem diferentes para aplicar ideias semelhantes. Conectando Cuca, Felipão e Mano, que tinha como grande desvantagem a identificação com o Corinthians, como o primeiro arquiteto da identidade que fez o rival conquistar, com Tite, os grandes títulos de sua história. Era mesmo difícil perdoar o treinador.

2019 chegou com os mesmos reveses do ano anterior: Paulista, Copa do Brasil, Libertadores. E a esperança no Brasileiro se esvaiu com o surgimento do “meteoro” Flamengo de Jorge Jesus. Um pulverizador de certezas no então campeão. Rodar elenco, poupar oito ou nove titulares? Para que, se já há suspensões, lesões e convocações no país que não respeita as datas FIFA?

A fórmula “fechar casinha-unir o grupo-toca no talentoso-bola parada” também já não era mais suficiente diante de um time com ideias atuais, reunindo talentos e fazendo jogar com alta intensidade e muita movimentação na frente. Os 3 a 0 no turno custaram o emprego a Felipão. Os 3 a 1 com o título dos rubro-negros já confirmado, na casa palmeirense, encerraram o ciclo de Mano e, na carona, de Alexandre Mattos. Mesmo com aproveitamento de campeão em algumas edições por pontos corridos com 20 clubes.

Chegou a hora de repensar quase tudo. Utilizar a base quem vem rendendo frutos, mas era trocada por contratações de qualidade duvidosa, com baixo retorno no campo. Principalmente, trocar o modelo de jogo. Não necessariamente imitando o campeão brasileiro e sul-americano. Quem sabe voltando às origens, mas com uma versão atualizada?

O Palmeiras quase sempre foi sinônimo de bom futebol. Nos tempos de “Academia” rivalizando com o Santos de Pelé, simbolizado pela liderança técnica de Ademir da Guia. Depois nos anos 1990, com a parceria da Parmalat e Vanderlei Luxemburgo montando a máquina bicampeã paulista e brasileira em 1993/1994 e depois o “meteoro” dos 102 gols em 1996. Até o time de Felipão campeão da Libertadores em 1999, mesmo pragmático, contava com a classe de Alex e Zinho no meio-campo.

Com Jorge Sampaoli ou outro treinador, o Palmeiras precisa suprir a carência do torcedor que fica cada vez mais evidente: vencer encantando, entregando prazer além do resultado. Criar uma marca que não seja esquecida depois de levar a taça para casa.  Fazer história pela bola jogada. A falsa dicotomia vencer feio x perder bonito que vigorava há anos no Brasil também fica no passado com o 2019 mágico do Flamengo.

Não sobrou nenhum dogma. Só o paradoxo de quebrar paradigmas sendo fiel à própria escola de futebol. O Palmeiras pode e a necessidade já é existencial. Tem camisa, dinheiro e torcida para pensar muito grande. Agora precisa de um norte. Respeitando a história e mirando o futuro. Como deve ser.

 

 

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A pior atuação da seleção com Tite. Engessada e insossa http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/15/a-pior-atuacao-da-selecao-com-tite-engessada-e-insossa/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/15/a-pior-atuacao-da-selecao-com-tite-engessada-e-insossa/#respond Fri, 15 Nov 2019 18:59:03 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7573 Engessada e insossa. Mesmo descontando a pouca competitividade dos amistosos, incluindo o tal “Superclássico das Américas”, não dá para a seleção brasileira apresentar tão pouco, ainda que não conte com Neymar, a estrela solitária.

Com exceção da bola roubada na frente e o pênalti sofrido e perdido por Gabriel Jesus em cobrança para fora, a equipe de Tite nada criou em 90 minutos contra uma Argentina renovada, mas ainda dependente de Messi, que também sofreu e perdeu pênalti, mas o camisa dez aproveitou o rebote do goleiro Alisson.

