parissaintgermain – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Caminho do PSG na Champions será bem mais complicado do que parece http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/07/10/caminho-do-psg-na-champions-sera-bem-mais-complicado-do-que-parece/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/07/10/caminho-do-psg-na-champions-sera-bem-mais-complicado-do-que-parece/#respond Fri, 10 Jul 2020 13:18:37 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8750

Foto: Harold Cunningham / UEFA / AFP

Tão logo saiu os cruzamentos no sorteio das quartas de final da Champions, ainda que faltando três dos oito classificados, a primeira impressão foi de que o Paris Saint-Germain seria o grande “vitorioso”.

Afinal, o time de Neymar saiu da reta das grandes camisas e dos campeões dos últimos anos – excetuando o atual, Liverpool. Sem Real Madrid, Barcelona e Bayern de Munique no caminho até a grande final. “Fugindo” também  do Manchester City de Guardiola e da Juventus de Cristiano Ronaldo, que ainda enfrenta o Lyon pelas oitavas.

Primeiro a Atalanta. Se passar, o vencedor de Leipzig e Atlético de Madrid. Sem dúvida, se olharmos a história do torneio continental, é uma trilha teoricamente menos pesada. E desse enrosco pode sair um finalista inédito – só o Atlético já esteve em uma final.

Só que não estamos dentro de uma normalidade. Longe disso. E são justamente essas mudanças no cenário que tornam o caminho do PSG bem mais complicado do que parece.

Acima de tudo pela inatividade do time francês, que é sem precedentes em uma fase tão avançada da competição. Entre março e agosto, a previsão de apenas duas partidas oficiais: as decisão das copas nacionais – Saint-Etienne na Copa da França no dia 24 e Lyon na Copa da Liga Francesa no dia 31. Mais quatro amistosos contra adversários bem abaixo do nível de enfrentamento que espera o time de Paris.

Com a Ligue 1 encerrada, a equipe de Thomas Tuchel terá o benefício do menor risco de lesões e desgaste, mas o enorme déficit em um aspecto fundamental no futebol atual: intensidade. Por mais que os treinos hoje reproduzam o ritmo e a velocidade na tomada de decisão do jogo, a falta do nível alto de competição pode prejudicar bastante. Principalmente pela disparidade de forças na França que já prejudicou o PSG no sonho de ganhar a Champions em outras temporadas.

E a Atalanta de Gian Piero Gasperini não é um time qualquer. Longe disso. Mostra personalidade, com volume de jogo sufocante e capaz também de surpreender jogando em rápidas transições ofensivas. Atropelou o Valencia nas oitavas e vem de onze vitórias consecutivas. É o melhor entretenimento do futebol atual.

É preciso pesar que essa disputa da Champions acontecerá em um ambiente mais “puro”, sem a “contaminação” da atmosfera. Campo neutro, em Lisboa, e sem torcida. Nem a vantagem do conhecimento e da vivência no próprio estádio será possível. Fatores que costumam estabelecer essa coisa metafísica e difícil de descrever que é a “camisa pesada”.

Todo esse contexto definindo a vida em 90, 120 minutos ou nos pênaltis. Para ficar ainda mais imprevisível. E o PSG ainda carregará a tensão do favoritismo, já que para o time de Bergamo a simples presença nas quartas já é histórica e digna de celebração na cidade, se houvesse a possibilidade de aglomeração de pessoas.

Se conseguir chegar às semifinais, as dificuldades serão praticamente as mesmas. Só um pouco mais nivelado na intensidade pelo jogo forte das quartas. Caso o adversário seja o Leipzig, a missão será encarar um “novato” ainda mais motivado a fazer história e que também joga em ritmo fortíssimo. Ainda assim, talvez seja melhor para Neymar e companhia, já que o time alemão também sofrerá um pouco agora com a falta de jogos oficiais por conta do fim da Bundesliga 2019/20.

Encarando o Atlético de Madrid, o estilo do time de Simeone pode expor as fragilidades defensivas que o PSG costuma apresentar em jogos grandes. E mesmo sem a força do mando, a “casca” construída pelo clube espanhol nos últimos anos em fases avançadas da competição pode fazer diferença.

Não será tão simples ou menos complicado. E o projeto PSG nunca mostrou consistência para se impor em qualquer cenário na Europa. O desafio continua enorme, mesmo sem gigantes pelo caminho.

