hazard – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Jogo eletrizante em Madrid mostra o melhor e o pior de Real e PSG http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/26/jogo-eletrizante-em-madrid-mostra-o-melhor-e-o-pior-de-real-e-psg/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/26/jogo-eletrizante-em-madrid-mostra-o-melhor-e-o-pior-de-real-e-psg/#respond Tue, 26 Nov 2019 22:28:19 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7627 Dois gols para cada lado, 41 finalizações em pouco mais de noventa minutos – 28 do Real, 13 do PSG. Emoção até o fim, com a cobrança de falta na trave de Gareth Bale, que substituiu o lesionado Eden Hazard.

Foi um jogo eletrizante, divertido no Santiago Bernabéu. Cheio de alternativas, com talentos em campo. E o melhor Real Madrid nesta segunda Era Zidane. Resgatando o volume de jogo dos melhores momentos do tricampeonato da Liga dos Campeões.  Ou seja, da temporada 2016/17, com direito à conquista da liga espanhola.

Apesar da presença de Isco, Zidane não resgatou o 4-3-1-2 que deu liga há três temporadas. Era uma variação de 4-4-1-1 e 4-1-4-1, com destaque para Valverde pela direita dando dinâmica e fluência ao meio-campo, liberando Toni Kroos para a articulação e fazendo boa dupla com Carvajal. Embora os lances mais plásticos estivesse no lado oposto, com Marcelo, Hazard e Kroos.

Setor em que foi iniciada a jogada que terminaria na inversão para Valverde servir, Isco finalizar na trave e Benzema empurrar para as redes. O time merengue ainda teria outras boas oportunidades dentro de um desempenho mais que elogiável. Mas sem um goleador atém de Benzema para aproveitar as oportunidades criadas. Rodrygo estava no banco e entrou na segunda etapa, porém se acrescentar a contundência necessária. O problema da ausência de Cristiano Ronaldo.

O PSG se fechava em um 4-3-3/4-1-4-1, mas sofria isolando o trio Di María-Icardi-Mbappé dos meio-campistas Gueye e Verratti, que ficavam à frente de Marquinhos, volante na equipe de Paris. Thomas Tuchel mudou o desenho tático na volta do intervalo para o 4-2-3-1 ao trocar Gueye por Neymar, que saiu do banco para jogar na ligação como meia central e contribuir com a habitual visão de jogo, embora com pouco ritmo voltando de lesão.

O time francês, porém, continua dando a impressão de que, no mais alto nível, não consegue passar de uma reunião de talentos que não consegue se integrar como equipe. Muitos espaços entre os setores, baixa intensidade em vários momentos. Mesmo com a campanha 100% na Champions até esta rodada.

Em nova bela ação de ataque com inversão de lado, Marcelo ajeitou com a sola do pé em típico movimento de futsal antes de colocar na cabeça de Benzema no segundo gol. Já com Modric no lugar de Valverde. Jogada construída com tanta naturalidade que parece ter desligado o Real da partida.

Só que Tuchel havia corrigido a distribuição de sua equipe em campo pouco antes com as entradas de Sarabia e Draxler nas vagas de Di María e Icardi. Adiantou Mbappé como referência móvel e veloz na frente e deu liberdade a Neymar. Ganhou fluência pela direita e aproveitou vacilo de Varane e Courtois para diminuir com Mbappé e, na sequencia, empatar com Sarabia, livre no setor de Marcelo para finalizar jogada à esquerda iniciada por Neymar. A circulação da bola ficou mais rápida e menos previsível.

Poderia ter se transformado em virada se Mbappé tivesse ângulo para enxergar Neymar entrando livre por dentro. Seria um prêmio ao talento, mesmo descoordenado. Também uma punição dura demais para o Real que jogou muito e deve tratar a atuação como referência, só precisando aproveitar com mais frequência as oportunidades criadas. Perdeu a chance de devolver os 3 a 0 da ida e buscar a liderança do Grupo A da Liga dos Campeões.

O Bernabéu viu nos 2 a 2 o melhor e o pior de Real e PSG. Como espetáculo, não houve nada a reclamar.

