Inglaterra – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 O que é lenda e o que foi, de fato, inovador na seleção de 1970 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/04/20/o-que-e-lenda-e-o-que-foi-de-fato-inovador-na-selecao-de-1970/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/04/20/o-que-e-lenda-e-o-que-foi-de-fato-inovador-na-selecao-de-1970/#respond Mon, 20 Apr 2020 12:03:36 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8332

Foto: Arquivo / CBF

A seleção de 1970 foi a maior de todas as Copas e o intuito desta análise não é desqualificá-la. Pelo contrário. Mas depois da exibição dos jogos pelo Sportv cabe uma contextualização daquela equipe dentro da história do futebol.

A Copa do Mundo no México foi atípica. Altitude, forte calor, jogos ao meio-dia para encaixarem nas grades das emissoras de TV europeias. O ritmo foi naturalmente mais baixo que o do Mundial anterior, em 1966 na Inglaterra.

Por isso a preparação cuidadosa da seleção brasileira. Não só pela necessidade de se adaptar às condições da primeira Copa na América do Norte, mas principalmente pela bagunça no ciclo de 1966. O calendário de clubes na época permitiu que o escrete canarinho ganhasse prioridade total.

A análise individualizada dos atletas, o método Cooper e a perfeita aclimatação construíram a grande revolução brasileira: a imposição física. Por isso a superioridade total no segundo tempo das partidas e o zagueiro Britto sobrando no teste realizado com todas as seleções.

Exuberância atlética que ajudou Zagallo a fazer na seleção o que já realizava no Botafogo: “defender como pequeno, atacar como grande”, revelou o treinador em entrevista concedida a este blogueiro em 2014. Na Copa de 1966, Bulgária e Portugal, além de baterem em Pelé, aproveitaram os muitos espaços concedidos pelo 4-2-4 brasileiro.

No México, a equipe marcaria com todos no próprio campo, ainda que os mais adiantados apenas cercassem ou pressionassem os adversários, deixando os desarmes e interceptações para os quatro defensores e Clodoaldo à frente da retaguarda. Em vários momentos da carreira de treinador, Zagallo foi chamado de “retranqueiro” por recuar seu time sem a bola, mas em 1970 foi uma estratégia mais que acertada, com 12 dos 19 gols marcados em contra-ataques.

Foram as grandes inovações para a época, sem necessariamente deixar legado para os outros Mundiais. A Copa de 1966 já apresentara uma notável evolução física e no que hoje chamamos de intensidade, tanto em movimentos coletivos, na circulação da bola e também na força nas divididas.

O Mundial de 1974, disputado também na Europa, foi a continuação dessa evolução e teve influência maior dos grandes clubes daquele período: o Ajax de Michels e Cruyff e o Bayern de Munique de Beckenbauer e Muller. Times que baseavam seu jogo mais na pressão no campo de ataque do que em fechar espaços na defesa.

Já outras “revoluções”, especialmente na montagem da seleção, que ficaram no imaginário popular não eram exatamente novidades e viraram lendas pela conquista espetacular, com seis vitórias e 100% de aproveitamento.

Rivellino como o ponta que fechava o meio-campo era legado do próprio Zagallo como jogador. Voltando para fechar o setor esquerdo em 1958, definitivamente como um terceiro meio-campista formando o setor com Zito e Didi no Chile, quatro anos depois.

Tão inovador que fez Alf Ramsey, treinador da Inglaterra, armar o seu 4-4-2 com Ball e Peters pelos lados, dando mais liberdade ao craque Bobby Charlton para se aproximar da dupla de ataque formada por Hurst e Hunt. “Meus dois Zagallos”, diria o comandante do “English Team” campeão.

Carlos Alberto Torres como um lateral mais ofensivo que Everaldo do lado oposto também não era exatamente uma novidade. Em 1958, Nilton Santos já aparecia mais no ataque pela esquerda que De Sordi, depois Djalma Santos, à direita.

E a Internazionale de Helenio Herrera, bicampeã europeia e mundial em 1964/65, já tinha Giacinto Facchetti – aquele mesmo lateral que perseguiu Jairzinho e deixou o corredor aberto para o “Capita” estufar as redes de Albertosi no último gol dos 4 a 1 da final. O italiano era liberado para atacar pela esquerda, protegido pelo líbero Picchi e por Burgnich, mais marcador à direita.

O mito dos cinco camisas dez já foi abordado neste blog e vale a lembrança AQUI. Mas é claro que a combinação de características dos “dez” armadores – Gerson e Rivellino – com os “dez” atacantes – Pelé e Tostão – e o “dez” velocista, Jairzinho, foi mais uma grande sacada de Zagallo.

Tostão era um ponta de lança adaptado ao centro do ataque, com liberdade de movimentação e abrindo espaços para Jairzinho e Pelé infiltrarem. Como Everaldo descia pouco, o camisa nove, até por ser canhoto, procurava mais o lado esquerdo para trabalhar com Rivellino e Gerson ou Paulo César Caju.

Mas centroavante saindo da área já existia desde os anos 1930, com Matthias Sindelar no “Wunderteam” da Áustria. Ou na Hungria de 1954, com Hidegkuti recuando para trabalhar no meio com Bozsik, atraindo os zagueiros desavisados e marcando individualmente na execução do WM da época. Deixando a área do oponente para os artilheiros Kocsis e Puskas, que seria companheiro no Real Madrid de Di Stéfano, o argentino que seria mito na Espanha jogando com a camisa nove, mas circulando por todo campo.