A albiceleste compactou duas linhas de quatro atrás de Messi e Lautaro Martínez, com Ocampos acelerando pela direita nas transições ofensivas, e controlou a partida com relativa facilidade.

Porque o Brasil sofre pela pouca mobilidade. Tem Roberto Firmino, mas, ao contrário do Liverpool, aproveita pouco a movimentação do atacante que abre espaços para os ponteiros infiltrarem em diagonal – Gabriel Jesus e Willian desta vez.

Com pontas abertos, os laterais Danilo e Alex Sandro não têm espaços para atacar. Mas a carência de talentos em funções tão importantes pelos flancos também vem pesando. É torcer pela evolução de Renan Lodi, que entrou no segundo tempo, mas com a confiança geral baixa demais. Não havia como Fabinho, Rodrygo e Richarlison colaborarem. A Argentina tomou conta e teve chances para ampliar a vitória pela vantagem mínima.

O início das Eliminatórias em 2020 será a chance da competição refazer a conexão que se perdeu depois do título da Copa América. Não pelos cinco jogos sem vencer, mas pelo desempenho que já não foi brilhante no torneio continental e piorou muito na sequência. Está difícil vislumbrar soluções para Tite “reinventar” o futebol da seleção.

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Brasil campeão, mas com sofrimento. São os tempos do equilíbrio http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/07/brasil-campeao-mas-com-sofrimento-sao-os-tempos-do-equilibrio/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/07/brasil-campeao-mas-com-sofrimento-sao-os-tempos-do-equilibrio/#respond Sun, 07 Jul 2019 22:32:35 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6819 A final no Maracanã foi a última prova de que os 5 a 0 sobre o Peru em Itaquera havia sido uma ilusão. Decisão dura, equilibrada. Com o Peru criando problemas no início adiantando e pressionando a marcação, dificultando a saída de bola brasileira.

A resposta brasileira foi o equilíbrio emocional, apesar da tensão natural de uma final em casa com favoritismo. No primeiro ataque bem engendrado, o drible de Gabriel Jesus em Trauco e passe para gol de Everton. Falhas dos laterais peruanos: Trauco que foi ultrapassado com facilidade e Advincula no posicionamento.

A desvantagem com 15 minutos, porém, não desarticulou os peruanos. Mantiveram a proposta do 4-1-4-1 com Cueva dando opção para Carillo e Flores pelos flancos buscando as tabelas e Guerrero fazendo o trabalho de pivô. O problema era Trauco na última linha de defesa. Sendo driblado por Gabriel Jesus e perdendo pelo alto para Firmino na segunda finalização brasileira, cabeçada por cima.

Disputa parelha até o pênalti cometido por Thiago Silva. Difícil avaliar a infração, já que o critério agora é não ter critério. A arbitragem marca quase aleatoriamente. Desta vez a impressão que ficou é de que as reclamações dos argentinos, especialmente de Messi, pesaram na decisão. Paolo Guerrero bateu bem e Alisson foi buscar a bola em suas redes pela primeira vez na Copa América.

Ir para o intervalo com o empate poderia ter um impacto grande no aspecto mental, mas pouco antes do apito final Firmino efetuou desarme perfeito sobre Yotun e Arthur serviu Gabriel Jesus. Um dos personagens da reta final da competição. Dois gols e duas assistências nas últimas duas partidas. Também a expulsão que complicou tudo na segunda etapa. Outro exagero da arbitragem.

Tite trocou Firmino por Richarlison para acelerar contragolpes. Coutinho foi para o lado direito, mas já estava desgastado para executar a função acompanhando Trauco. Também pelo individualismo do meia ao longo da partida, forçando dribles e finalizações quando o passe era o mais indicado. Militão entrou como lateral-zagueiro pela direita e adiantou Daniel Alves, que segurou bolas importantes na frente com técnica e experiência. O craque da Copa América aos 36 anos, com inteira justiça.