[Sobre o outro lado do chaveamento:

Juventus tende a se aproveitar da inatividade do Lyon e tirar a desvantagem em Turim. O Manchester City deve confirmar contra o Real Madrid, embora sem torcida o mando tenha perdido força. Se passar, a equipe de Guardiola é ligeiramente favorita contra o time de Cristiano Ronaldo para seguir em busca do título inédito.

Barcelona já deve ter problemas contra o Napoli. Jogo contra o time de Genaro Gattuso não será tranquilo, mesmo no Camp Nou. Se passar, a menos que o Bayern de Munique tenha uma queda brusca por conta da inatividade, o risco de ser surrado pelo octampeão alemão como em 2013 é considerável. Só o “fator Messi” pode mudar o destino do time catalão.]

 

 

 

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Volta do futebol na Europa escancara drama do PSG e de Neymar na Champions http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/15/volta-do-futebol-na-europa-escancara-drama-do-psg-e-de-neymar-na-champions/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/15/volta-do-futebol-na-europa-escancara-drama-do-psg-e-de-neymar-na-champions/#respond Mon, 15 Jun 2020 13:50:22 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8652

Foto: Reuters

O Manchester City entra em campo na quarta, dia 17, para enfrentar o Arsenal em jogo adiado da 28ª rodada da Premier League. Exatos 99 dias depois da última partida antes da pandemia: derrota para o rival United por 2 a 0 no dia 8 de março. Serão nove rodadas que devem confirmar o título do Liverpool, mais a Copa da Inglaterra que retorna nas quartas-de-final e tem a decisão marcada para 1º de agosto. O time de Guardiola já faturou a Copa da Liga Inglesa.

A Juventus voltou na sexta-feira empatando sem gols com o Milan e se classificando para a decisão da Copa da Itália contra o Napoli. Final na quarta, em Roma, e retomada da liga no dia 22, para mais 12 rodadas até o início de agosto. O time de Cristiano Ronaldo, para variar, lidera o campeonato, mas apenas um ponto à frente da Lazio.

Times com realidades opostas. O City praticamente cumpre tabela na liga e vai se dedicar à copa nacional até a volta da Champions, definindo a vaga nas quartas contra o Real Madrid depois de vencer na ida por 2 a 1. A Juventus define logo o mata-mata e depois parte para um guerra buscando manter a hegemonia no país. Ambas competindo forte até agosto, ou bem próximo disso.

O Paris Saint-Germain disputou a última partida no dia 11 de março, quando eliminou o Borussia Dortmund e conseguiu ultrapassar a barreira das oitavas da Liga dos Campeões na “Era Neymar/Mbappé”. Foi declarado campeão francês quando as autoridades francesas proibiram atividades esportivas até setembro.

Com o retorno das principais ligas, o PSG – e também o Lyon, o outro francês que disputa o torneio continental e venceu a Juventus na ida por 1 a 0 – se depara com o maior obstáculo, no momento, para o sonho de disputar com chances reais o maior título de clubes do planeta: a inatividade.

Com a possibilidade de disputa das quartas e semifinais em jogos únicos em sede fixa (provavelmente Lisboa), o time francês estaria objetivamente a três partidas da grande obsessão do clube. Mas como ser competitivo com quase seis meses sem jogos oficiais?

O clube busca uma flexibilização, com a possibilidade de realização de amistosos e da decisão da Copa da França, contra o próprio Lyon, no dia primeiro de agosto. Ainda assim, a distância do nível de competição seria gigantesca. Não só em relação aos exemplos citados, de City e Juventus.

O próprio Bayern de Munique, outro grande favorito ao título europeu pelo desempenho mesmo antes da parada, decide a Copa da Alemanha no dia 4 de julho contra o Bayer Leverkusen. Antes disso deve confirmar o octacampeonato da Bundesliga que, com apenas 18 clubes, termina no dia 27. Só uma partida em julho, mas ainda com grande vantagem sobre o PSG.

É claro que, por exemplo, uma lesão grave de um Cristiano Ronaldo ou Lewandowski neste processo pode relativizar e muito a vantagem dos times que estão jogando. Mas o contexto do gigante francês hoje é único. Nenhum time ficou tanto tempo sem jogar oficialmente.

Para piorar, a insatisfação com a direção do futebol, especialmente Leonardo, por conta do anúncio das saídas de Thiago Silva e Cavani. Clima tenso e sem partidas para dividir atenções e tornar as pautas sobre o clube menos negativas.

