jamesrodriguez – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Tá com saudades de um joguinho ao vivo, né, minha filha? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/04/17/ta-com-saudades-de-um-joguinho-ao-vivo-ne-minha-filha/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/04/17/ta-com-saudades-de-um-joguinho-ao-vivo-ne-minha-filha/#respond Fri, 17 Apr 2020 11:23:06 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8312

Foto: Zanone Fraissat / Folhapress

Há algum tempo eu me peguei pensando sobre a razão de muitos jogadores em atividade não receberem o devido valor. Seria só por conta da memória seletiva do saudosismo, da necessidade de um distanciamento histórico para uma análise mais criteriosa ou porque Messi e Cristiano Ronaldo subiram o sarrafo do nível de exigência?

Por exemplo, um craque multicampeão como Toni Kroos muitas vezes ser colocado abaixo de outros alemães que não foram tão talentosos, nem vencedores. Como Wolfgan Overath, lenda do Colônia e o meia criativo da seleção campeã mundial de 1974. Ou Bernd Schuster, campeão da Eurocopa em 1980 e que fez história no futebol espanhol, porém sem o brilho do atual camisa oito e maestro do Real Madrid.

Ou James Rodríguez ser menos reconhecido que Carlos Valderrama na Colômbia. Mesmo que o meia do Real Madrid tenha o cabeludo como ídolo, já o superou há tempos, inclusive nos feitos em Copas do Mundo. Nem vou citar Neymar no Brasil, humilhado diante de muitos jogadores apenas bons do país que atuaram há décadas.

A minha conclusão foi que vimos pouco do passado e tendemos a guardar os melhores momentos, selecionar as impressões e sensações, enquanto os que estão (ou estavam) jogando são dissecados duas vezes por semana com estatísticas e análise de desempenho mais criteriosa.

Então me questionei se não víamos jogos demais e se isso era saudável ou matava a nossa capacidade de sonhar. A fantasia tão necessária ao amor pelo jogo. Como será que gênios como Pelé, Maradona, Cruyff, Di Stéfano e Garrincha passariam por esse escrutínio diário? Será que termos acesso diário a partidas de futebol, espalhadas para encher grades de programação de emissoras de TV, não estaria banalizando o esporte?

E agora estamos aqui…Entendendo perfeitamente a gravidade da situação, até pelas notícias do mundo todo chegando em tempo real e fazendo parte das nossas vidas e preocupações…mas com aquela saudade IMENSA de um joguinho ao vivo.

Sem saber o resultado final, muito menos os herois e vilões. Ainda que rever os jogos do passado sempre nos permita um novo olhar, mais crítico ou condescendente, a abstinência da incerteza que nutre o esporte mais apaixonante começa a pesar.

O último jogo analisado neste blog foi a vitória do Fluminense sobre o Vasco no Maracanã com portões fechados. No dia 15 de março, praticamente há um mês. Parece que foi ano passado. E mesmo com a consciência de que o futebol só deve voltar quando liberado por autoridades conscientes, amparadas pela Ciência, não pressionados por questões comerciais e priorizando as vidas, a ansiedade já bate na porta.

Mesmo sem torcida e com jogadores voltando de um período que já supera as férias anuais. Em um clima diferente, talvez até fúnebre ou mórbido. Só aquele joguinho que às vezes por excesso de oferta era até descartado. Sabe aquela máxima surrada de que só se valoriza quando perde?

O título deste post virou meme, quase sempre apontando banalidades do cotidiano que não podemos fazer por estarmos trancados em casa para preservar a nossa vida e a do próximo. Mas estão fazendo falta, justamente porque fazem parte da vida.

Confesso que hoje eu precisava mesmo era de um abraço. Do Drauzio Varella ou de qualquer pessoa com empatia. Por tantas incertezas sobre o futuro, mas também pela falta do futebol. Matéria-prima do ofício, mas fundamentalmente um objeto de paixão. A saudade tá grande, né, minha filha?

