manchesterunited – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Os dez maiores treinadores do século 21 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/30/os-dez-maiores-treinadores-do-seculo-21/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/30/os-dez-maiores-treinadores-do-seculo-21/#respond Mon, 30 Mar 2020 11:45:52 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8231

Foto: Darren Staples / Reuters

1º – Pep Guardiola 

O que melhor combinou conquistas, desempenho das equipes e influência no jogo. Suas ideias e transformações ao longo do tempo puxaram fila entre os treinadores e fez o esporte evoluir trinta anos em dez. O melhor time do século, o Barcelona de 2010/11, carrega sua forte assinatura. O mais vencedor em ligas por pontos corridos, quando o melhor trabalho quase sempre se impõe. São sete em nove disputadas. Dominante na Espanha, Alemanha e Inglaterra.

Influenciado por Rinus Michels, Johan Cruyff, Juan Manuel Lillo, Marcelo Bielsa, Arrigo Sacchi e também assimilando conceitos de seus contemporâneos, Guardiola se reinventa o tempo todo, adicionando intensidade e se adaptando ao ritmo da Premier League. Só não negocia a posse de bola, a pressão pós-perda para recuperá-la o mais rápido possível e a volúpia ofensiva de suas equipes. Um gênio.

2º – José Mourinho

O melhor do mundo indiscutível de 2003 a 2008. Contra Guardiola teve que se provar e protagonizou os grandes duelos dos últimos dez anos, vencendo com a Internazionale a Liga dos Campeões 2009/10 e La Liga em 2011/12 com campanhas históricas. Mas caindo com o Real Madrid na sequência de superclássicos de 2010/11, superado nas ligas nacional e continental, só vencendo a Copa do Rei.

Nem o ocaso recente diminui os grandes feitos e também a contribuição para o futebol. Sim, a sua “retranca inteligente” também ajudou a fazer o jogo evoluir. Uma pena ter assumido de forma exagerada o personagem “Darth Vader da bola”, se esforçando tanto para ser o anti-Guardiola que seus trabalhos estagnaram no exagero defensivo, no “park the bus”, e também na tensão exagerada da gestão do vestiário.

3º – Carlo Ancelotti

A liderança tranquila. Um gestor de talentos por excelência. Identifica os líderes, técnicos e anímicos, de um elenco e agrega ao trabalho, criando um clima amistoso, mesmo na imensa pressão do futebol em alto nível. Amado por figuras díspares, como Kaká, Ibrahimovic e Cristiano Ronaldo.

Mas também deu sua contribuição tática, com a “Árvore de Natal”, o 4-3-2-1 do Milan campeão europeu e mundial em 2006/07 que tinha Pirlo como “regista” e Kaká mais solto para rasgar as defesas adversárias com força e velocidade. Também o Real Madrid de “La Decima”, dando a melhor resposta ao estilo de Pep Guardiola ao massacrar o Bayern de Munique com 5 a 0 no agregado e um futebol de compactação defensiva e contragolpes demolidores.

4º – Alex Ferguson

O homem que fez o Manchester United tomar do Liverpool o posto de maior vencedor na Inglaterra, com 20 títulos. O Rei da Premier League, com 13 conquistas. Sete neste século. Cinquenta títulos na carreira. E os Red Devils tentam até hoje reencontrar um caminho de volta às glórias.

Ferguson não era nenhum gênio tático, mas tinha a capacidade de desenvolver seus jogadores, como fez com Cristiano Ronaldo, Wayne Rooney, David Beckham, Ryan Giggs e tantos outros. Influenciado pelos treinadores estrangeiros que chegaram a Inglaterra, soube criar variações e apostar na versatilidade dos atletas. Apostava também na força mental, especialmente no final dos jogos, que criou o mito do “Fergie Time”, arrancando vitórias improváveis que construíram uma carreira mais que vencedora.

5º – Jurgen Klopp

O melhor treinador da atualidade. O grande algoz de Guardiola, criando problemas para o catalão desde os duelos do Bayern contra o Borussia Dortmund que comandou e construiu uma hegemonia no início desta década na Alemanha com seu futebol “rock’n’roll”.

Estilo personalíssimo, de intensidade máxima e rapidez nas transições, mas que aprendeu a trabalhar a bola para acrescentar pausas e não exaurir sua equipe. Assim deu o salto competitivo que fez o Liverpool duas vezes finalista da Champions, último campeão e agora com o tão sonhado título de Premier League dos Reds encaminhado e barrado apenas pelo Covid-19. Além de ótimo profissional, um cara boa gente. Carismático, adorado por seus jogadores e respeitado pelos adversários.

6º – Arsène Wenger

Não se prenda à imagem final do francês no Arsenal decadente. Wenger revolucionou não só o clube, mas também o futebol inglês. Sepultou o “kick and rush” e adicionou leveza e valorização da técnica. Com erros e acertos, também marcou seu trabalho pela descoberta e desenvolvimento de jovens talentos. Assim ajudou o clube a se estruturar financeiramente e construir o Emirates Stadium.

O grande momento, indiscutivelmente, foi o título invicto da Premier League em 2003/04. Os “Invincibles” das rápidas transições ofensivas e do fulgor da dupla Dennis Bergkamp e Thierry Henry no ataque, bem assessorados por Ljungberg, Pires, Vieira e Ashley Cole. Faltou o título europeu, que parou no Barcelona de Ronaldinho em 2005/06, mas a trajetória é marcante na história.

7º -Jupp Heynckes

O “pai” do futebol mais inteligente da atualidade, com times versáteis, capazes de mudar de estratégia nas partidas sem alterar a escalação. Em 2012/13, o Bayern de Munique da tríplice coroa foi o segundo time com mais posse na Europa, mas atropelou o Barcelona, líder no controle da bola, na semifinal da Champions com 7 a 0 no agregado e 40% de posse na média das duas partidas.

