lucaslima – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sem gols, Palmeiras e São Paulo pagam por clássico “prematuro” http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/26/sem-gols-palmeiras-e-sao-paulo-pagam-por-classico-prematuro/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/26/sem-gols-palmeiras-e-sao-paulo-pagam-por-classico-prematuro/#respond Sun, 26 Jan 2020 21:25:25 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7866 O São Paulo controlou o “Choque-Rei” no início do primeiro tempo pela posse de bola. Em um 4-1-4-1 compacto, trazia o canhoto Helinho pela direita e o destro Vitor Bueno à esquerda cortando para dentro e procurando os meias Daniel Alves e Hernanes, criando superioridade numérica no meio. Com Tche Tche auxiliando Arboleda e Bruno Alves na saída de bola.

O Palmeiras sofria com setores espaçados e pouca mobilidade em um 4-2-3-1 que deixava Lucas Lima mais próximo de Luiz Adriano e fazia Dudu se sacrificar voltando pela esquerda, a mesma função de Gabriel Veron do lado oposto. Mudou depois da parada técnica, com mais dinâmica: Dudu e Lucas Lima alternando por dentro e aberto, revezando o posicionamento com Veron. Mais participação ofensiva dos meio-campistas por dentro também – Gabriel Menino e Ramires.

A equipe de Vanderlei Luxemburgo criou as melhores oportunidades, com Dudu recebendo de Lucas Lima e batendo em cima de Tiago Volpi e Ramires aparecendo para bater na trave. Nítida superioridade nos vinte minutos finais. Apesar dos 54% de posse do time de Fernando Diniz, além das dez finalizações a seis – três a um no alvo.

Vanderlei Luxemburgo desfez o 4-3-3 palmeirense da estreia, mas no 4-2-3-1 a equipe alviverde só cresceu quando fez Dudu, Lucas Lima e Veron circularem. São Paulo começou bem criando superioridade numérica no meio, dentro da execução do 4-1-4-1, mas faltou intensidade e profundidade (Tactical Pad).

Insatisfeito, Diniz trocou Helinho, que nada produziu pela direita nem auxiliou Juanfran na recomposição, por Liziero na volta do intervalo. Daniel Alves foi para a direita, mas com liberdade para circular. A ponto de aparecer na frente de Weverton numa reposição perfeita de Volpi e perder a melhor chance tricolor no jogo.

Vanderlei respondeu trocando Veron por Willian e depois os volantes: Ramires por Zé Rafael e Patrick de Paula. O calor na Arena Luminosa, em Araraquara, pesou no desgaste das equipes em um início de temporada. Mas novamente foi do Palmeiras a chance mais cristalina, na cabeçada de Luiz Adriano no travessão, completando cruzamento preciso de Marcos Rocha.

Diniz tentou aumentar a profundidade e o poder de fogo com Everton e Alexandre Pato nas vagas de Hernanes e Pablo, com Dani Alves voltando ao meio-campo e Vitor Bueno circulando mais por dentro. Mas de novo ficou a impressão de um time com intensidade baixa para um clássico. Morno, sem “punch”.

Mesmo com as substituições, times não mudaram suas estruturas táticas e foram cansando ao longo do tempo. São Paulo seguiu sem “punch”. Palmeiras teve a melhor chance com Luiz Adriano, mas segue dependendo demais de Dudu. Destaque para a boa movimentação de Lucas Lima (Tactical Pad).

Números equilibrados: São Paulo com 51% de posse, 17 finalizações para cada lado, 5 a 4 no alvo a favor do Tricolor. Mais uma chance desperdiçada de vencer o rival – são 11 anos de jejum no Paulistão. Para o Palmeiras, o incômodo de não ter conseguido se impor, mesmo com mando de campo e sendo ligeiramente superior. Precisa depender menos de Dudu, mas o desempenho de Lucas Lima novamente foi animador.

Problemas naturais em um início de temporada. Pagaram com apenas um ponto para cada lado. Janeiro não deveria ser mês de clássico. Faltou o gol no duelo “prematuro”.

(Estatísticas: SofaScore.com)

 

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Bom segundo tempo na estreia aponta caminhos para o Palmeiras http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/22/bom-segundo-tempo-na-estreia-aponta-caminhos-para-o-palmeiras/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/22/bom-segundo-tempo-na-estreia-aponta-caminhos-para-o-palmeiras/#respond Thu, 23 Jan 2020 00:04:32 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7852 Os dois primeiros gols do Palmeiras que encaminharam a goleada por 4 a 0 surgiram em falhas do Ituano. Da “assistência” de Marcos Serrato para Marcos Rocha no primeiro e do volante Baralhas entregando no pé de Dudu, que serviu Lucas Lima. Chutes cruzados do lado direito no canto do goleiro Pegorari.