A diferença de Tostão para os citados acima é que sua movimentação era mais pelos flancos e não recuando para criar com os meio-campistas. Mas até isso não era exatamente algo novo, já que o próprio Vavá, com o recuo de Zagallo e Pelé despontando como protagonista, também procurava naturalmente o lado esquerdo no Brasil bicampeão do mundo.

É claro que reunir todas essas valências num time campeão mundial é um feito único e espetacular.  Os méritos de Zagallo, comissão e jogadores são inegáveis – sem esquecer de João Saldanha, que iniciou o processo e foi fundamental no planejamento impecável. Tostão, Gerson e outros ainda em atividade na comunicação têm mais que lembrar e exaltar o que conquistaram, até para não serem engolidos pela “geração Z” que acha que o mundo começou com a internet.

Mas é dever do jornalismo se esforçar para entregar informação precisa sem perder o encantamento. O contexto sempre ajuda a não menosprezar, nem fantasiar. Melhor assim.

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Futebol em Quarentena – Seis partidas que mudaram a história do jogo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/19/futebol-em-quarentena-seis-partidas-que-mudaram-a-historia-do-jogo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/19/futebol-em-quarentena-seis-partidas-que-mudaram-a-historia-do-jogo/#respond Thu, 19 Mar 2020 14:36:55 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8183

Foto: Filippo Monteforte / Getty Images

Dando continuidade à série “Futebol em Quarentena” no blog, uma reflexão olhando para trás enquanto a bola não volta a rolar, seguem os seis jogos que mudaram a história do jogo.

Ou os que marcaram alterações táticas mais significativas dentro de um esporte que felizmente se transforma constantemente, mesmo que muitas vezes só percebamos depois, com o tão necessário distanciamento histórico.

Vamos a eles!

Inglaterra 3×6 Hungria – Amistoso, 1953

A alcunha de “Jogo do Século” hoje soa um exagero até absurdo. Mas foi o grande primeiro impacto no futebol a imposição dos húngaros campeões olímpicos em 1952, nos Jogos de Helsinke.

A Inglaterra no WM e vivendo das ações individuais, especialmente de Stanley Matthews, foi engolida pela gênese do 4-2-4, com Hidegkuti com a camisa nove recuando para articular, abrindo espaços para os goleadores Kocsis e Puskas e desmontando a marcação individual do “English Team”, invicto em seus domínios contra seleções não britânicas.

O legado foi o de transformações que iam do aquecimento antes da partida, do uso de chuteiras mais leves e simples até a utilização de quatro defensores na última linha que o Brasil aproveitaria em 1958 com Vicente Feola, auxiliar do húngaro Béla Guttmann no São Paulo.

Brasil 1×0 Inglaterra – Copa do Mundo, 1970

Não era confronto eliminatório, mas o duelo no Estádio Jalisco, no México, carregava o simbolismo de colocar frente a frente os vencedores das últimas três Copas do Mundo.

Os “inventores” do futebol e então campeões, representando o chamado “futebol-força” – embora houvesse muita técnica nos Bobbies (Moore e Charlton) – e os precursores do 4-4-2 que viraria padrão no futebol britânico contra os brasileiros trazendo um jogo mais artístico, porém sustentados pelo planejamento tático mais cuidadoso de Zagallo, se defendendo num 4-5-1, e uma preparação física de vanguarda para a época.

A jogada fantástica de Tostão pela esquerda que passou por Pelé e chegou a Jairzinho no gol da vitória e a defesa portentosa de Gordon Banks em cabeçada de Pelé ficaram para a história, mas naquela partida a melhor seleção de todos os tempos consolidou sua maneira de jogar em uma espécie de “batismo de fogo” e ganhou confiança para buscar o tri.

Itália 3×2 Brasil – Copa do Mundo, 1982

Talvez a partida mais representativo de todas. O jogo que marcou gerações e, de certa forma, pauta o futebol brasileiro até hoje. Criando a falsa dicotomia “ganhar feio ou perder bonito”.

O confronto entre a seleção de Telê Santana que sonhava combinar a dinâmica do “Carrossel Holandês” de 1974 com o improviso canarinho e a Azzurra de Enzo Bearzot, que ainda acreditava no “gioco all’italiana”: Scirea como líbero, marcação individual no craque adversário (Gentile x Zico) e os demais por encaixe, Conti como “ala tornante” (ponta que volta), Cabrini o “terzino fluidificante” (lateral que apoia) e Antognioni sendo uma mistura de “regista” (maestro) e “trequartista” (ponta-de-lança).

Assim superaram o Brasil encantador de Leandro, Júnior, Sócrates, Zico, Falcão e Éder, porém irregular e com sérios problemas defensivos – em especial, as muitas falhas de Junior no posicionamento como lateral que resultaram em dois dos três gols de Paolo Rossi. Para muitos, a vitória italiana resultou no futebol mais defensivo que viveu seu ápice (ou anticlímax) na Copa do Mundo de 1990.

Barcelona 1×0 Internazionale – Liga dos Campeões 2009/10

Aqui um enorme salto no tempo, de quase três décadas, e a mudança de protagonismo do futebol de seleções para o de clubes. E da Copa do Mundo para a Liga dos Campeões.

O Barcelona venceu, mas não levou a vaga para a decisão contra o Bayern de Munique. A Internazionale de José Mourinho havia superado o time de Pep Guardiola, que assombrara o mundo vencendo a tríplice coroa em sua primeira temporada num time de primeira divisão combinando elementos das escolas holandesa, espanhola e argentina, por 3 a 1 em Milão.