 

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A sólida atuação da Colômbia e o “paradigma Messi” na Argentina http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/15/a-solida-atuacao-da-colombia-e-o-paradigma-messi-na-argentina/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/15/a-solida-atuacao-da-colombia-e-o-paradigma-messi-na-argentina/#respond Sun, 16 Jun 2019 00:32:30 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6707 O português Carlos Queiroz é um treinador que tem como marca em seus trabalhos a organização defensiva. Com excessos pelas limitações do grupo de jogadores, como nas megaretrancas do Irã nas duas últimas Copas do Mundo. Mas na Colômbia, aproveitando a base de Jose Pekerman, pode adicionar à equipe a solidez que faltou em alguns momentos.

A estreia na Copa América em Salvador mostrou um acréscimo na coordenação dos setores sem a bola. Montada em um 4-1-4-1, aproveitando o favoritismo da Argentina para compactar as linhas e tentar bloquear Messi. No movimento característico do camisa dez, da direita para dentro. Fechando com o lateral Tesilio e os meio-campistas Barrios e Uribe.

Ofensivamente buscava aproximar James Rodríguez, Falcao García e Muriel, depois Roger Martínez. Autor de belo gol no segundo tempo. Pelo lançamento primoroso de James e o movimento de Martínez em diagonal até a finalização forte e precisa, sem chances para Armani.

Um gol providencial, já que a Argentina vivia o melhor momento da partida. Com Messi mais participativo, contando com o suporte de Lo Celso, Paredes e De Paul, que substituiu Di María. Faltava um Aguero atacando mais os espaços às costas da última linha defensiva do oponente.

Então veio o desânimo que sempre ataca a albiceleste quando enfrenta dificuldades. Alimentadas pela expressão de Messi, já um clássico nos insucessos da seleção e do Barcelona. Os companheiros buscam estímulo, um gesto de liderança e não encontram uma postura corajosa. Não que Messi desista do jogo, mas não entrega na parte anímica o que se espera de um fora de série, da referência. Ainda mais em um país carente de títulos há quase três décadas.

Eis o “paradigma Messi”: a seleção não ajuda coletivamente para potencializar o talento do craque genial. E Messi fica à espera de soluções que nunca aparecem e não assume a responsabilidade como se espera dele. Lionel Scaloni tenta emular o 4-4-2 dos tempos de Alejandro Sabella, abrindo Lo Celso pela direita na recomposição.

Na transição ofensiva é preciso que Messi recue para participar da articulação. Quando voltou, acertou belo lançamento para Aguero na melhor chance argentina no primeiro tempo. As deficiências coletivas são uma realidade. Cabe ao craque que tem o sistema montado em torno de seu talento contribuir mais.

A Argentina teve 55% de posse e finalizou doze vezes, seis no alvo. Mas sem a chance cristalina, muitos chutes de longe e cobranças de falta de Messi para defesas de Ospina. Era possível fazer mais. Na baixa do rival, a Colômbia não perdoou. Mais uma ação bem combinada pela esquerda, assistência de Lerma e gol de Zapata, que entrou na vaga de Falcao.

A sexta e última finalização no alvo dos colombianos em um total de 12. Coroando uma atuação sólida e que credencia a seleção de Carlos Queiroz à disputa da liderança do grupo e também de uma vida longa no torneio. Convém respeitar.

(Estatísticas: Footstats)

 

 

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A bola escolheu punir a Colômbia em um jogo lamentável. Inglaterra vive http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/03/a-bola-escolheu-punir-a-colombia-em-um-jogo-lamentavel-inglaterra-vive/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/03/a-bola-escolheu-punir-a-colombia-em-um-jogo-lamentavel-inglaterra-vive/#respond Tue, 03 Jul 2018 21:33:17 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4831 A Inglaterra escalou reservas e não fez a mínima força para vencer a Bélgica e terminar na liderança do Grupo G. Com isso fugiu do cruzamento com seleções mais tradicionais a partir das quartas de final. Olhou o cruzamento por cima da Colômbia. A bola costuma punir esse tipo de petulância.