Mas o segundo tempo da estreia oficial na temporada mostrou uma boa possibilidade: dois pontas agudos e Luiz Adriano, depois Willian Bigode, com uma referência mais móvel, recuando, passando e deixando espaços para as diagonais dos companheiros mais abertos. Willian ainda apareceria para fechar o placar em bela jogada coletiva.

Depois de uma primeira etapa sem mobilidade e ainda muito dependente de Dudu, a equipe cresceu na volta do intervalo com um 4-3-3 mais desenhado, com Gabriel Veron na vaga de Raphael Veiga, alternando pelos flancos com Dudu. Lucas Lima cresceu alinhado com Ramires, depois Zé Rafael, que marcou um belo gol, completando outra jogada pela direita. Ambos à frente do jovem e moderno meio-campista Gabriel Menino, uma boa novidade na temporada.

O Ituano fez um primeiro tempo organizado no 4-1-4-1, mas faltou velocidade nas transições ofensivas com Minho pelos flancos e Gui Mendes na referência. Na segunda etapa, os dois gols em erros individuais nos primeiros 15 minutos pesaram, assim como a qualidade de um Palmeiras que vai buscando uma versão mais ofensiva e conectada com ideias mais atuais, como a pressão pós-perda.

Foram 60% de posse e 17 finalizações contra dez – sete a dois no alvo. Uma boa atuação nos 45 minutos finais para a estreia oficial fora de casa diante de um oponente que muitas vezes complica nos duelos com os grandes. Com Veron, Zé Rafael e Willian, o segundo tempo do time de Vanderlei Luxemburgo foi promissor e aponta caminhos.

Talvez já para o clássico “precoce” contra o São Paulo no domingo.

(Estatísticas: SofaScore)

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Palmeiras vence de novo fazendo mais com menos, mas Athletico deu trabalho http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/08/palmeiras-vence-de-novo-fazendo-mais-com-menos-mas-athletico-deu-trabalho/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/08/palmeiras-vence-de-novo-fazendo-mais-com-menos-mas-athletico-deu-trabalho/#respond Sat, 08 Jun 2019 21:40:30 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6666 Desta vez não teve gol no início aproveitando a pressão da torcida no Allianz Parque para descomplicar o jogo a favor do líder invicto do Brasileiro. Há 31 jogos sem perder incluindo os 23 da campanha campeã em 2018.

Mas a concentração do Palmeiras no Brasileiro impressiona. Muita atenção na execução do modelo de jogo, errando pouco no trabalho sem bola e com persistência no jogo direto. Criando chances nos períodos de domínio e aproveitando o erro de Márcio Azevedo no pênalti sobre Dudu que Raphael Veiga, o substituto de Lucas Lima, cobrou com perfeição.

Jogo duro, mesmo contra o misto do Athletico. Time bem treinado por Tiago Nunes, que poupou titulares pelo desgaste recente em Copa do Brasil e Recopa Sul-Americana. Ainda assim, foi que mais criou dificuldades como visitante diante dos comandados de Luiz Felipe Scolari. Teve 54% de posse e finalizou seis vezes, três na direção da meta de Weverton.

Mas podia ter atuado desde o primeiro tempo com um a menos se a arbitragem tivesse confirmado a expulsão de Nikão por entrada no goleiro Weverton, o que seria incorreto na visão deste blogueiro. Ou sido mais rigorosa na interpretação de uma falta com boa dose de maldade de Wellington sobre Lucas Lima. Esta, sim, para cartão vermelho.

Independentemente de arbitragem, o Palmeiras não diminui intensidade e continua fazendo mais com menos. Apenas 46% de posse, mas 18 finalizações. Só quatro no alvo. O suficiente para marcar 1 a 0 e somar mais três pontos. Nove triunfos consecutivos.

Afirmando a maneira de jogar com solidez atrás, Felipe Melo e Bruno Henrique cada vez mais sintonizados na proteção da retaguarda e na saida de bola com passes longos e muita mobilidade no quarteto ofensivo, com Dudu, Lucas Lima e Zé Rafael circulando e Deyverson abrindo espaços e incomodando a defesa adversária.

Cumprindo a meta de manter a equipe no topo até a parada para a Copa América. Aproveitando o foco absoluto nos pontos corridos para se impor. Ou manter a hegemonia na competição.

(Estatísticas: Footstats)

 

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Vitória do Palmeiras é de favorito, mas pane mental do São Paulo assusta http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/10/06/vitoria-do-palmeiras-e-de-favorito-mas-pane-mental-do-sao-paulo-assusta/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/10/06/vitoria-do-palmeiras-e-de-favorito-mas-pane-mental-do-sao-paulo-assusta/#respond Sat, 06 Oct 2018 23:01:21 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5325 A atuação do Palmeiras foi segura dentro de sua proposta de jogo. Cuidados defensivos no início do clássico no Morumbi, exagerando um pouco nas ligações diretas para quem tinha Felipe Melo, Moisés e Lucas Lima no meio-campo. Compreensível pelo peso do jogo.