Aos 28 minutos no Camp Nou, Thiago Motta foi expulso e Mourinho apelou para uma linha “de handebol” que chegou a aglutinar oito jogadores guardando a meta de Julio César. A “retranca inteligente”, negando os espaços mais perigosos ao oponente, passou a ser utilizada em larga escala depois disso, com os quatro defensores ficando mais próximos e centralizados e os dois pontas voltando como laterais. Tudo para evitar as infiltrações. Xeque-mate do português sobre o catalão.

Barcelona 5×0 Real Madrid – La Liga, 2010/11

A resposta de Guardiola no ano seguinte. Aproveitando a arrogância de Mourinho, que acreditou que com Cristiano Ronaldo e o elenco milionário do Real Madrid poderia encarar um Barcelona ainda melhor coletivamente no Camp Nou.

Levou um “rondo” de 90 minutos, com Messi deitando e rolando entre a defesa e o meio-campo do rival e servindo seus companheiros. Pedro, Xavi, Villa duas vezes e o jovem Jeffren para fechar a “maneta” e esfregar na cara dos merengues o sucesso de sua cantera. O estado de arte do jogo posicional com posse, pressão pós-perda e a ocupação perfeita dos espaços sem deixar o adversário respirar.

O maior espetáculo de melhor time que vi em ação. E saiu barato para o Madrid. Mourinho tentou resgatar a retranca da Inter nos confrontos seguintes, mas só foi bem sucedido na final da Copa do Rei. No duelo mais importante, pela semifinal da Champions, Messi desequilibrou com dois gols no Santiago Bernabéu. Os 5 a 0, porém, foram mais emblemáticos.

Bayern de Munique 0x4 Real Madrid – Liga dos Campeões 2013/14

A resposta mais completa e avassaladora a Guardiola não foi de Mourinho, nem de Klopp – o treinador que mais venceu o catalão, porém em jogos quase sempre muito duros, parelhos.

Carlo Ancelotti conseguiu com o Real Madrid que venceria “La Decima” fechar espaços à frente da própria área como a Inter de 2010. Com duas linhas de quatro muito próximas e Gareth Bale se desdobrando fechando espaços pela direita, mas se juntando a Benzema e Cristiano Ronaldo em um tridente ofensivo que atropelou o Bayern num 4-2-4 e com posse de bola inócua.

Contragolpes demolidores, com passes rápidos e objetivos para fugir da pressão pós-perda do time alemão. E eficiência na bola parada procurando o implacável Sergio Ramos. Guardiola até hoje admite ser sua pior derrota pelos erros que cometeu. Mas a estratégia de Ancelotti, mais versátil e completa, serviu como mais uma transformação no futebol que graças a esses treinadores evoluiu 30 anos na última década.

 

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Holanda na final para consolidar recuperação. Difícil entender a Inglaterra http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/06/holanda-na-final-para-consolidar-recuperacao-dificil-entender-a-inglaterra/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/06/holanda-na-final-para-consolidar-recuperacao-dificil-entender-a-inglaterra/#respond Thu, 06 Jun 2019 21:59:54 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6663 Enquanto Ronald Koeman não abriu mão dos campeões da Champions Wijnaldum e Van Dijk na semifinal da Liga das Nações em Guimarães, a Inglaterra de Gareth Southgate preferiu deixar os finalistas Alexander-Arnold, Henderson, Dele Alli, Dier e Rose no banco. O treinador não precisava escalar todos, mas para uma seleção em busca de afirmação e de uma conquista depois de cinquenta e três anos a postura novamente foi um tanto blasé.

Ainda assim, a Inglaterra abriu o placar no primeiro tempo com Rashford sofrendo e convertendo pênalti do jovem e talentoso zagueiro De Ligt em falha grotesca. Com organização defensiva e velocidade na frente com Sancho e Sterling nas pontas. A Holanda tinha dificuldades para criar espaços, mesmo com a mobilidade de Memphis Depay e Ryan Babel na frente, além da construção a partir dos passes certos do meio-campista Frenkie De Jong.

O empate só poderia vir na bola parada. Cobrança de escanteio que encontrou De Ligt para se redimir em belo golpe de cabeça. A Inglaterra foi às redes com Lingard completando belo passe de Barkley depois de lindo toque de Sterling. Mas o árbitro de vídeo interferiu observando impedimento milimétrico do autor do gol. Negando a definição da vaga na final da Liga das Nações nos 90 minutos e também abalando animicamente o English Team. Sem contar o desgaste físico da maioria dentro da loucura da Premier League e das decisões de Champions e Europa League. Além da indecifrável postura em grandes jogos. Difícil entender.

Duas falhas na saída de bola, ambas com Stones errando, um gol contra de Walker, outro destaque negativo na partida, e o dos 3 a 1 de Promes, que entrou na vaga de Babel e, junto com Van de beek, destaque do Ajax que substituiu De Roon, tornou a Holanda mais intensa e com presença física na área adversária, desfazendo o 4-3-3 quase imutável para um 4-2-3-1 ofensivo. A rigor, a Oranje aproveitou os vacilos do rival, mas a superioridade fica clara no número de finalizações: 28 a 15! 12 no alvo contra apenas três dos ingleses na direção da meta de Cilessen.

A Holanda que ficou de fora do Mundial 2018 vai decidir o torneio como visitante contra Portugal no Estádio do Dragão. A seleção de Cristiano Ronaldo é favorita natural por jogar em casa, além de ter um dia e 30 minutos a mais de descanso. Mas não dá para descartar  a equipe que recupera autoestima com a liderança de Koeman, o protagonismo de Van Dijk no futebol mundial e os jovens mais que promissores formados pelo Ajax. Vai atrás do título para consolidar o bom momento.