Como estarão Neymar, Mbappé e companhia quando entrarem em campo para o jogo mais importante da história recente do Paris Saint-Germain? Eis a maior incógnita do futebol desde a Segunda Guerra Mundial. E a resposta ainda vai demorar.

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Por que possível volta de Neymar ao Barcelona não é garantia de sucesso http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/05/04/por-que-possivel-volta-de-neymar-ao-barcelona-nao-e-garantia-de-sucesso/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/05/04/por-que-possivel-volta-de-neymar-ao-barcelona-nao-e-garantia-de-sucesso/#respond Mon, 04 May 2020 16:59:23 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8429

Foto: Getty Images

A informação é do jornal “Mundo Deportivo”: Neymar recusou “luvas” de 100 milhões de euros para renovar o contrato com o Paris Saint-Germain para além do atual, que termina em junho de 2022. Mantendo os 50 milhões de euros por ano em salários.

Segundo a publicação, a negativa tem como pano de fundo o interesse do craque brasileiro em voltar a Barcelona. Estaria disposto, inclusive, a reduzir o salário pela metade para realizar o sonho de retornar ao clube catalão.

Desejo legítimo, que faz parte do negócio e do esporte. Mas a possível transferência, ainda mais complicada em tempos de crise pela pandemia, não é garantia de sucesso para o brasileiro, nem para o time de Lionel Messi comandado hoje por Quique Setién.

Primeiro porque os quase seis de distância em relação à temporada perfeita de Neymar no Barça, a 2014/15, no futebol atual é uma eternidade. O jogo evoluiu, os protagonistas envelheceram. O trio MSN, incluindo Luís Suárez, não seria mais uma novidade e a proposta de jogo de Luis Enrique não é mais a que vigora em Barcelona.

Na última temporada, 2016/17, a coisa já não fluía tão bem, com Neymar insatisfeito por se sacrificar para a equipe aberto na ponta e com maiores atribuições defensivas. Significava evolução com jogador, mas a sensação de ser cada vez mais coadjuvante pesava contra.

O próprio Neymar mudou. Muito mais meia articulador que atacante, buscando menos a linha de fundo ou a infiltração em diagonal para finalizar. No PSG, Neymar é o “Messi” de Mbappé. Difícil voltar a ser a “flecha” com mais cinco anos e também um histórico de lesões pesando nas pernas. Sem contar a antipatia de boa parte da torcida e má vontade da imprensa catalã que não existia em 2015.

E ainda a obrigação de colocar intensidade atacando, defendendo e pressionando após a perda para compensar a letargia cada vez mais acentuada do camisa dez e estrela máxima assim que a equipe entra em transição defensiva.

Não é tarefa simples. No campo, pode ser tão complexa quanto a operação financeira e convencer o PSG a abrir mão de uma das estrelas do projeto ambicioso do clube. Por ora segue como especulação, mas cabe a reflexão sobre o “pensamento” mágico que muitas vezes se impõe no futebol. Que desconsidera contexto e acha que o que deu certo em uma época será sempre bem sucedido.

A história mostra que não é assim, mas há quem nunca aprenda. Às vezes o “déjà-vu” fica só na vontade.

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A grande noite de Neymar pelo PSG na Champions não merecia estádio vazio http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/11/a-grande-noite-de-neymar-pelo-psg-na-champions-nao-merecia-estadio-vazio/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/11/a-grande-noite-de-neymar-pelo-psg-na-champions-nao-merecia-estadio-vazio/#respond Wed, 11 Mar 2020 22:22:54 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8142 É claro que a pandemia de coronavirus justifica toda precaução e os portões fechados para torcedores.

Mas a noite de Neymar liderando o Paris Saint-Germain para enfim ultrapassar as oitavas de final da Liga dos Campeões depois que o clube francês deu o salto de investimentos com a contratação não só do craque brasileiro, mas também de Mbappé, merecia o Parc des Princes lotado.

Nunca saberemos se a presença da torcida criaria um clima de tensão que poderia atrapalhar os donos da casa – esses paradoxos que só o futebol é capaz de gerar. Mas o que Neymar jogou foi uma enormidade. Aberto pela esquerda no 4-2-2-2 necessário de Thomas Tuchel depois da derrota por 2 a 1 para o Borussia em Dortmund.

Precisando compensar Mbappé debilitado, iniciando no banco de reservas. E Cavani, que lutou como sempre, mas longe da pontaria dos melhores momentos. Mas Neymar até apareceu na área em cobrança de escanteio para abrir o placar de cabeça. E comemorar provocando Haaland.