Mas também pune quem não quer jogar. Na arena do Spartak, José Pekerman se preocupou mais em se defender em função do adversário e armou uma marcação por encaixe. Laterais Arias e Mujica batendo com os alas ingleses Ashley Young e Trippier; Cuadrado e Falcao García saindo para pressionar o trio de zagueiros formado por Walker, Stones e Maguire; Mina e Davidson Sánchez cuidando de Harry Kane; Sánchez vigiava Dele Alli, Barrios pegava Sterling e Lerma seguia Lingard; Quitero tentava dificultar Henderson, volante que coordena a saída de bola inglesa.

Colômbia marcou a Inglaterra por encaixe, com duelos bem definidos. A solução tirou força ofensiva da seleção de José Pekerman e deu campo para o adversário (Tactical Pad).

Estratégia legítima, ainda mais sem o talento do lesionado James Rodríguez, maas que cria alguns efeitos colaterais: como trabalha com perseguições, normalmente na recuperação da bola o time está desorganizado para atacar. A solução intuitiva é apelar para a ligação direta e, por consequência, chegar com poucos jogadores na frente.

Carlos Sánchez cometeu pênalti e foi expulso na derrota para o Japão na estreia da Copa do Mundo que podia ter custado a vaga nas oitavas. Lance involuntário do volante essencialmente defensivo. Cumpriu suspensão e voltou à equipe na vitória contra Senegal. Seguiu titular e, na bola parada, agarrou Kane em um pênalti tolo e tosco. Para o artilheiro inglês marcar seu sexto gol no Mundial.

Até sofrer o gol, a Colômbia errava mais e dava chance para a falta de sorte. Mas a Inglaterra começou a equilibrar as coisas ao sentar em cima da vantagem, recuar demais e apelar para simulações bizarras. Tentando tirar proveito de uma das piores arbitragens da Copa: Mark Geiger. Um dos responsáveis pelo baixo nível do duelo.

A Colômbia foi avançando de forma aleatória. Pekerman trocou Sánchez, Lerma e Quintero por Muriel, Bacca e Uribe, que arriscou um chute surpreendente que Pickford salvou num defesaço. Mas no escanteio, Mina usou sua combinação de impulsão, estatura e tempo de bola para salvar sua seleção.

Faltou qualidade aos colombianos para aproveitar a nítida queda anímica da Inglaterra na prorrogação, mais do que a física. Gareth Southgate tentou aumentar a presença física na frente com Vardy ao lado de Kane na frente. Mas a Inglaterra viveu de ligações diretas e de tentar achar o gigante Maguire nas bolas paradas. Muito pouco.

Ninguém fez muito por merecer a classificação para enfrentar a Suécia. Nos pênaltis, a bola resolveu punir a Colômbia e consagrar o goleiro Pickford, que defendeu as cobranças de Uribe e Bacca e salvou Henderson, que bateu mal para defesa de Ospina. Definindo 120 minutos de um jogo lamentável. A Inglaterra vive.

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Colômbia paga por erros, mas não tira méritos do Japão da posse de bola http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/19/colombia-paga-por-erros-mas-nao-tira-meritos-do-japao-da-posse-de-bola/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/19/colombia-paga-por-erros-mas-nao-tira-meritos-do-japao-da-posse-de-bola/#respond Tue, 19 Jun 2018 14:45:12 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4736 Escalar Carlos Sanchez, volante essencialmente marcador, violento e um tanto atabalhoado é ir contra as tendências do futebol atual. Ainda mais com Barrios no banco. E Cuéllar no Brasil…Pelas características é difícil entender a opção de José Pekerman no meio-campo colombiano. Independentemente de qualquer questão extra-campo ou de liderança.

O Japão tinha Hasebe e o ótimo Shibasaki ditando o ritmo entre as intermediárias com passes curtos e longos, se apresentando sempre como opção para fluir as ações ofensivas da equipe de Akira Nishino. Baseada em posse de bola, só acelerando os ataques mais próximo da área adversária.

Com inteligência para mudar a dinâmica. Inicialmente com Sakai mais fixo pela direita e Nagatomo saindo para o jogo do lado oposto. Depois invertendo a lógica, até pela movimentação de Haraguchi, ponteiro pela direita no 4-2-3-1 dos asiáticos, saindo do flanco para dentro e abrindo o corredor para Sakai. Pela esquerda, Inui era mais incisivo, infiltrando em diagonal buscando as finalizações. Também se aproximando para tabelas com Kagawa e Osako, o centroavante que deixou no banco a estrela Okazaki do Leicester City, ainda se recuperando de fadiga muscular.