Seria exagero chamar de reedição da “Batalha de Nuremberg” no Mundial de 2006, com Portugal se classificando em uma disputa inesquecível, mas violenta demais. A Liga das Nações é bem menos relevante, mas pode proporcionar uma decisão bem mais interessante.

(Estatísticas: UEFA)

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Balanço final da Copa (craque, seleção, surpresa, revelação…) http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/15/balanco-final-da-copa-craque-selecao-surpresa-revelacao/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/15/balanco-final-da-copa-craque-selecao-surpresa-revelacao/#respond Sun, 15 Jul 2018 18:03:02 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4937

Foto: AP

Seleção da Copa do Mundo 2018 para este blog:

Courtois (Bélgica)

Trippier (Inglaterra)

Thiago Silva (Brasil)

Umtiti (França)

Laxalt (Uruguai)

Kanté (França)

Modric (Croácia)

De Bruyne (Bélgica)

Mbappé (França)

Hazard (Bélgica)

Perisic (Croácia)

Treinador: Roberto Martínez (Bélgica)

 

Melhor jogo: Brasil 1×2 Bélgica

Pior jogo: França 0x0 Dinamarca

Surpresa: Rússia chegar até às quartas

Decepção: Alemanha, atual campeã, caindo na fase de grupos

Melhor atuação coletiva: Croácia, nos 3 a 0 sobre a Argentina

Pior atuação coletiva: Alemanha, na derrota por 2 a 0 para a Coréia do Sul

Melhor atuação individual: Mbappé, nos 4 a 3 da França sobre a Argentina

Pior atuação individual: Fernandinho, na derrota do Brasil para a Bélgica

Gol mais bonito: Pavard, na vitória da França sobre a Argentina

Craque e revelação: Kylian Mbappé

 

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Croácia prova que jogo eliminatório se decide com talento e força mental http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/11/croacia-prova-que-jogo-eliminatorio-se-decide-com-talento-e-forca-mental/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/11/croacia-prova-que-jogo-eliminatorio-se-decide-com-talento-e-forca-mental/#respond Wed, 11 Jul 2018 22:15:50 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4909 O golaço de falta de Trippier logo aos quatro minutos podia ter desmanchado de vez a Croácia que vinha de duas prorrogações e teria que subir a ladeira em Moscou. Numa semifinal de Copa do Mundo e diante de uma Inglaterra com mais tradição, descanso e que costuma desgastar o adversário com seu jogo físico e de velocidade.

A primeira etapa teve a equipe de Zlatko Dalic com 52% de posse e seis finalizações contra quatro. Mas controle da Inglaterra com bom posicionamento da última linha de defesa do 5-3-2 e a movimentação de Kane, recuando para deixar Sterling mais avançado para os contragolpes e alternando com os meias Lingard e Dele Alli.

A dinâmica criava uma indefinição em Brozovic, o volante entre as duas linhas de quatro na volta do 4-1-4-1 que dá mais liberdade a Rakitic e Modric. Com um estilo vertical, a Inglaterra de Gareth Southgate teve a bola do segundo gol com Kane entrando pela esquerda e acertando a trave depois de finalizar e Subasic defender.

A impressão era de que não faria tanta falta, já que com a passagem do tempo o desgaste pesaria para os croatas. Os ingleses controlavam os espaços e tentavam acelerar nos contragolpes. Mas com muitos erros técnicos que não criavam a chance clara para finalizar. A Croácia foi adiantando as linhas e rodando a bola. Mas também não havia ideias ou a jogada diferente.

Até Perisic começar a encontrar brechas entre Trippier e Walker, logo o lateral que foi para a zaga com o intuito de deixar o trio de zagueiros mais móvel e rápido na cobertura. Walker hesitou, Perisic se antecipou e empatou, completando centro de Rakitic.

Os ingleses acusaram o golpe, passaram a errar além da conta e perder agressividade na marcação. Fizeram a Croácia acreditar e colocar o talento no jogo. Modric e Rakitic tomaram conta do meio-campo. Dalic não fez nenhuma substituição nos 90 minutos.

Guardou tudo para a prorrogação. Quatro substituições e toda a alma e personalidade. Alimentada a cada erro inglês, mesmo com Rashford, Rose, Dier e, no desespero, Vardy na vaga de Walker. Porque a Croácia tinha virado com Mandzukic. Mesmo exausto e com câimbras, aproveitou mais um vacilo da defesa inglesa na cobertura. Com participação de Perisic.

Nos minutos finais, os croatas sobraram fisicamente. Com Corluka, Badelj, Pivaric e Kramaric em campo. Estratégia arriscada que podia ter falhado na segunda etapa do tempo normal, mas que teve a chance de render mais um gol se Kramaric tivesse visto o inesgotável Perisic livre no contragolpe final. Foram 22 finalizações, o dobro dos ingleses, que só finalizaram no alvo com o gol de Trippier. Muito pouco em 12o minutos.

A Croácia teve qualidade e fé inquebrantável de que era possível. Armas poderosas em uma partida eliminatória com tanto em jogo. Por isto fará uma final histórica, consagrando a melhor e maior geração do país, superando 1998. Com 90 minutos a mais de futebol e suor na Copa em relação à França. Mas como duvidar de quem parece crer que tudo pode?