A jogada bem coordenada pela direita que passou por Neymar, chegou a Sarabia que serviu Bernat no final do primeiro tempo. Construindo a vantagem necessária e merecida do PSG para administrar no segundo tempo contra um Borussia tenso e com dificuldades para fazer a bola chegar a Haaland com qualidade.

Neymar ainda cavaria a falta que terminaria em confusão e expulsão de Emre Can no último minuto regulamentar, esfriando a “blitz” final do time alemão. Que igualou a posse, mas não foi contundente em jogo de poucas finalizações: sete do PSG, seis do Dortmund. Mas quatro no alvo dos franceses contra apenas duas da equipe de Lucien Favre.

O camisa dez, símbolo do projeto bilionário e ambicioso do clube, supera os problemas físicos, os questionamentos internos e externos e prova seu poder de decisão no mais alto nível. Desta vez a temporada não acaba em março para o PSG.

Graças a Neymar, que chorou no apito final. Seria a grande chance de redenção e comunhão com a torcida que o criticou tanto – e justamente. Mas não se pode ter tudo na vida. Seguir na Champions já foi mais que o suficiente em Paris.

(Estatísticas: UEFA.com)

 

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Champions volta com CR7 voando e ameaça norueguesa ao brilho de Neymar http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/18/champions-volta-com-cr7-voando-e-ameaca-norueguesa-ao-brilho-de-neymar/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/18/champions-volta-com-cr7-voando-e-ameaca-norueguesa-ao-brilho-de-neymar/#respond Tue, 18 Feb 2020 11:46:04 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7998

Foto: Marco Bertorello / AFP

A Liga dos Campeões volta para o mata-mata com um favorito óbvio: o Liverpool avassalador na Inglaterra e que, com 25 pontos de vantagem sobre o Manchester City (um jogo a mais), pode administrar os pontos corridos e dividir atenções com a busca do bicampeonato europeu. Já a partir do duelo contra o hesitante Atlético de Madrid, de Diego Simeone.

Difícil vislumbrar neste momento um concorrente ao título no jogo coletivo, mas individualmente há talentos que podem desequilibrar.

Neste momento um deles se destaca: Cristiano Ronaldo. O “Mr. Champions”, maior artilheiro da história do torneio e cinco vezes campeão. Na oscilante Juventus de Maurizio Sarri. Líder da Série A italiana, como de costume nos últimos anos, mas desta vez com forte concorrência de Lazio e Internazionale.

Talvez pela necessidade, o português voa como há tempos não se via. Aos 35 anos recém completados. Não só pelos 20 gols no mesmo número de jogos pela liga, mas por conta da movimentação que muitas vezes lembra mais o atacante dinâmico, habilidoso e criativo dos tempos de Manchester United do que o finalizador implacável que fez história no Real Madrid.

Alternando a parceria no ataque com Dybala e Higuain, outras vezes formando um trio com os argentinos. Sempre procurando os flancos para infiltrar em diagonal e chutar – é quem mais finaliza no campeonato nacional – ou buscar o fundo para servir um companheiro.

É o trunfo da “Vecchia Signora”, favorita destacada no confronto com o Lyon pelas oitavas do torneio continental. O sorteio foi generoso e, com a estrela máxima em ótima forma, é possível sonhar alto.

Como o PSG de Neymar e Mbappe almeja o fim do “tabu” das oitavas desde que o projeto do clube deu um salto nos investimentos, buscando protagonismo na maior competição de clubes do planeta.

Agora com o craque brasileiro disponível, sem as lesões que o tiraram de combate em outros momentos. Como meia pela esquerda na espécie de 4-2-2-2 armado por Thomas Tuchel. A dúvida é se o desenho tático escolhido para abrigar as estrelas será mantido. Porque há uma séria ameaça já neste primeiro duelo contra o Borussia em Dortmund: Erling Haaland.

O norueguês de 19 anos é vice-artilheiro da Champions pelos oito gols que marcou na fase de grupos pelo Red Bull Salzburg em seis partidas, duas saindo do banco de reservas.

Contratado pelo Dortmund na janela de inverno, Haaland pode disputar a Champions por conta da flexibilização do regulamento que permite a inscrição para o mata-mata de três novos jogadores, sem restrições.