(Estatísticas: UEFA)

]]>
0
Ninguém está pronto aos 18 anos, mas Rodrygo sempre foi “tipo exportação” http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/06/ninguem-esta-pronto-aos-18-anos-mas-rodrygo-sempre-foi-tipo-exportacao/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/06/ninguem-esta-pronto-aos-18-anos-mas-rodrygo-sempre-foi-tipo-exportacao/#respond Wed, 06 Nov 2019 22:29:37 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7531 É injusto comparar Rodrygo com Vinicius Júnior porque ninguém está pronto aos 18 ou 19 anos e jovens não reagem igualmente à precocidade que faz pular etapas nas divisões de base. O Real Madrid investiu pensando no futuro, vejamos como se dará a evolução dos dois.

Mas era nítido desde o início que para jogar no maior clube europeu antes dos 20 anos a joia revelada no Santos estava mais pronta. Porque desde as primeiras aparições entre os profissionais do alvinegro praiano o atacante mostrou que era do “tipo exportação”.

A rapidez, a habilidade e a capacidade de mudar de direção que são típicas dos brasileiros e tanto agradam os europeus estavam lá, mas também a técnica, boa visão periférica, leitura de espaços, senso coletivo e, principalmente, a calma para buscar o melhor acabamento para as jogadas, seja finalização ou assistência.

E ainda um contexto favorável em relação à equipe comandada por Zinedine Zidane nesta temporada: rende também atuando pela direita, encaixando o ataque com Benzema no centro e Hazard pela esquerda. Vinicius Júnior, por exemplo, sempre foi melhor do lado oposto. E aí a concorrência fica bem complicada.

Pela direita, por dentro e pela esquerda. Com a canhota, depois de cabeça, por fim a destra. Posicionamento perfeito, sensibilidade para atacar os espaços em diagonal e entrar na área para cabecear. Três gols, os primeiros pela Liga dos Campeões na carreira. Ainda assistência para Benzema. Ajudando o time merengue a tornar fácil o jogo contra o Galatasaray no Santiago Bernabéu. Seis a zero.

Tudo com incrível naturalidade, simplificando as jogadas. É óbvio que nem sempre será assim, a transição nunca é simples e as oscilações são mais que compreensíveis. Mas Rodrygo sempre se mostrou acima da média, especialmente dentro das valências que são importantes no mais alto nível. Com inteligência e personalidade, qualquer adaptação fica mais fácil.

Mas sem pressa, nem julgamentos definitivos. Apenas os elogios merecidos por uma atuação de gente grande com uma camisa pesadíssima dentro do maior torneio de clubes do planeta. Não é pouco.

 

]]>
0
Por que Gareth Bale é um “patinho feio” no Real Madrid? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/10/29/por-que-gareth-bale-e-um-patinho-feio-no-real-madrid/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/10/29/por-que-gareth-bale-e-um-patinho-feio-no-real-madrid/#respond Tue, 29 Oct 2019 10:38:56 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7502

Foto: Laurence Griffiths / Getty Images

Gareth Bale chegou ao Real Madrid em 2013 com a pompa da contratação mais cara da história na época: cerca 101 milhões de euros. Mas também questionamentos sobre a qualidade do atacante vindo do Tottenham que justificasse tamanho investimento. Inclusive este que escreve chegou a chamá-lo de “Sávio galês”, em referência ao repertório que parecia limitado a cortar para fora pela esquerda e cruzar ou para dentro à direita e finalizar, como era o do ex-jogador do Flamengo e do próprio Real, que evoluiu tecnicamente mais na reta final da carreira.

Bale mostrou que era muito mais que isso e na primeira temporada ajudou o time merengue a conquistar a tão sonhada “La Decima”. Pela direita deu a liga à variação do 4-3-3 para o 4-4-2 de Carlo Ancelotti, fazendo função dupla, indo e voltando para dar liberdade a Cristiano Ronaldo do lado oposto. Marcou o gol do título da Copa do Rei em arrancada espetacular de “jogador mais rápido do mundo” e fez também o da virada, na prorrogação, sobre o Atlético de Madrid na final da Liga dos Campeões 2013/14.

