josepekerman – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 A bola escolheu punir a Colômbia em um jogo lamentável. Inglaterra vive http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/03/a-bola-escolheu-punir-a-colombia-em-um-jogo-lamentavel-inglaterra-vive/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/03/a-bola-escolheu-punir-a-colombia-em-um-jogo-lamentavel-inglaterra-vive/#respond Tue, 03 Jul 2018 21:33:17 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4831 A Inglaterra escalou reservas e não fez a mínima força para vencer a Bélgica e terminar na liderança do Grupo G. Com isso fugiu do cruzamento com seleções mais tradicionais a partir das quartas de final. Olhou o cruzamento por cima da Colômbia. A bola costuma punir esse tipo de petulância.

Mas também pune quem não quer jogar. Na arena do Spartak, José Pekerman se preocupou mais em se defender em função do adversário e armou uma marcação por encaixe. Laterais Arias e Mujica batendo com os alas ingleses Ashley Young e Trippier; Cuadrado e Falcao García saindo para pressionar o trio de zagueiros formado por Walker, Stones e Maguire; Mina e Davidson Sánchez cuidando de Harry Kane; Sánchez vigiava Dele Alli, Barrios pegava Sterling e Lerma seguia Lingard; Quitero tentava dificultar Henderson, volante que coordena a saída de bola inglesa.

Colômbia marcou a Inglaterra por encaixe, com duelos bem definidos. A solução tirou força ofensiva da seleção de José Pekerman e deu campo para o adversário (Tactical Pad).

Estratégia legítima, ainda mais sem o talento do lesionado James Rodríguez, maas que cria alguns efeitos colaterais: como trabalha com perseguições, normalmente na recuperação da bola o time está desorganizado para atacar. A solução intuitiva é apelar para a ligação direta e, por consequência, chegar com poucos jogadores na frente.

Carlos Sánchez cometeu pênalti e foi expulso na derrota para o Japão na estreia da Copa do Mundo que podia ter custado a vaga nas oitavas. Lance involuntário do volante essencialmente defensivo. Cumpriu suspensão e voltou à equipe na vitória contra Senegal. Seguiu titular e, na bola parada, agarrou Kane em um pênalti tolo e tosco. Para o artilheiro inglês marcar seu sexto gol no Mundial.

Até sofrer o gol, a Colômbia errava mais e dava chance para a falta de sorte. Mas a Inglaterra começou a equilibrar as coisas ao sentar em cima da vantagem, recuar demais e apelar para simulações bizarras. Tentando tirar proveito de uma das piores arbitragens da Copa: Mark Geiger. Um dos responsáveis pelo baixo nível do duelo.

A Colômbia foi avançando de forma aleatória. Pekerman trocou Sánchez, Lerma e Quintero por Muriel, Bacca e Uribe, que arriscou um chute surpreendente que Pickford salvou num defesaço. Mas no escanteio, Mina usou sua combinação de impulsão, estatura e tempo de bola para salvar sua seleção.

Faltou qualidade aos colombianos para aproveitar a nítida queda anímica da Inglaterra na prorrogação, mais do que a física. Gareth Southgate tentou aumentar a presença física na frente com Vardy ao lado de Kane na frente. Mas a Inglaterra viveu de ligações diretas e de tentar achar o gigante Maguire nas bolas paradas. Muito pouco.

Ninguém fez muito por merecer a classificação para enfrentar a Suécia. Nos pênaltis, a bola resolveu punir a Colômbia e consagrar o goleiro Pickford, que defendeu as cobranças de Uribe e Bacca e salvou Henderson, que bateu mal para defesa de Ospina. Definindo 120 minutos de um jogo lamentável. A Inglaterra vive.

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Colômbia paga por erros, mas não tira méritos do Japão da posse de bola http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/19/colombia-paga-por-erros-mas-nao-tira-meritos-do-japao-da-posse-de-bola/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/19/colombia-paga-por-erros-mas-nao-tira-meritos-do-japao-da-posse-de-bola/#respond Tue, 19 Jun 2018 14:45:12 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4736 Escalar Carlos Sanchez, volante essencialmente marcador, violento e um tanto atabalhoado é ir contra as tendências do futebol atual. Ainda mais com Barrios no banco. E Cuéllar no Brasil…Pelas características é difícil entender a opção de José Pekerman no meio-campo colombiano. Independentemente de qualquer questão extra-campo ou de liderança.

O Japão tinha Hasebe e o ótimo Shibasaki ditando o ritmo entre as intermediárias com passes curtos e longos, se apresentando sempre como opção para fluir as ações ofensivas da equipe de Akira Nishino. Baseada em posse de bola, só acelerando os ataques mais próximo da área adversária.

Com inteligência para mudar a dinâmica. Inicialmente com Sakai mais fixo pela direita e Nagatomo saindo para o jogo do lado oposto. Depois invertendo a lógica, até pela movimentação de Haraguchi, ponteiro pela direita no 4-2-3-1 dos asiáticos, saindo do flanco para dentro e abrindo o corredor para Sakai. Pela esquerda, Inui era mais incisivo, infiltrando em diagonal buscando as finalizações. Também se aproximando para tabelas com Kagawa e Osako, o centroavante que deixou no banco a estrela Okazaki do Leicester City, ainda se recuperando de fadiga muscular.