Na Bundesliga mantém os números impressionantes já neste início. Nenhum problema de adaptação ao novo clube e oito gols em cinco jogos, dois também saindo do banco. O centroavante tem 1,94 m e 87 kg, mas não é lento. Faz o pivô usando o corpo, mas também sabe jogar em rápidas transições ofensivas. Impressiona pelo posicionamento na área e eficiência nas conclusões.

É o grande trunfo do time alemão para tentar fazer jogos “malucos” com a equipe francesa. Ambos frágeis defensivamente. Intensidade máxima, “trocação” de golpes e muitos gols.

Entretenimento puro para matar a saudade e divertir os fãs da Champions. Enfim a bola volta a rolar!

(Estatisticas: Whoscored.com)

 

 

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Na Paris de Neymar e Mbappé, futebol é só um detalhe http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/03/na-paris-de-neymar-e-mbappe-futebol-e-so-um-detalhe/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/03/na-paris-de-neymar-e-mbappe-futebol-e-so-um-detalhe/#respond Mon, 03 Feb 2020 12:39:23 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7897

Foto: Getty Images

O Paris Saint-Germain enfiou 5 a 0 no Montpellier pela 22ª rodada da Ligue 1. Goleada sobre o quinto colocado no Parc des Princes com bom futebol, golaços de Pablo Sarabia e Di María e belas jogadas de Neymar cada vez mais meia articulador na equipe de Thomas Tuchel.

Ampliando para 12 pontos a vantagem na liderança sobre o Olympique de Marselha, que empatou fora de casa sem gols com o Bordeaux. Melhor ataque (57), defesa menos vazada (14). Mbappé e Neymar como os principais finalizadores da liga e disputando a artilharia com Ben Yedder, do Monaco. Di María líder de assistências, com oito.

A recuperação na temporada em desempenho e resultados, agora mais próxima dos confrontos com o Borussia Dortmund pelas oitavas da Liga dos Campeões, deveria ser a pauta principal sobre o PSG.

Mas é tudo tão protocolar para quem venceu seis das últimas sete edições do Francês, a vantagem é tão abissal sobre os concorrentes- com exceção do “meteoro” Monaco na temporada 2016/17, porém já devidamente “assimilado” com a contratação de Mbappé, a principal estrela de então – que fica monótono.

Para agitar o noticiário, como sempre, o periférico ganha todo espaço. O cabelo rosa de Neymar, o ridículo cartão que o brasileiro recebeu por ter aplicado uma lambreta no adversário aos 36 minutos do primeiro tempo e o (justo) protesto do camisa dez contra a decisão da arbitragem.

Depois o comportamento arredio e “pouco amigável” de Mbappé ao ser substituído e, por fim, novamente Neymar e a festa que promoveu para comemorar o aniversário de 28 anos. Obviamente com todos os companheiros como convidados, dois dias antes da partida fora de casa contra o Nantes. “É uma distração que dá a impressão de que não somos profissionais”, afirmou Tuchel. O gestor da vez nesse ambiente sempre conturbado do PSG.

Porque o extra-campo se destaca justamente pela falta de desafios no país. As competições nacionais se transformam em uma grande etapa de preparação para os duelos continentais. Tuchel acerta ao se posicionar como líder e cobrar profissionalismo. Mas, convenhamos, quem se importa com o Nantes, nono colocado? Mesmo se perder a partida, e daí? O título nos pontos corridos sempre parece questão de tempo.

Talvez contaminado por esse ambiente “midiático” demais, o árbitro Jérôme Brisard tenha resolvido aparecer ao mostrar cartão por causa de um drible ainda no primeiro tempo. Se o jogo é um mera formalidade, por que não capitalizar e ter a imagem rodando o mundo na carona de uma celebridade “polêmica”?

É esse universo paradoxal que vem atrapalhando o PSG no sonho europeu. Um ciclo vicioso: o investimento é alto para ganhar a Champions, mas acaba abalando a competitividade no próprio país. E a presença de estrelas faz o debate girar pouco em torno do que se faz em campo. Exatamente o que falta quando o nível de enfrentamento aumenta em progressão geométrica no maior torneio de clubes do mundo.

Na Paris de Neymar e Mbappé, o futebol é só detalhe. E um perigo constante.