Rafa Benítez sucedeu o treinador italiano e tentou adaptar Bale como meia central em um 4-2-3-1. O camisa onze até marcou alguns gols, não se saiu mal. Mas a equipe não se acertou e Zinedine Zidane chegou para apaziguar os ânimos no início de 2015 e resgatar ideias de Ancelotti, já que havia sido seu auxiliar. Mas Isco acabou crescendo e contribuindo na ligação do meio-campo com o ataque e o francês acabou mudando o sistema tático para uma espécie de 4-3-1-2 “móvel”. Bale virou o reserva imediato da dupla de ataque formada por Benzema e Cristiano Ronaldo.

É dever ressaltar que entre 2013 e 2018, Bale teve 25 lesões que o tiraram de 78 jogos do Real. Não é pouco. Mas quando esteve em campo quase sempre foi importante, como no gol antológico na final da Champions em 2018 sobre o Liverpool que sacramentou o inédito tricampeonato no fim do ciclo vitorioso de uma equipe lendária.

Com a saída de Cristiano Ronaldo, a expectativa era pelo protagonismo de Bale. Ele até foi o melhor jogador e artilheiro da última conquista relevante, o Mundial de Clubes no ano passado. Mas com a volta de Zidane e as chegadas de Hazard, Jovic e Rodrygo, além do retorno de James Rodríguez, o atacante volta a ser relegado a segundo plano. As informações de bastidores da imprensa espanhola é que o treinador mal se dirige a Bale e surgem novos rumores, agora mais fortes, de saída.

“Marca” e “As” dão como certa uma transferência do atleta de 30 anos já em janeiro, na janela de inverno. Na melhor das hipóteses, um retorno ao futebol inglês. Se não der certo,  o mercado chinês parece mais atraente em termos financeiros. Apesar das cifras milionárias é jogador ainda com potencial para entregar desempenho em alto nível.

Difícil é compreender por que o Real Madrid descarta um atacante com 14 títulos em cinco temporadas e meia. Quatro Champions marcando gols em duas decisões e na semifinal de 2015/16 contra o Manchester, o único no placar agregado. Em 238 jogos, marcou 104 gols e serviu 64 assistências. Sim, o tempo passa para todos. Mas soa como ingratidão do clube.

Entre tantos astros que passaram pelo Santiago Bernabéu e até hoje são tratados como grandes ídolos mesmo sem ter entregado grandes conquistas, Bale é um jogador cuja chegada pode ser tratada como divisor de águas na história do clube mais vencedor do planeta. Agora a tendência é sair pela porta dos fundos, como “patinho feio”. Vai entender…

 

 

]]>
0
A grande virada de Maurizio Sarri, o novo treinador da Juventus http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/17/a-grande-virada-de-maurizio-sarri-o-novo-treinador-da-juventus/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/17/a-grande-virada-de-maurizio-sarri-o-novo-treinador-da-juventus/#respond Mon, 17 Jun 2019 09:31:21 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6709

Imagem: Juventus/Divulgação

Quando o Chelsea perdeu a final da Copa da Liga Inglesa para o Manchester City, com o goleiro Keppa se negando a ser substituído no final da prorrogação por Caballero e Maurizio Sarri evitando cumprimentar Pep Guardiola depois da disputa nos pênaltis, a saída por baixo do treinador em sua primeira temporada na Inglaterra parecia uma certeza. Talvez fosse demitido já no vestiário em Wembley.

Mas Sarri resistiu e terminou a temporada com um honroso terceiro lugar na Premier League, considerando as campanhas de exceção de City e Liverpool, e o bonus do título da Liga Europa. O primeiro da carreira do técnico em uma divisão principal. Na festa ainda no gramado em Baku, Sarri parecia uma criança celebrando o novo brinquedo. Com goleada sobre o Arsenal, grande rival de Londres.