O time de Robben e Ribéry que podia encurralar o adversário em seu campo ou atrair e atropelar com transições ofensivas avassaladoras. Superando a doída derrota nos pênaltis para o Chelsea na final europeia em Munique e fazendo da temporada de despedida do treinador veterano uma aventura épica que deixou marcas tão profundas que fez Heynckes retornar da aposentadoria em 2018 para reerguer o clube e levá-lo a novo título da Bundesliga, aos 73 anos.

8º – Zinedine Zidane

Um gênio dos campos que fez história em sua primeira experiência como treinador em um grande time. Tricampeão da Champions, um feito que, mesmo com oscilações no desempenho e beneficiado por algumas arbitragens bastante questionáveis, é difícil de mensurar sem o devido distanciamento histórico.

Herdeiro da liderança tranquila de Ancelotti, de quem foi auxiliar no próprio time merengue, o francês ajustou um timaço que sabia trabalhar no campo de ataque, mas também nos contragolpes. A temporada 2016/17 foi perfeita, não só pelo título espanhol, mas pela armação do 4-3-1-2 móvel que tinha Isco ora se juntando a Casemiro, Modric e Kroos no meio-campo, ora formando um trio no ataque com Cristiano Ronaldo e Benzema. Atuação magnífica nos 4 a 1 sobre a Juventus na final da Champions.

9º – Vicente Del Bosque

Dois grandes feitos no século: o único treinador que conseguiu fazer o time galáctico do Real Madrid, com todas as estrelas – Roberto Carlos, Figo, Zidane, Raúl e Ronaldo – faturar um título: a liga espanhola 2002/03. Apenas sem o Fenômeno ganhou a Champions da temporada anterior, com o gol antológico de Zidane na final contra o Bayer Leverkusen.

Ainda o primeiro título mundial da Espanha em 2010. Combinando com sabedoria o legado de Aragonés no título da Eurocopa 2008 com a influência de Pep Guardiola no Barcelona que era a base da seleção. Sabendo que não contava com o gênio Messi, apostou em uma posse obsessiva e defensiva, que trabalhava a bola no ritmo de Xavi e Iniesta para ser menos incomodado pelos adversários. Del Bosque também era um sábio gestor de vestiário que criava um clima sereno para as estrelas brilharem.

10º – Diego Simeone

O argentino não poderia deixar de figurar nesta lista apenas por ter conquistado uma liga espanhola superando o Barcelona de Messi e o Real Madrid de Cristiano Ronaldo – simplesmente dois dos maiores times da história de clubes gigantes. Na temporada 2013/14 que ainda teve final da Champions que escapou nos últimos segundos.

Mas Simeone fez muito mais. Podemos dividir a história do Atlético de Madri antes e depois do treinador. Não só pelos dois títulos de Liga Europa e uma Copa do Rei, além da liga espanhola já citada, mas pelo resgate da autoestima e do orgulho do clube. Capaz de feitos como o mais recente, eliminando o campeão Liverpool da Liga dos Campeões. Você pode não apreciar o estilo, mas tem que respeitar o que conseguiu sem os mesmos recursos dos gigantes espanhois.

 

 

 

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Liverpool agora concorre apenas com a história da Premier League http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/19/liverpool-agora-concorre-apenas-com-a-historia-da-premier-league/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/19/liverpool-agora-concorre-apenas-com-a-historia-da-premier-league/#respond Sun, 19 Jan 2020 18:59:09 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7846 Na campanha de 20 vitórias e um empate antes da 23ª rodada, o Liverpool só não havia vencido o Manchester United – 1 a 1 no Old Trafford. Sem contar o West Ham, no jogo adiado por conta da disputa do Mundial de Clubes.

Em Anfield, o desempenho da equipe de Jurgen Klopp foi condizente com o tamanho do clássico entre os maiores vencedores na Inglaterra. E do tamanho da “fome” dos Reds para quebrar um jejum de 30 anos sem dar chances aos concorrentes.

Mas Salah e Firmino perderam chances cristalinas, o brasileiro da camisa nove e Wijnaldum tiveram gols bem anulados com o auxílio do VAR. No momento em que o volume de jogo do melhor time do mundo ofereceu algum espetáculo. Só foi às redes, porém, no início com mais uma arma do vasto repertório: o jogo aéreo na bola parada com Van Dijk.

Depois baixou a intensidade, passou a ceder espaços e permitiu chances aos Red Devils. Com Martial, Fred, Andreas Pereira. Foram nove finalizações, quatro no alvo. Uma equipe menos madura e consolidada desmancharia no final com o sufoco do rival depois de jogar até para construir uma goleada. E o sofrimento foi mesmo grande.

Até Alisson acionar  Salah com o adversário todo no campo de ataque e o egípcio tocar na saída do goleiro De Gea. Na 16ª finalização, a quinta no alvo. 2 a 0. O sétimo jogo seguido sem ser vazado. Para chegar aos 64 pontos em 66 possíveis. A melhor campanha na história das cinco grande ligas da Europa neste número de jogos. No principal campeonato nacional do planeta.

O vice-líder Manchester City, com 48 pontos, só pode chegar a 93 pontos nas 15 rodadas que faltam. Ou seja, com mais 30 pontos, ou dez vitórias, em 16 partidas o Liverpool vencerá pela primeira vez a Premier League. Mas a sede por recordes é clara. Então a conta mais certa é que faltam 37 pontos, ou 12 vitórias e um empate, para superar os 100 pontos dos citizens em 2017/18.

Porque esse time que já é um dos melhores da década agora concorre apenas com a história na Inglaterra.

(Estatísticas: BBC)

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Liverpool perde sequência histórica, mas comprova força contra United http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/10/20/liverpool-perde-sequencia-historica-mas-comprova-forca-contra-united/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/10/20/liverpool-perde-sequencia-historica-mas-comprova-forca-contra-united/#respond Sun, 20 Oct 2019 17:58:56 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7454 Não foi só a ausência de Salah, poupado por problemas físicos. Apesar dos 100% de aproveitamento em oito rodadas da liga e 17 vitórias seguidas contando as nove da temporada passada, o Liverpool não vem jogando bem dentro do próprio padrão de excelência.