A Inglaterra pode e deve seguir investindo em um trabalho que tem tudo para dar frutos. Com esta e as próximas gerações, campeãs mundial sub-17 e sub-20. Só que agora é hora de Modric, Rakitic, Perisic, Mandzukic, Subasic e uma nação inteira.

(Estatísticas: FIFA)

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Plano “alemão” da Inglaterra impede clima de final antecipada do outro lado http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/09/plano-alemao-da-inglaterra-impede-clima-de-final-antecipada-do-outro-lado/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/09/plano-alemao-da-inglaterra-impede-clima-de-final-antecipada-do-outro-lado/#respond Mon, 09 Jul 2018 11:34:51 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4877 Inglaterra e Bélgica viveram um cenário único na fase de grupos da Copa do Mundo na Rússia. Eram favoritas destacadas contra Tunísia e Panamá e cumpriram a missão matematicamente com duas vitórias. O confronto da última rodada, no penúltimo dia de disputa, permitiu que se olhasse para os chaveamentos a partir das oitavas de final e projetasse um caminho no torneio.

O Grupo H não apresentava nenhum favorito destacado, até porque a cabeça de chave Polônia já estava eliminada. O resultado prático foi um duelo entre ingleses e belgas repleto de jogadores reservas. Compreensível pela oportunidade de rodar o grupo, descansar titulares e evitar suspensões. Mas a partida mostrou claramente que nenhum dos dois fazia muita questão de vencer.

O golaço de Januzaj deu a liderança com 100% de aproveitamento aos belgas. Para as oitavas, um duelo teoricamente mais tranquilo contra o Japão. Mas depois Portugal de Cristiano Ronaldo e os campeões Argentina, França, Uruguai e Brasil poderiam cruzar o caminho até a grande decisão.

Já para os ingleses a tarefa era mais complicada por enfrentar a Colômbia, líder do grupo e que chegou às quartas de final em 2014 com o artilheiro James Rodríguez. Se conseguisse a vaga nas quartas, porém, na sequências os possíveis adversários seriam Suíça, Suécia, Rússia, Croácia, Dinamarca e a Espanha como única campeã mundial e, em tese, favorita.

Ambas estão nas semifinais. Com sofrimento e desgaste, ainda que a Bélgica não tenha disputado prorrogação, enquanto a Inglaterra viveu um drama até a disputa por penalidades contra os colombianos. Nas quartas, como esperado, triunfo mais tranquilo sobre a Suécia por 2 a 0.

Confirmando a força do jogo físico e a eficiência nas jogadas aéreas. São cinco gols neste tipo de ação dos 11 marcados até aqui. Com os zagueiros Stones e Maguire aparecendo na área adversária aproveitando a estatura. Mas também iniciando a construção desde a defesa, auxiliando Henderson e fazendo a bola chegar a Trippier e Ashley Young, os alas do 5-3-2 inglês. Ou diretamente a Dele Alli, Lingard e Sterling. O trio que se movimenta com rapidez e intensidade em torno de Harry Kane, artilheiro da Copa com seis gols, mas também um centroavante que recua para trabalhar com os meias e abre espaços para as infiltrações dos companheiros.

Chegou como candidata ao título, mas no segundo pelotão. Agora está a um jogo da final que não disputa desde a conquista do título em 1966 como anfitriã. Pegando um “atalho” que lembrou o pragmatismo alemão. Em 1974, mesmo jogando em casa e contando com a fantástica geração de Maier, Beckenbauer, Overath e Gerd Muller, preferiu ser derrotada pela Alemanha Oriental, num duelo com vários significados naqueles tempos de Muro de Berlim. Tudo para fugir de um grupo com o então campeão Brasil, a Argentina e a sensação Holanda, o Carrossel de Rinus Michels e Cruyff. Na disputa em outro grupo com Polônia, Suécia e Iugoslávia se classificou para a grande decisão. Com mais moral e em jogo único e decisivo, a vitória por 2 a 1 sobre os holandeses e a festa em casa.

A Inglaterra disputa a semifinal como favorita não pela tradição, que contou bem pouco nesta edição da Copa. Mas principalmente por chegar mais inteira que a Croácia sofrida e exaurida por duas prorrogações e disputas de pênaltis contra Dinamarca e Rússia que exigiram demais física e mentalmente. A maneira de jogar da seleção de Gareth Southgate exige concentração e vigor do oponente e, mesmo com a experiência e a capacidade de controlar o tempo e o espaço de Modric e Rakitic, os croatas devem sofrer. E se vencerem mais este obstáculo chegarão fortalecidos demais à decisão.

Por isso tratar o duelo entre França e Bélgica como uma espécie de final antecipada por serem os sobreviventes de uma disputa entre gigantes parece um tanto irreal. Até pelo cenário imprevisível desta semifinal, que pode se definir apenas nos penais e exaurir as equipes para a decisão.

A ausência do suspenso Meunier certamente será sentida por Roberto Martínez, mas o treinador espanhol pode transformar o desfalque numa chance de novamente surpreender o adversário. Pode enviar Chadli para o lado direito, fazer Carrasco retornar à ala esquerda e voltar ao 3-4-3 da primeira fase ou simplesmente deslocar Alderweireld para a lateral e colocar Vermaelen na zaga ao lado de Kompany mantendo o 4-3-3 da vitória sobre o Brasil.

Outra dúvida é se manterá o posicionamento de Lukaku pela direita e De Bruyne como “falso nove” fazendo companhia a Hazard no tridente ofensivo sem participar do trabalho sem a bola e apostar tudo no talento e na capacidade de desequilibrar na frente. Mesmo defendendo com apenas sete homens, cedendo espaços e obrigando o fantástico goleiro Courtois a trabalhar.