Confirmando a evolução profissional que passou por duros aprendizados, não só para lidar com a pressão moedora de treinadores dos Blues com Roman Abramovich, mas também na adaptação de seu estilo personalíssimo ao futebol jogado na Inglaterra. Mantendo a construção paciente desde a defesa, passando pelo “regista” Jorginho e acelerando na frente para aproveitar todo o talento de Eden Hazard, craque que foi ganhando cada vez mais liberdade no jogo de posição adequado à demanda da liga mais competitiva do planeta.

Agora Sarri sai por cima, voltando à Itália que encantou com o Napoli, mas para comandar a octacampeã Juventus. De Cristiano Ronaldo e a cobrança por título da Liga dos Campeões. Sucedendo um trabalho sólido de Massimiliano Allegri com a missão de acrescentar suas ideias, mas mantendo a proposta de ser um time versátil, capaz de trabalhar a bola com paciência no campo de ataque e também ser letal nas transições ofensivas. Como o Chelsea conseguiu na reta final da jornada 2018/19.

O ex-bancário de 60 anos que acreditou no sonho de viver de futebol e chegou à elite de seu ofício consegue uma virada que parecia improvável. Típica de quem aprendeu a se virar com as limitações do contexto, dirigindo equipe semiamadoras, mas sem abandonar ideias e ideais. Retorna ao seu país com mais pompa e também responsabilidades. Mas nada mais parece impossível depois do “batismo de fogo” na Inglaterra.

O “Sarrismo” agora tem o respaldo de uma taça e a sobrevivência com honra no olho do furacão. Não é pouco. A Juventus que quer tudo aposta alto. Seu novo comandante parece pronto para qualquer desafio.

 

]]>
0
Ficar no PSG seria o maior “castigo” para Neymar http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/04/ficar-no-psg-seria-o-maior-castigo-para-neymar/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/04/ficar-no-psg-seria-o-maior-castigo-para-neymar/#respond Tue, 04 Jun 2019 10:04:31 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6641 Não há muito o que dizer sobre o “Caso Neymar”, que é de polícia. Apenas que é mais uma prova de que o jogador é pouco inteligente na condução da carreira e da vida, além de ser absurdamente mal assessorado. Pelo “staff”, por parças e até pelo próprio pai.

A tendência é que jogue a Copa América mesmo em um ambiente pouco tranquilo. Tite precisa de seu jogador mais talentoso para buscar o título e a paz para trabalhar até 2022 e Neymar já parece acostumado a viver nessa montanha russa de emoções.

O maior problema é a imagem de Neymar para o mundo. Seguidas lesões e polêmicas de toda ordem que sempre deixam uma impressão de pouco compromisso com a carreira de atleta tendem a dificultar o que talvez seja a grande meta a curto prazo de Neymar: deixar o Paris Saint-Germain.

Já há consenso entre o craque e os mais próximos que a experiência em Paris não deu certo. Além disso, o projeto do clube francês cada vez mais parece girar em torno de Mbappé, estrela nacional depois do título mundial em 2018. A busca por protagonismo fez Neymar recuar algumas casas no tabuleiro do futebol em seu mais alto nível.

Seria a hora de sair, mas para onde? As únicas portas possíveis e viáveis financeiramente para compensar o PSG da contratação mais cara da história do esporte seriam Real Madrid e Barcelona. O time merengue já tem tudo certo com Hazard, atacante que joga na mesma faixa de campo e tem características parecidas, embora sem tanto poder midiático – fundamental para o clube que perdeu Cristiano Ronaldo.

No Barça teria que reconstruir uma relação de confiança depois da saída para um time com menos história, mas o encaixe em campo seria automático, reeditando o trio MSN com Messi e Suárez na vaga de Philippe Coutinho/Dembelé. Talvez a conclusão seja de que é mais seguro para a cabeça de Neymar ser coadjuvante do gênio argentino do que tentar um voo solo.

Só que agora há uma acusação grave e a reação mais que infeliz, expondo conversas e imagens íntimas de outra pessoa. De repente Neymar virou aposta. Será que vale o investimento? Se os interessados recuarem restará cumprir o contrato no PSG que vai até junho de 2022.