O jogo na Arena Mordovia foi condicionado pelo pênalti com expulsão de Carlos Sanchez logo aos cinco minutos de jogo. O primeiro erro grave da Colômbia em sua estreia. Kagawa cobrou no centro do gol e o Japão, mesmo com a vantagem no placar, continuou executando seu modelo de jogo. Rodando a bola com paciência tentando cansar o adversário.

Pekerman reorganizou seu time em um 4-4-1 básico, mas precisou trocar Cuadrado por Barrios para não perder o meio-campo de vez. Quintero, meia do River Plate, foi ocupar o lado direito da segunda linha de quatro. Mais organizada, a seleção sul-americana teve chance com Falcao García e empatou na cobrança de falta à la Ronaldinho Gaúcho, por baixo da barreira, de Quintero.

Jogo equilibrado até que no segundo tempo Pekerman tirou Quintero e colocou James Rodríguez. Craque do país, artilheiro do último Mundial, mas que ainda não está 100% fisicamente. Substituição até óbvia, mas que na prática desestruturou a Colômbia taticamente.

Porque James, que até já cumpriu função pelo lado na própria seleção e também no Bayern de Munique, passou a jogar centralizado, deixando o lateral Arias solitário no trabalho defensivo pela direita. Os japoneses fizeram a leitura correta e passaram a atacar mais pela esquerda. Por este lado saiu o escanteio que encontrou a cabeça de Osako. 2 a 1.

Sim, a Colômbia sofreu um gol de cabeça na bola parada dos japoneses. E James Rodríguez perdeu a chance de empate em ótima chance dentro da área. Equívocos cruciais: escalação inicial, alteração tática, erros técnicos. Em uma Copa do Mundo não se pode vacilar tanto.

O Japão aproveitou e fez história, em sua primeira vitória em Mundiais sobre sul-americanos. Não sem méritos. 59% de posse de bola, 86% de efetividade nos passes, 14 finalizações – seis na direção da meta de Ospina. No ritmo de seus bons meio-campistas.

O Grupo H que já parecia o mais equilibrado da Copa agora fica ainda mais imprevisível. E interessante.

(Estatísticas: FIFA)

 

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Bayern erra demais, Real Madrid tem mais sorte que juízo e está na final http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/01/bayern-erra-demais-real-madrid-tem-mais-sorte-que-juizo-e-esta-na-final/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/01/bayern-erra-demais-real-madrid-tem-mais-sorte-que-juizo-e-esta-na-final/#respond Tue, 01 May 2018 21:01:23 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4518 Foram 33 finalizações do Bayern de Munique no confronto. 13 no alvo. Apenas três gols. Muitas chances perdidas. Em Madri, a mais incrível de James Rodríguez no primeiro tempo. Logo o melhor em campo. Justo ele que deixou o campo para a entrada de Javi Martínez e o time bávaro apelar para os cruzamentos a esmo. Sem construção. Um equívoco de Jupp Heynckes.

Mais a falha grotesca de Ulreich no ínicio da segunda etapa para o segundo gol de Benzema. Goleiro que se junta a Rafinha, que vacilou em Munique e perdeu a bola que terminou no gol de Asensio. Os dois “vilões”. Ainda as finalizações erradas em profusão de Muller e Lewandowski.

Só Kimmich, com um gol em cada partida, e James mais acertaram que erraram. E não se pode pecar tanto numa semifinal de Liga dos Campeões contra esse Real Madrid bicampeão europeu.

Mas o time de Zidane teve mais sorte que juízo. Incluindo o pênalti cometido por Marcelo no final do primeiro tempo, desviando com a mão dentro da área merengue um cruzamento pela direita. Ignorado pela arbitragem confusa do turco Cüneyt Çakir.