Um risco diante de uma França que se encontrou no 4-2-3-1 com um “ponta volante” pela esquerda. Aliás, é a única dúvida de Didier Deschamps: mantém Tolisso, que cumpriu bela atuação nos 2 a 0 sobre o Uruguai, ou faz Matuidi retornar naturalmente depois da suspensão. Quem entrar será a “liga” entre a dupla Kanté e Pogba e os três jogadores mais adiantados.

A “exterminadora de sul-americanos” vem mostrando maturidade no Mundial. Com a “casca” da derrota em casa para Portugal na final da Eurocopa há dois anos. Contra os uruguaios aproveitou bem os erros do adversário para se impor. Com Giroud atuando mais coletivamente, como um elemento a prender a defesa adversária, fazer pivô e abrir espaços para Mbappé e Griezmann, os grandes destaques individuais da nova favorita ao título. Um perigo nesta edição da Copa do Mundo.

Teremos uma final inédita e europeia. Emblemática. E justamente pelo equilíbrio é que não se pode garantir nada. Apenas alguma vantagem física da Inglaterra. Que executou seu plano “alemão” e encarou um chaveamento menos exigente. Pelo desempenho coletivo e de nomes surpreendentes como Trippier e o goleiro Pickford vem sendo consistente. Mesmo acusada de simular faltas e escolher adversários, algo distante da imagem ligada à fidalguia e elegância. Ao fair play.

Desta vez o English Team quer ganhar ou chegar o mais longe possível. A Croácia que se prepare e franceses ou belgas não celebrem tanto assim o triunfo amanhã. A final será dura.

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A bola escolheu punir a Colômbia em um jogo lamentável. Inglaterra vive http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/03/a-bola-escolheu-punir-a-colombia-em-um-jogo-lamentavel-inglaterra-vive/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/03/a-bola-escolheu-punir-a-colombia-em-um-jogo-lamentavel-inglaterra-vive/#respond Tue, 03 Jul 2018 21:33:17 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4831 A Inglaterra escalou reservas e não fez a mínima força para vencer a Bélgica e terminar na liderança do Grupo G. Com isso fugiu do cruzamento com seleções mais tradicionais a partir das quartas de final. Olhou o cruzamento por cima da Colômbia. A bola costuma punir esse tipo de petulância.

Mas também pune quem não quer jogar. Na arena do Spartak, José Pekerman se preocupou mais em se defender em função do adversário e armou uma marcação por encaixe. Laterais Arias e Mujica batendo com os alas ingleses Ashley Young e Trippier; Cuadrado e Falcao García saindo para pressionar o trio de zagueiros formado por Walker, Stones e Maguire; Mina e Davidson Sánchez cuidando de Harry Kane; Sánchez vigiava Dele Alli, Barrios pegava Sterling e Lerma seguia Lingard; Quitero tentava dificultar Henderson, volante que coordena a saída de bola inglesa.

Colômbia marcou a Inglaterra por encaixe, com duelos bem definidos. A solução tirou força ofensiva da seleção de José Pekerman e deu campo para o adversário (Tactical Pad).

Estratégia legítima, ainda mais sem o talento do lesionado James Rodríguez, maas que cria alguns efeitos colaterais: como trabalha com perseguições, normalmente na recuperação da bola o time está desorganizado para atacar. A solução intuitiva é apelar para a ligação direta e, por consequência, chegar com poucos jogadores na frente.

Carlos Sánchez cometeu pênalti e foi expulso na derrota para o Japão na estreia da Copa do Mundo que podia ter custado a vaga nas oitavas. Lance involuntário do volante essencialmente defensivo. Cumpriu suspensão e voltou à equipe na vitória contra Senegal. Seguiu titular e, na bola parada, agarrou Kane em um pênalti tolo e tosco. Para o artilheiro inglês marcar seu sexto gol no Mundial.

Até sofrer o gol, a Colômbia errava mais e dava chance para a falta de sorte. Mas a Inglaterra começou a equilibrar as coisas ao sentar em cima da vantagem, recuar demais e apelar para simulações bizarras. Tentando tirar proveito de uma das piores arbitragens da Copa: Mark Geiger. Um dos responsáveis pelo baixo nível do duelo.

A Colômbia foi avançando de forma aleatória. Pekerman trocou Sánchez, Lerma e Quintero por Muriel, Bacca e Uribe, que arriscou um chute surpreendente que Pickford salvou num defesaço. Mas no escanteio, Mina usou sua combinação de impulsão, estatura e tempo de bola para salvar sua seleção.

Faltou qualidade aos colombianos para aproveitar a nítida queda anímica da Inglaterra na prorrogação, mais do que a física. Gareth Southgate tentou aumentar a presença física na frente com Vardy ao lado de Kane na frente. Mas a Inglaterra viveu de ligações diretas e de tentar achar o gigante Maguire nas bolas paradas. Muito pouco.

Ninguém fez muito por merecer a classificação para enfrentar a Suécia. Nos pênaltis, a bola resolveu punir a Colômbia e consagrar o goleiro Pickford, que defendeu as cobranças de Uribe e Bacca e salvou Henderson, que bateu mal para defesa de Ospina. Definindo 120 minutos de um jogo lamentável. A Inglaterra vive.