Acontece com grandes equipes: a confiança na “receita” de sucesso acaba estagnando a evolução de desempenho. O time de Jurgen Klopp acostumou-se a atacar os adversários apostando na bola roubada no campo adversário, em rápidas inversões de bola para os cruzamentos dos laterais Alexander-Arnold e Robertson ou nas combinações do seu trio de ataque. Origi entrou na vaga de Salah, mas desta vez participou pouco e sobrecarregou Firmino e Mané.

Só apareceu no Old Trafford ao sofrer falta clara de Lindelof e, no contragolpe, passe de McTominay para Daniel James pela direita servir Rashford para vencer Alisson, que retornou à equipe. O VAR observou, mas o árbitro Martin Atkinson preferiu manter a decisão interpretativa do campo confirmando o gol do Manchester United. Um erro “à moda antiga”, digamos. Mas a observação objetiva do toque na mão de Mané anulou corretamente o gol dos Reds no final do primeiro tempo.

A vantagem era tudo que queriam os Red Devils para administrar a vantagem dentro da proposta reativa de Solksjaer na execução do 5-3-2 que não teve Paul Pogba no meio-campo, nem Tuanzebe, vetado no aquecimento, como zagueiro pela esquerda. Apesar da necessidade de vitória por conta da fraca campanha: duas vitórias, três empates e três derrotas antes da nona rodada. O técnico-ídolo norueguês estava na corda bamba e apostou tudo na consistência defensiva.

Os alas Wan-Bissaka e Ashley Young esperavam Robertson e Arnold, os três zagueiros – Lindelof, Maguire e Rojo – vigiavam Firmino e as diagonais dos ponteiros. McTominay, Fred e Andreas Pereira cuidavam de Fabinho, Henderson e Wijnaldum. A missão era negar os espaços para que o Liverpool não criasse volume nem acelerasse as transições ofensivas.

Bem sucedida até Klopp começar a trabalhar usando o banco de reservas. Primeiro trocando Origi por Oxlade-Chamberlain, repaginando a equipe num 4-2-3-1. Depois Lallana entrou na vaga de Henderson para jogar pela direita e completar uma inversão bem feita para a assistência de Robertson. Com Keita no lugar de Wijnaldum, o líder absoluto da Premier League dominou e poderia até ter construído no final a virada que seria histórica, igualando o recorde de 18 triunfos consecutivos do Manchester City.

Faltou mais qualidade. Assim como Solksjaer não teve muitas opções para mudar o jogo e só trocou nos minutos finais, tirando Rashford e Pereira e colocando Martial e Williams. O Liverpool pode lamentar o erro de arbitragem que mudou o curso da partida, o United perdeu a chance de tirar a invencibilidade do grande rival histórico. O resultado, porém, não foi ruim para ninguém.

Porque os Reds comprovam sua força. Mesmo sem brilho consegue ser muito competitivo. Foram 68% de posse e dez finalizações contra sete, quatro a dois no alvo. Em um palco tradicionalmente hostil, mas forçando o maior vencedor do Campeonato Inglês a se entrincheirar e reconhecer a inferioridade – refletido nos 15 pontos e nas doze posições de distância na tabela.

Não é pouco. A melhor notícia é que o Liverpool pode e deve melhorar.

(Estatísticas: BBC)

 

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O Manchester United é capaz de furar a bolha de Liverpool e City? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/12/o-manchester-united-e-capaz-de-furar-a-bolha-de-liverpool-e-city/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/12/o-manchester-united-e-capaz-de-furar-a-bolha-de-liverpool-e-city/#respond Mon, 12 Aug 2019 09:38:18 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7033

Foto: EFE

O grande destaque da primeira rodada da Premier League 2019/20 foi a melhor utilização do VAR até aqui nos grandes centros: rápida e transparente, errou ou não em lances objetivos. É claro que haverá equívocos pelo caminho, mas em comparação com o futebol brasileiro se mostrou incomparavelmente mais bem aplicado, principalmente em relação ao tempo de paralisação.

Mas também houve bom futebol e os destaques para as goleadas do bicampeão Manchester City sobre o West Ham por 5 a 0 em Londres no sábado e, na abertura de sexta, os 4 a 1 do Liverpool campeão europeu para cima do Norwich em Anfield.

No caso dos times que sobraram na última edição da liga e são os grandes favoritos na atual, a melhor notícia é não haver grandes novidades. Os trabalhos de Pep Guardiola e Jurgen Klopp seguem com bases montadas buscando aprimoramento. A única estreia foi a de Rodri nos citizens. 62 milhões de libras para a reposição de uma peça fundamental, porém desgastada pelo tempo: Fernandinho, que tende a ser escalado mais vezes em uma função particularíssima que o próprio Guardiola executava no Barcelona: zagueiro sem a bola e volante no início da construção das jogadas.

Os Reds começaram no estilo “vendaval” de Klopp atropelando já no primeiro tempo, com Origi na vaga de Mané, que retornou para a pré-temporada depois por conta da participação na Copa Africana de Nações. O elenco é versátil, porém curto. E já perde Alisson por cerca de oito semanas pela lesão na panturrilha ainda no primeiro tempo da estreia. Mas quem vem de duas finais de Champions e um título continental, além da melhor campanha da história do clube no Inglês, mesmo sem a taça, merece respeito demais.

A surpresa veio justamente da goleada no primeiro clássico do “Top Six”: Manchester United 4×0 Chelsea no Old Trafford. Placar um tanto “mentiroso” pelo que foi a partida, especialmente no primeiro tempo. Chutaço de Tammy Abraham na trave do goleiro De Gea, finalizações de Pedro e Barkley e períodos de domínio dos Blues, agora comandados pelo ídolo Frank Lampard.

O United de Solksjaer tinha a tensão natural de uma estreia em casa e a necessidade de aprumar as caras novas da retaguarda: Wan-Bissaka na lateral direita e Maguire, zagueiro mais caro da história, no miolo da defesa. No ataque a busca da sincronia entre os passes de Pogba e a velocidade e intensidade de Rashford e Martial.