(Estatísticas: Whoscored)

 

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Neymar e PSG decolam, mas problema continua o mesmo: a concorrência http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/17/neymar-e-psg-decolam-mas-problema-continua-o-mesmo-a-concorrencia/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/17/neymar-e-psg-decolam-mas-problema-continua-o-mesmo-a-concorrencia/#respond Fri, 17 Jan 2020 08:18:26 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7838

Foto: AFP

As últimas atuações de Neymar no Paris Saint-Germain trazem a boa nova: o craque brasileiro voltou a ser notícia pelo que faz em campo. Com o camisa dez brilhando, o time francês naturalmente cresce e já ostenta uma invencibilidade de 13 partidas, desde a derrota para o Dijon pela Ligue 1 em novembro. Nos últimos oito jogos, um empate (3 a 3 com o Monaco) e sete vitórias por goleada.

Neymar voltou ao time aos poucos depois da demora na reapresentação e de lesões que vem perseguindo o jogador nos últimos anos. Mas já tem 13 gols e sete assistências em 13 partidas e influencia cada vez mais a produção do PSG líder absoluto da liga nacional com 49 pontos, oito a mais que o Olympique de Marseille em 20 rodadas. Foi às redes nove vezes nas últimas oito partidas.

O suficiente para criar um clima de otimismo em relação à possibilidade de, enfim, ser competitivo no mais alto nível dentro da Liga dos Campeões. A esperança aumenta por conta da campanha segura na fase de grupos, terminando na liderança e empurrando o Real Madrid para a segunda colocação. No confronto direto, 3 a 0 na abertura do Grupo A em Paris e a reação nos 2 a 2 dentro do Santiago Bernabéu.

É impossível negar que o PSG é favorito contra o Borussia Dortmund nas oitavas. A menos que muita coisa mude até o jogo de ida, na Alemanha, no dia 18 de fevereiro. Mas qual o parâmetro seguro para avaliar a equipe de Thomas Tuchel em um patamar mais elevado?

O problema segue o mesmo: a concorrência. Muito fraca na França, forte demais entre os grandes europeus. Justamente porque na liga espanhola, Barcelona e Real Madrid, na pior das hipóteses, têm um ao outro para se medir. E na Premier League, mesmo com Liverpool sobrando, o nível de enfrentamento é sempre alto. Faz diferença na hora de um mata-mata.

A vitória tranquila sobre o Real em casa tem o contexto específico da crise, naquele momento, da equipe comandada por Zinedine Zidane. Na volta, o time merengue, mais encorpado e fazendo sua melhor atuação na temporada até ali, dominou boa parte de um jogo eletrizante e poderia até ter construído uma goleada. Vacilou nos minutos finais e levou o empate.

De um PSG que depende naturalmente de Mbappé e Neymar para se impor. Mas ainda dá a impressão de ser frágil em jogos de transições mais intensas. E parece loucura imaginar, por exemplo, um time no 4-2-2-2 com Di María e Neymar como meias e uma dupla de ataque formada por Mbappé e Icardi segurando um duelo mais avançado da Champions contra um rival da elite atual – Liverpool, Manchester City, Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique e Juventus.

Por maior que seja a dinâmica que Idrissa Gueye entregue ao meio-campo será difícil competir. O quarteto ofensivo até tenta cumprir as ordens de Tuchel na reação rápida depois da perda da bola com pressão, mas, na prática, muitas vezes acaba marcando “com os olhos”. Na França, defender com seis tem sido suficiente na maioria dos jogos. As disputas permitem um descanso ao longo dos noventa minutos por conta da disparidade técnica. No torneio continental pode custar caro já contra o Dortmund.

De qualquer forma, se Neymar não tiver nenhuma lesão ao menos terá a oportunidade de estar em campo para contribuir. E tentar virar do avesso as frustrações dos últimos anos. Não é pouco, mas também pode não ser suficiente. De novo.

(Estatísticas: Whoscored.com)

 

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Jogo eletrizante em Madrid mostra o melhor e o pior de Real e PSG http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/26/jogo-eletrizante-em-madrid-mostra-o-melhor-e-o-pior-de-real-e-psg/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/26/jogo-eletrizante-em-madrid-mostra-o-melhor-e-o-pior-de-real-e-psg/#respond Tue, 26 Nov 2019 22:28:19 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7627 Dois gols para cada lado, 41 finalizações em pouco mais de noventa minutos – 28 do Real, 13 do PSG. Emoção até o fim, com a cobrança de falta na trave de Gareth Bale, que substituiu o lesionado Eden Hazard.