Acordo milionário para morar em Paris por cinco anos. Um sonho para muita gente, incluindo atletas consagrados, mas hoje seria o pior “castigo” para o brasileiro. É mesmo muito difícil entender o Neymar…

]]>
0
Liga Europa é primeiro título de Sarri e o último no Chelsea de Hazard http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/29/liga-europa-e-primeiro-titulo-de-sarri-e-o-ultimo-no-chelsea-de-hazard/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/29/liga-europa-e-primeiro-titulo-de-sarri-e-o-ultimo-no-chelsea-de-hazard/#respond Wed, 29 May 2019 20:50:57 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6605 A final da Liga Europa em Baku, no Azerbaijão, inusitada e só justificada por questões comerciais, esfriou o clima que seria épico em qualquer ponto da Europa para uma decisão continental entre rivais ingleses. Londrinos. Retirou o combustível que criaria a atmosfera para um jogo maluco, com intensidade máxima.

Melhor para o Chelsea de Maurizio Sarri. Com jogo mais cerebral, dentro de um 4-3-3 quase imutável. Modelo que, mesmo com oscilações na primeira temporada do treinador italiano, já está assimilado e mostrou maturidade na última partida de 2018/19.

Com dificuldades no início para se adaptar ao 3-4-1-2 do Arsenal de Unai Emery, que fazia Azpilicueta ajudar Christensen e David Luiz contra Lacazette e Aubameyang e abria o corredor para as descidas do ala Kolasinac. Também sofria do lado oposto, com Maitland-Niles para cima do brasileiro Emerson Palmieri. Para complicar, Ozil estava ligado e pressionava Jorginho, responsável pela construção dos Blues desde a defesa.

Durou 30 minutos. Emerson se aprumou e passou a apoiar. Na melhor descida, centro na cabeça de Giroud para abrir o placar no início da segunda etapa. Com a vantagem e os espaços cedidos pelo rival, começou o espetáculo de Eden Hazard. Assistência para Pedro, depois converteu pênalti sobre Giroud e resolveu a final com belo chute cruzado, pouco depois do golaço de Iwobi, que entrou na vaga do volante Torreira.

Os 4 a 1 são um golpe duríssimo para Petr Cech em sua despedida do futebol. Logo contra o seu ex-clube. O Chelsea bicampeão da Liga Europa. Conquista invicta que salva a temporada do clube e de Sarri. O primeiro título da carreira do treinador de 60 anos que pode sair para a Juventus suceder Allegri. Deve ser o último de Hazard pelos Blues. Vai para o Real Madrid ser a estrela da reformulação no time merengue. Só falta o anúncio oficial.

Se a despedida poderia ter sido mais apoteótica com um título da Premier League ou a final da Champions, a última exibição foi condizente com a trajetória do belga no time azul. Melhor jogador do Inglês em 2015 e seis conquistas no currículo. Mais um cracaço do futebol mundial que é eclipsado por Messi e Cristiano Ronaldo. Mas em Baku foi a estrela mais reluzente.

]]>
0
City campeão e Sarri sem estilo, título e moral. Terá emprego no Chelsea? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/02/24/city-campeao-e-sarri-sem-estilo-titulo-e-moral-tera-emprego-no-chelsea/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/02/24/city-campeao-e-sarri-sem-estilo-titulo-e-moral-tera-emprego-no-chelsea/#respond Sun, 24 Feb 2019 20:04:37 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6012 O Manchester City é campeão da Copa da Liga Inglesa. Vitória nos pênaltis, apesar de uma atuação pouca inspirada da equipe de Pep Guardiola. Com domínio pela posse de bola (61%), mas muitos erros técnicos e dificuldades para infiltrar. Em 120 minutos, correu riscos diante de um adversário em nível inferior na temporada e vivendo uma crise que ficou ainda mais nítida na decisão em Wembley.

Maurizio Sarri abriu mão de seu estilo e aderiu ao pragmatismo. Nítido temor de sofrer outra goleada, depois dos 6 a 0 pela Premier League, que seria ainda mais histórica por acontecer numa decisão. Compreensível até, mas um sintoma da complexidade do contexto no time londrino.