No final, a compensação do fraquíssimo trabalho do chileno Roberto Tobar. Everton arrancou da esquerda para dentro em disputa normal com a defesa adversária. Caiu na área peruana, pênalti marcado e confirmado mesmo depois do auxílio do VAR. Este que escreve nada marcaria. Richarlison tirou de Gallese e foi a senha para o início da festa.

O Brasil de Tite foi líder em posse de bola, passes certos e cruzamentos precisos. Ataque mais positivo com 13 gols, sofreu apenas um. Só uma finalização abaixo da Argentina. Não teve brilho no desempenho geral, mas é inegável que foi a melhor seleção da competição. Como já havia sobrado nas eliminatórias, com jogos de ida e volta que deixam a superioridade mais clara.

Os empates com Venezuela e Paraguai e os jogos duros, com exceção da vitória protocolar sobre a Bolívia na estreia e da goleada “mentirosa” na fase de grupos, são o reflexo dos tempos do equilíbrio no futebol mundial, especialmente no universo das seleções. É se acostumar ou reclamar eternamente. A seleção de Tite comemora a taça e a paz para a sequência do trabalho.

(Estatísticas: Footstats)

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Tite não para Messi, mas Gabriel Jesus se redime em sua maior atuação http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/02/tite-nao-para-messi-mas-gabriel-jesus-se-redime-em-sua-maior-atuacao/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/02/tite-nao-para-messi-mas-gabriel-jesus-se-redime-em-sua-maior-atuacao/#respond Wed, 03 Jul 2019 02:31:58 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6805 Tite repetiu o plano do duelo com Messi no mesmo Mineirão pelas eliminatórias, na vitória por 3 a 0: um 4-1-4-1 com Coutinho, o meia pela esquerda, Alex Sandro na lateral esquerda e Casemiro entre as linhas de quatro negando espaços ao gênio argentino.

Deu certo no início, principalmente pela eficiência na pressão no campo de ataque que dificultava a bola chegar no camisa dez adversário. O cenário ficou ainda mais favorável com o belo gol brasileiro: jogada fantástica de Daniel Alves, assistência de Roberto Firmino pela direita e gol de Gabriel Jesus, encerrando jejum de nove jogos oficiais sem ir às redes pela seleção.

Uma das duas finalizações brasileiras, ambas na direção da meta de Armani. Foram seis argentinas, uma no alvo. Fora a cabeçada de Kun Aguero no travessão de Alisson.  Porque o Brasil recuou demais as linhas e perdeu transição ofensiva em velocidade, porque Coutinho e Firmino erravam demais quando pressionados.

Sem contar o isolamento de Everton pela esquerda, justamente por conta do posicionamento mais conservador de Alex Sandro. O ponteiro do Grêmio ainda sofria pela tensão natural em seu primeiro jogo de fato grande com a camisa verde e amarela. Não por acaso saiu na volta do intervalo, substituído por Willian.

Porque a Argentina cresceu com Messi encontrando espaços na marcação brasileira. Em bela jogada na primeira etapa limpando três, mas chutando longe. No segundo tempo infiltrando pela esquerda e chutando na trave de Alisson, depois cruzando e Aguero chegando atrasado. Fora a bela cobrança de falta que o goleiro brasileiro pegou sem rebote. A rigor, desta vez Tite não conseguiu parar Messi.

Tudo podia ter sido resolvido na primeira grande jogada de Jesus, servindo Coutinho sozinho, mas o meia, em má fase difícil de reverter, perdeu livre. Tite já tinha invertido os pontas, com Willian pela direita e Jesus do lado oposto. E foi no setor em que surgiu no Palmeiras que o camisa nove, o melhor em campo pouco acima de Daniel Alves, desequilibrou, ganhando de três em fantástica arrancada e devolvendo a assistência a Firmino. Dois a zero.