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Difícil avaliar a força da Inglaterra, mas há pontos positivos além de Kane http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/24/dificil-avaliar-a-forca-da-inglaterra-mas-ha-pontos-positivos-alem-de-kane/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/24/dificil-avaliar-a-forca-da-inglaterra-mas-ha-pontos-positivos-alem-de-kane/#respond Sun, 24 Jun 2018 14:03:53 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4772 Não é fácil fazer avaliações mais profundas sobre o Grupo G pela disparidade de Inglaterra e Bélgica em relação a Panamá e Tunísia. Esperada e confirmada no campo, apesar de algumas dificuldades na estreia – a Inglaterra por abrir o placar cedo e se acomodar e a Bélgica ao sofrer para superar o forte bloqueio do Panamá.

Na segunda rodada, mais relaxados, construíram duas das três maiores goleadas do Mundial até aqui. A Inglaterra enfiou 6 a 1 no Panamá e confirmou algumas boas impressões, apesar da obrigação de relativizar pelas muitas fragilidades do adversário.

A começar pelo jogo vertical do trio de defensores. Walker, Stones e Maguire se juntam a Henderson na articulação de trás com bons passes. Acionam diretamente os alas Trippier e Ashley Young ou o trio ofensivo formado por Sterling e Lingard circulando em torno do artilheiro Harry Kane.

Uma vantagem em relação à Bélgica, que não construía a partir dos zagueiros e facilitava a concentração de panamenhos guardando a própria área. Óbvio que o gol de Stones logo aos oito minutos muda toda a percepção. Ainda mais porque desta vez os ingleses mantiveram a intensidade.

Muita força no jogo aéreo ao enviar Stones e Maguire se juntando a Kane na área adversária. Walker, Henderson e Loftus-Cheek, a única mudança de Gareth Southgate no seu 3-5-2, sacando Eric Dier, também possuem boa estatura. Na Copa dos gols de bola parada é arma que pode resolver ou descomplicar jogo. Ainda mais pela precisão de Trippier nos cruzamentos.

Kane se destaca pela presença de área e também precisão que já o coloca na artilharia com cinco gols. É centroavante dinâmico, que chama lançamento e sabe fazer pivô. Garante mobilidade ao lado de Sterling e a aproximação de Lingard, que cresceu demais na seleção pela evolução nas mãos de José Mourinho no Manchester United.

Os espaços cedidos, principalmente às costas dos alas, que proporcionaram oito finalizações, duas no alvo e o gol de Felipe Baloy, são questão de ajuste. Até porque contra grandes seleções a solidez defensiva se fez presente – como o muro em Wembley que despertou Tite para as dificuldades da seleção brasileira para furar a linha de cinco na defesa?

Na frente, foram 12 finalizações. Sete no alvo, seis nas redes. Eficiência sem precisar de controle absoluto da posse de bola (58%). Chamou atenção a efetividade nos passes: 91%. Mais um item que merece desconto pelos muitos espaços cedidos por um adversário que se descoordenou com o gol sofrido nos primeiros minutos. De qualquer forma, a Inglaterra cumpriu sua obrigação.

Falta o teste mais forte. Virá na última rodada contra a Bélgica, mas ambas parecem mais preocupadas em rodar o grupo e poupar pendurados e desgastados do que com a primeira vaga. Até porque não fará tanta diferença os adversários que virão do Grupo H que não conta com um favorito ou seleção temida pelo desempenho, ao menos até aqui.

(Estatísticas: FIFA)

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Croácia sobra contra a loucura de Sampaoli. Messi desta vez foi vítima http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/21/croacia-sobra-contra-a-loucura-de-sampaoli-messi-desta-vez-foi-vitima/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/21/croacia-sobra-contra-a-loucura-de-sampaoli-messi-desta-vez-foi-vitima/#respond Thu, 21 Jun 2018 20:18:57 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4755 A chance da Argentina ser competitiva era, ou ainda é, o pragmatismo de Jorge Sampaoli emulando uma equipe aos moldes de Alejandro Sabella. Duas linhas de quatro compactas, organização, simplicidade e liberdade para Messi potencializar seu talento.

Mas o treinador, mesmo com pouco tempo de trabalho, muita instabilidade e um grupo, digamos, heterogêneo de jogadores, não abriu mão de suas convicções. Na estreia até tentou algo próximo da ideia de Sabella. Como não foi bem nem venceu, resolveu fazer do seu jeito.

E mandou a campo os três zagueiros adiantados, alas bem abertos e um trio ofensivo formado por Messi, Aguero e Meza. O 3-4-3 preferido pelo treinador, discípulo de Marcelo Bielsa, em seus outros trabalhos. Nunca sequer treinado com esta formação neste ciclo de um ano.

Logo contra a Croácia de Rakitic, Perisic, Modric e Mandzukic. Líder do grupo, sem tensão de estreia. Respeitando a camisa albiceleste e Messi. Por isso a escalação de Brozovic para ser o volante do 4-1-4-1 e negar os espaços entre defesa e meio-campo a Messi.

Saída rápida pelos flancos com toques rápidos buscando Mandzukic. Teve algum problema para adaptar o sistema à proposta argentina. Podia ter sucumbido no incrível gol perdido por Enzo Pérez, o meio-campista escalado com Mascherano para proteger a retaguarda cada vez mais exposta.

Mas controlou o jogo e esperou o erro. Veio do goleiro Caballero, titular por ser considerado pelo treinador o melhor a jogar com os pés. Mas vacilou na reposição após o recuo e entregou nos pés de Ante Rebic, que acertou linda finalização, ainda mais por não esperar o “presente”.