Mas quando a tensão típica de um “Choque-Rei” decisivo deu lugar à leveza com que o Alviverde disputa o Brasileiro, com muitos jogadores considerados reservas e priorizando os torneios de mata-mata (agora a Libertadores), o time de Luiz Felipe Scolari foi adiantando as linhas e trocando mais passes na execução do 4-1-4-1 que encaixava com o 4-2-3-1 tricolor.

Mas o gol novamente veio na bola parada. Escanteio da direita cobrado por Dudu, gol de Gustavo Gómez suficiente para dar pane mental no São Paulo. O segundo foi o retrato do momento do jogo: rebote do escanteio para o time da casa, transição ofensiva rápida que encontrou três palmeirenses contra dois são-paulinos. Passe de Mayke, chute de Dudu na trave. Com os adversários estáticos, o Palmeiras recuperou a bola e Mayke colocou na cabeça de Deyverson, totalmente livre.

Os comandados de Diego Aguirre pareciam pregados no chão. Apatia assustadora. Desde o início dando a impressão de estarem perdidos com a mudança na escalação sem mexer no 4-2-3-1 que tinha Rodrigo Caio na lateral direita, Bruno Peres como ponta e Rojas do lado oposto. Pouco mudou com Carneiro, Everton e depois Tréllez.

Porque elenco e treinador parecem não ter assimilado bem a condição de líder e favorito ao título. Talvez pese a responsabilidade de encerrar o jejum de títulos num cenário em que os rivais da cidade, Corinthians e Palmeiras, vem dominando o cenário nacional.

Na prática, justamente quando se imaginava o crescimento do time com as semanas livres para recuperação e treinamento o desempenho despencou. O time não troca passes no campo de ataque com desenvoltura nem se destaca pelo jogo mais direto. Finaliza pouco quando ocupa o campo de ataque por necessidade. Nem a ausência de Everton por lesão justifica tamanha estagnação.

O revés complica demais a briga pela liderança. Até por abalar a confiança para o duelo da próxima rodada contra o Internacional no Beira-Rio. Se voltar de Porto Alegre com a derrota será a pá de cal na disputa pelo título. Cenário surreal para quem cresceu com jogos seguidos, inclusive na Sul-Americana, logo após a Copa do Mundo e se perdeu com tempo para trabalhar.

O Palmeiras vai na contramão. Melhor campanha do returno com viés de alta. Apenas 40% de posse, 62 lançamentos de uma equipe que corre poucos riscos atrás e procura muito o pivô (Deyverson ou Borja). Mas oito finalizações – cinco no alvo contra apenas uma do rival, total de cinco. Eficiência que impressiona, ainda que tenha desperdiçado a chance de aplicar uma goleada fora de casa.

Volta a vencer no Morumbi depois de 16 anos (24 jogos). Triunfo não só de candidato ao título, mas do grande favorito nesta reta final.

(Estatísticas: Footstats)

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Vitória do Cruzeiro e o dilema do Palmeiras: mal treinado ou sem confiança? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/31/vitoria-do-cruzeiro-e-o-dilema-do-palmeiras-mal-treinado-ou-sem-confianca/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/31/vitoria-do-cruzeiro-e-o-dilema-do-palmeiras-mal-treinado-ou-sem-confianca/#respond Thu, 31 May 2018 03:07:18 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4657 As ausências de Henrique e De Arrascaeta no Cruzeiro e de Felipe Melo e Borja no Palmeiras contribuíram para um jogo no Mineirão com ambos enfrentando problemas na construção das jogadas desde a defesa e terminando, como consequência, com a dificuldade de criar espaços quando o adversário está postado sem a bola.

A diferença no gol da vitória celeste foi a dobra de Edilson e Robinho pela direita contra Victor Luís que não teve o auxílio de Dudu. Cruzamento que encontrou Rafael Sóbis e a virada que tirou de Jaílson. A mais eficiente das dez finalizações cruzeirenses, uma das duas no alvo. Dudu saiu de campo logo após a falha na recomposição para a entrada de Moisés, mas podia ter sido protagonista no belo chute que Fabio espalmou no início da segunda etapa. A melhor das seis dos visitantes, metade na direção da meta cruzeirense.

Um detalhe decidiu. Também a organização da equipe de Mano Menezes, controlando os espaços e negando a chance cristalina ao adversário depois de abrir o placar. Usando o banco com boas opções, como Bruno Silva pela direita, Ariel Cabral no meio e Raniel lutando na frente, pressionando os passes dos zagueiros. A falta de criatividade do oponente ajudou.