180 minutos muito ruins de Cristiano Ronaldo. Pelo menos mais participativo no Bernabéu. No entanto, perdeu um gol inacreditável na segunda etapa. Parecia que o papel de protagonista estava reservado a Benzema, reserva na partida de ida. Aproveitando a falha de Ulreich, mas também completando a jogada mais bem engendrada do Real nos dois jogos. Da inversão precisa de Kovacic, que deixou Casemiro no banco, para Marcelo colocar na cabeça do francês camisa nove.

Outro coadjuvante em dia de estrela. Será lembrado pelos gols, mas se o Real está na terceira final consecutiva de Champions deve muito a Keylor Navas. Pelo menos quatro intervenções fundamentais do contestado goleiro costa-riquenho. Porque o Bayern foi fortíssimo pela esquerda com Alaba e Ribéry levando vantagem seguidamente sobre Lucas Vázquez, substituto do lesionado Carvajal, e Modric.

Coletivamente a equipe espanhola foi bem inferior. Mas mata-mata de Champions é das individualidades e da força mental. O Bayern foi menos preciso no acabamento das jogadas e seus talentos não decidiram. Talvez pelo desespero, o peso de vencer além do domínio no país. Mais uma vez pára na semifinal. De novo contra o Real Madrid. Nenhuma mais dolorosa.

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Semifinais têm tira-teima entre Bayern e Real e reedição de final http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/04/13/semifinais-tem-tira-teima-entre-bayern-e-real-e-reedicao-de-final/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/04/13/semifinais-tem-tira-teima-entre-bayern-e-real-e-reedicao-de-final/#respond Fri, 13 Apr 2018 12:05:37 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4437 Mais um confronto entre Bayern de Munique e Real Madrid na Liga dos Campeões. E um tira-teima: foram 24 duelos, com 11 vitórias para cada lado e dois empates. Sétimo duelo pelas semifinais, com quatro triunfos do time bávaro. O último, porém, foi emblemático como um marco da era de domínio do time merengue nos últimos tempos: o Real atropelou o Bayern de Guardiola em 2014 com um 4 a 0 histórico na Allianz Arena.

Para apimentar, a polêmica das quartas-de-final da edição passada por arbitragens confusas que prejudicaram mais a equipe alemã. Ou seja, clima de revanche.

E o grande teste para o time de Jupp Heynckes, apesar de ter encarado o PSG, ainda com Neymar, na fase de grupos. Mas no mata-mata, a trajetória foi menos complicada contra Besiktas e Sevilla. Em tese, porque, na prática, contra os espanhois foi sofrido, com dois gols em bolas desviadas e 0 a 0 em Munique.

Para o Real, mais uma vez o grande confronto da fase. Primeiro o PSG, depois a Juventus e agora o Bayern. Com o alerta de uma quase eliminação em casa para a pentacampeã italiana. Com o trunfo da força mental e da confiança pelas conquistas recentes.

São times experientes e inteligentes, que sabem variar posse de bola e transições em velocidade. O fator de desequilíbrio, mais uma vez, pode ser a absurda eficiência de Cristiano Ronaldo nas finalizações. Foram cinco gols na última eliminatória entre os dois. Mas qualidade não vai faltar no clássico mundial.

É duelo de estrelas e camisas pesadas. Com foco total das equipes, já que o Bayern já é campeão alemão e o Real não tem mais chances de conquistar a liga espanhola. Reencontro de James Rodríguez com o time que ainda possui seus direitos econômicos. Muito em jogo!

Favoritismo do Real Madrid pelo domínio do atual bicampeão e por definir em seu estádio. Mas é dever respeitar o Bayern de Heynckes, que pode repetir a tríplice coroa de 2012/13.

Já Liverpool e Roma farão o confronto entre as “zebras” que mandaram Manchester City e Barcelona de Pep Guardiola e Lionel Messi para casa. Classificações com autoridade, especialmente do time inglês que venceu no Anfield Road e no Etihad Stadium. 5 a 1 em 180 minutos.

Reencontro de Mohamed Salah com seu ex-time. Na melhor fase da carreira, é jogador para fazer a diferença. Pela direita ou no centro do ataque, como no triunfo em Manchester. Com perfeito entendimento com Firmino e Mané no 4-3-3 armado por Jurgen Klopp.