No 4-1-4-1, deixou Hazard na frente para jogar por uma bola na velocidade dos contragolpes. Difícil entender a presença de Jorginho atrás de Kanté e Barkley, se a proposta era priorizar o trabalho defensivo. Acabou pagando com o pênalti perdido pelo meio-campista brasileiro naturalizado italiano. David Luiz carimbou a trave de Ederson e praticamente sepultou as chances dos Blues. Sterling converteu a última cobrança, a do sexto título do City da competição. Quatro nas últimas seis edições.

Era a possibilidade mais palpável de conquista do Chelsea na temporada, apesar da classificação para as oitavas da Liga Europa – enfrenta o Dynamo de Kiev. Seria o primeiro título da carreira de Sarri. Muito oportuno para recuperar alguma confiança da direção do clube afundado numa crise, incluindo a punição da FIFA, que proibiu o clube de contratar até o final de janeiro de 2020 por não ter respeitado o regulamento das transferência de jogadores menores de idade.

Mas o pior para o treinador italiano foi a prova material da falta de moral como comandante nos últimos minutos da prorrogação. O goleiro Kepa sentiu um problema físico e Sarri mandou Caballero aquecer e entrar. Com a substituição pronta, a placa preparada para subir, o goleiro titular fez o gesto de negativo – lembrando Paulo Henrique Ganso na final do Paulista de 2010 contra o Santo André – e se negou a sair.

Sarri ficou possesso, mas foi contido pelo auxilar Zola e depois pelo zagueiro Rüdiger. Caballero não recolocou o agasalho, nem voltou para o banco, dando a impressão que o treinador faria valer a sua autoridade e trocaria no fim da prorrogação. Kepa ficou para a decisão nas penalidades e não se dirigiu a Sarri. Só defendeu a cobrança de Sané e deixou a bola passar embaixo do seu corpo na cobrança ruim de Aguero.

Difícil prever as consequências de tudo que aconteceu em Wembley. Ou servirá apenas para confirmar o que hoje parece inevitável: a saída de Sarri. A dúvida é se acontecerá agora ou no final da temporada. Porque a tensão chegou no seu nível máximo e o técnico italiano vive uma situação humilhante: sem estilo, título e moral. Ainda terá o emprego?

]]>
0
City perde invencibilidade e liderança na noite do “arame liso” em Londres http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/12/08/city-perde-invencibilidade-e-lideranca-na-noite-do-arame-liso-em-londres/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/12/08/city-perde-invencibilidade-e-lideranca-na-noite-do-arame-liso-em-londres/#respond Sat, 08 Dec 2018 19:44:04 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5640 Pep Guardiola deixou Gabriel Jesus no banco de reservas e montou o trio ofensivo com Mahrez, Sterling e Sané. Velocidade e movimentação na frente sendo adicionadas à posse de bola e à pressão pós perda que constrói todo volume de jogo do atual campeão e então líder da edição 2018/19 da Premier League.

Não é justo dizer que faltou presença de área ao Manchester City no Stamford Bridge. Os três apareciam, mais Bernardo Silva e David Silva. A falha no primeiro tempo de 62% de posse de bola e controle total do jogo foi no acabamento das jogadas. No passe que vira assistência facilitando a conclusão precisa.

É preciso também reconhecer a absoluta concentração defensiva do Chelsea de Maurizio Sarri. Mesmo quando Marcos Alonso permitiu que Sterling girasse e disparasse na linha de fundo, Azpilicueta estava atento para impedir a finalização de Sané. No mesmo 4-3-3, teve calma e entendimento do jogo para se posicionar no próprio campo e buscar as transições rápidas com Pedro e Willian nas pontas e Hazard como “falso nove”.

Jorginho foi mais volante de proteção da retaguarda que o “regista” que comanda a posse de bola. Até porque Guardiola, assim como outros treinadores na Premier League, já notou que a construção depende fundamentalmente do brasileiro naturalizado italiano.

Pragmático como o time de Antonio Conte, campeão na temporada 2016/17, esperou a chance de golpear o adversário. Começando pelo passe longo de David Luiz para Pedro, mas descendo em bloco até a bola passar por Hazard e o craque belga encontrar Kanté, que reagiu mais rapidamente que Sané e aproveitou o buraco na entrada da área para voar e finalizar forte, sem chance para Ederson.