E aí entra o grande dilema palmeirense: a falta de confiança por conta de uma pressão absurda a cada resultado negativo tira a coragem dos jogadores de arriscar ou o modelo é que é engessado em uma posse de bola inócua (terminou com 53%) e falta de mobilidade na execução do 4-2-3-1?

Difícil avaliar quando destaques como Lucas Lima e Dudu arriscam tão pouco. Pior ainda se Keno, o ponteiro que ousa no drible, entra em campo visivelmente com problemas físicos. Sem as inversões de Felipe Melo a troca de passes fica previsível. Mas cabe a Roger Machado encontrar soluções para não repetir o ciclo de seus trabalhos no Grêmio e no Atlético Mineiro: bom início e o trabalho vai definhando com o tempo. Sem reação dos jogadores importantes nem alterações significativas que façam o time reagir.

Melhor para o Cruzeiro, que com duas vitórias depois de um início ruim já se aproxima do pelotão da frente. Com foco e titulares em campo é equipe competitiva. Desta vez nem precisou de um gol no início como elemento facilitador. Mesmo com jogo parelho conseguiu se impor.

É o que tem faltado ao Palmeiras. Mesmo classificado na Copa do Brasil e com a melhor campanha na fase de grupos – outra coincidência em relação à passagem de Roger pelo Atlético Mineiro. Quando a corda aperta o time sente e tem fraquejado. Sem confiança por estar mal treinado ou o desempenho é ruim por causa da pressão? É preciso descobrir, tecer o diagnóstico correto. E rápido!

(Estatísticas: Footstats)

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Vitória para o Palmeiras virar a chave do Paulista e, enfim, evoluir http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/04/25/vitoria-para-o-palmeiras-virar-a-chave-do-paulista-e-enfim-evoluir/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/04/25/vitoria-para-o-palmeiras-virar-a-chave-do-paulista-e-enfim-evoluir/#respond Thu, 26 Apr 2018 02:49:42 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4497 Há vitórias no futebol que são mais importantes pelo significado do que pela afirmação de uma maneira de jogar. O Palmeiras precisava de um triunfo em jogo considerado grande para, enfim, virar a chave da final paulista e ganhar paz e confiança para trabalhar e, enfim, evoluir.

Os 2 a 0 sobre o Boca Junior em La Bombonera vão inebriar os analistas de resultados pela raridade que é superar a equipe xeneize em seu lendário estádio. Mas não foram construídos com atuação sólida. A equipe continua com problemas na saída de bola e na construção das jogadas. Muito pela tensão, pelo medo de errar em um ambiente saturado de pressão.

Mas soube explorar as muitas deficiências coletivas do frágil time argentino, que vive das jogadas individuais de Pavón. Defensivamente, concedeu espaços generosos concedidos pelos flancos por conta de um ultrapassado 4-3-1-2 armado por Guillermo Schelotto.

Assim Marcos Rocha recebeu com total liberdade para colocar a bola na cabeça de Keno no primeiro gol. No segundo, passe longo aleatório, saída atrapalhada do goleiro Rossi e rebote para Willian tentar e Lucas Lima conseguir na segunda finalização, com categoria.

Apesar da falta de dinâmica do meia mais adiantado e próximo de Borja no 4-2-3-1 de Roger Machado. Vive de espasmos, assim como a equipe. Precisa de consistência, integração entre os setores, fluência. Sem “quebrar” a bola. Sem medo. Sem precisar tanto das intervenções do goleiro Jailson.

A vitória que confirma a classificação e praticamente garante a liderança do Grupo 8 da fase de grupos da Libertadores pode ser uma primeira etapa de transformação. Do ambiente externo condicionado a resultados transferindo calma para o campo. Para o trabalho enfim seguir com foco no desempenho. Na evolução. Tudo que o Palmeiras precisa.

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Palmeiras precisa de calma, que nunca foi sinônimo de apatia http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/04/12/palmeiras-precisa-de-calma-que-nunca-foi-sinonimo-de-apatia/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/04/12/palmeiras-precisa-de-calma-que-nunca-foi-sinonimo-de-apatia/#respond Thu, 12 Apr 2018 04:34:27 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4433 O título brasileiro de 2016 já foi a coroação de uma nova etapa na vida do Palmeiras, uma sequência da conquista da Copa do Brasil no ano anterior. Ainda que com treinadores diferentes, primeiro Marcelo Oliveira e depois Cuca.

Mas 2017 chegou e, com mais investimentos em busca do título da Libertadores, que seria a evolução de um trabalho, o patamar de cobrança deu um salto proporcional ao que se gastou. Mas não condizia com o amadurecimento de uma identidade.

Marcelo Oliveira, Cuca, Eduardo Baptista, volta de Cuca, Alberto Valentim e agora Roger Machado. Seis trocas de treinador em três anos. Características e momentos na carreira bem diferentes. Não há linha de trabalho aí. Um fio condutor. Mais contratações em profusão, com jogadores superestimados ou descartados com uma amostragem pequena de partidas. Porque não há consistência coletiva para potencializar a qualidade individual.