Pênalti de Zouma sofrido e convertido por Rashford, confirmando o protagonismo do atacante e camisa dez no segundo gol em contragolpe mortal na segunda etapa que encaminhou a goleada ao ceder mais espaços para Pogba se soltar na frente. Lançamento espetacular para Rashford no terceiro e assistência para Daniel James, 21 anos contratado ao Swansea, completar o placar. O brasileiro Andreas Pereira foi outro destaque, responsável pelo passe para o gol de Martial.

Triunfo para aumentar o otimismo nos Red Devils, principalmente pela firmeza e liderança já demonstrada por Maguire. Mas cedeu muitas finalizações ao rival: 18, segundo o site Whoscored. É preciso ter mais controle, especialmente em casa, para se colocar no patamar dos dois grandes favoritos. Questão de tempo e trabalho.

Na última edição, o City superou o Liverpool por um mísero ponto, mas abriu 26 sobre o Chelsea, terceiro colocado, e nada menos que 32 sobre o rival de Manchester, o sexto na classificação final. Um abismo. A previsão agora é de nova ilha de excelência da dupla que vem sobrando e mais um capítulo da grande disputa do futebol mundial entre Guardiola e Klopp.

Quem pode furar essa bolha? O United mostrou suas credenciais na primeira rodada e desta vez não terá a Champions para dividir atenções. Se não houver nenhuma baixa importante, como Pogba e sua ansiedade por uma transferência para o Real Madrid, tem condições de ser protagonista na disputa com Tottenham, Arsenal e o próprio Chelsea. Também dar trabalho aos gigantes da vez. Convém respeitar o maior campeão inglês.

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Coutinho ainda tem vaga no Barça ou a camisa sete logo será de Griezmann? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/16/coutinho-ainda-tem-vaga-no-barca-ou-a-camisa-sete-logo-sera-de-griezmann/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/16/coutinho-ainda-tem-vaga-no-barca-ou-a-camisa-sete-logo-sera-de-griezmann/#respond Tue, 16 Jul 2019 11:16:20 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6876

Foto: Getty Images

Antoine Griezmann enfim foi anunciado oficialmente pelo Barcelona. Operação demorada, intrincada e polêmica, com o Atlético de Madrid protestando contra o valor pago pela multa e ameaçando recorrer à FIFA por seus direitos. A negociação deve virar novela, mas é difícil imaginar um desfecho diferente da mudança do craque francês da capital espanhola para a Catalunha.

No anúncio, a imagem da camisa 17 que será destinada à mais recente contratação. A sete, que acompanha Griezmann na seleção e era dele no Atlético, ainda pertence a Philippe Coutinho. Mas por quanto tempo?

Difícil vislumbrar um quarteto ofensivo com Messi e Suárez. Até podemos pensar em Griezmann pela direita, Messi por dentro em função parecida com a que exerceu na seleção argentina na reta final da Copa América e Coutinho à esquerda formando um trio atrás do centroavante uruguaio em um 4-2-3-1.

A questão é que parece consenso entre o treinador Ernesto Valverde e direção do Barça que o meio-campo precisa de um trio que entregue organização e também proteção à defesa. Com Busquets, Rakitic, Arthur, Vidal e agora Frenkie De Jong, contratado ao Ajax. Pensando na baixa intensidade sem bola do provável trio de ataque com a entrada de Griezmann, o meio dá a impressão de que ainda precisa de um jogador de área a área com mais força e velocidade.

E Coutinho? A temporada no Barcelona e a Copa América pela seleção deixam claro que está cada vez mais difícil encontrar um lugar para o meia atacante. No 4-2-3-1 tem dificuldades para jogar como meia central, de costas para a marcação pressionada. Na função de meia por dentro um 4-1-4-1/4-3-3 o problema é a capacidade de colaborar sem bola quando o time recua as linhas. Baixa concentração e muitos espaços às costas que, na seleção, acabam sempre bem cobertos por Casemiro.

O melhor cenário seria executando a função de ponta articulador partindo da esquerda para tabelar, inverter o jogo para um ponteiro mais infiltrador do lado oposto ou finalizando com o pé direito em sua jogada característica. Se o Chelsea de Frank Lampard não estivesse punido pela FIFA nesta janela por acordos com menores de idade – o clube teve o recurso negado e apelou ao TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), mas não deve ser julgado até o fechamento da janela de verão europeu – o brasileiro seria a reposição ideal à saída de Eden Hazard para o Real Madrid.

A ida para o PSG viabilizando a volta de Neymar ao Barcelona ainda está no horizonte e também seria interessante, sucedendo o craque brasileiro na mesma função e se juntando a Mbappé e Cavani no ataque. Mas o clube francês joga duro para permitir a saída da maior contratação da história do esporte e a negociação não será tão simples. O Manchester United seria outra possibilidade, mas não parece empolgar muito o jogador e seu agente Kia Joorabchian.

A luz parece vir de Liverpool. Para reviver o “quarteto fantástico” com Mané, Salah e Firmino que vinha encantando a Europa até Coutinho forçar a barra para realizar o sonho de jogar no Barça em janeiro de 2018. O problema é que a saída gerou desgaste com a torcida e a equipe se equilibrou no 4-3-3 com um meio-campo mais forte e intenso na conquista da Liga dos Campeões e na campanha histórica na Premier League. Mas Jurgen Klopp sempre se referiu ao brasileiro com carinho e admiração.

O fato é que o Barcelona precisa definir logo o que fazer com a contratação mais cara de sua história. A relação com a torcida é tensa, o meia foi considerado um dos “vilões” da eliminação na semifinal da Champions para o Liverpool e o resgate da imagem sem espaço entre os titulares fica mais difícil.

O futuro é duvidoso e a camisa sete do time catalão parece mesmo mais próxima de Griezmann, mesmo com toda diplomacia do clube e do craque que chega para ajudar o Barça a reconquistar a Champions. Coutinho falhou em sua única tentativa e deve pagar com a saída pela porta dos fundos.