O jogo na Arena Mordovia foi condicionado pelo pênalti com expulsão de Carlos Sanchez logo aos cinco minutos de jogo. O primeiro erro grave da Colômbia em sua estreia. Kagawa cobrou no centro do gol e o Japão, mesmo com a vantagem no placar, continuou executando seu modelo de jogo. Rodando a bola com paciência tentando cansar o adversário.

Pekerman reorganizou seu time em um 4-4-1 básico, mas precisou trocar Cuadrado por Barrios para não perder o meio-campo de vez. Quintero, meia do River Plate, foi ocupar o lado direito da segunda linha de quatro. Mais organizada, a seleção sul-americana teve chance com Falcao García e empatou na cobrança de falta à la Ronaldinho Gaúcho, por baixo da barreira, de Quintero.

Jogo equilibrado até que no segundo tempo Pekerman tirou Quintero e colocou James Rodríguez. Craque do país, artilheiro do último Mundial, mas que ainda não está 100% fisicamente. Substituição até óbvia, mas que na prática desestruturou a Colômbia taticamente.

Porque James, que até já cumpriu função pelo lado na própria seleção e também no Bayern de Munique, passou a jogar centralizado, deixando o lateral Arias solitário no trabalho defensivo pela direita. Os japoneses fizeram a leitura correta e passaram a atacar mais pela esquerda. Por este lado saiu o escanteio que encontrou a cabeça de Osako. 2 a 1.

Sim, a Colômbia sofreu um gol de cabeça na bola parada dos japoneses. E James Rodríguez perdeu a chance de empate em ótima chance dentro da área. Equívocos cruciais: escalação inicial, alteração tática, erros técnicos. Em uma Copa do Mundo não se pode vacilar tanto.

O Japão aproveitou e fez história, em sua primeira vitória em Mundiais sobre sul-americanos. Não sem méritos. 59% de posse de bola, 86% de efetividade nos passes, 14 finalizações – seis na direção da meta de Ospina. No ritmo de seus bons meio-campistas.

O Grupo H que já parecia o mais equilibrado da Copa agora fica ainda mais imprevisível. E interessante.

(Estatísticas: FIFA)

 

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Fim dos 100% do Brasil de Tite é compensado pelo valor do teste http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/09/05/fim-dos-100-do-brasil-de-tite-e-compensado-pelo-valor-do-teste/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/09/05/fim-dos-100-do-brasil-de-tite-e-compensado-pelo-valor-do-teste/#respond Tue, 05 Sep 2017 22:43:42 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=3273 O calor e a umidade em Barranquilla foram obstáculos tão grandes quanto a boa atuação da Colômbia no segundo tempo, não por acaso coincidindo com a maior produção de James Rodríguez, o meia central do 4-2-3-1 armado por Jose Pekerman. Na jogada bem trabalhada do camisa dez com Arias contra Filipe Luís sem o suporte de Renato Augusto, o cruzamento na cabeça de Falcao García, que se antecipou a Marquinhos para empatar.

Um raro vacilo brasileiro dentro de uma atuação segura de acordo com o contexto. Tite acertou ao acrescentar Fernandinho e Roberto Firmino às mudanças obrigatórias – Thiago Silva no lugar do lesionado Miranda e Filipe Luís no lugar do suspenso Marcelo. Descansou Casemiro e guardou Gabriel Jesus para a segunda etapa na vaga de Firmino, que não brilhou mas novamente contribuiu coletivamente. Mais importante: experimentou sua equipe.

Manteve Willian entre os titulares e o ponteiro pela direita do 4-1-4-1 correspondeu com bom trabalho no setor, em dupla com Daniel Alves. E ainda apareceu no centro para receber passe de Neymar, após lançamento preciso de Fernandinho, para acertar um chutaço no ângulo de Ospina. Golaço único da primeira etapa, logo depois da parada para a retirada de um cachorro do gramado.

A assistência de Neymar foi o ápice de uma atuação mais solidária. No esforço na recomposição e, principalmente, por soltar mais rapidamente a bola e fazer o jogo fluir. Quando tentou as jogadas individuais era o único recurso, como na bela arrancada desde a intermediária brasileira até a área colombiana no segundo tempo. O craque voltando aos eixos, mesmo sem desequilibrar, foi uma boa notícia.

Também a confiança do treinador ao arriscar novamente Philippe Coutinho no lugar de Renato Augusto, mudando o desenho tático para o 4-2-3-1 com o recuo de Paulinho, novamente atuando mais avançado na linha de meias. O Brasil nunca abdicou de jogar e isto é sempre positivo e merece reconhecimento.

Assim como a manutenção do desempenho, mesmo com quase meio time alterado. O fim dos 100% de aproveitamento com Tite nas Eliminatórias era esperado, até pelo peso zero do resultado na classificação. Importante foi o valor do teste e a boa resposta de maturidade de uma seleção que parece pronto, mas ainda está em formação.

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