Foi um jogo eletrizante, divertido no Santiago Bernabéu. Cheio de alternativas, com talentos em campo. E o melhor Real Madrid nesta segunda Era Zidane. Resgatando o volume de jogo dos melhores momentos do tricampeonato da Liga dos Campeões.  Ou seja, da temporada 2016/17, com direito à conquista da liga espanhola.

Apesar da presença de Isco, Zidane não resgatou o 4-3-1-2 que deu liga há três temporadas. Era uma variação de 4-4-1-1 e 4-1-4-1, com destaque para Valverde pela direita dando dinâmica e fluência ao meio-campo, liberando Toni Kroos para a articulação e fazendo boa dupla com Carvajal. Embora os lances mais plásticos estivesse no lado oposto, com Marcelo, Hazard e Kroos.

Setor em que foi iniciada a jogada que terminaria na inversão para Valverde servir, Isco finalizar na trave e Benzema empurrar para as redes. O time merengue ainda teria outras boas oportunidades dentro de um desempenho mais que elogiável. Mas sem um goleador atém de Benzema para aproveitar as oportunidades criadas. Rodrygo estava no banco e entrou na segunda etapa, porém se acrescentar a contundência necessária. O problema da ausência de Cristiano Ronaldo.

O PSG se fechava em um 4-3-3/4-1-4-1, mas sofria isolando o trio Di María-Icardi-Mbappé dos meio-campistas Gueye e Verratti, que ficavam à frente de Marquinhos, volante na equipe de Paris. Thomas Tuchel mudou o desenho tático na volta do intervalo para o 4-2-3-1 ao trocar Gueye por Neymar, que saiu do banco para jogar na ligação como meia central e contribuir com a habitual visão de jogo, embora com pouco ritmo voltando de lesão.

O time francês, porém, continua dando a impressão de que, no mais alto nível, não consegue passar de uma reunião de talentos que não consegue se integrar como equipe. Muitos espaços entre os setores, baixa intensidade em vários momentos. Mesmo com a campanha 100% na Champions até esta rodada.

Em nova bela ação de ataque com inversão de lado, Marcelo ajeitou com a sola do pé em típico movimento de futsal antes de colocar na cabeça de Benzema no segundo gol. Já com Modric no lugar de Valverde. Jogada construída com tanta naturalidade que parece ter desligado o Real da partida.

Só que Tuchel havia corrigido a distribuição de sua equipe em campo pouco antes com as entradas de Sarabia e Draxler nas vagas de Di María e Icardi. Adiantou Mbappé como referência móvel e veloz na frente e deu liberdade a Neymar. Ganhou fluência pela direita e aproveitou vacilo de Varane e Courtois para diminuir com Mbappé e, na sequencia, empatar com Sarabia, livre no setor de Marcelo para finalizar jogada à esquerda iniciada por Neymar. A circulação da bola ficou mais rápida e menos previsível.

Poderia ter se transformado em virada se Mbappé tivesse ângulo para enxergar Neymar entrando livre por dentro. Seria um prêmio ao talento, mesmo descoordenado. Também uma punição dura demais para o Real que jogou muito e deve tratar a atuação como referência, só precisando aproveitar com mais frequência as oportunidades criadas. Perdeu a chance de devolver os 3 a 0 da ida e buscar a liderança do Grupo A da Liga dos Campeões.

O Bernabéu viu nos 2 a 2 o melhor e o pior de Real e PSG. Como espetáculo, não houve nada a reclamar.

(Estatísticas: UEFA)

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Permanência “forçada” no PSG é última chance para Neymar amadurecer http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/02/permanencia-forcada-no-psg-e-ultima-chance-para-neymar-amadurecer/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/02/permanencia-forcada-no-psg-e-ultima-chance-para-neymar-amadurecer/#respond Mon, 02 Sep 2019 09:19:28 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7156

Neymar fica no Paris Saint-Germain. Até o fim da temporada, ou talvez até a janela de inverno europeu. Depois de desafiar o clube com o qual tem contrato em vigor até maio de 2022, o brasileiro vê o Barcelona desistir da negociação com o clube francês e Real Madrid e Juventus, outros potenciais interessados, não avançarem além das sondagens.

Segundo o “L’Equipe”, Neymar estaria disposto a pagar do próprio bolso 20 milhões de euros para viabilizar a transferência que era dada como certa pela disposição do clube catalão de apostar alto e incluir jogadores no negócio, além da clara insatisfação do craque em Paris. Mas parece óbvio que o PSG não estava disposto a ficar sem o atleta e, como dinheiro não é problema, resistiu e negou todas as propostas. A confirmação oficial da permanência “forçada” virá com o fechamento da janela nesta segunda-feira.