 

 

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Mano Menezes está seguindo a “cartilha “Darth Vader” de José Mourinho? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/20/mano-menezes-esta-seguindo-a-cartilha-darth-vader-de-jose-mourinho/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/20/mano-menezes-esta-seguindo-a-cartilha-darth-vader-de-jose-mourinho/#respond Mon, 20 May 2019 10:17:51 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6559

Foto: Vinícius Silva/Cruzeiro

Em 180 minutos entre Fluminense e Cruzeiro no Maracanã, disputas por Copa do Brasil e Brasileiro, foram 40 finalizações do Flu contra quatro do time mineiro, que teve uma média de apenas 40% de posse de bola nas duas partidas, segundo números do Footstats. Cinco gols do tricolor, apenas dois da equipe celeste. Apesar dos três anos de trabalho de Mano Menezes contra os cinco meses de Fernando Diniz. Sem contar o abismo de estrutura e capacidade de investimento entre os clubes.

Depois de bons resultados e algumas atuações animadoras na conquista do título mineiro e na boa campanha da fase de grupos na Libertadores, a dura realidade chegou no Brasileiro: em três jogos grandes, contra Flamengo, Internacional e o próprio Flu, derrotas com dez gols sofridos e apenas três anotados. O mais incômodo, porém, é a firme convicção de que a proposta de jogo extremamente cautelosa e reativa é a única possível, apesar do discurso do treinador no início do ano admitindo a necessidade de ter mais a bola e agora reconhecendo que o time segue devendo.

Mas tendo a Copa do Brasil como álibi e trunfo. Pelo bicampeonato e a chance de decidir em casa a vaga nas quartas e continuar na busca do tricampeonato. Mais a fé em melhor campanha na Libertadores. O Cruzeiro é mais um que prioriza o mata-mata relegando os pontos corridos à terceira opção na temporada. Ou quarta, abaixo até do estadual de forte rivalidade com o Atlético.

Quem tem boa memória e vê Mano Menezes tão convicto na aposta de um modelo de jogo tão pouco propositivo não reconhece o técnico que sempre prezou a solidez defensiva e é um dos “arquitetos” da identidade corintiana nos últimos anos, mas armou equipes ofensivas. Como o Grêmio vice-campeão da Libertadores em 2007, o próprio Corinthians de Ronaldo Fenômeno campeão paulista invicto e da Copa do Brasil em 2009 e até a seleção brasileira, especialmente na reta final do trabalho em 2012, com o quarteto ofensivo formado por Hulk, Oscar, Kaká e Neymar como atacante móvel.

Mano prezava a posse de bola. Em entrevista ao nosso Mauro Beting que foi incluída no livro sobre o Flamengo de 1981 em parceria com este blogueiro lançado em 2011 pela editora Maquinária, o treinador reverenciava a técnica e a versatilidade do time multicampeão liderado por Zico. Especialmente a capacidade de ocupar o campo de ataque e trabalhar com toques curtos.

O que mudou na cabeça deste profissional? Difícil construir uma tese irrefutável, mas há alguns indícios. Como a demissão traumática da CBF no momento em que começava a encontrar uma seleção que enfim aliasse desempenho e resultados. Acabou trocado por Luiz Felipe Scolari, com filosofia bem diferente da que vinha aplicando, embora ambos venham da escola gaúcha – Mano mais Enio Andrade, Felipão mais Carlos Froner.

Uma passagem controversa pelo Flamengo, com saída intempestiva e até hoje não tão bem explicada e a volta ao Corinthians em 2014. Ali já foi possível notar uma mudança nas ideias. Linhas compactas, transições rápidas, Paolo Guerrero retendo a bola na frente esperando os companheiros e tendo o jovem Malcom como o outro desafogo, mas na velocidade.

No Cruzeiro, a primeira Copa do Brasil em 2017 com vitória nos pênaltis sobre o Flamengo depois de 180 minutos de posse de bola do rival e pragmatismo absoluto até na disputa decisiva no Mineirão. Com a conquista, o paradigma foi quebrado de vez, contrariando até a escola do time mineiro, de Tostão, Dirceu Lopes, Alex…Proposta ratificada com o segundo título do mata-mata nacional.

Além da mudança na visão de futebol, uma alteração também no comportamento. À beira do campo e nas entrevistas. Reclamações exageradas com arbitragem, muito desvio de foco nas derrotas, ironias e mensagens “subliminares” para adversários e desafetos.

Impossível não lembrar de José Mourinho. Ambos com os mesmos 56 anos – Mano é apenas seis meses mais velho. O português que também sempre teve a organização defensiva como base de seu trabalho, mas que não abria mão de atacar. No Porto que venceu a Champions em 2004, no Chelsea bicampeão da Premier League em 2005 e 2006 e na Internazionale que dominou a Série A italiana de 2009 e 2010.

O provável “turning point” foi o duelo com o Barcelona de Pep Guardiola no Camp Nou pela semifinal da Liga dos Campeões 2009/10. Depois da coragem de atacar o time de Messi, Xavi e Iniesta em Milão na vitória por 3 a 1, a retranca “handebol” por necessidade após a expulsão de Thiago Motta, chegando a alinhar sete jogadores na defesa para proteger a meta de Júlio César. Mesmo derrotado por 1 a 0, a classificação para a final marcou o sucesso daquela estratégia que virou tendência. A ponto do próprio Mourinho definir aquela semifinal como a mais bela disputa dos últimos 50 anos no futebol. Certamente uma das mais simbólicas e influentes do esporte.

Triunfo que acabou rendendo ao português um contrato com o poderoso Real Madrid. Na Espanha, mais disputas com Guardiola. Polêmicas, tensas, com “jogos mentais” que atraíram os olhos do mundo e também desgastaram os dois treinadores, então os melhores do planeta. A ponto do catalão deixar o Barça para um “ano sabático” e Mourinho esgotar mentalmente seus comandados e ruir a gestão de grupo em 2012/13.