Depois foi sofrimento, com Miranda na vaga do lesionado Marquinhos. Jesus saiu ovacionado, mas também sentindo. Entrou Allan para fechar ainda mais o meio-campo. E Willian ficou em campo no sacrifício para fazer número no final sofrido. A Argentina se lançou à frente com Di María, Dybala e Lo Celso. Chegou a 14 finalizações, quatro na direção da meta de Alisson.

Cumpriu sua melhor atuação coletiva no torneio, mas está eliminada. Messi, que também fez seu melhor jogo em gramados brasileiros, perde mais uma chance de buscar o título que falta na carreira. Agora só ano que vem, na próxima Copa América. Porque Gabriel Jesus se redimiu no jogo maior da competição e manda os grandes rivais para casa.

Agora é voltar ao Maracanã para a grande final, contra Chile ou Peru. O favoritismo é inquestionável, mas será jogo duro contra qualquer um. É preciso jogar mais. Com a solidez da defesa que ainda não sofreu gol, mas a produção ofensiva que ainda pode evoluir. Com Jesus repetindo na final o que fez no Mineirão.

(Estatísticas: Footstats)

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Brasil nas semifinais confirma virtudes e defeitos. Sem o gol cedo complica http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/28/brasil-nas-semifinais-confirma-virtudes-e-defeitos-sem-o-gol-cedo-complica/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/28/brasil-nas-semifinais-confirma-virtudes-e-defeitos-sem-o-gol-cedo-complica/#respond Fri, 28 Jun 2019 03:36:52 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6768 A pressão inicial na Arena do Grêmio não terminou em gol brasileiro. Duas finalizações de Roberto Firmino em quatro minutos pareciam um bom presságio, mas o Paraguai de Eduardo Berizzo se assentou no jogo. Compactando duas linhas de quatro e bloqueando as laterais, com Iván Piris e Hernán Pérez pela direita e Alonso e Arzamendia à esquerda.

Na frente, Almirón com liberdade e Derlis González improvisado no centro do ataque para tentar acelerar e explorar os espaços às costas da defesa brasileira. Mas também arriscando pressão no campo de ataque para tornar desconfortável a construção das jogadas brasileiras desde os zagueiros.

A proposta ofensiva brasileira tinha Everton bem aberto pela esquerda, Gabriel Jesus buscando as diagonais partindo da direita, Coutinho tentando encontrar espaços às costas do meio-campo adversário. Arthur e Allan, a novidade como substituto do suspenso Casemiro com a lesão de Fernandinho, alternando no apoio e na proteção da defesa. De positivo, a concentração na transição defensiva, dificultando os contragolpes do oponente.

Daniel Alves começou muito  bem como lateral construtor, mas foi empilhando jogadas erradas. O capitão, mais experiente. Paradoxalmente o primeiro a começar a sentir o peso do tempo passando e da solidez defensiva dos paraguaios que dificultava a já complicada criação de espaços com a circulação da bola. Foram apenas quatro finalizações no primeiro tempo. A mais perigosa, porém, foi paraguaia: de Derlis completando cruzamento da esquerda que Alisson salvou.

A segunda etapa foi uma montanha-russa de emoções. Com Alex Sandro no lugar de Filipe Luís, o setor esquerdo ganhou intensidade. Tite colocou Willian na vaga de Allan e a seleção passou a chegar ao fundo pela direita. A falta de Balbuena em Firmino, depois de boa jogada de Jesus, que estava mal no jogo, não terminou no pênalti marcado inicialmente e anulado com o auxílio do VAR, condicionou o jogo com a expulsão do zagueiro paraguaio.

Só que também gerou uma pane mental, muito comum entre os brasileiros na adversidade. O 4-4-1 guardando a meta de Gatito Fernández foi aumentando a ansiedade a cada minuto. De novo confundindo velocidade com pressa. Muitos erros de passes, mesmo com 70% de posse. Mas ao mesmo tempo, com o cansaço do oponente pelo homem a menos, as chances começaram a ser criadas em profusão.