Pior ainda é essa panela de pressão com fogo alto, sempre próxima da explosão. Há quem defenda esse clima beligerante como “coisa de time grande”. Como se a calma para tomar decisões pudesse ser confundida com apatia, conformismo.

Longe disso. Nunca foi. Pressão normal, sim. Quando a exigência é infinitamente maior do que o que se pode entregar naquela etapa do processo é a senha para uma eterna busca, trocando tudo e chegando a lugar algum.

Quando Roger parecia começar a encontrar um norte que faria a equipe crescer e impor a superioridade do conjunto de suas individualidades, veio a avalanche de um clássico decisivo saturado de rivalidade e tensão. Logo o Corinthians, este sim, time com identidade e, mesmo perdendo peças e não fazendo a reposição do mesmo nível por problemas financeiros, segue sua filosofia.

O clube preferiu surtar. Desde o presidente. Por causa de um pênalti não marcado, de Ralf sobre Dudu. Sem ninguém se dar ao trabalho de se perguntar algo básico: com os jogadores com os nervos em frangalhos será que a penalidade seria convertida? A julgar pelo estado emocional de Dudu e Lucas Lima, lideranças técnicas que falharam na decisão por pênaltis, difícil prever.

Contra o Boca Juniors, a forte impressão de que o time foi tragado por essa onda de cobranças ou do desvio de foco do campo com o presidente Mauricio Galiotte culpando a Federação Paulista por mais um título perdido em sua gestão. Não é questão de avaliar se o protesto é justo ou não. Mas o que vai contribuir para a sequência da temporada?

Atuação coletiva fraca, com equívocos por nítida ansiedade que atrapalha a concentração dos atletas. E fica difícil acertar em tomadas de decisão e na parte técnica com um entorno tão complicado. Dudu e Lucas Lima de novo ficaram devendo. Keno acabou se destacando não só pelo gol, mas pela confiança em meio ao caos. Uma exceção.

Mas aí Antonio Carlos falhou novamente. O zagueiro que ganhou a vaga e parecia se firmar exatamente quando o coletivo começava a crescer errou no gol de Rodriguinho no Allianz Parque e vacilou de novo na jogada que terminou nas redes de Jailson com Tevez completando assistência de Pavón. Dois minutos depois do gol alviverde, já nos acréscimos.

Sintomático. Um gol no início do dérbi, outro no fim do jogo mais esperado da primeira fase do torneio continental. Será que com um ambiente menos complexo a chance do jogador entrar mais focado no jogo não aumentaria e, consequentemente, a margem de erro não reduziria?

Difícil avaliar quando a derrota para o Corinthians por 2 a 0 ainda na fase de grupos, sem grandes prejuízos, vira motivo para caça às bruxas. Joga-se a culpa nos jogadores, na falta de “raça”, na arbitragem, no azar… E ninguém tem a curiosidade de ver o que funciona no rival para dar certo tantas vezes. Não pode ser só o “apito amigo”…

É hora de virar a página do estadual, mesmo que obtenha vitória na Justiça pela anulação da final, e focar no que é importante para lá na frente atingir os objetivos: o trabalho. As escolhas, a sequência do desenvolvimento das ideias com convicção. Aprimorar os métodos, focar no jogo. A torcida pode ter pressa de vencer. Quem dirige sabe, ou deve saber, que um título pode pipocar aqui e ali. O futebol é tão incrível que premia até quem trabalha errado. Mas para os resultados aparecerem com mais frequência não basta gastar. Essa equação dinheiro + camisa = títulos não é tão simples assim.

É preciso pensar e executar. Com calma, mas também firmeza de propósitos. Tudo que tem faltado ao Palmeiras.

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Corinthians, Botafogo e Cruzeiro: títulos serão ilusão ou redenção? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/04/09/corinthians-botafogo-e-cruzeiro-titulos-serao-ilusao-ou-redencao/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/04/09/corinthians-botafogo-e-cruzeiro-titulos-serao-ilusao-ou-redencao/#respond Mon, 09 Apr 2018 03:49:45 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4410 Não adianta em abril ou maio lembrar ao torcedor que no final do ano é bem provável, a menos que aconteça algo épico, que ninguém lembre do título estadual. Porque o prazer de vencer o rival numa final ainda badalada em termos midiáticos e levar uma taça para casa inebria, entorpece.

Não funciona falar em excesso de jogos, poder das federações, enfraquecimento do próprio time de coração. O triunfo e a chance de tripudiar do colega de trabalho, do vizinho ou de qualquer um que vista as cores do rival valem mais do que qualquer análise racional. Logo passa, porque começa o Brasileiro emendando com Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana. Calendário inchado é isso.