Agora a maior contratação da história do esporte perde valor externamente e também dentro do clube, com resistência de parte da torcida e uma nítida má vontade de Leonardo, diretor técnico. Pela primeira vez ouve um “não” do mundo do futebol. Algo que talvez tenha faltado na saída do Santos para o Barcelona e deste para o clube francês. Ambas conturbadas e polêmicas.

Neymar se apresenta à seleção brasileira para as datas FIFA em baixa. Sem jogar desde junho, embora treinando em Paris. Com Tite, o último porto seguro, deve atuar nos amistosos. Mas depois volta com a missão de se concentrar nos objetivos do clube, incluindo a disputa da Liga dos Campeões no grupo do Real Madrid.

Um olhar otimista enxerga a última chance do craque de 27 anos amadurecer. Focar no trabalho, no desempenho em campo. Com Thomas Tuchel, seguir evoluindo na versatilidade, atuando aberto pela esquerda ou por dentro, como um meia criativo. Mais silêncio, menos marketing e turbulências. De preferência com um estilo mais objetivo, sem se preocupar tanto em cavar faltas e punições para os marcadores.

Entregar o melhor que faz: jogar futebol. Para ser notícia pelo talento com a bola, não pela péssima gestão de carreira. Ainda é tempo de mudar.

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Ao forçar saída do PSG, Neymar segue firme no “suicídio” de reputação http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/09/ao-forcar-saida-do-psg-neymar-segue-firme-no-suicidio-de-reputacao/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/09/ao-forcar-saida-do-psg-neymar-segue-firme-no-suicidio-de-reputacao/#respond Tue, 09 Jul 2019 09:58:10 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6837

Foto: Charles Platiau/Reuters

É comum ouvir ou ler por aí o termo “assassinato de reputação”. Fenômeno muito presente nas redes (anti) sociais e prática corriqueira também em disputas políticas ou comerciais. Ao invés de se debater argumentos e pontos de vista, o interlocutor é desumanizado e atacado violentamente em seu caráter para desqualificar qualquer narrativa que parta dele.

Mas há também o “suicídio” de reputação. Quando alguém parece fazer tudo errado na gestão da própria imagem para atrair críticas e virar a opinião pública contra si. No meio do futebol nenhum personagem parece mais “craque” em se queimar do que Neymar.

Ao não comparecer à reapresentação do elenco do Paris Saint-Germain e anunciar que não deseja permanecer para a temporada 2019/20, o brasileiro dá início a novo processo litigioso e desgastante de mudança de clube. Foi assim do Santos para o Barcelona por conta da “complexidade” da negociação, depois do clube catalão para o PSG saindo pela porta dos fundos e com o rótulo de traidor e egoísta por desejar atuar em outro clube e disputar com Messi as principais premiações individuais.

Agora quer deixar Paris e levar staff, pai e “parças” para outro canto da Europa. Talvez um retorno a Barcelona. Leonardo, o novo diretor de futebol do clube francês, fala em “negócio positivo para todas as partes”. Por enquanto, o jogador vai sendo descontado por suas faltas em multa por desobediência ao código de ética do clube. E parece claro que a maior contratação da história não sairá sem uma robusta contrapartida financeira.

Neymar dá a impressão de nutrir uma convicção de que, por ser um talento raro em campo e uma imagem que continua vendendo qualquer produto no planeta, sua reputação ficará intocada. Mesmo provocando colegas de profissão com dribles humilhantes e improdutivos, exagerando nas faltas recebidas, discutindo com companheiros e árbitros, polemizando na imprensa por conta de qualquer crítica e, principalmente, se negando a cumprir contratos e acordos. Sem contar as questões particulares que também alimentam o ciclo.

Potencializando uma antipatia mundial, mesmo ainda com bom trânsito entre outras estrelas dos esportes e gestos de generosidade, calculados ou não, com torcedores, especialmente as crianças. O imbróglio com o PSG é mais um capítulo de uma carreira controversa e que até aqui não entregou o que prometia em desempenho. Muito por claramente ser mal assessorado e orientado. Maculando a imagem em um “suicídio” de credibilidade. Como se fosse o seu pior inimigo.

Um dia a conta chega. Ou já chegou e estamos testemunhando o declínio do grande craque brasileiro nesta década. Uma lástima.

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