Mas a Roma, que superou Chelsea e Atlético de Madri na fase de grupos, mandando os espanhois para a Liga Europa, e alcançou o “milagre” nos 3 a 0 sobre o Barcelona em casa merece o máximo respeito. Ainda que só tenha vivido uma semifinal no torneio continental. Exatamente em 1983/1984, quando chegou à decisão…contra o Liverpool, que venceu nos pênaltis por 4 a 2 depois do empate por 1 a 1. Conquista da então Taça dos Campeões.

Agora, os Reds têm o ataque mais positivo e também a defesa menos vazada em sua campanha invicta. Mas o jogo físico e direto buscando Dzeko contra os zagueiros pode causar estragos diante de uma retaguarda bem protegida, mas que se complica no confronto direto com os atacantes. Ainda mais na volta no Estádio Olímpico.

Tradição conta, mas não tanto. Independentemente do peso da camisa, o Liverpool é favorito natural pelo que fez até aqui. Desempenho muito consistente, com 10 a 1 no mata-mata. Autoridade e personalidade. Mas vai precisar novamente se impor em casa para não sofrer na capital italiana.

O palpite do blog é Real Madrid e Liverpool repetindo a decisão de 1980/81 no dia 26 de maio, em Kiev.

 

 

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Fim dos 100% do Brasil de Tite é compensado pelo valor do teste http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/09/05/fim-dos-100-do-brasil-de-tite-e-compensado-pelo-valor-do-teste/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/09/05/fim-dos-100-do-brasil-de-tite-e-compensado-pelo-valor-do-teste/#respond Tue, 05 Sep 2017 22:43:42 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=3273 O calor e a umidade em Barranquilla foram obstáculos tão grandes quanto a boa atuação da Colômbia no segundo tempo, não por acaso coincidindo com a maior produção de James Rodríguez, o meia central do 4-2-3-1 armado por Jose Pekerman. Na jogada bem trabalhada do camisa dez com Arias contra Filipe Luís sem o suporte de Renato Augusto, o cruzamento na cabeça de Falcao García, que se antecipou a Marquinhos para empatar.

Um raro vacilo brasileiro dentro de uma atuação segura de acordo com o contexto. Tite acertou ao acrescentar Fernandinho e Roberto Firmino às mudanças obrigatórias – Thiago Silva no lugar do lesionado Miranda e Filipe Luís no lugar do suspenso Marcelo. Descansou Casemiro e guardou Gabriel Jesus para a segunda etapa na vaga de Firmino, que não brilhou mas novamente contribuiu coletivamente. Mais importante: experimentou sua equipe.

Manteve Willian entre os titulares e o ponteiro pela direita do 4-1-4-1 correspondeu com bom trabalho no setor, em dupla com Daniel Alves. E ainda apareceu no centro para receber passe de Neymar, após lançamento preciso de Fernandinho, para acertar um chutaço no ângulo de Ospina. Golaço único da primeira etapa, logo depois da parada para a retirada de um cachorro do gramado.

A assistência de Neymar foi o ápice de uma atuação mais solidária. No esforço na recomposição e, principalmente, por soltar mais rapidamente a bola e fazer o jogo fluir. Quando tentou as jogadas individuais era o único recurso, como na bela arrancada desde a intermediária brasileira até a área colombiana no segundo tempo. O craque voltando aos eixos, mesmo sem desequilibrar, foi uma boa notícia.

Também a confiança do treinador ao arriscar novamente Philippe Coutinho no lugar de Renato Augusto, mudando o desenho tático para o 4-2-3-1 com o recuo de Paulinho, novamente atuando mais avançado na linha de meias. O Brasil nunca abdicou de jogar e isto é sempre positivo e merece reconhecimento.

Assim como a manutenção do desempenho, mesmo com quase meio time alterado. O fim dos 100% de aproveitamento com Tite nas Eliminatórias era esperado, até pelo peso zero do resultado na classificação. Importante foi o valor do teste e a boa resposta de maturidade de uma seleção que parece pronto, mas ainda está em formação.

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