Mas desta vez, por coincidência, as conquistas estaduais em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais tiveram algo em comum: premiaram times contestados pelas próprias torcidas e que acabaram beneficiados pelos contextos das decisões para se superar.

O Corinthians entra no caso citado no primeiro parágrafo. Vencer no tempo normal e nos pênaltis dentro da casa do milionário Palmeiras, que contava com torcida única e vantagem do empate, é um feito histórico e certamente será lembrado pelo corintiano no fim do ano, a menos que alguma tragédia aconteça até lá.

Mas o desempenho segue preocupante. O time de Fabio Carille se classificou contra o São Paulo também na disputa de pênaltis depois de achar um gol de Rodriguinho em um escanteio nos acréscimos. A decisão foi muito mais brigada que jogada e o Palmeiras se perdeu emocionalmente pela cobrança gigantesca por títulos que façam valer o altíssimo investimento para a realidade brasileira.

Valeu a cultura da vitória construída pelos muitos títulos na década. De novo no gol de Rodriguinho, desta vez no primeiro minuto do clássico. A confusão pelo pênalti que não existiu de Ralf sobre Dudu, mas foi marcado e depois invalidado pela interferência do quarto árbitro, só aumentou o caos emocional dos palmeirenses em campo e na arquibancada.

Mais uma vez Cássio garantiu pegando as cobranças de Dudu e Lucas Lima na decisão por pênaltis. A comemoração no Allianz Parque é imagem emblemática e inesquecível para o torcedor. Mas a conquista não tem o simbolismo de 2017, consolidando um trabalho que ganharia ainda mais força e maturidade no turno do Brasileirão que encaminhou a sétima taça do Corinthians na competição.

Agora o rendimento vem oscilando demais, apesar de uma boa nova como Matheus Vital e o resgate de Maycon, que havia perdido a vaga para Camacho na reta final de 2017 e bateu com precisão a última penalidade. Há espasmos da solidez defensiva que caracteriza a identidade corintiana e também boas triangulações e volume de jogo. Nada muito inspirador, ao menos por enquanto.

Já o título carioca do Botafogo veio numa sequência de acontecimentos que desafia o tradicional e já folclórico pessimismo do torcedor alvinegro. Péssimo início sob o comando de Felipe Conceição, eliminação precoce da Copa do Brasil para o Aparecidense. Chega Alberto Valentim ainda aparentando abimaturidade e a dificuldade para montar o sistema defensivo que apresentou no Palmeiras. Linhas adiantadas, pouca pressão na bola…gols dos rivais.

Não venceu nenhum turno, teve a pior campanha geral entre os grandes, levou 3 a 0 do Fluminense na final da Taça Rio e parecia ser apenas um figurante na fase decisiva. Mas uma atuação pluripatética do Flamengo que custou o emprego de muita gente, inclusive do treinador Paulo César Carpegiani, fez o time alcançar a vitória na única jogada bem engendrada em toda a semifinal em jogo único, finalizada por Luiz Fernando.

Vaga improvável na decisão e de novo o status de “zebra”, até pelo bicampeonato do Vasco em 2014/15 sobre o mesmo adversário e o trabalho mais consolidado do treinador Zé Ricardo. A vitória no primeiro jogo por 3 a 2 e depois a boa atuação no Mineirão contra o Cruzeiro pela Libertadores transferiam um favoritismo natural aos cruzmaltinos.

Mas Fabrício foi expulso aos 36 minutos na primeira etapa por entrada sobre Luiz Fernando quase tão criminosa quanto a de Rildo em João Paulo há três semanas. O vermelho condicionou toda a partida. O Botafogo insistiu, mas com enorme dificuldade para criar espaços. O time é limitado e perdeu organização e criatividade sem João Paulo. Obrigado a atacar pela necessidade e por conta da vantagem numérica acabou se complicando. O Vasco fechado num 4-4-1 e arriscando um contragolpe aqui e outro ali.

No ataque final, já nos acréscimos, a confusão na área e o chute de Joel Carli. Lance fortuito, meio ao acaso. Bola na rede, explosão da torcida e confiança em Gatito Fernández na disputa de pênaltis. Ele não decepcionou e pegou as cobranças de Werley e Henrique. 21º título alvinegro, festa pela conquista inesperada… Mas dá para confiar em boa campanha no Brasileiro?

Uma expulsão no primeiro tempo também mudou a história da decisão mineira. Logo de Otero, por cotovelada em Edilson aos 21 minutos. O meia que desequilibrou na bola parada no Independência. Vitória por 3 a 1 na primeira partida que fez eco durante a semana, encheu o Galo de confiança para a goleada por 4 a 0 sobre o Ferroviário pela Copa do Brasil e abalou o ânimo do Cruzeiro, que empatou sem gols e podia ter sido derrotado em casa pelo Vasco na Libertadores.