A única finalização dos Blues em 45 minutos. Contra apenas quatro do City, também só uma na direção da meta do goleiro Kepa. Muito pouco para o domínio dos citizens. A falta de contundência foi castigada.

No segundo tempo, uma inversão no aspecto mental. O City nitidamente baixou a guarda, diminuiu a intensidade. Tentou ganhar presença de área com Gabriel Jesus na vaga de Sané, mas não recuperou as rédeas da partida. O Chelsea cresceu, trouxe a torcida para perto e teve chances de ampliar até a cobrança de escanteio de Hazard que David Luiz desviou para as redes.

Depois foi guardar a própria meta com organização e setores bem coordenados. Com Phil Foden e Gundogan, o City finalizou dez vezes no segundo tempo, mas chance clara só com Jesus, mas Kepa salvou. Sarri adicionou força física com Loftus-Cheek, Barkley e Giroud. Suportou os muitos cruzamentos e teve a humildade para entender que precisaria manter a proposta de jogo para não correr riscos na administração dos 2 a 0. Um plano executado com perfeição.

Para tirar a invencibilidade de 21 jogos do rival, 11 como visitante. Uma vitória que entrega a liderança ao Liverpool, mas é simbólica para manter a capacidade competitiva do Chelsea, agora a oito pontos dos Reds. Emblemática também para o time azul de Manchester. Kun Aguero fez falta demais na noite do “arame liso” em Londres.

(Estatísticas: BBC)

 

]]>
0
Empate entre a força do elenco do Liverpool e o Chelsea pragmático de Sarri http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/09/29/empate-entre-a-forca-do-elenco-do-liverpool-e-o-chelsea-pragmatico-de-sarri/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/09/29/empate-entre-a-forca-do-elenco-do-liverpool-e-o-chelsea-pragmatico-de-sarri/#respond Sat, 29 Sep 2018 18:41:56 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5281 Maurizio Sarri não fez o Chelsea voltar a utilizar a linha de cinco na defesa dos tempos de Antonio Conte, especialmente na conquista do título inglês na temporada 2016/17, para encarar o lider Liverpool, então com 100% de aproveitamento na Premier League.

Os Blues atuaram no habitual 4-3-3 dentro do Stamford Bridge, com Jorginho “regista” protegido por Kanté e Kovacic. Valorizando a posse de bola, mas com cuidados defensivos condizentes com a qualidade e o volume de jogo do adversário.

Porque a equipe de Jurgen Klopp domina o jogo pela pressão no campo do oponente, controle dos rebotes e por finalizar muito dentro do seu estilo de definir rapidamente as jogadas, acelerando em busca do tridente Salah-Firmino-Mané. Sempre um perigo, mesmo com a atuação sem brilho do atacante egípcio, que perdeu chance cristalina no primeiro tempo e mais tarde deu lugar a Shaqiri. Suíço que perdeu gol feito na segunda etapa.

Hazard também perdeu, ao receber de Kanté, disparar livre, mas ter o ângulo da finalização fechado pelo goleiro Alisson. No primeiro tempo, porém, o camisa dez belga concluiu com precisão num chute cruzado em rápida transição ofensiva que começou com um “tapa” dele mesmo, passe de Jorginho para Kovacic, que encontrou Hazard na frente. De novo desequilibrante.

O time da casa recolheu as linhas, teve apenas 47% de posse e nove finalizações – quatro no alvo. Tentou acelerar contragolpes com Moses na vaga de Willian, que também perdeu boas chances em contra-ataques, Morata no lugar de Giroud e ainda Barkley substituindo Kovacic. Marcos Alonso, sempre ofensivo, só pisou na área dos Reds em bolas paradas.

O Liverpool com a fome de sempre, em qualquer campo. Klopp ainda trocou Henderson e Milner por Keita e Sturridge. Uma mostra da força do elenco que o treinador alemão não ostentava na temporada passada. Fez o goleiro Kepa trabalhar e David Luiz salvar sobre a linha cabeçada de Firmino.