A Argentina desmoronou emocionalmente. Porque não há nenhuma segurança do que se pode fazer em campo. Um barco à deriva. Com espaços, Modric e Rakitic desfilaram a classe e os recursos técnicos que o planeta conhece. Dois belos gols para dimensionar a distância atual entre as equipes. 3 a o para garantir a classificação e dar moral aos croatas para as oitavas.

Moral. Confiança. Tudo que a Argentina não tem para jogar a sua história contra a Nigéria. Adversário sempre duro, que pode chegar ainda vivo. Que curiosamente estava no “grupo da morte” em 2002 que mandou os favoritos argentinos para casa. Também os nigerianos. Eliminados por dois europeus, Inglaterra e Suécia. Se a Islândia vencer amanhã a história pode se repetir.

Porque Sampaoli foi mais insano que “El Loco” Bielsa ao mudar sistema, modelo e plano de jogo dentro da Copa do Mundo sem nada para construir sua convicção. Por isto desta vez o contexto não permite condenar Messi. De novo passivo e desanimado depois de sofrer um gol. Mas a combinação do nível do adversário e da desorganização e mediocridade dos companheiros transforma o camisa dez em vítima. Mesmo considerando que é a última chance de vencer como protagonista por seu país.

Simplesmente não havia o que fazer. Haverá ainda algo para salvar a Argentina de um vexame histórico na Rússia?

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Copa do Mundo deve combinar características da última Euro e da Champions http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/12/copa-do-mundo-deve-combinar-caracteristicas-da-ultima-euro-e-da-champions/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/12/copa-do-mundo-deve-combinar-caracteristicas-da-ultima-euro-e-da-champions/#respond Tue, 12 Jun 2018 03:10:23 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4693

A Copa do Mundo tem sua abertura na quinta-feira com a anfitriã Rússia diante da Arábia Saudita. O primeiro duelo já deve dar a tônica do que provavelmente será a fase de grupos na maioria das partidas.

Uma seleção favorita pela camisa, história, tradição e/ou um grupo mais qualificado de jogadores contra uma equipe tratada como “zebra” fechando espaços no próprio campo. Com a cada vez mais frequente linha de cinco ou mesmo a tradicional com quatro defensores, porém com os pontas recuando como laterais formando um cinturão guardando a própria área. Todos os movimentos estudados por departamentos de inteligência cada vez mais equipados e qualificados.

Então o time que ataca busca uma jogada individual mais perto da área do oponente, ou uma virada de bola rápida que surpreenda o sistema defensivo. Se não for possível, os chutes de média e longa distância, a jogada aérea com bola rolando ou parada e o desarme no campo de ataque com transição rápida viram as possíveis soluções para ir às redes. Tudo isso atento ao balanço defensivo para não dar ao rival os espaços tão desejados às costas da retaguarda.

Fica tudo muito condicionado ao primeiro gol. Se a seleção que defende marca aí o bloqueio fica ainda mais sólido, com todos os jogadores num espaço de 20 metros em linhas quase chapadas, como no handebol. Já se o favorito abre o placar aumenta exponencialmente a chance do jogo mudar e os espaços e mais gols aparecerem.

Foi o que aconteceu na última Eurocopa, na França em 2016, com algumas partidas de fato entediantes para quem aprecia uma trocação de ataques e gols e se apega ao esporte mais pela emoção que pelo jogo em si. Apenas oito placares com vantagens iguais ou superiores a dois gols num total de 36 partidas. Média de 1,2 por jogo.

Sim, desta vez haverá Messi, Neymar, Suárez, James Rodríguez, Salah, Guerrero, o jovem Mbappé que surgiu ano passado na França e outros talentos desequilibrantes. Mas também um trabalho defensivo ainda mais concentrado e aprimorado para bloquear a técnica e o improviso.

Por outro lado, se os favoritos em cada grupo conseguirem suas classificações o torneio tende a passar por uma transformação, como a que ocorre quase todo ano na Liga dos Campeões. A partir da primeira “seleção natural” o nível já sobe bastante. Mesmo com a presença de algumas surpresas que se conseguem a vaga a partir das quartas é porque houve mérito.

Imaginemos a partir das oitavas os duelos envolvendo as favoritas Alemanha, Brasil, Espanha e França, mais os talentos belgas, o Uruguai de Cavani, Suárez e agora meio-campistas mais qualificados. Inglaterra, Colômbia, Croácia…A Polônia de Lewandowski e a promissora Dinamarca do meia Eriksen. E ainda Messi e Cristiano Ronaldo no Mundial que provavelmente será o último da dupla de extraterrestres jogando no mais alto nível. Conduzindo Argentina e Portugal. Mas ao contrário do universo dos clubes sem o favoritismo de Barcelona e Real Madrid, o que torna tudo mais imprevisível e eletrizante. Mesmo sem o peso de Holanda e Itália, esta a única ausente do seleto grupo de campeãs. Em jogo único. Segue ou vai para casa.

A torcida é para que este que escreve esteja enganado em sua previsão da primeira fase e os jogos eliminatórios sejam acima das ótimas expectativas. Mas caso o blogueiro tenha razão viveremos uma montanha russa de impressões. Para o deleite dos saudosistas – como se nas décadas anteriores os Mundiais não tivessem peladas homéricas, inclusive com a seleção brasileira – e reclamões de plantão na “chata” primeira fase e depois a apoteose de jogaços na reta final deixando a média positiva.

Seja como for, Copa do Mundo é como pizza. Até quando é ruim é boa e vale a pena. O maior evento esportivo do planeta que felizmente acontece de quatro em quatro anos e não se banaliza, ao menos por enquanto. Que tudo enfim comece na Rússia!

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