Com um a menos ficou mais difícil segurar o rival em casa e os gols do uruguaio De Arrascaeta e de Thiago Neves ratificaram a melhor campanha ao longo do campeonato. Mas de novo o time de Mano Menezes não apresentou um desempenho consistente. Faltou nas duas partidas pelo torneio continental e na primeira da decisão.

O contexto favoreceu, mas há muito a ser questionado. Mesmo com a lesão grave de Fred, a grande contratação para a temporada, há qualidade para apresentar mais e Mano se sente à vontade mesmo dentro de uma proposta mais pragmática e de controle de espaços e reação aos ataques do oponente. Na hora de criar em jogos mais aparelhos a coisa complica.

A grande questão depois das comemorações em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais é como os campeões reagirão. Se haverá a falsa impressão de que os times estão prontos para desafios maiores, mesmo com atuações que não inspiram confiança, ou se a conquista será tratada como a alavanca que combina paz para trabalhar e um clima de mais leveza para investir na evolução dos modelos de jogo. Vencer para crescer e não estacionar.

Ilusão ou redenção? Eis o questionamento que fica para a sequência de trabalho dos vencedores. Consciência da própria realidade é receita simples, mas sábia. Pode valer muito lá no final do ano, quando as taças não passarão de uma lembrança agradável, sem o êxtase de agora.

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Palmeiras e Grêmio começam a sobrar no país e tudo parte do meio-campo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/04/05/palmeiras-e-gremio-comecam-a-sobrar-no-pais-e-tudo-parte-do-meio-campo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/04/05/palmeiras-e-gremio-comecam-a-sobrar-no-pais-e-tudo-parte-do-meio-campo/#respond Thu, 05 Apr 2018 03:51:05 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4400 Independentemente do que acontecer nas decisões estaduais em São Paulo e no Rio Grande do Sul e também das campanhas invictas até aqui na Libertadores, a análise de desempenho, com mais ênfase nas atuações recentes, sinalizam que Palmeiras e Grêmio começam a se desgarrar dos demais como os melhores times do país.

Equipes que alternam posse de bola para controle do jogo e intensidade nas transições ofensivas e defensivas e na pressão logo após a perda da bola. Times inteligentes. Consciência que parte do meio-campo.

Reunir Arthur, Maicon e Luan de um lado e Felipe Melo, Bruno Henrique ou Moisés e Lucas Lima do outro, para o nível do futebol jogado no Brasil, é garantir eficácia nos passes desde o início da construção das jogadas e variação de ritmos de acordo com a necessidade.

O entrosamento e a combinação de características fazem o trio do Grêmio render mais e protagonizar belos lances. Sem contar a confiança pelos títulos recentes e o trabalho de Renato Gaúcho já bem assimilado. Roger Machado ainda está no início de seu trabalho e, por consequência, está um passo atrás.

Aliás, curioso observar que os treinadores acabaram influenciando um no trabalho do outro, direta ou indiretamente. Renato recebeu o Grêmio de Roger, manteve a ideia e o modelo de jogo a partir da posse de bola e das triangulações e efetuou ajustes tornando o time mais rápido e contundente na frente, intenso no trabalho defensivo e atento nas bolas paradas.

Exatamente o que Roger vem alterando em seu repertório, agora no Palmeiras. Até pela urgência de resultados para se estabilizar no comando do time mais pressionado do país em 2018. Na impossibilidade de contar com tempo para fazer com que a marcação por zona não seja passiva como aconteceu especialmente diante do Corinthians na fase de grupos do Paulista, o comandante agora estimula os encaixes e algumas perseguições individuais mais longas para garantir a concentração dos atletas.

Um pouco de Renato, outro tanto de Cuca, último técnico campeão no alviverde. Para evitar problemas como os que Alberto Valentim passou. Basicamente, adiantar a última linha de defesa, mas sem fazer pressão no adversário sem a bola e fechar as linhas de passe.

Com a posse, o Palmeiras roda a bola , concentra jogadores de um lado, preferencialmente o esquerdo, até a bola chegar a Felipe Melo ou Lucas Lima quando este recua e acontece a inversão rapidamente buscando o ponteiro do lado oposto. Normalmente Dudu, que vem crescendo de produção no setor direito. Com mais volume de jogo e ações de ataque com profundidade, Borja também cresce como o artilheiro do time no ano.

Assim como Jael, substituto de Lucas Barrios e a mudança mais significativa na virada do ano, aproveita o momento positivo para arriscar cobranças de falta, assistências de letra. Mais os gols, completando as jogadas bem articuladas. O entrosamento com Everton, que infiltra em diagonal para se juntar ao centroavante, só torna os ataques mais fluidos e com momentos de beleza. Coisa rara por aqui.