Embate que norteou a postura do português nas temporadas seguintes. Abraçando o personagem sarcástico fora de campo e o técnico que “estaciona o ônibus” e virou símbolo de retranca. Afirmando a imagem de anti-Guardiola, como dois lados da mesma moeda. Assim reafirmando a rivalidade, que em um primeiro momento foi resgatada com ambos dirigindo os rivais de Manchester, mas depois acabou diluída, principalmente pela ascensão de Jurgen Klopp e a queda de Mourinho, demitido pelo United.

Mano Menezes parece seguir a mesma “cartilha Darth Vader”. Do personagem “maldito” como o da saga “Guerra nas Estrelas”. Talvez com Tite como o “Guardiola” do técnico do Cruzeiro, mas em outro contexto. Sucessor no Corinthians depois de uma passagem infeliz de Adilson Batista, comandou o time na sonhada conquista da Libertadores em 2012. Mano também carrega uma mágoa por não ter seguido no clube em 2015 e Tite, de novo herdando a vaga, conquistar outro Brasileiro, pavimentando o caminho para a seleção brasileira – mais uma frustração do treinador cruzeirense.

É possível que não seja acaso que quando Tite se reciclou e passou a buscar protagonismo pela posse de bola e um estilo mais criativo, Mano Menezes tenha procurado a direção oposta. Um “outsider” como José Mourinho. Nada contra, é legítimo e pode entregar bom futebol e conquistas. Os excessos, porém, custaram caro ao português, que ficou longe de repetir as conquistas do auge da carreira.

O brasileiro, sem currículo tão robusto, pode corrigir a rota para não se tornar caricato. Os rótulos de “retranqueiro” e “polêmico” não costumam ser confortáveis, nem fáceis de ser desconstruídos. Ainda é tempo de mudar.

 

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Domínio inglês na Europa com futebol “rock’n’roll” tem as digitais de Klopp http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/10/dominio-ingles-na-europa-com-futebol-rocknroll-tem-as-digitais-de-klopp/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/10/dominio-ingles-na-europa-com-futebol-rocknroll-tem-as-digitais-de-klopp/#respond Fri, 10 May 2019 11:12:23 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6487

Foto: Reuters

O Campeonato Inglês há algumas décadas tem como principal característica a intensidade dos jogos durante os noventa minutos. Um jogo “maluco” que protagoniza disputas com muitos gols e com surpresas nos minutos finais.

Como esquecer do 4×4 entre Liverpool e Arsenal há dez anos – o famoso “jogo do Arshavin”, com o meia russo marcando todos os gols dos Gunners? Ou as viradas nos acréscimos que ajudaram a construir o domínio do Manchester United de Alex Ferguson no país e criaram o mito do “Fergie Time”?

Mas a chegada de Jurgen Klopp em 2015, trazendo sua visão muito particular do futebol com o “Gegenpressing” e o ímpeto ofensivo insano que já havia transformado a Bundesliga, subiu o tom ainda mais na Inglaterra. De início sucedendo Brendan Rodgers e uma equipe mais afeita à posse de bola dentro do padrão Premier League.

Aos poucos reestruturando o elenco para ficar com a sua cara. Começando pelo ataque com as contratações de Mané e Salah e finalizando com o sistema defensivo, principalmente depois do revés para o Real Madrid na final da última edição da Liga dos Campeões, trazendo Alisson, Van Djik e Fabinho. Ritmo frenético, mas com qualidade técnica.

Diante do pesado calendário inglês, Klopp fez coro e engrossou as reclamações de José Mourinho, Arsene Wenger e depois Pep Guardiola que aos poucos vão conquistando pequenas vitórias que trazem algum alívio, como o fim do “replay” nas quartas de final da Copa da Inglaterra e, a partir da próxima temporada, desmembrando uma rodada no final do ano para que todos os clubes tenham uma semana de descanso na sequência maluca de jogos enquanto as demais competições nacionais param.

Ainda assim, o técnico do Liverpool define a liga e o torneio europeu no qual o Liverpool está envolvido como prioridades, relegando as copas nacionais a segundo plano. Assim chega à sua terceira final pelos Reds. Primeiro na Liga Europa contra o Sevilla, depois na Liga dos Campeões contra o Real Madrid e agora diante do Tottenham.

Outro a conquistar uma virada improvável. Porque se lançou à frente, correu riscos, atacou no volume máximo até o clímax no terceiro gol de Lucas Moura no chute final. Foi o time de Mauricio Pochettino, mas Klopp assinaria embaixo.

O alemão segue em busca do primeiro título no novo clube. Mas mesmo sem as conquistas que respaldaram seu trabalho no Borussia Dortmund, o treinador alemão de estilo personalíssimo dentro e fora de campo segue deixando sua marca por onde passa. Hoje é mais influente que Mourinho e sua solidez defensiva e Guardiola com o controle dos jogos pela posse de bola.

Aliás, o português e o catalão tiveram que condicionar suas propostas de jogo ao aumento de velocidade nas transições defensiva e ofensiva do futebol jogado na Inglaterra. No caso de Guardiola, Klopp interferiu duas vezes. No Bayern e agora no City. Em ambas como o grande rival.

Nesta temporada com a dupla dominando completamente a Premier League. E os citizens ainda mais verticais, mesmo liderando na posse e no acerto de passes. Depois de Guardiola passar a primeira temporada adequando suas ideias às exigências da liga mais competitiva do planeta. Mesma realidade que vivem Maurizio Sarri no Chelsea e Unai Emery no Arsenal.

Finalistas da Liga Europa que consolidam um domínio inédito no Velho Continente. Quatro times de um mesmo país nas decisões das principais competições. Imposição através da intensidade, da rapidez no jogo de área a área, da sanha pelo gol até o apito derradeiro. Os espanhois desta vez não resistiram e perderam a hegemonia dos últimos anos.