Intimidou os donos da casa com autoridade até o golaço de Sturridge, encobrindo Kepa. Ao menos para manter a invencibilidade na liga, comprovar a força e se redimir da derrota na Copa da Liga Inglesa por 2 a 1. Um ponto precioso em sequência complicada que terá Napoli fora de casa pela Liga dos Campeões e o duelo com o Manchester City de Guardiola, o novo/velho líder pelo saldo de gols, em Anfield Road.

O Chelsea tentou ser mais pragmático. Ou não teve outra opção. Podia ter resolvido o jogo, mas pelo valor do rival não pode tratar o empate como dois pontos perdidos. Longe disso.

(Estatísticas: BBC)

]]>
0
Classe de Jorginho no Chelsea de Sarri mostra o tamanho do vacilo de Tite http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/08/11/classe-de-jorginho-no-chelsea-mostra-o-tamanho-do-vacilo-de-tite/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/08/11/classe-de-jorginho-no-chelsea-mostra-o-tamanho-do-vacilo-de-tite/#respond Sat, 11 Aug 2018 15:54:55 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5056 Não foi surpresa para quem acompanhava  o Napoli comandado por Maurizio Sarri, que só não venceu o Italiano porque existe a Juventus. Na estreia pelo Chelsea na Premier League, o ítalo-brasileiro Jorginho ditou o ritmo no meio-campo atuando fixo à frente da defesa e ainda marcou o segundo gol sobre o Huddersfield cobrando pênalti.

O primeiro da vitória por 3 a 0 fora de casa foi de Kanté, jogando como meia pela direita no 4-3-3. Pisando na área adversária para finalizar bela jogada pela esquerda de Willian, já que Hazard, voltando de férias, começou no banco de reservas. Entrou na vaga do brasileiro e num rápido contragolpe serviu Pedro para fechar o placar.

Para quem viu o Milan da “árvore de Natal” de Carlo Ancelotti e com Kaká no auge vai lembrar de Pirlo armando o jogo de trás e Gattuso e Ambrosini marcando por ele para que o “regista” recebesse a bola limpa. É a mesma lógica com Jorginho, Kanté e Barkley. O primeiro é o que pensa. Com classe e inteligência.

Ainda que a dinâmica do futebol atual, especialmente o inglês, não garanta tanta liberdade para os jogadores mais recuados. Há muito mais pressão, no campo todo. O Chelsea de Sarri teve alguns problemas para transformar a posse de bola (64%) em infiltrações.

Subiu de três finalizações para doze,  quatro no alvo, na segunda etapa com mais espaços para os contragolpes. Mas ainda precisa se adaptar ao jogo de transições, bate-volta na Inglaterra. Para uma estreia como visitante, porém, já foi bem interessante. Inclusive para o goleiro Kepa, milionária reposição a Courtois. David Luiz também foi bem na última linha defensiva, agora com quatro homens. Mais responsável no balanço defensivo.

Tudo no ritmo de Jorginho. O volante que pensa e passa. Que o futebol brasileiro não vinha produzindo até Arthur. O novo camisa cinco dos Blues foi moldado na Itália. Mesmo antenado e atento ao que acontece nas principais ligas europeias, Tite demorou a perceber. Quando notou, ele já estava identificado com o futebol italiano e percebeu mais chances de ser titular na Azzurra. Mesmo ficando fora da Copa do Mundo. Um vacilo sem tamanho do treinador da CBF e sua comissão técnica.

Não que a seleção possa abrir mão de Casemiro, mas seria possível compor, adaptar. Bastava demonstrar interesse real de contar com ele entre os convocados com regularidade. Não deu tempo. Como atenuante para Tite, o fato de assumir com dois anos de atraso e gastar um ano para colocar o Brasil na Copa e outro para se colocar como uma seleção competitiva em alto nível. Sem muitas brechas para experiências.

Seja como for, a boa atuação no Chelsea é a prova de que adaptação rápida não é problema para Jorginho. Desfrutemos então de sua classe pela TV no futebol europeu. É o que resta.

(Estatísticas: BBC)

 

]]>
0