Abafa no final com Lucas Paquetá no lugar de Daniel Alves. Bola na trave com Willian, defesas de Gatito e nada menos que 17 finalizações em 45 minutos. Seis no alvo. Não foi o suficiente para evitar a decisão por pênaltis. Traumática pelas eliminações em 2011 e 2015. Mas Gatito, famoso pegador no Botafogo, não defendeu nenhum. Firmino bateu para fora.

Assim como Derlis González. Alisson fez a diferença no início da disputa, pegando a cobrança de Gustavo Gómez. Caiu nos pés de Gabriel Jesus o pênalti decisivo. Depois de perder contra o Peru. Foi na contramão, errando quando a pressão era nenhuma com 5 a 0 no placar e foi gelado e preciso na hora de decidir.

Semifinal contra Venezuela ou Argentina no Mineirão. Por incrível que pareça, o contexto indica que, em tese, é melhor enfrentar Messi e seus companheiros do que encarar outra retranca. Porque o Brasil confirmou virtudes e defeitos e continua dependendo de um gol no início para descomplicar a vida e evitar o pânico na Copa América em casa.

(Estatísticas: Footstats)

 

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Empate com Venezuela é a última prova de que acabou a moleza, VAR incluso http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/18/empate-com-venezuela-e-a-ultima-prova-de-que-acabou-a-moleza-var-incluso/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/18/empate-com-venezuela-e-a-ultima-prova-de-que-acabou-a-moleza-var-incluso/#respond Wed, 19 Jun 2019 02:57:22 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6719 Faltou precisão nos ótimos primeiros vinte minutos brasileiros na Fonte Nova. Com a proposta melhor executada de laterais Daniel Alves e Filipe Luís atacando por dentro, Arthur dando a liga na articulação e acionando os pontas Richarlison e David Neres em diagonal. Não por acaso as duas finalizações mais perigosas da seleção no período.

Depois a Venezuela ajustou a marcação no 4-1-4-1 e ainda ameaçou em cabeçada perigosa de Rondón. Com os ponteiros Machis e Murillo marcando na linha dos laterais brasileiros e a última linha fechando o “funil” pouco explorado por Roberto Firmino e Philippe Coutinho por dentro.

Na segunda etapa, um cenário ainda mais complexo. Com Tite não arriscando alterar a estrutura da equipe ao trocar Casemiro, Richarlison e David Neres por Fernandinho, Gabriel Jesus e Everton. Mas a equipe produziu: 68% de posse e 17 finalizações. Mas só uma no alvo e dois gols anulados, de Gabriel Jesus e Coutinho. Por impedimentos de Firmino.

É possível falar em “azar”. Mas o fato é que acabou a moleza. Porque compactar linhas e se defender bem é uma questão de posicionamento, leitura de espaços e condicionamento físico. Com a informação acessível, uma seleção limitada pode emular os movimentos dos times que melhor executam o trabalho defensivo no mundo. Sem contar a experiência internacional de muitos dos venezuelanos e o estudo de todas as ações dos atacantes adversários.

E agora o VAR. Em outros tempos o gol de Jesus seria validado e descomplicaria o jogo, calando as vaias e acalmando o torcedor. Mas há mais olhos hoje para dissecar cada lance e fazer justiça. Ou o mais próximo disto.

Não invalida as críticas à equipe de Tite com dificuldades para criar espaços e muitas vezes abrindo um buraco por dentro entre Casemiro e Arthur e Coutinho e Firmino. É preciso aproximar as peças e acelerar a circulação da bola como no início da partida. Impossível negar também que os lampejos de Neymar também fizeram falta.

A necessidade de evolução agora condiciona inclusive a classificação. Uma derrota para o Peru e o anfitrião pode repetir a eliminação na fase de grupos da Copa América Centenário há três anos. Um cenário que parecia improvável. Não mais impossível, porque os tempos da “carne assada” acabaram. Se alguém ainda tinha alguma dúvida…

(Estatísticas: Footstats)

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