Triunfo inglês com as digitais de um alemão. Jurgen Klopp e seu futebol “rock’n’roll”. Vibrante, emotivo, pulsando com o coração no céu da boca. Pisando fundo no acelerador como se não houvesse o próximo minuto de jogo. De vida. Como um solo de Jimi Hendrix ou alguma experimentação psicodélica do Pink Floyd ou mesmo dos Beatles, maior patrimônio de Liverpool. Um “aditivo” no chá inglês. Um sorriso largo para iluminar o caminho, mesmo (ainda) sem as taças.

Um homem que na véspera de ver seu time enfiar 4 a 0 no Barcelona de Messi, mesmo sem Salah, Firmino, Keita e perdendo Robertson no intervalo, disse que buscaria a remontada, mas, se esta não viesse, seus comandados falhariam “da forma mais bonita possível”.  Ao final do “milagre”, transferiu todos os méritos para os jogadores soltando um palavrão.

A dose certa de loucura em uma mente que preza o coletivo, a solidariedade, o altruísmo. Eis o sujeito que merece apontar o norte e marcar o futebol para sempre.

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City reassume liderança na liga com maturidade. Por que falha na Champions? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/24/city-reassume-lideranca-na-liga-com-maturidade-por-que-falha-na-champions/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/24/city-reassume-lideranca-na-liga-com-maturidade-por-que-falha-na-champions/#respond Wed, 24 Apr 2019 20:56:18 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6368 Clássico de Manchester no Old Trafford. Tenso, valendo a retomada da liderança do City, mas também a ascensão do United para chegar ao G-4 na luta pela vaga na próxima Liga dos Campeões.

Início complicado, com o time de Solksjaer alinhando cinco defensores: Young, Darmian, Smalling, Lindelof e Shaw. Protegidos ainda por Fred e Andreas Pereira. Fechando o “funil” – ou seja, as infiltrações em diagonal mais perigosas que terminam em finalização ou assistência.

Facilitados pelo time de Guardiola que afunilava demais o jogo. Porque os laterais Walker e Zinchenko até começaram apoiando abertos, mas depois passaram a atacar por dentro. Deixando os ponteiros Bernardo Silva e Sterling, com os pés “trocados”, cortando para o meio e trabalhando com os meias Gundogan e David Silva e Aguero, o centroavante.

Primeiros vinte minutos de organização dos Red Devils e aceleração nas transições ofensivas com Pogba procurando Lingard e Rashford. Cinco finalizações seguidas que deram trabalho ao goleiro Ederson. Mesmo com 30% de posse. O cenário do clássico inglês parecia ganhar o desenho típico de jogos grandes no Brasil: controle de quem não tem a bola, explorando os espaços às costas da defesa do adversário.

Mas o City de Guardiola não costuma se perder em jogos da Premier League depois da primeira temporada de “aprendizado” na Inglaterra. Com calma foi trabalhando a bola, se organizando defensivamente para conter os contragolpes do rival e retomou o domínio. Quase marcou um golaço em jogada trabalhada de pé em pé que Sterling, depois de belo drible, chutou fraco e De Gea pegou.

No segundo tempo o destino ajudou. Também a coragem de Guardiola. Fernandinho, lesionado, saiu para a entrada de Sané, que abriu pela esquerda. Bernardo Silva foi pro meio e, na primeira ação, cortou para dentro e abriu o placar. Na sequência, passe de Sterling, chute de Sané e falha do goleiro espanhol do United. 2 a 0 e jogo resolvido.

Depois foi administrar e segurar o ataque do oponente com Alexis Sánchez, Lukaku e Martial se juntando a Rashford. Com incrível maturidade para chegar à 11ª vitória consecutiva e passar o Liverpool  faltando três rodadas: Burnley e Brighton como visitante e Leicester City em casa na penúltima rodada. Difícil imaginar o atual campeão deixando escapar o bicampeonato, ainda mais com o Liverpool ainda envolvido com um confronto gigante com o Barcelona pela Liga dos Campeões.

E a lembrança da Champions pede a reflexão mais uma vez: por que o City não tem a mesma calma e autoridade em jogos fora de casa pelo torneio continental? Eliminado por Monaco, Liverpool e Tottenham perdendo todas como visitante. Desta vez vencendo os mesmos Spurs em Londres três dias depois pelo campeonato nacional.

Guardiola costuma valorizar mais as ligas em declarações públicas, mas será que não estressa demais os jogadores mudando formações, desenhos táticos e comportamentos pela tensão de jogos eliminatórios na principal competição do planeta e acaba falhando?

Mesmo sem Champions, a temporada pode ser histórica para o clube, com as quatro conquistas possíveis no país: Supercopa da Inglaterra, Premier League, Copa da Inglaterra  – faz a final contra o Watford em Wembley – e Copa da Liga Inglesa. Não é pouco, mas o City tem elenco e treinador para ser vencedor além das fronteiras. Algo para se pensar mirando o futuro.

 

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Guardiola e Barça voltam a ficar do mesmo lado para extenuar o Liverpool http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/22/guardiola-e-barca-voltam-a-ficar-do-mesmo-lado-para-extenuar-o-liverpool/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/22/guardiola-e-barca-voltam-a-ficar-do-mesmo-lado-para-extenuar-o-liverpool/#respond Mon, 22 Apr 2019 10:42:04 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6349

O Liverpool manteve a liderança provisória do Inglês com os 2 a 0 fora de casa sobre o Cardiff. Em 35 rodadas alcançou a 27ª vitória. Mais sete empates e apenas uma derrota que constroem os incríveis 83,8% de aproveitamento (88 pontos) na liga mais competitiva do planeta.

Mas faltando três rodadas para o final da competição o time de Jurgen Klopp não depende apenas de seus resultados para conquistar o título que não vem desde 1989/90. Antes do formato Premier League. Quase trinta anos.

Porque o atual campeão Manchester City ostenta impressionantes 84,3% de aproveitamento até aqui (86 pontos) e pode tomar a ponta da tabela caso vença o rival United na quarta, em jogo adiado da 31ª rodada. Compromisso difícil, já que os Red Devils precisam dos três pontos para seguirem na luta com Tottenham, Arsenal e Chelsea pelas duas vagas restantes na próxima Liga dos Campeões.