É óbvio que há ainda muita margem de evolução e alguns jogos pelo estadual – no caso do Grêmio, mesmo na final – não servem como parâmetro seguro para avaliações mais profundas. Ainda assim, a proposta e a execução parecem mais alinhadas, potencializando o talento através do trabalho coletivo. Com o toque diferente no meio-campo.

Domingo ambos podem levantar taças. Para o Grêmio significaria o fim de um período de oito anos sem conquistas na competição. Já o Palmeiras ganharia mais confiança para seguir a sua saga na temporada em que todos não aceitam menos que o máximo em conquistas.

O que se espera é que se algo der errado em termos de resultado o trabalho até aqui não seja descartado. Seria um desperdício. Mais um na terra do futebol de resultados.

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Palmeiras é favorito, mas pode dar o que o Santos de Jair precisa: espaços http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/03/24/palmeiras-e-favorito-mas-pode-dar-o-que-o-santos-de-jair-precisa-espacos/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/03/24/palmeiras-e-favorito-mas-pode-dar-o-que-o-santos-de-jair-precisa-espacos/#respond Sat, 24 Mar 2018 07:00:46 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4347 Um terminou a fase de grupos com a melhor campanha e nas quartas-de-final enfiou 8 a 0 no placar agregado sobre o Novo Horizontino. Tem um dos elencos mais qualificados do país e o artilheiro da competição: Borja, com 6 gols, mas que vai ficar de fora das semifinais pelo absurdo no calendário brasileiro de se jogar em datas FIFA. Melhor ataque, time que mais finaliza, desarma certo e só fica atrás do Corinthians na efetividade dos passes.

O outro ficou com a terceira pior campanha entre os grandes paulistas, um ponto apenas à frente do São Paulo claudicante de Dorival Júnior e no primeiro mata-mata sofreu, não marcou gols sobre o Botafogo de Ribeirão Preto e precisou da disputa de pênaltis, com cobranças bizarras, para conseguir a classificação.

Agora Palmeiras e Santos se cruzam e, obviamente, há um claro favorito. Até por ter vencido por 2 a 1 no Allianz Parque no primeiro duelo de 2018. Mas há um detalhe que tem passado batido nas prévias do clássico: o contexto pode entregar uma arma ao Santos.

O time de Jair Ventura vem sendo criticado pela dificuldade de propor jogo e criar espaços em sistemas defensivos mais fechados. Mesmo com mais dinâmica no meio-campo com Léo Cittadini e Jean Mota nas vagas de Renato e Vecchio, a movimentação não cria jogo entre as linhas do adversário e a equipe fica engessada, previsível. Sem recursos, é a que mais levanta bolas no estadual.

Só que mesmo no Pacaembu com maioria santista no sábado, a tendência é que o Palmeiras busque a ocupação do campo de ataque no ritmo de Lucas Lima, com Marcos Rocha e Victor Luiz apoiando Bruno Henrique e mais o quarteto ofensivo que novamente terá Keno e Dudu pelos flancos e Willian mais centralizado, porém com constante movimentação. Como consequência, deve ceder o que Jair Ventura mais precisa: espaços.

É óbvio que o volume de jogo e a intensidade impostas pela equipe de Roger Machado podem criar muitos problemas para um time ainda buscando ajuste. Mas se conseguir compactar setores num 4-1-4-1 com um bom trabalho de recomposição pelos flancos de Eduardo Sasha e Rodrygo e entrega sem a bola do garoto Diogo Vítor, que deve entrar na vaga de Jean Mota, o Santos pode complicar a provável proposta alviverde.

Especialmente com Gabriel Barbosa, o “Gabigol”, que não estava em campo no jogo da fase de grupos, para cima de Antonio Carlos e Thiago Martins, mesmo com a proteção de Felipe Melo. É atacante inconstante e com dificuldades na leitura de jogo, mas com campo para explorar as costas da defesa adversária ou no um contra um para cortar e finalizar de canhota é um perigo. Já marcou seis gols na história do clássico.

Em tese, o Palmeiras tem tudo para se garantir em mais uma decisão do Paulistão. Mas o Santos de Jair Ventura tem uma chance e os espaços como trunfo. Ainda que não honre o DNA ofensivo do clube, o time merece respeito.

Palmeiras no 4-2-3-1 deve tomar a iniciativa, mesmo no Pacaembu com maioria santista. Mobilidade na frente, Lucas Lima articulando e apoio constante dos laterais Marcos Rocha e Victor Luiz que vai exigir concentração de Sasha e Rodrygo na recomposição. Mas com espaço para acelerar contragolpes, o Santos de Jair Ventura, provavelmente num 4-1-4-1, pode complicar a proposta alviverde com Gabigol para cima de Antonio Carlos e Thiago Martins. Roger Machado vai precisar da maior proteção de Felipe Melo para a sua zaga (Tactical Pad).

(Estatísticas: Footstats)

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