Torneio europeu que reserva para o Liverpool um confronto pesado com o Barcelona de Messi na semifinal. O virtual campeão espanhol, com nove pontos de vantagem sobre o Atlético de Madri e a possibilidade de poupar titulares nas rodadas da liga anteriores aos dois jogos pelo torneio continental. Seis pontos para arriscar nas cinco partidas que faltam: Alavés, Celta de Vigo e Eibar fora, Levante e Getafe no Camp Nou.

Os Reds não terão essa vantagem. Ao menos contarão com um dia a mais de descanso por jogarem na sexta em casa contra o lanterna Huddersfield e depois só na quarta em Barcelona. A volta no dia sete de maio em Anfield, Três dias depois de visitar o Newcastle pela penúltima rodada. Para encerrar a luta pelo título em casa contra o Wolverhampton.

Já o City tem pela frente, além do United, o Burnley e o Leicester em Manchester e na última rodada sai para enfrentar o Brighton. Depende apenas de si, mas não será tão simples. Eliminado da Champions, a receita para o bicampeonato é se manter competitivo e não dar descanso ao Liverpool que ainda luta em duas frentes.

O Barça conta com isso para encarar um adversário mais desgastado física e mentalmente. A reta final da temporada europeia coloca no mesmo lado Guardiola e o time catalão, no qual o treinador fez explodir o talento de Messi e conquistou as duas Ligas dos Campeões da carreira.

Agora um depende da força do outro para extenuar a intensa equipe de Jurgen Klopp e deixá-la sem conquistas na temporada 2018/19. Missão complicada pela excelência do time de Alisson, Van Dijk, Firmino, Mané e Salah, mas não impossível.

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Messi inverte “gangorra” com Cristiano Ronaldo no espetáculo do Barcelona http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/16/messi-inverte-gangorra-com-cristiano-ronaldo-no-espetaculo-do-barcelona/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/16/messi-inverte-gangorra-com-cristiano-ronaldo-no-espetaculo-do-barcelona/#respond Tue, 16 Apr 2019 21:39:50 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6330 O blogueiro repete: Messi é o melhor que viu jogar ao vivo. Afirmação que, obviamente, coloca o gênio argentino acima de todos os seus contemporâneos, inclusive Cristiano Ronaldo. Infelizmente, no Brasil do pensamento binário, do zero ou um, do rosa ou azul, é preciso explicar o óbvio: criticar um não significa preferir o outro.

O Barcelona começou a confirmar a vaga nas semifinais da Liga dos Campeões quando, enfim, poupou o time no Espanhol e descansou o “fominha” Messi para entrar inteiro física e mentalmente na partida de volta no Camp Nou.

Ainda assim sofreu nos primeiros minutos com a marcação agressiva do Manchester United. Linhas adiantadas, pressão, bola roubada e aceleração com Lingard, Martial e Rashford, que carimbou o travessão antes do primeiro minuto.

O sufoco assustou o Barça até encontrar no suporte de Rakitic fazendo a bola chegar ao lado esquerdo com Jordi Alba e Philippe Coutinho a maneira de sair da pressão. No pênalti sobre o croata anulado pela arbitragem depois de consultar o VAR o jogo virou mentalmente.

Mais ainda quando a pressão do Barça sobre a saída dos Red Devils funcionou e Messi recebeu na sua zona preferida para dar uma caneta em Fred, o brasileiro escalado de volante para negar espaços ao camisa dez blaugrana, cortar para dentro e acertar o canto direito em uma jogada com a assinatura do melhor jogador da temporada.

O primeiro de Messi em quartas-de-final de Champions desde 2013. O segundo veio num presente do De Gea após chute fraco de direita. Frangaço que matou psicologicamente o goleiro e sua equipe. Para piorar, Solksjaer demorou a retomar a formação que deu trabalho ao Barça no Old Trafford, com Lukaku e Dalot para retomar a linha de cinco atrás e uma referência no ataque. Só quando a vaga já estava perdida.

Porque antes Coutinho resolveu o jogo e o confronto com belo gol. Recebendo pela esquerda com a opção de acionar Alba ou cortar para dentro e finalizar. Acertou o ângulo e provocou a torcida colocando as mãos nos ouvidos. No fundo calou seus críticos com boa atuação dentro da bela exibição coletiva da equipe de Ernesto Valverde. Mais um pouco de Luis Suárez e o placar poderia ser ainda maior.

Mas Messi ainda merece mais algumas linhas. Pela jogada espetacular no primeiro tempo desconcertando Phil Jones e acionando Alba, que serviu Sergi Roberto, mas aí De Gea retomou seu nível com defesa espetacular. Na segunda etapa ensaiou e depois acertou a bicicleta com a bola passando perto do ângulo direito.

A atuação que vinha faltando em jogo grande. Desequilibrante, assumindo a responsabilidade de decidir. Menos esgotado e dentro de um contexto mais favorável. Enfim o Barcelona foi o time de Messi, ainda que Piqué, destaque das partidas mais emblemáticas da temporada, tenha repetido o ótimo desempenho.

Com a supreendente eliminação da Juventus em casa para o Ajax com a derrota por 2 a 1 de virada, a “gangorra” dos melhores desta era inverte no torneio continental. Cristiano Ronaldo sai da briga do prêmio de melhor da temporada e Messi fica praticamente absoluto. A menos que tenhamos um Salah desequilibrante nesta reta final de Champions e Premier League.

A “decisão”, bem longe de final antecipada, pode vir exatamente na semifinal, caso o Liverpool confirme o favoritismo e a classificação contra o Porto depois de abrir 2 a 0 em Anfield. Um provável duelo espetacular e de difícil prognóstico. Porque Messi voltou a ser Messi nas noites lendárias de Champions e isto não é pouco. Na verdade é quase tudo.

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